Kairós: diferenças entre revisões

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|legenda =''Kairos''<br>[[Afresco]] do {{séc|XVI}} <br>por [[Francesco Salviati]]
|atribuições =Deus do tempo oportuno
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}}
'''Kairós''' ({{Lang-gr|''καιρός'', "o momento oportuno", "certo" ou "supremo"}}), na [[mitologia grega]], é o deus do tempo oportuno. Kairós é referido a partir do século V a.C., quando [[Íon de Quios]] lhe dedicou um hino, no qual o celebra como o filho mais jovem de [[Zeus]]. Em [[Sícion]], se encontrava uma estátua de Kairós, esculpida por [[Lisipo]]. Kairós também teve um altar em [[Olímpia]].<ref>{{it}} Enciclopedia Treccani. [http://www.treccani.it/enciclopedia/kairos/ Kairos]</ref>
 
Na estrutura linguística, simbólica e temporal da civilização moderna, geralmente emprega-se uma só palavra para significar a noção de "tempo". Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: ''chronos'' e ''kairós''. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico ou sequencial (o tempo que se mede, de natureza quantitativa), Kairós possui natureza qualitativa, o momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece: a experiência do momento oportuno. <ref>[http://www.docser.com/Mark-Freier-(2006)-Time-Measured-by-Kairos-and-Kronos-10085 Mark Freier (2006) "Time Measured by Kairos and Kronos"]</ref>.[ Em grego antigo e moderno, ''kairós'' (em grego moderno pronuncia-se ''kerós'') também significa "tempo climático", como a palavra ''weather'' em inglês.
 
O termo é usado também em [[teologia]] para descrever a forma qualitativa do tempo, como o "tempo de Deus" (a eternidade), enquanto ''khronos'' é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens".
 
==Na filosofia e na mitologia==
Na [[filosofia greco-romana]], ''Kairós'' é a experiência do momento oportuno. Os [[pitagóricos]] consideravam Kairós como "oportunidade". ''Kairos'' é o tempo em potencial, tempo eterno e não linear, enquanto [[Chronos]] é a medida linear de um movimento ou período. Na [[retórica]], ''Kairos'' era uma noção central, pois caracterizava "o momento fugaz em que uma oportunidade/abertura se apresenta e deve ser encarada com força e destreza para que o sucesso seja alcançado" .<ref>E. C. White, ''Kaironomia'' p. 13</ref>.
 
[[Imagem:Kairos-Relief von Lysippos, Kopie in Trogir.jpg|miniatura|upright=01.60|''Kairós''<br><small>Relevo de [[Lísipo]] (do, século IV), <br>cópia antiga em [[Trogir]]</small>]]
Na mitologia, ''Kairós'' era habitualmente considerado filho menor de [[Zeus]] e da deusa da prosperidade, [[Tyche]]. Kairós era rápido, andava nu e tinha somente um cacho de cabelos na testa. Só era possível agarrá-lo segurando-o por esse topete. Se assim não fosse, seria impossível segui-lo ou trazê-lo de volta. Kairós era visto na inteligência de [[Atena]], no amor de [[Eros]] e mesmo no vinho de [[Dioniso]]. Posteriormente, na genealogia dos deuses, parece estar associado a todos eles, como manifestação de um momento específico.<ref>[http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0101-31062012000100006&script=sci_arttext A ética, o caos e a felicidade]. Por Eugênio Benito Júnior. ''Ide'' (São Paulo) vol.35 nº 54.São Paulo, julho de 2012 ISSN 0101-3106</ref>Kairós poderia ser (ou estar manifesto em) [[Chronos]] (Tempo) ou mesmo, já na [[teologia cristã]], na noção de ''[[Aevum]]'' (eternidade). <ref>{{Citar SEP | autor = Paul Helm| pagina =eternity/#Ety Eternity.| titulo = Etimology|data = 4 de fevereiro de 2010}}</ref> Em nenhum momento Kairós refletiria o passado ou pressentiria o futuro; ele simboliza o melhor instante no presente: o instante em que se consegue afastar o caos e abraçar a felicidade.