Geografia do Brasil: diferenças entre revisões

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² Segundo Resolução nº 05, de 10 de outubro de 2002 do [[IBGE]].
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'''Geografia do [[Brasil]]''' refere-se aos aspectos [[Geografia física|físicos naturais]] do [[país]] que, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados de extensão, é o [[Lista de países e territórios por área|quinto maior]] país do mundo. Localizado na [[América do Sul]], [[Relevo do Brasil|seu relevo]] apresenta-se relativamente suave, composto por grandes [[Bacia sedimentar|bacias sedimentares]], das quais destaca-se a B[[bacia Amazônica|acia Amazônica]], cercada por [[planalto]]s de [[altitude]]s moderadas. O [[Lista de picos do Brasil|ponto culminante do Brasil]] é o [[Pico da Neblina]], com {{fmtn|2994|m}} acima do [[nível do mar]]. De forma geral, a [[Geologia|origem geológica]] do território é antiga, cujas formas de relevo suaves são resultados do contínuo [[intemperismo]] dos [[Escudo (geologia)|escudos cristalinos]].
 
Situado na [[zona tropical]], ocorre o predomínio de [[clima]]s quentes em boa parte do território, embora a [[pluviosidade]] varie desde [[Clima equatorial úmido|regiões úmidas]] ao [[Clima semiárido|semiárido]]. No sul do Brasil, onde são registradas as menores temperaturas do país, o clima é [[Clima subtropical|subtropical]]. A abundância de chuvas em boa parte do território favorece a manutenção de uma das maiores [[Hidrografia|redes hidrográficas]] do planeta, colocando o Brasil como principal detentor do potencial hídrico mundial. Grandes [[rio]]s, como o [[Rio Amazonas|Amazonas]], [[Rio São Francisco|São Francisco]], [[Rio Araguaia|Araguaia]] e [[Rio Paraná|Paraná]], são os principais de suas grandes [[Bacia hidrográfica|bacias de drenagem]]. Contudo, eventualmente o país enfrenta problemas dos extremos climáticos, como [[Seca no Brasil|secas]] e [[Inundação|inundações]].
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==Geomorfologia==
{{AP|Geomorfologia do Brasil}}
[[File:Brazil topo.jpg|thumb|Mapa topográfico do Brasil. O relevo mais acidentado encontra-se no centro do país, no grande [[planalto Central]], enquanto que as terras baixas estão ao longo de grandes bacias, como a B[[bacia Amazônica|acia Amazônica]].]]
Situado na porção centro-leste da América do Sul, longe das bordas das [[placa tectônica|placas tectônicas]], o Brasil é formado por terrenos antigos e composições de relevo que foram esculpidas ao longo de bilhões de anos sobretudo pelo [[intemperismo]], além de processos geológicos como [[orogênese]] e [[subsidência]]. A configuração geomorfológica atual do território começou a delinear-se somente a partir do período [[Cretáceo]], quando a [[deriva continental]] levou ao surgimento do oceano Atlântico.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=39}}</ref>
 
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[[File:Cidade de pedra.JPG|miniatura|esquerda|[[Chapada dos Guimarães]], no estado do Mato Grosso. A intensa erosão dos escudos cristalinos deu origem às bacias sedimentares.]]
 
Grandes [[orogenia|cinturões orogênicos]], processos que deram origem a cadeias de montanhas, desenvolveram-se também ao longo do período Pré-Cambriano. Dessa forma, três grandes cadeias montanhosas surgiram. A primeira delas, o cinturão orogênico do Atlântico, estende-se desde o leste da regiãoRegião Nordeste até o litoral do Rio Grande do Sul. Nesta área existe uma grande complexidade de formações estruturais e litológicas, prevalecendo rochas metamórficas como [[gnaisse]]s, [[migmatito]]s, [[quartzito]]s e [[micaxisto]]s. Neste cinturão atualmente encontram-se importantes cadeias montanhosas, incluindo a [[Serra da Mantiqueira]] e a [[Serra do Espinhaço]], moldadas pelo intemperismo, além de [[falhas geológicas|falhas geológicas]].<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=49}}</ref> O cinturão orogênico de Brasília, por sua vez, estende-se desde o sul do Tocantins até o sudeste de Minas Gerais. Nesta região surgiram serras estreitas e alongadas, por vezes com a ocorrência de [[chapada]]s. Dentre as principais, destacam-se a [[Serra da Canastra]] e a [[Chapada dos Veadeiros]].<ref name="Ross2005_P50">{{Harvnb|Ross|2005|p=50}}</ref> Por fim, o cinturão orogênico Paraguai-Araguaia estende-se desde o norte de Goiás até o sul do Mato Grosso e ressurge no sul do Pantanal, na [[serra da Bodoquena]]. É constituído por uma cadeia de serras oriundas de dobramentos antigos que ainda estão parcialmente preservados.<ref name="Ross2005_P50"/>
[[Ficheiro:Cascata do Caracol.jpg|miniatura|A [[Cascata do Caracol]], no [[Parque Estadual do Caracol]] no Rio Grande do Sul, despenca sobre o paredão [[basalto|basáltico]] na [[formação Serra Geral]], originada no derramamento da [[bacia do Paraná]].]]
 
