Etanol como combustível no Brasil: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 189.4.83.91 para a última revisão de Dexbot, de 23h14min de 24 de setembro de 2015 (UTC)
Início dos trabalhos.
Linha 1:
{{em construção}}
<!--Para melhorar o contéudo e o estilo, siga como referência o artigo em inglês "Ethanol fuel in Brazil". Este artigo foi criado como tradução desse, mais ainda faltou muito por traduzir-->
[[Ficheiro:Sao Paulo ethanol pump 04 2008 74 zoom.jpg|250px|thumb|right|O [[álcool]] está disponível em todos os postos do país. Posto típico da [[Petrobras]] em [[São Paulo]], com fornecimento de álcool (marcado A) e gasolina comum (marcada G).]]
O '''[[Brasil]]''' é o segundo maior produtor mundial de '''[[etanol combustível]]''', e até 2010, o maior exportador do mundo. Juntos, Brasil e [[Estados Unidos]] lideram a produção industrial de etanol, representando em conjunto 87,8% da produção mundial em 2010<ref name=RFAProd2010/><ref name="WorldBank">{{cite web|url=http://siteresources.worldbank.org/INTWDR2008/Resources/2795087-1192112387976/WDR08_05_Focus_B.pdf|title=Biofuels: The Promise and the Risks, in World Development Report 2008|publisher=The World Bank|year=2008|pages=70–71|accessdate=2008-05-04|format=PDF}}</ref> e 87,1% em 2011.<ref name=RFAOutlook2012/>Em 2011, o Brasil produziu 21,1 bilhões de litros, o que representava 24,9% do total de etanol do mundo usado como combustível.<ref name=RFAOutlook2012/>
O [[Brasil]] é o segundo maior produtor de [[etanol]] do mundo, o maior [[exportador]] mundial, e é considerado o líder internacional em matéria de [[biocombustíveis]] e a primeira [[economia]] em ter atingido um uso [[sustentável]] dos [[biocombustíveis]].<ref name="Wilson">{{cite web|url=http://www.wilsoncenter.org/topics/pubs/Brazil_SR_e3.pdf|title=Brazil Institute Special Report: The Global Dynamics of Biofuels|author=Daniel Budny and Paulo Sotero, editor|publisher=Brazil Institute of the Woodrow Wilson Center|date= 2007-04|accessdate=2008-05-03|language=Inglés}}</ref><ref name="Apollo">{{Referência a livro | Autor = Jay Inslee e Bracken Hendricks | Título = Apollo's Fire | Ano = 2007 | pages=153-155, 160-161 | Editora = Island Press, Washington, D.C. |language=Inglês |id = ISBN 978-1-59726-175-3 }} Ver o capítulo 6. ''Homegrown Energy'' (Energía cultivada en casa).</ref><ref name="NYT100406">{{cite web|url=http://www.nytimes.com/2006/04/10/world/americas/10brazil.html?pagewanted=1&sq=Bush%20Brazil%20ethanol&st=nyt&scp=5 |title=With Big Boost From Sugar Cane, Brazil Is Satisfying Its Fuel Needs |author=Larry Rother|publisher=The New York Times|date=2006-04-10|accessdate=2008-04-28|language=Inglés }}</ref> Juntamente, o [[Brasil]] e os [[Estados Unidos]] lideram a produção do [[etanol]], e foram responsáveis em [[2008]] por 89% da produção mundial <ref name="WasPos1">{{cite web |url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/02/22/AR2007022201361.html |title=Latin America -- the 'Persian Gulf' of Biofuels? |publisher=The Washington Post|author= Marcela Sanchez |date=2007-02-23 |accessdate=2008-05-03|language=Inglés }}</ref> e quase 90% do etanol combustível.<ref name="WorldBank">{{cite web|url=http://siteresources.worldbank.org/INTWDR2008/Resources/2795087-1192112387976/WDR08_05_Focus_B.pdf |title=Biofuels: The Promise and the Risks, in World Development Report 2008 |publisher=The Worl Bank|date=2008|pages= pp. 70-71|accessdate=2008-05-04|language=Inglés }}</ref> Em 2008 a produção brasileira foi de 24,5 bilhões de [[litro]]s,<ref name="RFA1E">{{cite web |url=http://www.ethanolrfa.org/industry/statistics/#E|title=Industry Statistics: Annual World Ethanol Production by Country|publisher=Renewable Fuels Association|date= |accessdate=2008-05-02|language=Inglés }}</ref> equivalente ao 37,3% da produção mundial de etanol.<ref name="WorldBank"/> A indústria brasileira de etanol tem 30 anos de história e o país usa como [[insumo]] agrícola a [[cana-de-açúcar]], além disso, por regulamentação do Governo Federal, toda a [[gasolina]] comercializada no país é misturada com 25% de etanol, e desde Julho de 2009 circulam no país mais de 8 milhões de [[veículos]], [[automóveis]] e veículos comerciais leves,<ref name= "Folha Online">{{cite web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u428265.shtml|title=Veículos flex somam 6 milhões e alcançam 23% da frota |date=2008-08-04| publisher=Folha Online |accessdate=2008-08-09|language=Portugués}}</ref> que podem rodar com 100% de etanol ou qualquer outra combinação de etanol e [[gasolina]], e são chamados popularmente de [[Veículo flex|carros "flex"]].
