Ístria: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
acréscimos
Linha 595:
|-
|}
Esses dados referem-se a todo o marquesado da Ístria, que administrativamente compreendia também áreas não pertencentes à penínsulas – entre as quais as ilhas de [[Cherso (ilha)|Cherso]] e [[Lussino]] – cuja população tinha ligeira maioria croata, com prevalência italiana em [[Lussinpiccolo]], naquele tempo uma das mais dinâmicas cidades de toda a costa adriática oriental) e a [[ilha de Veglia]] – ou localidades [[Carso|cársicas]] no confim stentrional, cujo pertencimento à Ístria não era de aceitação geral como [[Castelnuovo d'Istria]] (habitada prevalentemente por eslovenos). Por essa razão os dados foram criticados por historiadores e linguistas italianos como [[Matteo Bartoli]]. Outra crítica que é feita ao censo de 1910 refere-se à nacionalidade dos funcionários designados a efetuar a coleta e que, sendo empregados comunais tinham a possibilidade de maipular os resultados do censo.<ref>Perciò{{Nota neide comunirodapé|Portanto connas amministrazionecomunas com administração italiana (circacerca de 70% deidas comunicomunas istrianiistrianas vedi:<ref>''Istria. Storia, cultura, arte'' di Dario Alberi, 2ª ed., Trieste 2001, p. 103)</ref>, ilo numeronúmero deglide Italianiitalianos potevapodia essereser sopravvalutatosobreavaliado, cosìassim comecomo neinas comunicomunas concom amministrazioneadministração slavaeslava (30% deidas comunicomunas istrianiistrianas), lo potevapodia essereser quelloaquele deglide slovenieslovenos oou deide croati (vedi:croatas <ref>''Irredentismo adriatico'' di Angelo Vivante, Firenze 1912, p. 158-164; ''Autour de Trieste'' di Carlo Schiffrer, 1946, p. 16-17)</ref>}}.
 
Segundo o historiador esloveno Darko Darovec ''alcança-se em Ístria uma série de disputas ligadas à manipulação política por parte italiana'' <ref>''Rassegna di storia istriana'' di Darko Darovec, Biblioteca Annales, Koper/Capodistria, 1993, versão online: http://razor.arnes.si/~mkralj/istra-history/i-index.html).</ref>
Linha 609:
Em 1910,<ref name="Gemeindelexikon">''ISTRIEN'' in: [http://www.kozina.com/premik/1910-03.pdf Gemeindelexikon, der im Reichsrate Vertretenen Königreiche und Länder. . Herausgegeben von der K.K. Statistischen Zentralkommission. VII. Österreichisch-Illyrisches Küstenland (Triest, Görz und Gradiska, Istrien). Wien 1910]</ref> o ''Margraviato d'Istria'' ({{Lang-de|''Markgrafschaft Istrien''}}, {{lang-sl|''Mejna grofovija Istra''}}, {{Lang-hr|''Markgrofovija Istra''}}) contava com {{Fmtn|403566}} habitantes em 4.956&nbsp;km² e era subdividido em sete distritos administrativos (''Politischer Bezirk''). Em cada distrito administrativo existiam diversos distritos judiciários
(''Gerichtsbezirk''), que compreendiam uma ou mais comunas (''Ortsgemeinde''). A cidade de [[Rovigno]] era regulada por um estatuto autônomo. Os nomes das localidades reportadas no esquema seguinte são registradas no repertório especial das regiões do império, algumas vezes diferentes em relação aos nomes utilizados pelas populações locais na época ou em épocas posteriores, assim como em qualquer caso resultam diferentes em respeito aos nomes oficiais da época ou de épocas posteriores.<ref>[http://www.sistory.si/publikacije/pdf/repertoriji/Spezialortsrepertorium_der_Osterreichischen_Lander_VII_1918.pdf ''Spezialortrsrepertorium der österreichischen Länder (...) Österreichisch-Illyrisches Küstenland'', Wien 1918.]</ref>.
 
=== Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial: a Ístria italiana ===
 
{{Imagem dupla|right|Litorale 1.png|250|Venezia Giulia province.png|140|<small>Com o [[Tratado de Rapallo (1920)]] a Itália obteve <br/> todo o "Litoral Austríaco", a Carníola oriental já incorporada à Caríntia e o Carso oriental já incorporada à Carníola.</small>|<small>Divisão administrativa da Ístria entre as províncias de Trieste (cor verde), Pola (amarelo) e Fiume (vermelho)</small>|}}
 
Em seguida à vitória italiana na [[Primeira Guerra Mundial]] com o [[Tratado de Saint-Germain-en-Laye]] (1919) e o [[Tratado de Rapallo]] (1920), a Ístria torna-se parte do [[Reino de Itália (1861-1946)|Reino de Itália]].
 