O processo de erosão nos [[escudo cristalino|escudos cristalinos]] antigos criou grandes [[bacia sedimentar|bacias sedimentares]], sendo que no território brasileiro são três principais: a baciaBacia Amazônica, a do Parnaíba ou Maranhão, e a do Paraná. Os sedimentos foram sendo depositados ao longo do período [[fanerozoico]], nos últimos 600 milhões de anos, dando origem a diferentes tipos de [[rocha sedimentar|rochas sedimentares]], como [[arenito]]s, [[siltito]]s e [[argilito]]s. Em especial na [[bacia do Paraná]], derramamentos de lava ocorridos entre o período [[Jurássico]] e [[Cretáceo]] fizeram com que camadas de rochas magmáticas se depositassem sobre a camada de rochas sedimentares. Processos de [[epirogênese]] foram os responsáveis pelo soerguimento das bacias, e também pelo surgimento das escarpas em escudos cristalinos que, por sua vez, deram origem às escarpas dadas serraserras da Mantiqueira e do Mar. Por isso, no relevo atual podem ser encontrados terrenos sedimentares com cotas superiores à de escudos cristalinos. Dessa forma, as bacias sedimentares passaram por um intenso processo de erosão em suas bordas, originando depressões periféricas. No período [[Mesozoico]], as bacias receberam a maior parte dos sedimentos que as compõem. Já no período [[Cenozoico]], depósitos importantes ocorreram na parte ocidental da baciaBacia amazônicaAmazônica e no litoral da regiãoRegião nordesteNordeste (período [[terciário]]) e, mais recentemente, na planície do Pantanal, na I[[ilha do Bananal|lha do Bananal]] e ao longo do curso do rio Amazonas e seus principais afluentes.<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=50–51}}</ref>
 
====Recursos minerais====
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O Brasil detém uma parcela considerável dos [[recursos minerais]] do mundo, razão pela qual é um dos principais exportadores de [[minério]]s. Mais de uma centena de substâncias minerais [[extração mineral|são extraídas do solo]] brasileiro, das quais destaca-se a produção de [[ferro]] (sobretudo no [[Quadrilátero Ferrífero]]) e [[nióbio]], elementos dos quais o país é o maior exportador mundial. É importante ainda a extração de [[caulim]], [[tantalita]], [[bauxita]], [[grafita]], [[amianto]], [[cassiterita]], [[magnesita]], [[vermiculita]], [[Rocha ornamental|rochas ornamentais]], [[talco]], [[fosfato|rocha fosfática]] e [[ouro]].<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=105}}</ref>
 
As [[Petróleo no Brasil|reservas brasileiras]] de [[petróleo]] e [[gás natural]] concentram-se principalmente em regiões oceânicas ao longo do litoral, além de quantidades menores na Amazônia. Reservas importantes foram descobertas recentemente na [[camada pré-sal]].<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=110}}</ref> Reservas importantes de [[carvão mineral]] encontram-se concentradas na regiãoRegião sulSul, destinadas sobretudo a alimentar as [[Usina termoelétrica|usinas termelétricas]] do país.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|pp=115,116}}</ref> A produção de [[urânio]] está concentrada em uma única jazida em [[Caetité]], na Bahia, onde é encontrada a [[uraninita]], e destinada [[Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto|às usinas nucleares do país]].<ref>{{Harvnb|Silva|2008|pp=118,119}}</ref>
 
===Relevo===
{{AP|Relevo do Brasil}}
{{VT|Lista de picos do Brasil}}
[[File:Pico da Neblina.jpg|thumb|left|upright|O P[[pico da Neblina|ico da Neblina]], ponto culminante do Brasil.]]
O território brasileiro apresenta [[relevo (geografia)|relevo]] relativamente pouco acidentado, sem grandes e elevadas cadeias montanhosas. Isto se deve ao fato de que as estruturas geológicas do país, em sua maioria, são antigas. Por esta razão, as rochas dos [[escudo cristalino|escudos cristalinos]], originados no [[pré-cambriano]], passaram por um longo processo de [[intemperismo]] e [[erosão]], criando formas de relevo mais suaves, assim como grandes [[bacia sedimentar|bacias sedimentares]], que datam, em sua maioria, dos períodos [[Cenozoico]] e [[Mesozoico]].<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=44–45}}</ref>
 
O [[ponto culminante]] do Brasil, o P[[pico da Neblina|ico da Neblina]], encontra-se na [[Serra do Imeri]], no norte do Amazonas, com altitude de {{fmtn|2993.8}} metros acima do nível do mar, conforme obtido pelo [[Projeto Pontos Culminantes do Brasil]]. Em segunda posição está o P[[pico 31 de Março|ico 31 de Março]], na mesma cadeia montanhosa, com {{fmtn|2972.7}} metros. O [[Pico da Bandeira]], na [[Serra do Caparaó]], ocupa o terceiro lugar, com 2892 metros, e a [[Pedra da Mina]], na [[Serra da Mantiqueira]], a quarta posição, com {{fmtn|2798.4}} metros.<ref>{{Harvnb|Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística|2013|p=57}}</ref> Contudo, a maior parte do território brasileiro possui [[altitude|cota]] inferior aos {{formatnum|1000}} metros.<ref name="Ross2005_P45"/>
 
As unidades do relevo brasileiro são normalmente divididas entre [[planície]]s, [[planalto]]s e [[depressão (geografia)|depressões]], de acordo com a classificação de [[Jurandyr Ross]], elaborada, sobretudo, baseadacom base na classificação de [[Aziz Ab'Saber]] e nos dados do P[[projeto Radambrasil|rojeto Radambrasil]].<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=52}}</ref>
 
====Planaltos====
Os planaltos são caracterizados por serem circundados por grandes depressões, o que torna evidente a maior resistência de suas [[rocha]]s a processos erosivos em relação às áreas adjacentes. Planaltos localizados em bacias sedimentares são comumente caracterizados pela presença de [[cuesta]]s em seus limites. Dentre estas unidades estão os planaltos da baciaBacia amazônicaAmazônica oriental e ocidental, além dos planaltos e chapadas da [[bacia do rio Parnaíba|bacia do Rio Parnaíba]] e [[Sub-bacia do rio Paraná|da baciaBacia do Paraná]].<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=52–57}}</ref>
 
