Viduquindo de Corvey: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig|texto=Não confundir com o herói saxão [[WidukindViduquindo]].}}
 
'''WidukindViduquindo de Corvey'''{{harvref|Espinosa|1999|p=58}} ({{lang-la|''Widukindus Corbeiensis''}}; {{lang-de|''Widukind''}}; {{ca.}} {{dni|||925|si}}–depois de 973) foi um [[cronista]] medieval [[saxões|saxão]]. Sua ''"[[Res gestae saxonicae sive annalium libri tres]]"'', em três livros, é uma importante fonte para oa história do [[Reino da AlemanhaGermânia]] no século {{séc|X}} durante a [[dinastia otoniana]].
 
== Vida ==
[[FicheiroImagem:Corvey (Oswald Reißert).jpg|thumb|direita|300px|[[Abadia de Corvey]] (1909)]]
Por conta de seu nome, é possível que ele seja um descendente do líder saxão e herói nacional [[Widukind]], mencionado nos "[[Anais Reais Francos]]", que combateu contra [[Carlos Magno]] nas [[Guerras Saxônicas]] entre 777 e 785. Este Widukind entrou para [[abadia]] [[beneditinos|beneditina]] de [[Abadia de Corvey|Corvey]], na parte [[Westfália|westfaliana]] da [[Ducado da Saxônia|Saxônia]] por volta de 940-42, provavelmente com o objetivo de tornar-se um tutor. Assume-se geralmente que ele já tinha quinze anos quando entrou, mas se sugeriu recentemente que ele pode ter se juntado à ordem ainda criança como [[oblato]]. Em 936, [[Henrique, o Passarinheiro]], o primeiro [[Frância Oriental|rei da Frância Oriental]] da dinastia [[duque|ducal]] [[dinastia otoniana|otoniana]] havia morrido e foi sucedido por seu filho [[Otão, o Grande]].
 
Por conta de seu nome, é possível que ele seja um descendente do líder saxão e herói nacional [[WidukindViduquindo]], mencionado nos "[[Anais Reais Francos]]", que combateu contra [[Carlos Magno]] nas [[Guerras Saxônicas]] entre 777 e 785. Este WidukindViduquindo entrou para [[abadia]] [[beneditinos|beneditina]] de [[Abadia de Corvey|Corvey]], na parte [[WestfáliaVestfália|westfalianavestfaliana]] da [[Ducado da Saxônia|Saxônia]] por volta de 940-42, provavelmente com o objetivo de tornar-se um tutor. Assume-se geralmente que ele já tinha quinze anos quando entrou, mas se sugeriu recentemente que ele pode ter se juntado à ordem ainda criança como [[oblato]]. Em 936, [[Henrique, o Passarinheiro]], o primeiro [[Frância Oriental|rei da Frância Oriental]] da dinastia [[duque|ducal]] [[dinastia otoniana|otoniana]] havia morrido e foi sucedido por seu filho [[Otão, o Grande]].
A ascensão de Otão como monarca inconteste do [[Reino da Alemanha]] contra os demais duques impressionou o monge beneditino. Sabemos pelo próprio Widukind que ele escreveu primeiro diversas [[hagiografia]]s antes de começar sua ''[[magnum opus]]'', a ''"Res gestae saxonicae"'', dedicada à [[abadessa]] [[Matilda (abadessa de Quedlimburgo)|Matilda de Quedlimburgo]] ({{ca.}}955–999), filha de Otão, que era, como ele, descendente de Widukind. Os anais foram escritos depois da coroação do Otão pelo [[papa João XII]] em 2 de fevereiro de 962, mas, apesar de tanto Otão quanto Henrique, seu pai, serem chamados de ''"[[imperator]]es"'', o evento em si não foi mencionado. Depois da elevação do irmão de Matilda, [[Otão II]], ao posto de co-imperador em 967 e da morte do meio-irmão dela, o [[arcebispo de Mogúncia|arcebispo]] [[Guilherme de Mogúncia]] um ano depois, ela permaneceu como o único membro importante da dinastia otoniana a permanecer na Saxônia, governada pelo [[regência (sistema de governo)|regente]] [[Hermano I da Saxônia]]. Portanto, é possível que Widukind tenha começado a escrever — ou recomeçado — para criar uma espécie de "[[espelhos para príncipes|espelho para príncipes]]".
 
