Museu Nacional de Belas Artes (Brasil): diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:MNBA - Marc Ferrez b.jpg|thumb|direita|300px|Vista do museu em fotografia de [[Marc Ferrez]]. Atualmente árvores ocultam boa parte da fachada.]]
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O '''Museu Nacional de Belas Artes''' (MNBA) é um dos mais importantes [[museu]]s de [[arte]] do [[Brasil]], localizado na [[cidade]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].
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Por outro lado, alguns anos depois de sua chegada ao Brasil o rei fundou a [[Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios]], que a princípio funcionou em um prédio próprio construído por [[Grandjean de Montigny]], um dos integrantes da [[Missão Francesa]] e professor da escola, e inaugurada em [[1826]] pelo imperador [[Pedro I do Brasil|Dom Pedro I]], ocasião em que a instituição passou a ser chamada de [[Academia Imperial de Belas Artes]]. Com o passar dos anos a Academia Imperial formou uma significativa [[pinacoteca]] e uma [[gliptoteca]], e com o advento da República, a academia foi rebatizada como [[Escola Nacional de Belas Artes]]. Permaneceu no mesmo edifício até a construção de sua sede atual na [[Avenida Rio Branco (Rio de Janeiro)|Avenida Rio Branco]], antiga [[Avenida Central]], artéria aberta na gestão de [[Francisco Pereira Passos|Pereira Passos]] durante uma grande reforma urbanística promovida no centro da cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] no início do [[século XX]].
[[Ficheiro:Jan boeckhorst - pégaso.jpg|thumb|esquerda|160px|[[Jan Boeckhorst]]: ''Pégaso'', uma das obras pertencentes a Dom João VI e hoje no MNBA.]]▼
O autor do projeto foi o arquiteto espanhol [[Adolfo Morales de los Rios]], que tomou como modelo o [[Museu do Louvre]], em [[Paris]], mas durante a construção o desenho seria alterado, possivelmente por [[Rodolfo Bernardelli]], então diretor da escola, e mais tarde [[Archimedes Memoria]] acrescentou outras mudanças. O resultado é uma construção eclética, com fachadas em diferentes estilos. A fachada principal na Avenida Rio Branco é inspirada na [[Renascença]] francesa, com frontões, colunatas e relevos em terracota representando as grandes civilizações da antigüidade, além de medalhões pintados por [[Henrique Bernardelli]] com retratos dos integrantes da Missão Francesa e outros artistas brasileiros. As laterais são mais simples, e fazem referência à Renascença italiana; possuem mosaicos parisienses com figuras de arquitetos, pintores e teóricos da arte, como [[Vasari]], [[Vitrúvio]] e [[Da Vinci]]. A fachada posterior é um exemplo mais puro e austero do [[Neoclassicismo]], com relevos ornamentais de [[Edward Cadwell Spruce]]. Na decoração interna foram usados materiais nobres como mármores e mosaicos, estuques, cristais, cerâmicas francesas e estatuária. O edifício foi tombado pelo [[IPHAN]] em [[24 de maio]] de [[1973]].
Finalizada a grande obra, e aberta ao público em [[1908]], procedeu-se à transferência das instalações da Escola Nacional para lá. O acervo da pinacoteca foi instalado no terceiro pavimento, a coleção de cópias de estatuária clássica usada para estudo encontrou espaços no segundo piso, com uma museografia especialmente concebida para dar-lhes destaque, e os ''ateliers'' das aulas práticas e a administração da escola ficaram no quarto andar. Em [[1931]] a Escola Nacional foi incorporada à [[Universidade do Rio de Janeiro]], encerrando sua história como instituição independente.
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[[Ficheiro:Americo-avaí.jpg|thumb|left|300px|Pedro Américo: ''A batalha do Avaí'', óleo sobre tela, 1872-77.]]
Com a criação do Museu Nacional de Belas Artes em 1937 pelo ministro [[Gustavo Capanema]], houve mudanças. A coleção da Escola Nacional passou a constituir o acervo do museu, e os ''ateliers'' e setores administrativos permaneceram no prédio, mas entre as décadas de 1950 e 1970 alguns cursos foram sendo transferidos para outros locais, enquanto a escola mudava novamente de nome, agora se chamando Escola de Belas Artes. Em [[1975]] as aulas que ainda funcionavam no prédio do museu foram transferidas para uma sede na [[Ilha do Fundão]], projetada por [[Jorge Moreira]] em arquitetura moderna, onde continuam até hoje suas atividades. Na transferência, o acervo que antes era comum a ambas as instituições - museu e escola - foi dividido. A maior parte da coleção artística permaneceu no Museu Nacional, mas outra parte, principalmente de documentos e de obras de arte didáticas ou produzidas em atividades pedagógicas, e a ''Coleção Jeronymo Ferreira das Neves'', doada à Escola de Belas Artes em [[1947]], seguiram com ela, passando a constituir o [[Museu Dom João VI]]. Com a saída definitiva da escola do prédio do museu os espaços abertos foram ocupados pela [[FUNARTE]].
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Sua [[Biblioteca]] é especializada em artes plásticas dos [[século]]s [[século XIX|XIX]] e [[Século XX|XX]], reunindo obras raras e coleções de [[periódico]]s, [[monografia]]s e catálogos de exposições, além de [[documento]]s e [[fotografia]]s que registram a história da instituição desde a Academia Imperial de Belas Artes, incluindo [[acervo]]s pessoais de alguns artistas.
[[Ficheiro:Almeida Júnior - O Derrubador Brasileiro.jpg|thumb|Almeida Júnior: ''O derrubador brasileiro'', 1875.]]▼
Também organiza projetos para implementar ações educacionais voltadas para o público em geral e, em especial, para professores, no sentido de proporcionar maior divulgação e entendimento do patrimônio cultural brasileiro em exposição permanente e temporária.