Planaltos em estruturas cristalinas são caracterizados pela presença de [[serra]]s e [[morro]]s associados a intrusões vulcânicas e dobramentos antigos. Dentre estas unidades, estão os planaltos residuais [[Planalto das Guianas|norte amazônicos]], sul amazônicos e a C[[chapada dos Parecis|hapada dos Parecis]]. O [[Planalto da Borborema]] e o P[[Serras de Sudeste|planaltolanalto sulSul-rio-grandense]] foram formados a partir do [[soerguimento]] de [[dobramento|dobramentos antigos]]. Grandes planaltos em [[orogênese|cinturões orogênicos]] estão localizados sobretudo [[Serras e planaltos do Leste e do Sudeste|no centro e no sudeste do país]], caracterizados por grandes cadeias de serras, remanescentes das estruturas de dobramentos antigos atacadas pelo intenso processo erosivo. Dentre as cadeias montanhosas situadas neste planalto estão a [[Serra da Mantiqueira]] e a [[Serra do Espinhaço]]. Este conjunto constitui o [[Planalto Brasileiro]], que ocupa uma grande extensão no interior do país.<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=57–60}}</ref>
 
====Depressões====
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Estas unidades de relevo são marcadas pelo intenso processo erosivo em escudos cristalinos, interpondo-se entre os planaltos e as planícies. Embora os planaltos também exibam marcas do intemperismo, as depressões foram ainda mais afetadas pelas [[paleoclimatologia|variações paleoclimáticas]], sobretudo ao longo dos períodos [[Terciário]] e [[Quaternário]].<ref name="Ross2005_P60">{{Harvnb|Ross|2005|p=60}}</ref>
 
Contudo, a depressão da Amazônia ocidental distingue-se das demais por ter uma gênese diferenciada, a partir de processos fluviais que acabaram por dar origem a um terreno aplainado e com pequenas e baixas colinas suaves.<ref name="Ross2005_P60"/> As demais depressões, que normalmente são cercadas por escudos cristalinos, encontram-se em grandes bacias. Dentre eleselas, podem ser destacadas as depressões norte e sul amazônica, do altoAlto Paraguai e do Guaporé, do Araguaia e do São Francisco.<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=61–64}}</ref>
 
====Planícies====
[[File:Aerial view of the Amazon Rainforest.jpg|thumb|direita|A planície amazônica se estende ao longo dos principais rios da bacia, como o [[Rio Solimões]].]]
As planícies são formadas a partir da deposição de sedimentos de origem fluvial, lacustre ou marinha, caracterizadas por sua topografia plana. No interior do país, encontram-se associadas a grandes rios. Uma das principais é a P[[planície amazônica|lanície Amazônica]], que segue ao longo do rioRio Amazonas e seus principais afluentes. Outras planícies importantes são a do [[Rio Guaporé|Guaporé]], a do [[Rio Araguaia|Araguaia]] e a do [[Rio Paraguai|Paraguai]],. estaEsta última constitui parte do [[Pantanal]], uma grande planície alagável, com biodiversidade peculiar.<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=64}}</ref>
 
No extremo litoral sul, encontra-se a planície das lagoas [[Lagoa dos Patos|dos Patos]] e [[Lagoa Mirim|Mirim]], formada a partir de depósitos lacustres e marinhos. Ao longo do litoral, existem planícies de pequena extensão, normalmente associadas à foz de rios importantes, como o R[[rio Doce|io Doce]] e o R[[rio Paraíba do Sul|io Paraíba do Sul]].<ref>{{Harvnb|Ross|2005|p=64–65}}</ref>
 
===Pedologia===
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Devido à heterogeneidade das condições geológicas e ambientais do território brasileiro, uma grande diversidade de [[solo]]s é encontrada por todo o país. Para sistematizar a classificação, foi criado o [[Sistema Brasileiro de Classificação de Solos]], que inclui em si as características peculiares encontradas no território.<ref name="solos">{{citar web|url=http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/31072003mapasoloshtml.shtm|titulo=IBGE e Embrapa lançam Mapa de Solos do Brasil |autor=Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística|data=31 de julho de 2003|arquivourl=https://archive.today/ar1Tq|arquivodata=7 de dezembro de 2014|acessodata=7 de dezembro de 2014}}</ref>
 
Os [[latossolo]]s são os mais representativos do país, ocupando uma grande extensão espalhada ao longo de todo o território. Possuem um bom potencial agrícola quando corretamente corrigidos com a adição de [[calcário]] e [[fertilizante|fertilizantes químicos]]. [[Neossolo]]s, por outro lado, são pouco desenvolvidos, ou seja, estão pouco degradados e apresentam uma grade fração de pedras, sendo, portanto, não utilizáveis para a agricultura. [[Nitossolo]]s, por outro lado, possuem alta fertilidade, mas são encontrados em faixas restritas, cobrindo menos de 1% da superfície nacional.<ref name="solos" /> [[Organossolo]]s, ricos em [[matéria orgânica]], ocorrem por todo o país, contudo somente em pequenas áreas. É notável, ainda, a [[terra preta|terra preta da Amazônia]], um solo [[antropogênico]] altamente fértil, desenvolvido por [[Povos indígenas do Brasil|povos indígenas]] há milhares de anos.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|pp=122-128}}</ref>
 