 
O país é classificado como a primeira economia sustentável com base em [[biocombustíveis]] do mundo, além de ser um líder da indústria de biocombustíveis,<ref name="Wilson">{{cite web|url=http://www.wilsoncenter.org/topics/pubs/Brazil_SR_e3.pdf|title=Brazil Institute Special Report: The Global Dynamics of Biofuels|author=Daniel Budny and Paulo Sotero, editor|publisher=Brazil Institute of the Woodrow Wilson Center|date= Abril de 2007|accessdate=3 de maio de 2008|format=PDF}}</ref><ref name="Apollo">{{Cite book|last = Inslee, Jay; Bracken Hendricks|title=Apollo's Fire|year=2007|pages=153–155, 160–161|publisher=Island Press, Washington, D.C.|isbn=978-1-59726-175-3|chapter=6. Homegrown Energy}}</ref><ref name="NYT100406">{{cite news|url=http://www.nytimes.com/2006/04/10/world/americas/10brazil.html?pagewanted=1&sq=Bush%20Brazil%20ethanol&st=nyt&scp=5|title=With Big Boost From Sugar Cane, Brazil Is Satisfying Its Fuel Needs|author=Larry Rohter|publisher=[[The New York Times]]|date=10 de abril de 2006|accessdate=2008-04-28}}</ref><ref name="Econon06_08">{{cite news|url=http://www.economist.com/world/la/displaystory.cfm?story_id=11632886|title=Biofuels in Brazil: Lean, green and not mean|publisher=[[The Economist]]|date=26 de junho de 2008|accessdate=28 de novembro de 2008}}</ref> um modelo para outros países; e seu etanol de [[cana-de-açúcar]] é considerado "o [[combustível alternativo]] mais bem sucedido até o momento."<ref name="TwoBillion">{{Cite book|last = Sperling, Daniel and Deborah Gordon|title=Two billion cars: driving toward sustainability|year=2009|pages=95–96|publisher=[[Oxford University Press]], New York|isbn=978-0-19-537664-7|chapter=4 Brazilian Cane Ethanol: A Policy Model. The authors consider that ethanol production in Brazil is a unique situation and it is not replicable, they think there is no other country where it makes sense to convert sugar or starch crops to ethanol, particularly the US.}}</ref> No entanto, alguns autores consideram que o modelo brasileiro só é sustentável no Brasil devido à sua tecnologia agroindustrial avançada e devido a enorme quantidade de [[terra arável]] disponível em seu território;<ref name="TwoBillion"/> enquanto de acordo com outros autores, o etanol brasileiro seria uma solução apenas para alguns países da [[Trópicos|zona tropical]] da [[América Latina]], [[Caribe]] e [[África]].<ref name="HotFlat">{{Cite book|last =[[Thomas L. Friedman]]|title=[[Hot, Flat, and Crowded]]|year=2008|page=190|publisher=Farrar, Straus and Giroux, New York|isbn= 978-0-374-16685-4}} "The author considers that ethanol can be a transport solution for Brazil, but one that only can be replicated in other tropical countries, from Africa to the Caribbean."</ref><ref name=KSG2009>{{cite web|url=http://belfercenter.ksg.harvard.edu/publication/19856/certification_strategies_industrial_development_and_a_global_market_for_biofuels.html|title=Certification Strategies, Industrial Development and a Global Market for Biofuels|author= Hausmann, Ricardo and Rodrigo Wagner|publisher=Belfer Center for Science and International Affairs and Sustainability Science Program, [[Center for International Development]], [[John F. Kennedy School of Government]], [[Harvard University]]|date=Outubro de 2009|accessdate=9 de fevereiro de 2010}} Discussion Paper 2009-15. "The authors found that for some countries in Central Africa and Latin America ethanol can represent a large industry, at least relative to current exports. The list of the relative importance of biofuels (sugarcane ethanol in particular and replicating the Brazilian production system) is headed by Suriname, Guyana, Bolivia, Paraguay, DR of Congo, and Cameroon. See pp. 5–6"</ref><ref>{{Cite book|last = Mitchell, Donald|title=Biofuels in Africa: Opportunities, Prospects, and Challenges|year=2010|pages=xix–xxxii|publisher=[[The World Bank]], Washington, D.C.