Ebô: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig|prefixo=Se procura|o ritual afro-brasileiro|Ebó}}
{{mais notas|data=fevereiro de 2014}}
[[File:Ebô é uma comida ritual do Candomblé..JPG|254px|right|thumb|Ebô - [[candomblé]].]]
 
{{Info/Comida pronta
'''Ebô''', palavra oriunda da língua [[iorubá]], consiste num alimento religioso e votivo para os [[orixá]]s funfun (brancos) [[Oxalá]], dentro das [[religiões afro-brasileiras]]. É um [[milho-branco]] cozido sem tempero e sem sal.
|nome = Ebô
[[File: |imagem = Ebô é uma comida ritual do Candomblé..JPG|254px|right|thumb|Ebô - [[candomblé]].]]
|legenda = Prato com ebô
|alt =
|nomealternativo =
|país = Brasil, países africanos
|região = África
|criador =
|rumo =
|tipo =
|temperatura =
|ingredientes = [[milho branco]]
|variações = milho branco, feijão, [[dendê]]
|calorias =
|outros =
}}
 
'''Ebô''' ou '''Ebó'''<ref name="Cascudo2015">Luís da Câmara Cascudo (2015). [http://books.google.com/books?id=XgEtBgAAQBAJ&pg=PT64 ''Antologia da Alimentação no Brasil'']. Global Editora. p. 64. ISBN 978-85-260-1821-1.</ref> é um prato de origem africana preparado com milho branco [[pilão|pilado]].<ref name="Querino1957">Manuel Raimundo Querino (1957). [http://books.google.com/books?id=0SOlBAAAQBAJ&pg=PA36 ''A arte culinária na Bahia'']. Editorial MAXTOR. p. 36. ISBN 978-84-9001-452-3.</ref> É uma comida sagrada sendo comum sua oferta e uso nos rituais das religiões de origem africana como o [[Candomblé]], a [[Umbanda]] etc, não deve ser confundido com [[Ebó]] que no Candomblé se refere aos [[sacrifício animal|sacrifícios de animais]].<ref name="Morwyn2001">Morwyn (2001). [http://books.google.com/books?id=qZTPteFLEnQC&pg=PA230 ''Magic from Brazil: Recipes, Spells & Rituals'']. Llewellyn Worldwide. p. 230. ISBN 978-0-7387-0044-1.</ref> O ebô é a comida de [[Oxalá]].<ref name="Modesto2009">Luis Antonio Modesto (2009). [http://books.google.com/books?id=6iZQBQAAQBAJ&pg=PA123 ''O Livro Da Nação Espírita'']. Clube de Autores. p. 123.</ref>
 
==Variações==
[[Luís da Câmara Cascudo|Câmara Cascudo]] em sua ''[[Antologia da Alimentação no Brasil]]'' descreve o ebó com sendo feito com [[feijão-fradinho]], torrado<ref name="Querino1957"/> ou não, posto a coser junto com milho, depois de cozido é temperado com sal e azeite de dendê. Há ainda o ''Ebô de Oxalá'' é somente milho branco sem sal e o ''Ebô de Iemanjá'' de milho branco temperado com cebola, camarão e azeite de dendê.<ref name="Cascudo2015"/>
 
==Uso religioso==
O milho-branco (chamado «agbadô» ou «ebô») é um grão muito importante para o [[povo do santo]]. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do [[Candomblé]].
 
===Candomblé===
==O ebô no candomblé==
Todos os orixás, de [[Exu]] a Oxalá e até mesmo os ancestrais, recebem oferenda à base desse grão. Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte, em tudo mais que ocorra em uma casa de candomblé, só acontece com a presença do milho-branco.
 
A pasta branca desse milho depois de pilado ou moído chama-se «"''eko»''",<ref name="Constantino2009">Magno Constantino (2009). [http://books.google.com/books?id=E4JRBQAAQBAJ&pg=PA41 ''Yamin'']. Clube de Autores. p. 41.</ref> o mingau chama-se «denguê», depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde chama-se «"''akasa»''".<ref name="Constantino2009"/> Os grãos cozidos só na água chamam-se «"''egbô»''".<ref name="Rodrigué2001">Maria das Graças de Santana Rodrigué (2001). [http://books.google.com/books?id=GsbR1sD4OH4C&pg=PA121 ''Orí apéré ó: o ritual das águas de Oxalá'']. Selo Negro. p. 121. ISBN 978-85-87478-13-9.</ref> Já o moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se «aberem». Os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chamam-se «dibô», e os inteiros cozidos com coco e açúcar chamam-se «[[mukunza]]».
 
===Objetivos ritualísticos===
Toda oferenda com milho-branco restitui e redistribui o [[axé]], por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornando-se portanto a comida predileta de todos os orixás.
 
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{{referências}}
 
==Bibliografia==
* [[Giselle Cossard|Cossard, Giselle]] Omindarewá, '''Awô''', O mistério dos Orixás. Editora Pallas.
 
{{esboço-candomblé}}
 
[[Categoria:Culinária da África]]
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[[Categoria:Culinária da Bahia]]
[[Categoria:Culinária vegetariana estrita]]
[[Categoria:Candomblé]]
[[Categoria:Umbanda]]
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