Eugênia Ana dos Santos: diferenças entre revisões

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Dentro do Ilê Axé Opô Afonjá de Salvador existe naquele espaço sagrado a casa de Iyá - Yemonja dos Yorubás, de Grunci. Mãe Agripina a Iyalorixá que substituiu Mãe Aninha no Opô Afonjá do Rio de Janeiro, tinha o desejo de trazer os assentamento
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<blockquote>"Para se tornar mãe-de-santo tem que nascer, é uma escolha do Orixá. Ser mãe-de-santo é dom, porque a pessoa tem que ser dotada para exercer o cargo. Se a pessoa não for dotada ela pode saber o máximo, mas nunca será Mãe."</blockquote>
 
Os pais de ''Eugênia Anna Santos'' imprimiram-lhe um sentido religioso profundo, advindo das antigas tradições [[gurunsi]].<ref>Os [[gurunsi]] são um conjunto de grupos étnicos que hoje habitam o norte de [[Gana]] e o sul de [[Burkina Faso]], região do Alto Volga; existem evidências de que os [[gurunsi]] habitam a região desde 1100 a.C.; hoje, sua população estimada é de 1,2 milhão de pessoas. Segundo Vivaldo da Costa Lima, os [[gurunsi]] não mantinham nenhuma relação com os iorubás até o tráfico negreiro. Nina Rodrigues conheceu alguns [[gurunsi]] em Salvador, no fim do século XIX, conforme referência em "Os Africanos no Brasil": os negros galinhas teriam sido embarcados na feitoria existente na foz do rio das Galinhas (o Gallina River dos mapas ingleses), no golfo de Benin. Este porto, muito ativo no tráfico de escravos até meados do século XIX, era o local mais direto ou mais fácil de atingir, para os negros grunces trazidos do norte, contornando a terra perigosa dos axantes.</ref> Segundo ''Agenor Miranda Rocha'', Pai Agenor:<ref name="Santana">Santana, Marcos. Mãe Aninha de Afonjá: um mito afro-baiano. 2006. Ver seção Bibliografia.</ref><blockquote>"Foi iniciada ainda criança para Iá Grimborá,<ref>Iyá Grimborá, que na nação ketu corresponde a Iyamassê, qualidade de Yemanjá que representa a mãe de Sàngó.</ref> divindade da nação grunci, de seus pais africanos"</blockquote>''Mãe Stella'', em seu livro '''''Meu Tempo é Agora''''' escreve:<ref name="Santos" /><blockquote>"A Iyálòriṣa era descendente de africanos Grunci. Foi iniciada no culto aos Oriṣá Yoruba, popularmente chamado KETU, cultuando, também, as divindades familiares, grunci. Construiu uma casa para Iyá, Oriṣá Obinrin correspondente à Yemọja dos Yoruba. Outras divindades grunci são cultuadas na casa de Iyá; um culto à parte, diferenciado."<br />"(...) Mãe Aninha era de Şàngó, filha-de-santo de Iyá Marcelina - Ǫba Tosin, do Candomblé do Engenho Velho, o Aşę Iyá Naso Oká."</blockquote>Dentro do Ilê Axé Opô Afonjá de Salvador existe naquele espaço sagrado a casa de Iyá - Yemonja dos Yorubás, de Grunci. Mãe Agripina a Iyalorixá que substituiu Mãe Aninha no Opô Afonjá do Rio de Janeiro, tinha o desejo de trazer os assentamento de Iyá para a casa carioca, a todo pedido de Mãe Agripina, a Matriarca Iyá Obá Biyí dispensava atenção, no entanto, não tomava a providência sem consulta ao Orixá, e recebeu de Iyá-Yemonjá que somente sairia de onde estava para a casa que estava sendo construída em São Gonçalo, ou seja, no Opô Afonjá de Salvador.
 
O antropólogo e professor emérito da [[Universidade Federal da Bahia]] (UFBA), ''Vivaldo da Costa Lima'', em seu texto '''''Candomblés da Bahia na década de 30''''' escreve:<ref name="Lima 1">Lima, Vivaldo da Costa. O candomblé da Bahia na década de 30. 2004. Ver seção Bibliografia.</ref><blockquote>"Utilizo aqui as informações que me foram confiadas pela ialorixá Senhora, Maria Bibiana do Espírito Santo, filha-de-santo de Aninha e bisneta-de-sangue de Marcelina Obatossi: – “Depois da morte de minha vó Marcelina é que minha mãe fez santo no Engenho Velho. Fez Afonjá, com minha tia Teófila, Bamboxê e Joaquim”. Indagada sobre essa segunda feitura no santo, Senhora me respondeu que “isso tinha que ser feito, porque Xangô deu dois nomes na terra de Tapa, Ogodô e Afonjá”. Senhora me disse ainda que o ajibonã de sua mãe-de-santo “foi homem, não foi mulher – Pedro do Cabeça, marido da finada Tia Tiana, Oloxun, mãe-de-santo de Popó, que morava na rua das Campelas."</blockquote>