Mésia (província romana): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 25:
|s2=Mésia Inferior
}}
'''Mésia''' ou '''Moésia''' foi o nome de diversas [[províncias romanas]] criadas na região histórica da [[Mésia]] ({{lang-la|''Moesia''}}) pelo [[Império Romano]]. Durante a sua longa história, a província romana da Mésia passou por diversas configurações diferentes que variavam de acordo com as ameaças externas a serem enfrentadas.
 
== História ==
Em {{AC|75 a.C.|x}}, [[Caio Escribônio Curião (cônsul em 76 a.C.)|Caio Escribônio Curião]], [[procônsul]] da [[província da Macedônia]], liderou um exército que chegou até o Danúbio e conseguiu vencer os habitantes da região, que só foram de fato subjugados por [[Marcos Licínio Crasso (cônsul em 30 a.C.)|Marcos Licínio Crasso]], neto do [[triúnviro]] e depois procônsul da Macedônia no reinado de [[Augusto]], por volta de {{AC|29 a.C.|x}} A região, porém, só seria organizada como uma [[província romana]] nos anos finais do reinado de Augusto. Em {{DC|6 d.C.|x}}, aparece a primeira menção de um governador provincial, [[Aulo Cecina Severo (cônsul sufecto em 1 a.C.)|Cecina Severo]]<ref>[[Dião Cássio]] lv. 29</ref>. Como uma província, a Mésia estava sob comando de um legado consular imperial que, provavelmente, também controlava a [[Acaia (província romana)|Acaia]] e a Macedônia.
 
{{limpar}}
Linha 65:
|s4=Dácia Aureliana
}}
Em {{DC|86 d.C.|x}}, o [[rei dácio]] [[Duras (rei dácio)|Duras]] ordenou que suas tropas atacassem a Mésia romana. No ano seguinte, o [[imperador romano|imperador]] [[Domiciano]] pessoalmente chegou à região e a reorganizou-a em duas províncias separadas pelo rio [[Tsibritsa|CebrusCebro]] (Ciabrus): para o oeste, a '''Mésia Superior''' ("Mésia acima do rio") e a leste, a '''Mésia Inferior''' (também chamada de "Trácia Ripense" - ''Ripa Thracia''). Cada uma era governada por um legado consular imperial e por um [[procurador romano|procurador]].
 
As principais cidades da Mésia Inferior eram {{ilc|OescoEsco||Oesco|Oescus}} (Colônia Úlpia, [[Gigen]]), {{ilc|Novas||Novae}} (perto de [[Svishtov]], a principal capital de [[Teodorico, o Grande]]), {{ilc|Nicópolis no Danúbio||Nicopolis ad Istrum}} (Nikup; perto do rio [[Yantra (rio)|Yantra]], na realidade), [[Novioduno (Mésia)|Novioduno]] ([[Isaccea]]), [[Marcianópolis (Trácia)|Marcianópolis]] ([[Devnya]]), [[OdessosOdesso]] ([[Varna (Bulgária)|Varna]]) e [[Tomi (Romênia)|Tomi]] ([[Constança (Romênia)|Constança]]; para onde o poeta [[Ovídio]] foi banido). As duas últimas era cidades gregas que formavam uma [[pentápolis]] com [[Histria (cidade antiga)|Istros]], [[Mesembria (Ponto)|Mesembria]] ([[Nessebar]]) e [[Apolônia (Trácia)|Apolônia]] ([[Sozopol]]).
 
Na Mésia Superior, destacam-se [[Singiduno]] ([[Belgrado]]), [[Viminácio]] (também chamado de ''AeliumÉlio''; moderna [[Kostolac]]), [[Remesiana]] ([[Bela Palanka]]), [[Bonônia (Bulgária)|Bonônia]] ([[Vidin]]), [[Raciária]] ([[Archar]]) e [[Escópia]];
 
==== Guerras Dácias ====
Linha 79:
name="Romanis REquote03">{{cite web|title=Battle of Sarmizegetusa (Sarmizegetuza), A.D. 105|url=http://www.roman-emperors.org/assobd.htm#t-inx|title=De Imperatoribus Romanis|work=An Online Encyclopedia of Roman Emperors|format=Assorted Imperial Battle Descriptions|quote=}}</ref>. No inverno seguinte, Decébalo lançou um contra-ataque através do Danúbio, mas foi repelido. Trajano avançou e forçou-o a submeter no ano seguinte.
 