===Riscos geológicos===
{{VT|Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais}}
[[Ficheiro:Voçoroca (23 12 24S - 48 47 59W) - REFON 3.JPG|miniatura|esquerda|[[Voçoroca]] em [[Avaré]], São Paulo.]]
Os principais [[Desastre natural|desastres naturais]] que ocorrem no Brasil são [[inundação|inundações]] e [[deslizamento de terra|deslizamentos de terra]]. Estes problemas ocorrem por todo o território, mas sua frequência é maior em grandes metrópoles nas regiõesRegiões sudesteSudeste e nordesteNordeste, principalmente na [[Rio de Janeiro (cidade)|cidade do Rio de Janeiro]], em sua região serrana do Rio, e em [[Recife]], onde a [[ocupação desordenada]] é a principal responsável por grandes prejuízos. Áreas instáveis, onde uma fina camada de solo recobre as rochas no interior das montanhas, perdem a estabilidade ao serem ocupadas sem o devido planejamento.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|pp=141,142}}</ref>
 
[[Subsidência]]s também ocorrem pontualmente, causadas pela acomodação do solo em cavidades criadas pela dissolução de [[Calcário|rochas calcárias]], criando desde [[Dolina|pequenas depressões]] até grandes afundamentos.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=41}}</ref> Em algumas cidades litorâneas, principalmente no Maranhão e no Rio de Janeiro, a sedimentação eólica também é responsável por grandes prejuízos, onde [[duna]]s móveis avançam sobre a zona urbana e estradas. Ao longo de vários locais na costa, a [[erosão marinha]] causa transtornos, e tende a se tornar cada vez mais intensa, com o aumento do [[nível do mar]].<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=142}}</ref>
 
A [[erosão hídrica]], causada principalmente pelos ciclos de chuva, é responsável pela perda de grandes [[Terra arável|áreas cultiváveis]] e danos à infraestrutura. Este problema se torna mais intenso conforme ocorre o desmatamento e a ocupação e manejo inadequado do solo. Na Amazônia, é comum ainda a [[erosão fluvial]], em que a própria dinâmica dos rios desgasta suas margens, causando seu colapso.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|pp=142-144}}</ref>
 
O território brasileiro está livre da ocorrência de [[Terremoto|grandes terremotos]], por estar situado no centro da [[Placa Sul-Americana]]. Contudo, [[Lista de sismos no Brasil|pequenos sismos]], que atingem até 5 pontos na [[escala Richter]] são comuns, sendo que somente uma morte causada por um terremoto foi registrada até o presente momento, em [[Itacarambi]], Minas Gerais. Não há também ocorrências de desastres relacionados a [[vulcanismo]]s e [[tsunami]]s.<ref>{{Harvnb|Silva|2008|p=144}}</ref>
 
==Clima==
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O [[clima]] do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o [[Relevo (geografia)|relevo]] e a dinâmica das [[massa de ar|massas de ar]].<ref name ="CIA Geo"/> Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na [[temperatura]] quanto na pluviosidade, provocando as diferenças climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais diretamente são as equatoriais ([[Massa equatorial continental|continental]] e [[Massa equatorial atlântica|atlântica]]), tropicais ([[Massa tropical continental|continental]] e [[Massa tropical atlântica|atlântica]]) e a [[Massa polar atlântica|polar atlântica]].<ref>{{citar web|URL=http://www.brcactaceae.org/clima.html |arquivourl= |arquivodata= |título=Climas que ocorrem no Brasil |autor=Projeto Cactáceas Brasileiras |acessodata=9 de dezembro de 2014}}</ref> Dessa forma, o país dispõe de uma ampla variedade de condições de tempo em uma grande área e topografia variada, mas a maior parte do país é [[Clima tropical|tropical]],<ref name ="CIA_Geo">{{citar web|título=Geography of Brazil|autor=Central Intelligence Agency: The World Factbook | ano= 2008| url= https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/br.html |acessodata=9 de dezembro de 2014 |arquivourl= |arquivodata=}}</ref> devido à posição do território brasileiro entre os trópicos de [[Trópico de Câncer|Câncer]] e [[Trópico de Capricórnio|Capricórnio]].<ref>{{citar web|URL=http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Clima/ |arquivourl= |arquivodata= |título=Climas do Brasil |autor=Só Geografia |acessodata=9 de dezembro de 2014}}</ref> As diferentes condições climáticas produzem ambientes que variam de [[Floresta tropical|florestas equatoriais]] no [[Região Norte do Brasil|Norte]] e regiões semiáridas no Nordeste, para [[Floresta temperada de coníferas|florestas temperadas de coníferas]] no Sul e [[Cerrado|savanas tropicais]] no Brasil central,<ref name="BBC Weather">{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/weather/world/country_guides/results.shtml?tt=TT005220 |ligação inativa= |título=Country Guide |acessodata=9 de dezembro de 2014|autor=BBC Weather |arquivourl=http://web.archive.org/web/20110227035036/http://www.bbc.co.uk/weather/world/country_guides/results.shtml?tt=TT005220 |arquivodata=27 de fevereiro de 2011}}</ref> ao mesmo tempo que muitas regiões têm [[microclima]]s totalmente diferentes.<ref name ="Encarta 9">{{citar web|título=Natural Regions |autor=Encarta |publicado=MSN|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761554342_2/Brazil.html |acessodata=9 de dezembro de 2014 |arquivourl=http://www.webcitation.org/5kwQIOd3Z|arquivodata=31 de outubro de 2009}}</ref><ref name="BT">{{Citar web|título=Temperature in Brazil|autor=Brazil Travel|url=http://www.v-brazil.com/information/geography/temperature-graphs.html|acessodata=9 de dezembro de 2014 |arquivourl= |arquivodata=}}</ref> Sobressaltam-se seis tipos climáticos:<ref name="Civita1998">{{Harvnb|Civita|1998}}</ref>
 
