Cambalique: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Nomes em português
Linha 1:
[[Image:Yuandadu map.jpg|thumb|250px|Planta da cidade de Dadu.]]
 
'''KhanbaliqCambalique'''<ref name=Religi /> ou '''Cambaluque'''{{harvref|Attali|1991|p=67; 112}} é o antigo nome da [[cidade]] de [[Pequim]] (''Beijing''), atual [[capital]] da [[República Popular da China]]. A cidade foi chamada de '''Dadu''' ou '''Tatu''' (大都, [[pinyin]]: ''Dàdū'', [[Wade-Giles]]: ''Ta-tu''), que significa "grande capital" ou "capital grandiosa" em [[Língua chinesa|chinês]], durante o período em que foi capital da [[dinastia Yuan]] (fundada por [[KublaiCublai Khan]]), e foi chamada de '''Daidu''', uma [[transliteração]] direta do chinês para o [[Língua mongol|seu idioma]],<ref>Denis Twitchett, Herbert Franke, John K. Fairbank, in ''The Cambridge History of China: Volume 6, Alien Regimes and Border States'' (Cambridge: Cambridge University Press, 1994), p 454.</ref> Recebeu posteriormente o nome de '''Khanbaliq''' (汗八里),<ref>Lane, George. ''Genghis Khan and Mongol Rule'', p 198</ref> também grafada '''Khanbalikh'''<ref>Haw, Stephen G. ''Marco Polo's China'', p61</ref> nos [[Línguas turcomanas|idiomas turcomanos]], que tem o significado de "Grande Residência do [[Khan]]". O [[viajante]] [[Veneza|veneziano]] [[Marco Polo]] a chamou de '''Cambaluc''' ou '''Cambuluc'''.
 
==História==
Sob o nome de '''Zhongdu''' (中都, "capital central", [[pinyin]]: ''Zhōngdū''), a cidade havia servido anteriormente como capital da [[Dinastia Jin (1115-1234)|dinastia Jin]], porém foi incendiada em [[1215]] pelas forças [[Império Mongol|mongóis]]. Em [[1264]], pouco antes de fundar a [[dinastia Yuan]], [[KublaiCublai Khan]] decidiu reconstruir a cidade como sua nova capital. [[Liu Bingzhong]] foi indicado como supervisor das obras, e [[Yeheidie'erding]] (Amir al-Din) projetou e comandou a sua construção.<ref>[http://english.peopledaily.com.cn/data/minorities/Hui.html The Hui ethnic minority] - ''[[People's Daily Online]]''</ref> A construção das [[muralha]]s da cidade teve início no mesmo ano, enquanto o palácio imperial foi construído a partir de [[1274]]. O projeto de Dadu seguiu o ''[[Zhouli]]'' (周禮, "ritos de Zhou") clássico do [[confucianismo]], segundo o qual as regras de "9 eixos verticais, 9 eixos horizontais", "palácios na frente, mercados no fundo", "na esquerda o culto aos ancestrais, na direita o culto aos deuses", eram levadas em consideração. A escala de sua construção foi ampla, e o método de seu planejamento e execução foi rígido.<ref>《明史纪事本末》、《纲鉴易知录》卷八</ref>
 
Após a fundação da dinastia Yuan, em [[1271]], KublaiCublai Khan rebatizou a cidade de Dadu (大都, "grande capital", ou ''Ta-tu'' na transliteração [[Wade-Giles]]) no ano seguinte;<ref>''The New Encyclopædia Britannica'' ([[Encyclopædia Britannica]], Chicago University of, William Benton, Encyclopædia Britannica), p 2</ref> a antiga sede do governo de KublaiCublai Khan, [[Shangdu]], tornou-se a [[capital de verão]] dos Yuan. Durante o reinado de KublaiCublai Khan, no final do [[século {{séc|XIII]]}}, [[Marco Polo]] conheceu Dadu e Shangdu, onde teria servido ao [[Cã|Khan]] por dezessete anos.
 
