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| legenda = As-Saffah é proclamado califa.
| nome completo = Abu al-`Abbās `Abdu'llāh as-Saffāh ibn Muhammad ibn Ali ibn Abdullah Ali ibn Abdullah ibn Abbas ibn Abdul Muttalib ibn Hashim
| antecessor =[[MarwanMaruane II]] ([[Omíadas|omíadas]])
| sucessor =[[Al-MansurAlmançor (califa)|Almançor]]
| dinastia =[[Abássidas]]
| pai = {{ilc|Maomé ibne Ali ibne Abdulá||Muhammad ibn Ali ibn Abdullah}} (não confundir com o [[Imame|Iman]] [[xiita]] {{ilc|Maomé ibne Ali ibne Huceine al-Baquir||Muhammad ibn Ali ibn Al Husayn Al Baqir}})
| mãe =
| filhos =
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== História ==
As-Saffah era o líder da tribo dos [[Banu HashimHaxim]], cuja linhagem descendia de [[Hashim ibn 'Abd Manaf|HashimHaxim]], um bisavô de [[Maomé]] via [[Abbas ibn Abd al-Muttalib|al-Abbas]], um tio do profeta. Os Banu HashimHaxim contavam com grande apoio no grupo de [[Ali]], o quarto [[Califado Rashidun|califa bem guiado]], que tinha morrido em 661. Como narrado em diversos [[Hadith]] (tanto nas tradições [[sunitas]] quanto nas [[xiitas]]), eles acreditavam que no final dos tempos um outro grande líder (ou ''[[mahdi]]'') iria aparecer na família do profeta Maomé e de Ali, que irá então libertar o [[Islã]]. As políticas pouco efetivas dos últimos [[omíadas]], que toleravam os muçulmanos não-árabes e os [[xiitas]] foram incapazes de eliminar a tensão entre essas facções minoritárias.
 
Esta tensão levou à revolta durante o reinado dedo [[Hishamcalifa ibnomíada]] [[Hixam ibne AbdAbdal al-MalikMalique]] em [[KufaCufa]], uma proeminente cidade no sul do [[Iraque]]. Os xiitas se revoltaram em 736 e mantiveram a cidade cativa até 740, liderados por [[{{ilc|Zaide ibne Ali||Zayd ibn Ali]]}}, um neto de [[HusseinHuceine ibnibne Ali]] e outro membro dos Banu HashimHaxim. A rebelião de ZaydZaide fracassou e foi sufocada pelos exércitos omíadas em 740, mas ela foi uma demonstração tanto da força dos omíadas quanto da crescente tensão no mundo muçulmano.
 
As-Saffah preferiu se concentrar no [[Grande Coração]], uma importante região militar que abrangia o [[Irã]] oriental, a parte sul das repúblicas da [[Ásia Central]] do [[Turcomenistão]], [[Uzbequistão]], [[Tajiquistão]] e [[Quirguistão]], assim como o norte do [[Afeganistão]]. Em 743, a morte do [[califa omíada]] [[Hisham]]Hixam provocou uma guerra civil no [[Império Islâmico]]. Abu al-`Abbas, apoiado pelos xiitas e pelos residentes do Grande Coração, liderou suas forças e conseguiu subjugar os turcos e chineses da região na [[Batalha de Talas]], depondo o último dos califas desta dinastia, [[MarwanMaruane II]], em 750. A guerra civil foi marcada por profecias milenaristas encorajadas pela crença de alguns xiitas de que as-Saffah seria o ''[[mahdi]]''. Proeminentes acadêmicos islâmicos escrever obras como a ''Jafr'', relatando aos fiéis que a brutal guerra civil era o grande conflito entre o bem e o mal. A escolha dos omíadas de entrar em combate portando bandeiras brancas e dos abássidas de entrar com outras negras só encorajavam essas teorias.
 
== Governo abássida ==
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[[Imagem:Dirhem of al-Saffah, AH 132-136.jpg|thumb|[[Dirrã]] de as-Saffah]]
 
De acordo com as fontes abássidas, no ano de 750, as-Saffah conseguiu a vitória final na [[Batalha de Zab]]. Ele marchou sobre a capital [[Damasco]] e fundou uma nova dinastia, chamada de [[Abássidas|Abássida]]. Em seguida, ele enviou suas forças para a Ásia Central, [[SindhSinde (Afeganistão|Sinde]], [[Arábia]], [[Anatólia]], [[Egito]] e o [[Norte da África]] para enfrentar as forças locais e consolidar o nascente [[Califado Abássida]].
 
Preocupado com o retorno ao poder pelos omíadas, as-Saffah convidou todos os membros remanescentes da família omíada para um banquete e os assassinou a pauladas antes do início da refeição, que foi então servida aos demais convidados<ref>Roberts, J: ''History of the World''. Penguin, 1994.</ref>. O único sobrevivente, [[Abderramão I]], escapou para [[al-Andalus]] (a [[Espanha islâmica]]), onde um califado omíada iria perdurar ainda por mais três séculos ([[Emirado de Córdoba|Emirado]] e, posteriormente, [[Califado de Córdoba]]). Por sua frieza em seu esforço para eliminar a família omíada, ele ganhou o epíteto de "al-Saffah", que significa "açougueiro" ou "derramador de sangue".
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Igualmente revolucionária foi a reforma que ele promoveu no exército, que passou a incluir não-muçulmanos e não-árabes, contrastando frontalmente com a política dos omíadas, que rejeitava ambos os grupos. As-Saffah selecionou o hábil [[Abu Muslim]] como seu comandante militar, um oficial que permaneceria até 755 no exército abássida.
 
As-Saffah renegou suas promessas à comunidade [[xiita]] ao reclamar para si o califado. Eles esperavam que o seu [[imame|imam]] seria nomeado califa, inaugurando a era de paz e prosperidade que os milenaristas acreditavam ser iminente. A traição alienou alguns aliados de as-Saffah, embora o apoio que ele recebeu de outros grupos minoritários tornou o governo dos abássidas mais simples que o dos omíadas.
 
Abu al-`Abbas `Abdu’llah as-Saffah morreu de [[varíola]] em 10 de junho de 754, apenas quatro anos depois de depor os omíadas. Ele apontou o seu irmão [[Abu Ja'farJafar al-MansurAlmançor]] e, em seguida, [[Isa ibn Musa]] como seus sucessores.
 
== Ver também ==
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{{s-hou|[[Abássidas]]||721||754|[[HashimHaxim (tribo)|Banu HashimHaxim]]}}
{{s-bef|antes=[[MarwanMaruane II]]}}
{{s-ttl|titulo=[[Anexo:Lista de califas|Califa Abássida]]|anos=750 – 754}}
{{s-aft|depois=[[Al-MansurAlmançor (califa)|Almançor]]}}
{{end}}