|isbn=978-0-8213-8516-6}} See Executive Summary and Appendix A: The Brazilian Experience.</ref>
 
O programa de etanol combustível do Brasil é baseado na tecnologia agrícola mais eficiente para o cultivo de cana-de-açúcar no mundo<ref name="IADB"/> e utiliza equipamentos modernos e plantas baratas como [[matéria-prima]], enquanto o bagaço residual é usado para produzir calor e energia, o que resulta em um preço muito competitivo e também em um equilíbrio de alta energia (produção de energia / energia gasta), que varia de 8,3 para condições médias a 10,2 na produção com melhores práticas.<ref name="NYT100406"/><ref name="MLA_2004">{{cite web|url=http://www.eners.ch/plateforme/medias/macedo_2004.pdf|author=Macedo Isaias, M. Lima Verde Leal and J. Azevedo Ramos da Silva|title=Assessment of greenhouse gas emissions in the production and use of fuel ethanol in Brazil|publisher=Secretariat of the Environment, Government of the State of São Paulo|year=2004|accessdate=9 de maio de 2008|format=PDF |archiveurl = http://web.archive.org/web/20080528051443/http://www.eners.ch/plateforme/medias/macedo_2004.pdf <!-- Bot retrieved archive --> |archivedate = 28 de maio de 2008}}</ref> Em 2010, a [[Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos]] designou o etanol brasileiro como um biocombustível avançado, devido à sua redução de até 61% das emissões totais na [[análise do ciclo de vida]] de [[gases do efeito estufa]], incluindo emissões diretas através de mudanças no uso indireto da terra.<ref name=EPA2010/><ref name=GreenMom/>
 
Já não há quaisquer veículos leves no Brasil rodando apenas através de [[gasolina]]. Desde 1976, o governo tornou obrigatória a [[Misturas comuns do álcool combustível|mistura de etanol]] [[anidro]] à gasolina, oscilando entre 10% a 22%,<ref name="USP"/> e que requer apenas um pequeno ajuste em motores a gasolina normais. Em 1993, a mistura obrigatória foi fixada por lei em 22% de etanol anidro ([[Misturas comuns do álcool combustível|E22]]) em volume em todo o país, mas com uma margem de manobra dada ao [[poder executivo]] para definir diferentes porcentagens de etanol, dentro dos limites pré-estabelecidos. Em 2003, esses limites foram fixados a um mínimo de 20% e um máximo de 25%.<ref name="Lei8723"/> Desde 1 de julho de 2007, a mistura obrigatória é de 25% de etanol anidro e 75% de gasolina ([[Misturas comuns do álcool combustível|E25]]).<ref name="Portaria2007"/> O limite inferior foi reduzida para 18% em abril de 2011, devido a recorrentes escassez de oferta de etanol e os preços elevados que ocorrem entre as épocas de colheita.<ref name=E18/>
 