== Acervo ==
O acervo do museu teve início com o conjunto de obras de arte trazidas por Dom João VI, em 1808, e foi sendo ampliado ao longo do [[século XIX]] e início do [[século XX]] com a incorporação do acervo da Escola Nacional e outras aquisições, e hoje conta hoje com cerca de 15.000 peças, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras de artistas brasileiros e estrangeiros, além de uma coleção de arte decorativa, mobiliário, arte popular e um conjunto de peças de arte africana.
=== Pintura ===
▲[[Ficheiro:Almeida Júnior - O Derrubador Brasileiro.jpg|thumb|Almeida Júnior: ''O derrubador brasileiro'', óleo sobre tela, 1875.]]
▲[[Ficheiro:Jan boeckhorst - pégaso.jpg|thumb
[[File:Marc Ferrez - Busto de Dom Pedro I.jpg|thumb|Marc Ferrez: ''Busto de Dom Pedro I'', bronze, 1826]]
Na [[pintura]] se destaca o grande acervo de [[arte brasileira]], o mais importante do país, que permite a reconstituição, com grande variedade de exemplares de primeira linha, de toda a trajetória da pintura brasileira desde o início do século XIX até os dias de hoje. Foi formado primeiramente com peças dos integrantes da Missão Francesa ([[Nicolas-Antoine Taunay]], [[Félix Taunay]], [[Jean Baptiste Debret]]), com a obra dos estrangeiros que participaram do círculo da Academia Imperial ([[Nicola Facchinetti]], [[François-René Moreaux]], [[Abraham-Louis Buvelot]], [[Giovanni Battista Castagneto]], [[Johann Georg Grimm]], [[José Maria de Medeiros]], [[Augusto Rodrigues Duarte]], [[Henri Nicolas Vinet|Henri-Nicolas Vinet]]), e com a produção de brasileiros, professores ou alunos da Academia Imperial, como [[Victor Meirelles]], [[Agostinho José da Mota]], [[Pedro Américo]], [[Almeida Júnior]], [[Henrique Bernardelli]], [[Rodolfo Amoedo]], [[Pedro Weingärtner]], [[Zeferino da Costa]], [[Belmiro de Almeida]], [[Antônio Parreiras]], [[Décio Villares]], [[Galdino Guttman Bicho]], [[Arthur Timótheo da Costa]] e [[Eliseu Visconti]]. Entre os artistas modernos destacam-se [[Portinari|Candido Portinari]], [[Carlos Oswald]], [[Djanira]], [[Tarsila do Amaral]], [[Di Cavalcanti]], [[Vicente do Rego Monteiro]], [[Antônio Bandeira]], [[Guignard]], [[Cícero Dias]], [[Lasar Segall]], [[José Pancetti]], e [[Jorge Guinle Filho]]. Os períodos colonial e modernista estão representados com menor número de peças. Entre as obras mais conhecidas do público estão: ''Café'' (Portinari), ''[[Gioventù]]'' (Eliseu Visconti), ''Batalha do Avaí'' (Pedro Américo) e ''[[A Primeira Missa no Brasil]]'' (Victor Meirelles).
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=== Escultura ===
A coleção de escultura também teve origem no legado da Academia Imperial e da Escola Nacional, que incluía uma série de cópias de estátuas célebres da antiguidade e outras produzidas por professores e alunos. Enquanto diretor da Escola Nacional, Rodolfo Bernardelli adquiriu várias peças e reuniu outras dispersas por órgãos do governo, e Henrique Bernardelli mais tarde doou um conjunto de 250 peças criadas por seu irmão, que hoje constituem o cerne da coleção de escultura brasileira. Ao longo do século XX outras doações e aquisições vieram a ampliar este departamento. Dos autores mais expressivos neste conjunto estão, além do próprio Bernardelli, [[Francisco Manuel Chaves Pinheiro]], [[Cândido Caetano de Almeida Reis]], [[Celso Antônio de Menezes]], [[Victor Brecheret]], [[Amílcar de Castro]] e [[Waltércio Caldas]]. Dentre os estrangeiros, ligados ou não ao Brasil, figuram [[Zéphyrin Ferrez]], [[Auguste Rodin]], [[François Rude]] e [[Franz Weissmann]].
=== Arte sobre papel ===
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Ficheiro:
Ficheiro:Annibale Carracci - Retrato de homem.jpg|Annibale Carracci: ''Retrato de homem'',
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Ficheiro:Cunha-conceicao-mnba.jpg|[[Manuel da Cunha]]: ''
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Ficheiro:GIOVENTÙ - OST - 65 x 49 cm - 1898 - MNBA-Ibram-Minc, Rio de Janeiro.jpg|[[Eliseu Visconti]]: ''Gioventù'', óleo sobre tela, 1898
Ficheiro:
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File:Imaculada Conceição (séc. XVIII) 01.jpg|Anônimo: ''Imaculada Conceição'', madeira policromada, séc. XVIII
File:Oratory Saint Dominic and Saint Goncalo do Amarante, 1701-1800, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.JPG|Anônimo: Oratório, madeira entalhada e pintada, séc. XVIII
File:Bernardelli-cristo.jpg|[[Rodolpho Bernardelli]]: ''Cristo e a mulher adúltera'', mármore, 1881
File:Louis Rochet - Estudo para Estátua equestre de Dom Pedro I 01.jpg|[[Louis Rochet]]: ''Estudo para Estátua equestre de Dom Pedro I'', bronze, 1857
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