* O '''[[clima equatorial]]''' ocorre na região Amazônicaamazônica, ao norte de Mato Grosso e a oeste do [[Maranhão]], e está sob ação da massa de ar equatorial continental – de ar [[calor|quente]] e geralmente [[umidade|úmido]]. Suas principais características são temperaturas médias elevadas ({{fmtn|25|°C}} a {{fmtn|27|°C}}); [[chuva]]s abundantes, com índices próximos de {{fmtn|2000|mm}} ao ano, e bem distribuídas ao longo do ano; e reduzida [[amplitude térmica]], não ultrapassando {{fmtn|3|°C}}. No [[inverno]], essa região pode sofrer influência da massa polar atlântica, que atinge a Amazônia ocidental, ocasionando um fenômeno denominado "[[friagem]]", ou seja, súbito rebaixamento da temperatura em uma região normalmente muito quente.<ref name="Civita1998"/>
* O '''[[clima tropical]]''' abrange todo o Brasil central, a porção oriental do Maranhão, grande parte do [[Piauí]] e a porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (de {{fmtn|18|°C}} a {{fmtn|28|°C}}), com amplitude térmica (de {{fmtn|5|°C}} a {{fmtn|7|°C}}), e [[estação do ano|estações]] bem definidas – uma [[Estação das chuvas|chuvosa]] e outra [[Estação seca|seca]]. Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de {{fmtn|1500|mm}} ao ano. A estação de chuva é o [[verão]], quando a massa equatorial continental está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa massa, diminui a umidade e então ocorre a estação seca.<ref name="Civita1998"/>
* O '''[[clima tropical de altitude]]''' é encontrado nas partes mais elevadas, entre {{fmtn|800|m}} e {{fmtn|1000|m}}, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange trechos dos estados de [[São Paulo]], [[Minas Gerais]], [[Rio de Janeiro]], [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], norte do Paraná e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Sofre a influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre {{fmtn|18|°C}} e {{fmtn|22|°C}}, e [[amplitude térmica]] anual entre {{fmtn|7|°C}} e {{fmtn|9|°C}}. No [[inverno]], as [[geada]]s acontecem com certa frequência em virtude da ação das [[frente fria|frentes frias]] originadas da massa polar atlântica.<ref name="Civita1998"/>
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* O '''[[clima tropical úmido]]''' estende-se pela faixa litorânea do [[Rio Grande do Norte]] ao extremo leste de São Paulo. Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. O clima é quente com variação de temperatura entre {{fmtn|18|°C}} e {{fmtn|26|°C}} e [[amplitude térmica]] maior à medida que se avança em direção ao Sul, sendo úmido e chuvoso durante todo o ano. No Nordeste, a maior concentração de chuva ocorre no [[inverno]]. No Sudeste, no verão. O índice pluviométrico médio é de {{fmtn|2000|mm}} ao ano.<ref name="Civita1998"/>
* O '''[[clima subtropical]]''' também pode ser classificado como [[Clima temperado|temperado]]. É o clima das [[latitude]]s abaixo do [[trópico de Capricórnio]]: abrange o sul do estado de São Paulo, a maior parte do Paraná, [[Santa Catarina]], Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina temperatura média de {{fmtn|18|°C}} e [[amplitude térmica]] anual elevada para padrões brasileiros, de cerca de {{fmtn|10|°C}}. As chuvas variam dos {{fmtn|1000|mm}} aos {{fmtn|2000|mm}} ao ano e bem distribuídas anualmente. Há geadas com frequência e eventuais [[neve|nevadas]].<ref name="Civita1998"/> Em termos de temperatura, apresenta as quatro estações do ano relativamente bem marcadas: os verões são quentes na maior parte da Região Sul (''Cfa'', segundo a [[Classificação climática de Köppen-Geiger]]) e amenos nas serras gaúcha e catarinense e no extremo sul do país, nas partes mais elevadas das [[Serras de Sudeste]] (caracterizado por Köppen como ''Cfb''), com média anual de temperatura inferior aos {{fmtn|17|°C}}. Os invernos são frescos (frios para os padrões brasileiros), com a ocorrência de geadas em toda a sua área de abrangência, havendo a ocorrência de neve nas partes mais elevadas da região.<ref name="Civita1998"/>
* O '''[[clima semiárido]]''' é típico do interior do Nordeste, região conhecida como o P[[polígono das secas|olígono das Secas]], que corresponde a quase todo o [[sertão]] nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre a influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de {{fmtn|27|°C}}) e chuvas escassas (em torno de 750&nbsp;mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega no [[litoral]] norte de Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa nos meses de fevereiro, março e abril.<ref name="Civita1998"/>
 