A [[indústria de transformação]] brasileira desenvolveu [[Veículo flex|veículos flex]], que podem rodar com qualquer proporção de gasolina e etanol hidratado (E100).<ref name="CEPAL">{{cite web|url=http://www.agrocombustibles.org/conceptos/CepalBiocombustiblesLac2004.pdf|title=Perspectivas de un Programa de Biocombustibles en América Central: Proyecto Uso Sustentable de Hidrocarburos|author=Luiz A. Horta Nogueira|publisher=Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL)|date=22 de março de 2004|accessdate=9 de maio de 2008|language=Spanish|format=PDF}}</ref> Lançados no mercado em 2003, os veículos flex tornaram-se um sucesso comercial,<ref name="ICIS">{{cite web|url=http://www.icis.com/Articles/2007/11/12/9077311/brazils-flex-fuel-car-production-rises-boosting-ethanol-consumption-to-record-highs.html|title=Brazil's flex-fuel car production rises, boosting ethanol consumption to record highs|date=12 de novembro de 2007|author=William Lemos|publisher=ICIS chemical business|accessdate=3 de maio de 2008}}</ref> alcançaram um recorde de participação de 92,3% de todos os carros novos e vendas de veículos leves em 2009.<ref name="UnicaFlex10">{{cite web |url=http://www.unica.com.br/noticias/show.asp?nwsCode={75623F19-854B-4588-A8CA-C5F96BAF25CC}|title=
UNICA: venda de veículos flex no Brasil cresce 13,9% em 2009 e frota ultrapassa 9 milhões de unidades|publisher= [[UNICA]]|date=11 de janeiro de 2010 |accessdate=9 de fevereiro de 2010}}</ref> Aprodução cumulativa de automóveis flex atingiu a marca de 10 milhões de veículos em março de 2010<ref name=Veja0310>{{cite news|url=http://www.abril.com.br/noticias/economia/brasil-alcanca-marca-10-milhoes-carros-flex-940397.shtml|title=Brasil alcança marca de 10 milhões de carros flex|publisher=[[Veja (revista)]]|author=Agência Estado|date=4 de março de 2010 |accessdate=7 de março de 2010}}</ref><ref name=GCC0310>{{cite web|url=http://www.greencarcongress.com/2010/03/anfavea-20100306.html#more=|title=Automakers in Brazil Hit 10M Flex-Fuel Vehicle Mark; Brazilian Sugarcane Association Urges Global Dissemination|publisher=[[Green Car Congress]]|date=6 de março de 2010 |accessdate=9 de março de 2010}}</ref> e de 15,3 milhões de unidades em março de 2012.<ref name=MDIC2012>{{cite web|url=http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=999|title=Álcool combustível - Uso veicular do álcool combustível |author=MDIC|publisher=Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)|year=2012|accessdate=22 de março de 2012}}</ref> Em meados de 2010, havia 70 modelos de veículos flex disponíveis no mercado, fabricados por 11 grandes fabricantes de automóveis.<ref name=ModAvailable/> O sucesso dos veículos "flex", em conjunto com a mistura E25 obrigatória em todo o país, permitiu que o consumo de álcool combustível no país atingisse uma quota de mercado de 50% da frota de carros movidos a gasolina em fevereiro de 2008.<ref name="ANP07_2008">{{cite web|url=http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200807152306_ABR_77211977|title=ANP: consumo de álcool combustível é 50% maior em 2007|author=Agência Brasil|date=15 de julho de 2008|publisher=Invertia|accessdate=9 de agosto de 2008}}</ref><ref name="50consumo"/> Em termos de [[Tonelada equivalente de petróleo|energia equivalente]], o etanol de cana representou 17,6% do consumo total de energia do país no setor dos transportes em 2008.<ref name=BEN2009>{{cite web|url=https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2009.pdf|title=Balanço Energético Nacional 2009: Ano base 2008|author=Empresa de Pesquisa Energética|year=2009|publisher=Ministério de Minas e Energia do Brasil|accessdate=22 de junho de 2010}}</ref>
 
== História ==