O censo de 1921 derrubou os resultados da pesquisa austríaca de 1910, seja quando refere-se à Veneza Júlia no conjunto, seja pela Ístria em particular, indicando na região uma maioria de população culturalmente italiana. Segundo o censo daquele ano, a população istriana pertencente ao grupo linguístico italiano era composta de {{Fmtn|199942}} pessoas (58,2% do total). Seguia-se o grupo croata, predominante segundo os dados do censo anterior, com Seguiva il gruppo croato, predominante secondo i dati del censimento anteriore, com {{Fmtn|90262}} falantes (26,3%), e o esloveno com {{Fmtn|47489}} (13,8%). As restantes {{Fmtn|5708}} pessoas (1,7%) estavam classificadas como "outros"<ref>Guerrino Perselli, ''I censimenti della popolazione dell'Istria, con Fiume e Trieste, e di alcune città della Dalmazia tra il 1850 e il 1936'', Trieste-Rovigno, Unione Italiana-Università Popolare di Trieste, 1993, p. 469</ref>. Também este censo, como o precedente, foi objeto de críticas: muitos istrianos de língua croata definiram-se como italianos e em algumas localidades (Briani, fração de Fianona, Sanvincenti, etc.) os dados obtidos eram escassamente representativos da realidade linguística das respectivas comunas. Apesar dessas críticas, durante a conferência de paz os dados desse censo são geralmente utilizados{{esclarecer|os tratados são de 1919 e 1920:Como é possível?}}, junto àqueles de 1910, pelos representantes dos países participantes.{{Nota de rodapé|''Come si verificò poi alla conferenza per la pace dopo la seconda guerra mondiale, normalmente venivano prese in considerazione soltanto le statistiche austriache del 1910, che denunciarono una maggioranza slava, e il censimento italiano del 1921, che confermava le speranze degli italiani circa una loro superiorità numerica''<ref>''Trieste, 1941-1954, la lotta politica, etnica e ideologica'' di Bogdan C. Novak, pag.21 Milano 1973, traduz. italiana da: Trieste, 1941-1954. ''The ethnic, political and ideological struggle'', di Bogdan C. Novak, Chicago-London 1970</ref>}}. {{Nota de rodapé|Secondo Jean-Baptiste Duroselle il confine jugoslavo tracciato nel 1947 era basato sui dati del censimento austriaco <ref>''Le conflit de Trieste 1943-1954'' di Jean-Baptiste Duroselle, Bruxelles, 1966, pag.229</ref>. In realtà non venne tenuto conto neppure del censimento del 1910 perché come ebbe a rilevare lo storico istriano [[Diego De Castro]] <ref>''Il problema di Trieste, Genesi e sviluppi della questione giuliana in relazione agli avvenimenti internazionali'', 1943-1952, Bologna, 1953</ref> la Jugoslavia incorporò nel 1947 territori da sempre etnicamente italiani.}}
 
O historiador [[Carlo Schiffrer]] retificou os resultados do censo de 1921 {{Esclarecer|com base em que?}} como se pode evidenciar na tabela reproduzida em seguida. Com as retificações de Schiffrer, a etnia italiana na Ístria continuava a ter uma predominância numérica sobre o grupo nacional de origem eslava, mas menos acentuada em relação à aquela resultante dos dados do censo de 1921.
{| class="wikitable sortable"
! width="120" | Zona
! width="60" | Língua de uso italiana
! width="60" | Língua de uso slovena
! width="60" | Língua de uso croata
! Width="60" | Outros
|-
|Parte da Veneza Júlia designada para a Eslovênia
|4000
|167000
|0
|0
|----
|Parte da Veneza Júlia designada para a Itália
|112000
|21000
|0
|0
|----
|Zona A do Território Livre de Trieste
|184000
|45000
|0
|0
|----
|Zona B do Território Livre de Trieste
|50000
|28000
|0
|0
|----
|Parte da Veneza Júlia designada para a Croácia
|138000
|0
|122000
|24000
|----
|-
|}
 
{{Notas}}