=== Fenômenos adversos ===
[[Ficheiro:Açude vazio em petrolina.jpg|miniatura|[[Barragem|Açude]] seco em [[Petrolina]], no sertão nordestino.]]
A configuração climática natural, geralmente associada a fatores relacionados à ação do homem, a exemplo do [[desmatamento]] e da emissão de [[dióxido de carbono]] nos grandes centros urbanos, proporciona ocasionais fenômenos adversos com impacto direto ou indireto à população ou à propriedade.<ref name="Ipea_Mudanças">{{citar web|URL=http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2600:catid=28&Itemid=23 |arquivourl= |arquivodata= |título=Mudanças Climáticas - Sociedade de risco |autor=Revista Desafios do Desenvolvimento |data=16 de outubro de 2011 |publicado=Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) |acessodata=9 de dezembro de 2014}}</ref> Enquadram-se nesse contexto eventos pontuais de precipitações intensas nas regiões Sul e Sudeste<ref name="Ipea_Mudanças"/> e as [[Seca no Brasil|secas]] que afetam sobretudo o [[sertão nordestino]]. O país tem 11% de seu território dentro do [[polígono das secas]], segundo dados da [[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura]] (FAO),<ref name="FAO_Seca">{{citar web|URL=http://www.fao.org/docrep/008/ad772s/AD772S05.htm |arquivourl= |arquivodata= |título=Sobre a produção de pescado dos açuces públicos do semiárido Nordeste brasileiro |autor=J. Jarbas S. Gurgel |publicado=Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) |acessodata=9 de dezembro de 2014}}</ref> área a qual a falta d'água implica em imbróglios em pequenas lavouras e criações e posteriormente na [[fome]] e na redução da qualidade de vida no interior nordestino, além da migração para os grandes centros urbanos.<ref>{{citar web|URL=http://reporterbrasil.org.br/1999/09/a-miseria-em-primeiro-lugar/ |arquivourl= |arquivodata= |título=A miséria em primeiro lugar |autor=Leonardo Sakamoto |data=1º de setembro de 1999 |publicado=Repórter Brasil |acessodata=10 de dezembro de 2014}}</ref> Ainda assim, a construção de [[cisterna]]s e [[açude]]s públicos visa a favorecer o máximo aproveitamento da água acumulada pelas chuvas escassas.<ref name="FAO_Seca"/> Por outro lado, a grande extensão territorial do Brasil e sua posição na zona tropical fazem com que seja o país onde ocorre a maior quantidade de [[Raio (meteorologia)|raios]] em todo o mundo, concentrados sobretudo na r[[Bacia do rio Amazonas|regiãoegião Amazônicaamazônica]].<ref>{{citar web|URL=http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/12/incidencia-de-raios-no-sudeste-deve-superar-media-em-2011.html |arquivourl= |arquivodata= |título=Incidência de raios no Sudeste deve superar média em 2011 |autor=G1 |data=25 de dezembro de 2010 |acessodata=11 de dezembro de 2012}}</ref> Ocorrências de [[granizo]], [[vento|vendavais]] e [[tornado]]s, observadas principalmente sobre a regiãoRegião Sul, também são associadas às temperaturas elevadas<ref>{{citar web|URL=http://www.diariopopular.com.br/tudo/index.php?n_sistema=3056&id_noticia=ODkzOTY=&id_area=Mg== |arquivourl= |arquivodata= |título=Primavera chuvosa inicia nesta segunda-feira |autor=Tânia Cabistany |data=20 de setembro de 2014 |publicado=Diário Popular |acessodata=9 de dezembro de 2014}}</ref> e à existência do chamado [[corredor dos tornados da América do Sul]].<ref>{{citar web|URL=http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2012/12/28/brasil-ocupa-o-segundo-lugar-em-uma-lista-de-paises-com-maior-incidencia-de-tornados-no-mundo.htm |título=Brasil é segundo país com maior incidência de tornados no mundo, diz estudo |autor=Fabiana Marchezi |data=28 de dezembro de 2012 |publicado=UOL Notícias |acessodata=28 de dezembro de 2012}}</ref> As chuvas volumosas, agravadas pelas construções de residências em encostas de morros, pelo lixo e esgoto despejados sem o devido controle e pelo adensamento urbano em cidades cujo crescimento da malha urbana ocorreu sem planejamento, culminam em enchentes e deslizamentos de terra.<ref>{{citar web|URL=http://www.brasilescola.com/geografia/enchentes-deslizamentos-terra-no-brasil-principais-causas.htm |arquivourl= |arquivodata= |título=Enchentes e deslizamentos de terra no Brasil: Principais Causas |autor=Júlio César Lázaro da Silva |data=1º de fevereiro de 2013 |acessodata=10 de dezembro de 2014}}</ref>
[[Imagem:Neve na SC-438 em São Joaquim.JPG|thumb|esquerda|[[Neve]] na zona rural de [[São Joaquim (Santa Catarina)|São Joaquim]], [[Santa Catarina]], em 2010.]]
 
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Dadas as características do relevo, a maior parte dos rios brasileiros é de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento hidrelétrico, enquanto que a caudalosidade proporciona um relevante potencial hídrico no desenvolvimento de sistemas de captação de água, irrigação e transporte.<ref name="Antuntes90_P43"/> Merecem destaque também as [[queda de água|quedas-d'água]] de Urubupungá (no rio Paraná), [[Cataratas do Iguaçu|Iguaçu]] (no rio Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio São Francisco), onde estão localizadas [[usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]].<ref name="Antuntes90_P44">{{Harvnb|Antunes|1990|p=44}}</ref> De modo efetivo, os rios são a base constituinte da mais importante fonte de [[energia elétrica]] para o Brasil. Numa variedade de regiões, os rios são também muito importantes como [[Hidrovia Tietê-Paraná|vias de navegações]]. Em um grande número de rios, a [[pesca]] é a atividade mais importante da economia fluvial.<ref name=":0" />
 
Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação pluvial, ou seja, são alimentados pelas águas das chuvas. Em decorrência de o [[clima tropical]] predominar na maior parte do território, as cheias ocorrem durante o verão, constituindo exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não têm vazante acentuada, devido à boa distribuição das chuvas na região, assim como os da baciaBacia Amazônica, também favorecidos pela uniformidade pluviométrica da região.<ref name="Antuntes90_P44"/> Sendo assim, a maior parte dos rios brasileiros é perene, isto é, nunca seca. Mas na região [[Clima semiárido|semiárida]] do Nordeste há rios que podem desaparecer durante uma parte do ano, na estação seca: são os chamados rios temporários ou intermitentes.<ref name="Antuntes90_P44"/>
 
Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do relevo que separam as bacias fluviais — que merecem destaque no Brasil são três: a [[cordilheira dos Andes]], onde nascem alguns rios que formam o rio Amazonas; o [[planalto das Guianas]], de onde partem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros dispersores menores.<ref name="Antuntes90_P45">{{Harvnb|Antunes|1990|p=45}}</ref> A [[Rede de drenagem|drenagem]] é predominantemente exorreica, ou seja, os rios correm em direção ao mar, como o Amazonas, o [[Rio São Francisco|São Francisco]], o [[Rio Tocantins|Tocantins]] e o [[Rio Parnaíba|Parnaíba]]. Pouquíssimos são os casos de [[Bacia endorreica|drenagem endorreica]], em que os rios se dirigem para o interior do país, desaguando em outros rios, como o [[Rio Negro (Amazonas)|Negro]], o [[rio Purus|Purus]], o [[Rio Paraná|Paraná]], o [[Rio Iguaçu|Iguaçu]] e o [[Rio Tietê|Tietê]].<ref name="Antuntes90_P44"/> Ao desembocarem em outro curso ou no oceano, os rios podem apresentar-se com uma [[foz]] do tipo [[estuário]], com um único canal, ou do tipo [[delta]], com vários canais entremeados de ilhas; ocorre, excepcionalmente, o tipo misto. No Brasil, predominam rios com foz do tipo estuário, com exceção do rio Amazonas, que possui foz do tipo misto, e de rios como [[Rio Paranaíba|Paranaíba]], [[Rio Acaraú|Acaraú]], [[Rio Piranhas|Piranhas]] e [[Rio Paraíba do Sul|Paraíba do Sul]], que possuem foz do tipo delta.<ref name="Antuntes90_P45"/>
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{{Bacias hidrográficas do Brasil}}
 
