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{{Info/Cientista
|nome =Luigi Galvani
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Um papel fundamental na educação do jovem Giovani foi atribuído à educação recebida dos [[Padres Filippinos]] do oratório de São [[Filippo Neri]]. A ordem se inspira no ideal do "catolicismo iluminado", promovido por [[Ludovico Antonio Muratori]] e importado a Bologna por [[Prospero Lorenzo Lambertini]] (bispo da cidade e, a partir de 1740, papa com o nome de [[Bento XIV]]). O ordem dedica-se a incentivar iniciativas voltadas à melhoria da vida dos cidadãos mediante o retorno a uma religiosidade mais racional e menos supersticiosa (falava-se, a este própósito, de "devoção regulada"). Provavelmente Giovani foi aluno também de [[Giambattista Roberti]], um padre jesuíta professora de Filosofia e de Sagradas Escrituras, o qual, embora pertencente a outra ordem religiosa, compartilhava a moderação religiosa dos padres filipinos.<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 25 </ref>.
 
Já nas suas primeiras experiências estundantis apareceu a sua orientação de vida: ele permaneceu sempre um convicto defensor dos valores cristãos sobre os quais baseava-se sua educação, mas teve grande influência de algumas ideias [[Iluminismo|iluministas]], como a importância fundamental atribuída ao [[Método científico|método experimental]] na pesquisa sobre a natureza e a ideia que o saber devesse ter como fim a utilidade à sociedade. É emblemática, a tal propósito, a decisão, muito posterior, de não jurar fidelidade à [[República Cisalpina]], instaurada na [[península Itálica]] por [[napoleão Bonaparte]], como era requisitado a todos os funcionários públicos, incluídos os docentes universitários: escolha alinhada comum livreto lançado naqueles anos no qual o autor, de formação filipina, afirmava a incompatibilidade entre a fé católica e os ordenamentos políticos napoleônicos.<ref name= > Nicola Paltrinieri, ''Breve trattato composto nel marzo ed aprile del 1798 sulla prima parte del primo giuramento cisalpino'', Bologna, 1799 </ref>.
 
===Estudos de Medicina===
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Depois de ter frequentado a universidade e o instituto de ciências em Bolonha, Galvani começou a atuar nos hospitais da cidade para aprender a prática médica. Naquele período, em [[Bolonha]] havia nove hospitais: entre os principais, aquele de Santa Maria da Vita e de Santa Mria da Morte, San Giobb, São lázaro e Policlínico Santa Úrsula Malpighi. Galvani frequntou o de Santa Maria da Morte, onde fez solicitação para tornar-se assistente, privilégio concedido somente aos melhores estudantes de medicina que haviam terminado o curso de estudos mas ainda não haviam se graduado. Assim seu pedido foi recusado, mas felizmente alguns anos depois (1764) lhe foi concedido de tornar-se substituto de seu mestre, Giovanni Antonio Galli, que operava no Santa Úrsula.
 
Depois de ter consegido, em julho de 1759, o título de doutore em Filosofia e Medicina, Galvani encontrou-se frente a uma decisão, devendo escolher entre o exercício da profissão médica e a possibilidade de tronar-se professor universitário. Logo, Galvani deu-se conta que o papel de docente universitárioouniversitário o teria restringido a fazerobter menos do que: ''qualquer daqueles emolumentos que a prática médica lhe teria possibilitado obter''.<ref name= > ASBo, Fondo Assunteria di Studio, Requisiti dei lettori, busta 40 </ref>
 
Apesar de ter ciência disso, ele decidiu dedicar-se à carreira acadêmica.<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 71 </ref>.
[[File:Galvani's home in Bologna 1.JPG|thumb|Casa de Galvani em Bolonha]]
 
Graças à recomendação do irmão Francesco, em 1762 Galvani entrou na ''Accademia dei Vari'', ambiente que contribuiu para enriquecer seus dotes de orador e de pesquisador e que lhe permitiu conhecer expoentes da nobreza que foram determinantes para sua carreira acadêmica.<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 72 </ref> Em janeiro do mesmo ano, galvani leu os seus primeiros discursos públicos em duas cátedras da Academia das Ciências do Instituto de Bolonha do qual havia sido eleito ''alunno'' no ano anterior. Em junho apresentou uma série de teses a discutir no Arquiginásio de Bolonha para obter um cargo de ensino universitário. O empenho de Galvani foi bem recompensado: em 1763, de fato obteve título tanto o título de "Anatômico Ordinário", cargo ocupado também por seus mestres, Beccari e Galeazzi, quanto o de leitor de Medicina.
 
