Grande Palácio de Constantinopla: diferenças entre revisões

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O [[palácio]] estava localizado no extremo sudeste da península onde se situava [[Constantinopla]], atrás do Hipódromo e da [[Basílica de Santa Sofia]]. O palácio é considerado pelos eruditos como tendo sido uma serie de pavilhões, muito semelhante ao [[Palácio de Topkapı]] da Era Otomana que lhe sucedeu. A superfície total do Grande Palácio excedia os {{formatnum|19000}} m2 ({{formatnum|20000}} pés quadrados). Detalhes do palácio podem ser encontrados em várias descrições históricas. No {{séc|X}}, {{Lknb|Constantino|VII|Porfirogênito}} escreveu um livro sobre o complexo, no qual descreveu como eram realizadas as cerimónias em diferentes partes do palácio. Este manuscrito é mantido em [[Lípsia]]. Algumas partes do texto podem ser mais antigas, outros mais recentes, mas fornece um bom retrato no seu todo. Com base nos conhecimentos presentes, sabemos como estavam localizadas muitas igrejas dentro do palácio e como eram chamados os edifício importantes, mas a tentativa de reconstruir o palácio tem dado resultados incertos. Actualmente, o que foi escavado só permitiu identificar alguns edifícios.
 
A entrada principal para o quarteirão do palácio era a [[Porta ChalkeCalce]] ("porta de cobrebronze"), situada no [[Augusteu]], provavelmente a sul do grande jardim hoje localizado entre Santa Sofia e a [[Mesquita Azul]]. O Augusteu era uma praça que existia no lado sul da [[Basílica de Santa Sofia]], sendo ali que começava a principal rua da cidade, a ''Mese'' ("rua media"). A leste da praça ficava a Casa do Senado, ou [[Magnaura]], onde, mais tarde, foi instalada a [[Universidade de Constantinopla]], e a oeste o Mílio (o marcador da milha, a partir do qual todas as distâncias eram medidas), e as antigas [[Termas de Zeuxipo]].
 
Foram encontrados mosaicos compondo um pavimento que pode ter sido a parte coberta dum [[peristilo]] quadrado, com 60 metros de lado e uma largura de mosaicos com quase 6 metros. Mais tarde, foram encontrados restos de uma sala com [[abside]] e um alpendre, ou nártex, que está em ligação com o peristilo. Nordhagen acredita que este pode ter sido uma basílica para as cerimónias, ou [[triclínio]], conhecido noutros antigos palácios. A [[iconografia]] dos mosaicos também parece encaixar-se com esta interpretação. Os mesmos temas podem ser encontrados em [[Piazza Armerina]], na [[Sicília]].
 
Imediatamente por trás da portaPortão de ChalkeCalce, virados para sul, ficavam os [[quartel|quartéis]] dos guardas do palácio, os [[escola palatina (militar)|escolas palatinas]]. Depois dos quartéis erguia-se o salão de recepção dos 19 Acubitas ("dezanove sofás"), seguido pelo [[Palácio de Dafne]], a principal residência imperial no início da época bizantina. Este incluía o octágono, o quarto do imperador. Do [[Palácio de Dafne]], uma passagem conduzia directamente ao camarote imperial (catisma) no [[Hipódromo de Constantinopla|Hipódromo]]. A principal sala do trono ficava no [[Crisotriclino]], construído por [[Justino II]] e ampliado e renovado por [[Basílio I]], com a capela palatina de Virgem do Farol nas proximidades. A norte deste local existia o Palácio de Triconco, construído pelo imperador [[Teófilo (imperador)|Teófilo]] e acessível através duma antecâmara semicircular conhecida como a Sigma. Para leste do Triconco erguia-se a luxuosamente decorada [[Igreja Nova (Constantinopla)|Igreja Nova]] ("igreja nova"), construída por Basílio I, com cinco [[abóbada]]s douradas. A igreja sobreviveu até depois da conquista otomana. Foi utilizada como paiol de [[pólvora]] e explodiu quando foi atingida por um relâmpago em 1490. Entre a igreja e as muralhas marítimas existia o campo de polo do [[Tzicanistério]].
 
Seguindo para sul, separado do complexo principal, erguia-se na margem marinha o [[Palácio de Bucoleão]]. Este foi construído por [[Teófilo (imperador)|Teófilo]], incorporando partes das muralhas marítimas, e utilizado extensivamente até ao {{séc|XIII}}, especialmente durante o [[Império Latino]] ([[1204]]-[[1261]]), cujos imperadores católicos da [[Europa Ocidental]] favorecerem. Um portão virado ao mar dava acesso directo ao porto imperial de Bucoleão.
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Actualmente, não resta quase nada destas obras imponentes para além de alguns vestígios que testemunham a sua glória passada. Como já foi dito, o Grande Palácio de Constantinopla era constituído por vários edifícios; alguns deles, só por si, já haviam constituídos verdadeiros palácios imperiais independentes, como o [[Palácio de Bucoleão]] e o [[Palácio de Dafne]], vendo-se posteriormente englobados no grande complexo palaciano.
 
* [[Portão ChalkeCalce]] - conjunto que fazia comunicar o palácio com o exterior, o qual tomou o seu nome das grandes portas de bronze que davam para a praça do [[Augusteu]]. O ChalkeCalce foi reconstruído depois dum incêndio ocorrido em [[532]]. Era encimada por uma capela contendo relíquias. Pouco a pouco, foi perdendo a sua função de porta principal do recinto do palácio sagrado a favor da catisma. O Portão de ChalkeCalce era seguido por casernas dos guardas.
* Triclínio "dos dezanove sofás" - triclínio (sala de recepção) que servia para os banquetes: uma mesa imperial e mais dezoito mesas repartidas por duas filas de nove, estando a mesa imperial sobre um estrado elevado três pés. Era precedido por um pátio com pórtico, o tribunal dos dezanove sofás, onde o imperador fazia proclamar do alto do helíaco, um terraço dominante, decisões legislativas aquando das cerimónias chamadas de silência.
* [[Palácio de Dafne]] - principal palácio da época proto-bizantina. Contém a Pórfira (quarto decorado com [[pórfiro]] onde dormiam as imperatrizes) e dava directamente para a catisma.