* '''[[Bacia do rio Amazonas|Bacia Amazônica]]:''' Conforme já citado, corresponde à maior bacia hidrográfica do mundo e abriga um dos maiores cursos hidrográficos do planeta, o rio Amazonas.<ref name="IHU_Amazonas"/> Ocupa mais da metade do território brasileiro e se estende ainda pela Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa e além do rio principal — Amazonas —, compreende os seus afluentes: na margem esquerda, os rios [[rio Içá|Içá]], [[rio Japurá|Japurá]], Negro e [[rio Trombetas|Trombetas]]; na margem direita, os rios [[rio Juruá|Juruá]], Purus, [[rio Madeira|Madeira]], [[rio Tapajós|Tapajós]] e [[rio Xingu|Xingu]].<ref name="Antuntes90_P47">{{Harvnb|Antunes|1990|p=47}}</ref> Atravessada pela linha do equador na sua porção norte, a bacia possui rios nos dois hemisférios e, devido à sua posição geográfica, apresenta três regimes de cheias: nos rios do norte, tropical boreal, com volume máximo em julho; nos rios do sul, tropical austral, com volume máximo em março; e no tronco central, volume máximo em abril, maio e junho. Dessa forma, o rio Amazonas tem sempre um grande volume de água, já que seus afluentes sofrem cheias em épocas diferentes.<ref name="Antuntes90_P47" /> Outros numerosos cursos de água compõem o cenário da planície Amazônicaamazônica, a exemplo dos [[córrego]]s ou pequenos rios que unem rios maiores entre si; os [[igarapé]]s, pequenos e estreitos canais naturais espalhados pelo baixo-planalto e planície; e os [[Paraná-mirim|paranás-mirins]], braços de rios que contornam ilhas fluviais.<ref name="Antuntes90_P48">{{Harvnb|Antunes|1990|p=48}}</ref>
* '''[[Bacia do rio da Prata|Bacia Platina]]:''' É formada pelas bacias dos rios [[Rio Paraná|Paraná]], [[Rio Paraguai|Paraguai]] e [[Rio Uruguai|Uruguai]], estendendo-se pelo Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina.<ref name="Antuntes90_P49">{{Harvnb|Antunes|1990|p=49}}</ref> A [[bacia do rio Paraná]] é a mais extensa, abrangendo mais de 10% do território nacional. Possui o maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil, merecendo destaque grandes usinas, como a de [[Usina Hidrelétrica de Itaipu|Itaipu]], [[Usina Hidrelétrica de Jupiá|Jupiá]] e [[Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira|Ilha Solteira]], no rio Paraná; [[Usina Hidrelétrica de Ibitinga|Ibitinga]], Barra Bonita e Bariri no rio Tietê; Cachoeira Dourada, [[Usina Hidrelétrica de Itumbiara|Itumbiara]] e São Simão, no rio Paranaíba; [[Usina Hidrelétrica de Furnas|Furnas]], no [[Rio Grande (Minas Gerais)|rio Grande]]; e ainda [[Usina Hidrelétrica de Capivara|Capivara]], no [[rio Paranapanema]].<ref name="Antuntes90_P49"/> A [[bacia do rio Paraguai]] compreende um único grande rio, o Paraguai, que possui mais de {{fmtn|2000|km}} de extensão, dos quais {{fmtn|1400|km}} ficam em território nacional. É tipicamente um rio de planície, bastante navegável. Os principais portos nela localizados são [[Porto de Corumbá|Corumbá]] e [[Porto Murtinho]].<ref name="Antuntes90_P50">{{Harvnb|Antunes|1990|p=50}}</ref> A [[bacia do rio Uruguai]], por sua vez, estende-se pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e é formada pelos rios [[Rio Canoas (Santa Catarina)|Canoas]] e [[Rio Pelotas|Pelotas]].<ref name="Antuntes90_P50"/>
* '''[[Bacia Araguaia-Tocantins|Bacia do Tocantins-Araguaia]]:''' O [[rio Tocantins|Tocantins]], principal rio dessa bacia, nasce no centro de Goiás e deságua junto à foz do rio Amazonas, no Pará. Em seu percurso, recebe o [[rio Araguaia]], que se divide em dois braços através do [[Rio Javaés]] (o chamado Braço Menor), formando a [[Ilha do Bananal]]; situada no estado do Tocantins. Além de apresentar-se navegável em muitos trechos, é a terceira do país em potencial hidrelétrico, encontrando-se nela a [[Usina Hidrelétrica de Tucuruí]].<ref name="Antuntes90_P48"/>
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Não há um consenso quando à divisão da costa brasileira, tendo apenas compartimentações que levam em consideração diferentes elementos e características específicas em comum, tais como o clima e a geomorfologia. O estudo de Tessler e Samara, por exemplo, considera a formação do litoral, levando à divisão em Litoral Amazônico; Litoral Nordestino de Barreiras; Litoral Oriental; Litoral Sudeste ou de Escarpas Cristalinas; e Litoral Meridional ou Subtropical.<ref name="RevistaGeografia_Litoral"/> A seguir, é listada uma descrição do litoral brasileiro por região.<ref name="Uol_Litoral"/>
[[Ficheiro:Velejando nas nuvens.jpg|thumb|direita|Horizonte da Praia da Feiticeira, em [[Ilhabela]], [[São Paulo]].]]
* O '''litoral da regiãoRegião Norte''' abrange a costa do Amapá e a do Pará e este é marcado pela foz do rio Amazonas, com [[canal|canais]], pequenos lagos, manguezais e ilhas, entre elas a de Marajó. No norte do Amapá há ainda longas restingas.<ref name="Uol_Litoral"/><ref>{{citar web|URL=http://www.anp.gov.br/brnd/round6/guias/PERFURACAO/PERFURACAO_R6/refere/RegiaoNorte.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Diagnóstico para avaliação e ações prioritárias para conservação da biodiversidade da zona costeira e marinha amazônica |autor=João Ubiratan Moreira dos Santos, Inocêncio de Sousa Gorayeb e Maria de Nazaré do Carmo Bastos |data=outubro de 1999 |publicado=Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref>
* O '''litoral da regiãoRegião Nordeste''' é bem diversificado. No Maranhão, encontram-se as dunas do [[Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses]], que abrigam lagoas no período das chuvas,<ref>{{citar web|URL=http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/ma_erosao.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Maranhão |autor=Maâmar El-Robrini, Valter Marques J., Marcelo Augusto Moreno Alves da Silva, Maria Helena S. El-Robrini, Antonio Cordeiro Feitosa, José Edgar Freitas Tarouco, Jorge Hamilton Souza dos Santos e Janilson Rosa Viana |publicado=Ministério do Meio Ambiente |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref> e o delta do rio Parnaíba, na divisa com o Piauí. Entre o Rio Grande do Norte e a Bahia alternam-se restingas, dunas, lagoas e mangues,<ref name="Uol_Litoral"/> sendo notada a foz do rio São Francisco na divisa de Sergipe e Alagoas.<ref>{{citar web|URL=http://360graus.terra.com.br/montanhismo/default.asp?did=6914&action=coluna |arquivourl= |arquivodata= |título=Os Mistérios da Foz do Rio São Francisco |autor=Guilherme Rocha |data=21 de abril de 2003 |publicado=360 Graus |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref> É marcante também a [[baía de Todos-os-Santos]], no [[recôncavo baiano]].<ref name="Uol_Litoral"/>
* O '''litoral da regiãoRegião Sudeste''' tem diversos trechos escarpados e outros amplos e retilíneos. Do Espírito Santo ao Rio de Janeiro são comuns pequenas elevações, baixadas e restingas,<ref>{{citar web|URL=http://www.scielo.br/pdf/abb/v13n2/v13n2a09.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Estrutura de duas formações vegetais do cordão externo da restinga de Marambaia, RJ |autor=Luis Fernando Tavares de Menezes e Dorothy Sue Dunn de Araujo |data=28 de novembro de 1997 |publicado=Departamento de Botânica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://www.anp.gov.br/brasil-rounds/round7/round7/guias_r7/PERFURACAO_R7/refere/Restingas.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Diagnóstico das restingas no Brasil |autor=Sandro Menezes Silva |data=outubro de 2013 |publicado=Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref> tendo a presença de lagunas no estado fluminense, entre [[Cabo Frio]] e as proximidades da [[baía de Guanabara]]. Entre o oeste do Rio de Janeiro e São Paulo, o litoral se torna sinuoso e escarpado, marcado pela presença natural da [[serra do Mar]].<ref name="Uol_Litoral"/><ref>{{citar web|URL=http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_publicacao/78_publicacao12122008091134.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Rio de Janeiro |autor=Dieter Muehe, Cristiano Figueiredo Lima e Flavia Moraes Lins-de-Barros |publicado=Ministério do Meio Ambiente |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref>
* O '''litoral da regiãoRegião Sul''' é bastante recortado no Paraná, onde se encontra separado do interior através da serra do Mar por vertentes de até {{fmtn|1000}} metros de desnível. Destaca-se então a presença de baías como a [[baía das Laranjeiras]].<ref>{{citar web|URL=http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/pr_erosao.pdf |arquivourl= |arquivodata= |título=Paraná |autor=Rodolfo José Angulo, Carlos Roberto Soares, Eduardo Marone, Maria Cristina de Souza, Lydio Luiz Risseti Odreski e Mauricio Almeida Noernberg |publicado=Ministério do Meio Ambiente |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref> Planícies costeiras são observadas até o norte de Santa Catarina devido à presença da serra do Mar, enquanto que entre o sul catarinense e o Rio Grande do Sul as planícies são mais extensas, retilíneas e arenosas, marcadas pela vizinhança da laguna dos Patos e lagoa Mirim.<ref name="Uol_Litoral"/><ref name="RevistaGeografia_Litoral">{{citar web|URL=http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/47/artigo277244-2.asp |arquivourl= |arquivodata= |título=Litoral de norte a sul |autor=Mauricío Barroso |data=2010 |publicado=Revista Geografia |acessodata=17 de dezembro de 2014}}</ref>
 
===Ilhas oceânicas===