Campanha do Egito: diferenças entre revisões

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===Contra-ofensiva turca e britânica===
 
Após o General Kléber ter assumido o comando do Exército do Oriente, os Turcos voltaram a lançar uma ofensiva. No fim de Outubro, perto de [[Damieta]], os Britânicos apoiaram um desembarque de tropas turcas mas, no dia 1 de Novembro, o General Verdier impôs-lhes uma derrota e obrigou-os a reembarcar. Dois meses mais tarde, a 22 de Dezembro, os Turcos cercaram Alarixe e, ao fim de oito dias, a guarnição francesa rendeu-se. Foi assinada uma capitulação, mas as tropas turcas assaltaram o forte e massacram todos os que encontraram. Nesta luta, o paiol explodiu e provocou numerosos mortos e feridos. No final, não sobreviveram mais de 160 soldados franceses, que foram libertados no dia 15 de Fevereiro de 1800<ref>Solé, pp. 334 e 335.</ref>. Depois destes acontecimentos, foram iniciadas negociações entre Franceses, Britânicos e Turcos e, a 28 de Janeiro de 1800, a Convenção de Alarixe foi assinada pelos Franceses e pelos Turcos. Esta convenção obrigava os Franceses a abandonarem a parte oriental do Delta. Nesta região, o Exército do Oriente foi substituído por tropas turcas que, pouco a pouco, foram penetrando no Egito. Os Turcos ocuparam as cidades de Qatieh, Salaheya, Belbeis e Damieta. Uma guarda avançada turca, de 6.000 homens, estacionou a 15 Km do Cairo. O delegado do governo otomano, MohammedMaomé AghaAga, foi recebido por Kléber, a fim de estabelecerem os procedimentos de transferência da administração do território<ref>Solé, p. 341.</ref>.<br />
[[Ficheiro:Guerin general Jean-Baptiste Kleber.JPG|thumb|left|250px|O General Jean-Baptiste Kléber substituiu Napoleão Bonaparte no comando do Exército do Oriente.]]
 
Reunida a assembleia egípcia, o [[DivanDivã (instituição)|divã]], MohammedMaomé AghaAga apresentou duas decisões do [[Grão-Vizir]]: ele (MohammedMaomé AghaAga) ficou responsável pelas alfândegas e foi ordenada uma colecta para financiar a partida dos Franceses. Entretanto, pequenos grupos de soldados turcos foram entrando no Cairo. Comportavam-se como conquistadores e não como libertadores. O descontentamento aumentou e Kléber acabou, a 5 de Abril, por conseguir um aliado: Murad Bey. Por outro lado, a Convenção de Alarixe não tinha sido assinada pelos Britânicos. Lord Keith, comandante em chefe das forças britânicas no Mediterrâneo, informou Kléber que o governo britânico só aceitaria uma capitulação das forças francesas no Egito se estas depusessem as armas, se entregassem como prisioneiros de guerra e entregassem aos Britânicos e Turcos todos os navios, munições e armas do porto e cidade de Alexandria. Kléber não conseguiu o apoio dos Turcos contra as pretensões britânicas e não aceitou estas condições. A 19 de Março, enviou uma carta ao Grão-Vizir, afirmando que a Convenção de Alarixe não podia ser aplicada e, portanto, deviam considerar-se em estado de guerra. No dia seguinte, cerca de 12.000 Franceses enfrentaram uma força de cerca de 40.000 Mamelucos, Beduínos e ''Fellahin'' na [[Batalha de Heliopolis (1800)|Batalha de Heliopolis]] ou de Matarieh, que foi uma vitória francesa. O Grão-vizir Youssef Pasha refugiou-se na Síria e uma parte das tropas turcas refugiou-se no Cairo<ref>Solé, pp. 342 a 346; Smith, p. 178.</ref>.<br />
 
Em muitas cidades, e especialmente no Cairo, surgiram revoltas, não só contra os Franceses, mas contra todos os Cristãos. O General Belliard reocupou Damieta e, de igual forma, foram reocupadas outras povoações. No dia 5 de Abril, Kléber e Murad Bey fazem um acordo: o chefe Mameluco foi reconhecido como príncipe governador do Alto-Egito e, em troca, pagava um tributo à República Francesa. No dia 15 de Abril foi feito um ataque a Boulaq, o porto do Cairo. No dia 18 foi feito o ataque ao Cairo. A resistência foi forte e as baixas elevadas. Quando terminaram os combates, mais de 400 casas estavam calcinadas. Yassouf Pasha e Ibrahim Bey renderam-se no dia 20 de Abril. Otomanos e Mamelucos evacuaram a cidade no dia 25 de Abril. Dois dias depois, Kléber fez uma entrada triunfal no Cairo<ref>Solé, pp. 345 a 360.</ref>. No dia 14 de Junho de 1800, no entanto, Kléber foi assassinado por um homem de 24 anos, Solimão, natural de Alepo<ref>Solé, pp. 370 e 371.</ref>.<br />