Em [[1368]] [[Zhu Yuanzhang]], depois de se declarar [[Imperador Hongwu|o primeiro imperador]] da [[dinastia Ming]], em [[Nanquim]], despachou um exército até Dadu, que ainda estava em poder dos Yuan. Eventualmente o último imperador Yuan fugiu para Shangdu, no norte, e Zhu Yuanzhang, após invadir Dadu, pôs abaixo todos os palácios da cidade.<ref>Ebrey, Patricia Buckley. ''The Cambridge Illustrated History of China''. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. ISBN=0-521-66991-X</ref>
 
==Consequências==
[[Imagem:CEM-19-Asiae-nova-description-1610-Jodocus-Hondius-fragment-2540.jpg|thumb|Embora KhanbaliqCambalique fosse conhecida pelos geógrafos europeus, sua localização exata - ou mesmo sua identidade com Pequim - não era clara. Este mapa, de 1610, repete um equívoco razoavelmente comum no período: mostra duas KhanbaliqsCambaliques (''Combalich'', ao lado de ''Kitaisk'', no [[rio Ob]], e ''Cambalu'', em ''[[Catai]]a'', ao norte [[Grande Muralha da China|Grande Muralha]]), além de uma [[Pequim]] (''Paquin'', em sua localização correta, na prefeitura de ''Xuntien'' ([[Shuntian]]).]]
 
Após a queda da [[dinastia Yuan]], em 1368, a cidade passou a ser chamada de '''Beiping''' (北平, [[pinyin]]: ''Běipíng'') pela [[dinastia Ming]],<ref>Naquin, Susan. ''Peking: Temples and City Life, 1400-1900'', p xxxiii</ref> e a [[Prefeituras da China|prefeitura]] de [[Shuntian]] (順天) foi fundada em torno da cidade. Após a ascensão ao trono do [[Imperador Yongle]] dos Ming, a cidade foi ampliada; o imperador comissionou a construção da [[Cidade Proibida]], dentro das muralhas da [[Cidade Imperial (Pequim)|cidade imperial]] de Dadu, dos Yuan. A cidade passou a ser chamada de '''[[Beijing]]''' (北京, [[pinyin]]: ''Běijīng''), ou 'Pequim' (''Peking'') numa [[romanização]] obsoleta, nome pelo qual é conhecida até hoje - com exceção de um período curto da [[China Republicana]], quando passou a ser conhecida novamente como Beiping. Ruínas de partes das antigas muralhas de Dadu, localizadas pouco ao norte das muralhas construídas posteriormente pela dinastia Ming ainda podem ser vistas na Pequim atual, e são conhecidas como ''Tucheng'' (土城, literalmente 'muralha de terra').<ref>[http://www.btmbeijing.com/contents/en/btm/2004-09/beijing/dadu/ Walk the Ancient Dadu City Wall] - ''Beijing This Month''</ref>
 
Apesar da mudança do nome da cidade em chinês, o nome ''"Khanbaliq"''Cambalique continuou a ser usado pelos [[mongóis]] por séculos depois da queda da dinastia Yuan. Os [[russos]] se apropriaram do nome, e diversos documentos do [[século {{séc|XVII]]}} referem-se a Pequim como ''"Kambalyk"'' (Камбалык), como por exemplo no relato feito por [[Fyodor Baykov]], enviado como [[embaixador]] à cidade na década de 1650.<ref>{{citar web |url=http://ostrog.ucoz.ru/ist_doc_3/1_114.htm |título = Выписка, составленная в Посольском приказе, о путях в Цинскую империю (Relatório sobre as rotas da Rússia até o Império Qing, compilado pelo Serviço Estrangeiro Russo) | data = [[1674]], não antes de 17 de julho}} {{ru}}</ref>
 
{{referências}}|col=2|refs=
 
<ref name=Religi>{{Citar web|url=http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=60&sid=20|título=Oriente - Religião|acessodata=17-05-2015|publicado=Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira|língua3=pt}}</ref>
 
}}<!-- Fim referências -->
 
== Bibliografia ==
 
* {{Citar livro|sobrenome=Attali|nome=Jacques|título=1492|ano=1991|editora=Teorema|isbn=9726951534|ref=harv}}
{{referências}}
 
{{esboço-geocn}}