Trajano voltou para casa em [[triunfo romano|triunfo]] e recebeu o título de "{{smallcaps|Dacicus Maximus}}". A vitória foi celebrada pelo ''[[{{ilc|Troféu de Trajano||Troféu Trajano|Tropaeum Traiani]]''}}. Porém, Decébalo, em 105, invadiu o território romano tentando levantar as tribos ao norte em revolta contra o império<ref
name="Romanis REquote04">{{cite web|title=Battle of Sarmizegetusa (Sarmizegetuza), A.D. 105|url=http://www.roman-emperors.org/assobd.htm#t-inx|title=De Imperatoribus Romanis|work=An Online Encyclopedia of Roman Emperors|format=Assorted Imperial Battle Descriptions|quote=}}</ref>. Trajano novamente foi a campo e, depois construir uma [[Ponte de Trajano (Danúbio)|enorme ponte sobre o Danúbio]] (um desenho de [[Apolodoro de Damasco]]), conquistou parte da Dácia em 106 (veja [[Segunda Guerra Dácia]]), o que deu origem à [[província da Dácia]], vizinha da Mésia ao norte do Danúbio.
 
Linha 124:
 
==== Mésia II ====
A Mésia I foi incorporada pela recém criada [[Diocese da Trácia]], que estava sob a jurisdição da [[Prefeitura pretoriana do Oriente]]. Suas principais cidades eram Marcianópolis, OdessosOdesso, [[Nicópolis (Bulgária)|Nicópolis]] (Nikopol), [[Abrito]] (Razgrad), [[Durostoro]] (Silistra), [[Transmarisca]] (Tutrakan), [[Sexaginta Prista]] (Ruse) e Novas, todas na Bulgária hoje. Como uma província de fronteira (''[[Limes Moesicus]]''), a Mésia foi reforçada com estações e fortalezas erguidas ao longo da margem sul do Danúbio e uma muralha foi construída entre [[Axiópolis]] e [[Tomi (Romênia)|Tomi]] como uma proteção contra os [[cítios]] e [[sármatas]]. A guarnição da província contava com a [[Legio I Italica|I ''Italica'']] e a [[Legio XI Claudia|XI ''Claudia'']], além de diversas outras unidades de infantaria e [[cavalaria]] independentes, além de uma flotilha no Danúbio. A ''[[Notitia Dignitatum]]'' lista as unidades e bases na região na década de 390. Na Cítia Menor estavam ainda a [[Legio I Jovia|I ''Jovia'']] e a [[Legio II Herculia|II ''Herculia'']].
 
Depois de 238, a Mésia passou a ser frequentemente invadida ou atacada pelos ''[[carpicarpos]]'', da Dácia, e pelos [[godos]], que invadiram a região em 250. Pressionado pelos [[hunos]], eles novamente cruzaram o Danúbio em 376 durante o reinado de [[Valente (imperador)|Valente]] {{nwrap|r.|363|378}} e, com permissão dele, se assentaram na Mésia. Porém, rapidamente apareceram problemas e os godos, liderados por [[Fritigerno]], derrotaram Valente na grande [[Batalha de Adrianópolis (378)|Batalha de Adrianópolis]]. Estes godos são conhecidos como [[mésio-godos]], justamente para quem [[Úlfilas]] posteriormente traduziria a [[Bíblia]].
 
Os [[búlgaros]], vindos da [[Ásia Central]], se assentaram na Mésia por todo o {{séc|VI}}. No século seguinte, em 681, [[Constantino IV]] foi forçado a reconhecer a existência de um estado búlgaro na Mésia, que, no futuro, tornaria-se o [[Primeiro Império Búlgaro]]<ref>[[Teófanes, o Confessor]]. [[Chronographia]], p.357-360</ref>.