Shindo Renmei: diferenças entre revisões

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Segundo o pesquisador Rogério Dezem, alguns católicos japoneses ([[Keizo Ishihara]], [[Margarida Watanabe]] e [[Massaru Takahashi]]) criaram, com a aprovação da [[Igreja Católica]] e das autoridades do governo, uma caixa beneficente, chamada simplificadamente de "Pia", com o objetivo de prestar ajuda aos membros pobres da colônia.
 
 
Um ex-[[coronel]] do exército japonês, [[Junji Kikawa]], participou das atividades da "Pia". Em [[1942]], após um violento confronto envolvendo brasileiros e japoneses na cidade de [[Marília]], Junji Kikawa fundou a Shindo Renmei, a "Liga do Caminho dos Súditos", em [[língua japonesa|idioma japonês]]). Em [[1944]], desligou-se da entidade beneficente "Pia", pois a diretoria desta opunha-se à propaganda que ele fazia do uso da sabotagem. Junji Kikawa imprimia e distribuía panfletos que aconselhavam os agricultores nipo-brasileiros a abandonar ou destruir a produção de [[seda]] (usada na fabricação de [[pára-quedas]]) e [[hortelã]] (o [[mentol]] derivado era utilizado para tornar a [[nitroglicerina]] mais potente). Ocorreram alguns atos de destruição de criação de bicho-da-seda e de plantações de hortelã de agricultores nipo-brasileiros, porém as autoridades policiais não investigaram os fatos devidamente e o assunto foi logo esquecido.
 
 
A Shindo Renmei tinha sede na ''rua Paracatu'', nº 96, ''bairro da Saúde'', na [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]]. Chegou a possuir 64 filiais nos estados de [[São Paulo]] e [[Paraná]]. Mantinha-se com doações de seus filiados.
[[Ficheiro:Nagasakibomb.jpg|thumb|direita|240px|<center>[[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki|Bombardeio atômico sobre Nagasaki]]</center>]]
Com o fim da [[Segunda Guerra Mundial]], muitos integrantes da Shindo Renmei recusaram-se a acreditar nas notícias oficiais sobre a derrota do [[Japão]]. Seus objetivos então passaram a ser: punir os derrotistas, divulgar a "verdade" (que o Japão venceu ou vencia a guerra) e defender a honra do [[Hirohito|imperador]].
 
 
A comunidade [[Imigração japonesa no Brasil|nipo-brasileira]] da época ficou dividida a partir das ameaças realizadas por membros mais fanáticos da Shindo Renmei em:
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Uma parte da população brasileira reagiu passionalmente e espancou alguns nipo-brasileiros inocentes ou pertencentes à Shindo Renmei. Confrontos ocorreram em cidades do interior paulista onde havia grande quantidade de imigrantes japoneses, como na região de [[Tupã (São Paulo)|Tupã]], [[São Paulo]].<ref name="morais"/>
 
Depois de dois atentados da Shindo Renmei, o assassinato de um caminhoneiro brasileiro cometido por um outro caminhoneiro japonês, em 31 de julho de [[1946]], fez com que a população de [[Osvaldo Cruz]] saísse às ruas disposta a linchar todos os [[Imigração japonesa no Brasil|nipo-brasileiros]] que encontrasse. O tumulto foi controlado apenas com a chegada de tropas do [[Exército Brasileiro|Exército]] chamadas pelo médico Oswaldo Nunes.<ref name="suzuki">[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2004200804.htm SUZUKI Jr, Matinas. História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo ''in'' Folha de São S.Paulo, 20 de abril de 2008]</ref>
 
O exército e o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) realizaram operações de investigação nos estados de [[São Paulo]] e do [[Paraná]]. Segundo a polícia paulista, 31.380 [[Imigração japonesa no Brasil|nipo-brasileiros]] foram investigados como suspeitos de ter ligações com a organização. O DEOPS identificou criminalmente 376 nipo-brasileiros.<ref name="suzuki"/> Finalmente, as lideranças da Shindo Renmei e boa parte dos ''tokkotais'' foram presos.
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*{{Link||2=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000393553 |3=Biblioteca Digital da UNICAMP - Narciso no império dos crisantemos : interpretando o movimento Shindo Renmei}}
{{Portal3|História|Brasil|Japão}}
 
[[Categoria:1940 no Brasil]]
[[Categoria:Era Vargas]]