A ascensão de Otão como monarca inconteste do [[Reino da Alemanha]] contra os demais duques impressionou o monge beneditino. Sabemos pelo próprio WidukindViduquindo que ele escreveu primeiro diversas [[hagiografia]]s antes de começar sua ''[[magnum opus]]'', a ''"Res gestae saxonicae"'', dedicada à [[abadessa]] [[Matilda (abadessa de Quedlimburgo)|Matilda de Quedlimburgo]] ({{ca.}}955–999), filha de Otão, que era, como ele, descendente de WidukindViduquindo. Os anais foram escritos depois da coroação do Otão pelo [[papa João XII]] em 2 de fevereiro de 962, mas, apesar de tanto Otão quanto Henrique, seu pai, serem chamados de ''"[[imperator]]es"'', o evento em si não foi mencionado. Depois da elevação do irmão de Matilda, [[Otão II]], ao posto de co-imperador em 967 e da morte do meio-irmão dela, o [[arcebispo de Mogúncia|arcebispo]] [[Guilherme de Mogúncia]] um ano depois, ela permaneceu como o único membro importante da dinastia otoniana a permanecer na Saxônia, governada pelo [[regência (sistema de governo)|regente]] [[Hermano I da Saxônia]]. Portanto, é possível que WidukindViduquindo tenha começado a escrever — ou recomeçado — para criar uma espécie de "[[espelhos para príncipes|espelho para príncipes]]".
Os anais contém os fatos até a morte de Otão em 7 de maio de 973. Widukind provavelmente morreu depois na [[Abadia de Corvey]].
 
Os anais contém os fatos até a morte de Otão em 7 de maio de 973. WidukindViduquindo provavelmente morreu depois na [[Abadia de Corvey]].
 
== Obras ==
A ''"Res gestae saxonicae"'' é um importante relato histórico dos eventos da época de Otão, o Grande, e seu pai, Henrique, o Passarinheiro, baseado nas obras do historiador [[Roma Antiga|romano]] [[Salústio]] e no [[deuterocanônico]] [[Livros dos Macabeus]]. WidukindViduquindo escreveu como um saxão, orgulhoso de seu povo e sua história, começando a narrativa não com o [[Império Romano]], mas com uma breve [[sinopse]] derivada da história transmitida oralmente dos saxões e suas lutas contra os [[francos]], com uma [[:wikt:concisão|concisão]] que torna difícil a interpretação.
 
Ele começa com as guerras entre [[Teodorico I da Austrásia|Teodorico I]], rei da [[Austrásia]], contra os [[turíngios]], nas quais os saxões tiveram um papel importante. Uma alusão à conversão dos saxões ao [[cristianismo]] na época de Carlos Magno leva então aos primeiros duques saxônicos e a detalhes do reinado de Henrique. Ele omitiu os eventos na [[Reino da Itália (medieval)|Itália]] ao traçar a carreira de Henrique e também não menciona um [[papa]], mas um dos três [[manuscrito]]s sobreviventes da obra foi transcrito no [[Ducado de Benevento]], um ducado lombardo ao sul de [[Roma]]<ref>{{citar web|url = http://www.evellum.com/ductus/demo/engine/ductus/frames/bibliography/lowe_loew1972a.html| título = Res gestae saxonicae| publicado = Evellum| língua = latim}}</ref>.
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Um manuscrito da ''"Res gestae"'' foi [[editio princeps|publicado pela primeira vez]] em [[Basileia]] em 1532 e está atualmente na [[Biblioteca Britânica]]; há dois outros. A melhor edição foi publicada em 1935 por Paul Hirsch e Hans-Eberhard Lohmann na série ''"[[Monumenta Germaniae Historica]]: Scriptores rerum Germanicarum in usum scholarum editi"''. Existe uma tradução para o alemão em ''"Quellen zur Geschichte der sächsischen Kaiserzeit"'' publicada por Albert Bauer and Reinhold Rau em 1971. A obra permanece sem uma publicação em inglês, apesar de existir uma tradução numa [[tese de doutorado]] não publicada de Raymond F. Wood chamada ''"The three books of the deeds of the Saxons, by Widukind of Corvey, translated with introduction, notes, and bibliography"'' ([[Universidade da Califórnia]], [[Los Angeles]], 1949)<ref>Raymund F. Wood, The three books of the Deeds of the Saxons, unpublished doctoral dissertation, University of California, Berkeley, 1949, [http://search.proquest.com/docview/301830925 Disponível em ProQuest Dissertations & Theses]</ref>.
 
A WidukindViduquindo também é atribuída a ''[[Hagiografia|vita]]'' de [[Paulo de Tarso|São Paulo]] e [[Santa Tecla]], sem dúvida baseada na obra do século II "[[Atos de Paulo e Tecla]]", mas não restaram nem fragmentos do texto.
 
{{Referências|col=2}}
 
== Bibliografia ==
 
* {{Citar livro|sobrenome=Espinosa|nome=Ricardo|título=Como Dijo|ano=1999|editora=Castillo, Ediciones, S. A. de C. V.|isbn=970200084X|ref=harv}}
 
== Ligações externas ==