Em 1766, ficou vago o posto das ''câmaras'' de [[Anatomia]] do Instituto de Ciências. Tal posto não foi submetido a concurso mas a administração do instituto propôs como nome único o de Galvani. Graças também ao apoio do seu sogro, ele conseguiu obter também esse posto e tornou-se "acadêmico beneditino".
<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 83 </ref>.
 
Tais posições o obrigaram a diversas responsabilidades, entre as quais aquela de prover à Academia de Ciências ao menos uma dissertação ao ano<ref name= > Walter Tega, ''Mens agitat molem. L'Accademia delle Scienze di Bologna (1711-1804)'' in ''Scienza e letteratura italiana del Settecento'' a cura di Renzo Cremante, Il Mulino, Bologna 1984, pp. 65-107 </ref>. Ele de fato devia dar aulas de anatomia não só a estudantes de Medicina, mas também a pintores e escultores, preferindo o uso de modelos de cera em vez de cadáveres e ilustrações.<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 90 </ref>.
 
Em 1768, presidiu a famosa função anatômica, um verdadeiro e próprio espetáculo que se desenvolvia no [[Teatro Anatômico]] do arquiginásio.<ref name= > Luigi Galvani, ''Lezioni di anatomia. Prima lectio. Anno 1768'', fondo Galvani, busta IV, plico I
</ref>
 
Em 1780, foi-lhe oferecida, pela terceira vez em sua carreira, a oportunidade de ter um curso público de anatomia no Teatro do Arquiginásio: é interessante ressaltar que a primeira disputa foi com o [[prior]] dos escolares (a máxima autoridade estudantil da época) já que nenhum dos docentes de quem se esperava a tarefa de disputar com Galvani apresentou-se.<ref name= > Petronio Cavallazzi, ''Memorie storiche bolognesi dall'anno 1760 all'anno 1796'', 2, anno 1780, in BUBo, Mss. Gozzadini, 351-353 </ref>
 
O tema básico sobre o qual galvani havia fundado o curso era o papel fundamental da [[eletricidade]] na vida do organismo: o corpo, de fato, era apresentado como uma máquina, de modo a intercambiar eletricidade. A teoria apresentada por Galvani trazia os seus presupostos das publicações de [[Giovanni Battista Beccaria]]<ref name= > Giambattista Beccaria, Dell'elettricismo. ''Lettere... dirette al chiarissimo sig. Giacomo Bartolomeo Beccari'', all'insegna dell'Iride, Bologna 1758 </ref> e dos estudos de [[Pierre Bertholon de Saint-Lazare]] e [[Francesco Giuseppe Gardini]], os quais afirmavam que "o fluido ou fogo elétrico" fosse um princípio universal e que a quantidade de fluido presente determinasse as reações específicas.<ref name= > Francesco Giuseppe Gardini, ''De effectis electricitatis in homine dissertatio'', Haeredes Adae Scionici, Genuae 1780, pp. 32-34, 41 </ref>.
 
Em 1782, Galvani obteve um outro prestigioso cargo: de fato pouco dias após a morte de um de seus mentores, Giovanni Antonio Galli, a administração do colégio beneditino o encarregou de assumir o posto como professor de obtetrícia. Uma novidade absoluta em relação ao papel desempenhado anteriormente (Galvani era professor de anatomia) com o qual o professor deveria se defrontar: além do objeto do curso de estudos, mudou também o auditório, uma vez que no curso de obstetrícia era elevado o percentual de mulheres, que esperavam obter o papel de [[parteira]]s.
 
Galvani desempenhou este papel com muita dedicação e paixão, como testemunha uma fonte da época: ''a ele devem mais mães alívio e segurança no parto, a eles tantas famílias os filhos, a ele Bologna o acréscimo de braços úteis, e laboriosos, e talvez ainda a honra de alguns gênios, que por ignorância, e por negligência teriam perecido no momento de apresentar-se à vida.''<ref name= > Marco Bresadola, ''op.cit.'', pag 174 </ref>
 
Galvani, além da cátedra, herdou de Galli também a coleção de modelos obstetrícios hoje à mostra no [[Museu do Palácio Poggi]].
 
== Obra ==