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[[Ficheiro:HomelessParis 7032101.jpg|thumb|250px|Um [[sem-teto|sem-abrigo]] em [[Paris]], na [[França]].]]
Em [[sociologia]], '''marginalização''' é o processo social de se tornar ou ser tornado '''marginal''' (relegar ou confinar a uma condição social inferior, à beira ou à margem da sociedade).<ref>Mullaly, B. (2007). Oppression: The focus of structural social work. In B. Mullaly, The new structural social work (pp.&nbsp;252–286). Don Mills: Oxford University Press</ref> Ser marginalizado significa estar separado do resto da sociedade, forçado a ocupar as beiras ou as margens e a não estar no centro das coisas. Pessoas marginalizadas não são consideradas parte da sociedade.
 
=== Pobreza ===
São vários os fatores que causam a marginalização na [[sociedade]]. Dentre esses, sem dúvida a [[pobreza]] é o principal. Pois, pela insuficiência orçamentária, o indivíduo entra na marginalização cultural e social, porque fica sem acesso a [[saúde]], [[alimentação]], moradia e [[educação]]. Isso é bastante evidente nas grandes cidades, em que muitas pessoas vivem à margem do contexto social, sem desfrutar das oportunidades e privilégios. Esses indivíduos acabam vivendo alienados da sociedade.
 
=== Fenômeno migratório ===
Outro fator que contribui para a marginalização social é o [[Migração humana|fenômeno migratório]]. As pessoas da [[Zona rural|zona rural]] que têm muita dificuldade de sobreviver na [[roça]], pela falta de emprego, pela escassez de água, enfim pela vida dura no campo, alimentam a ideia de que, nas grandes cidades, vão melhorar de vida. Imaginam que lá é tudo mais fácil. Saem então da sua terra, muitos vendem o terreno que possuem e vão em busca de uma vida melhor. Só que a vida que tinham no campo não proporcionou a eles oportunidades de estudar. Com o avanço da tecnologia, eles, então, têm dificuldades de encontrarem emprego, pois as empresas necessitam de mão de obra qualificada. Como os migrantes rurais não possuem estudo, não conseguem emprego. Muitos aceitam qualquer tipo de emprego para garantir sua subsistência. E, com frequência, até as crianças são impelidas a irem à busca de seu sustento, adquirindo, assim, o [[subemprego]], que contribui para o orçamento da família.
 
É muito grande a quantidade de [[Criança de rua|meninos de rua]] que encontramos pelas cidades: várias dessas são oriundas de famílias de emigrantes. Alguns conseguem se manter e, com dificuldades, se estabilizam, mas uma grande parte dessas pessoas acaba sendo vítimas de marginalização social. Alguns, para se manterem, começam a entrar na vida do [[crime]] pelas péssimas condições de vida, moradia, [[saneamento básico]], alimentação etc. Essa população tem maior incidência de doenças e de [[deficiência física]] e [[Deficiência mental|mental]]. Esse fenômeno é retratado na [[literatura brasileira]], por exemplo, em clássicos como [[Vidas Secas]] (1938), de [[Graciliano Ramos]]. O livro trata de uma família [[Região Nordeste do Brasil|nordestina]] composta por Fabiano, Sinhá Vitoria, filho mais novo e filho mais velho e a cachorra Baleia. A cidade da família está passando por uma terrível [[seca]], e a família foge em busca de uma vida melhor. Na verdade, eles fogem para se livrarem da morte, que era iminente.
 
=== Deficiência ===
A [[deficiência]] é também um fator que causa a marginalização. O preconceito com os deficientes é muito grande, o que causa [[exclusão social]]. A palavra "deficiente" tem um sentido pejorativo em nosso mundo. Muitas vezes, é chamado de "anomalia" ou "insuficiência". Pode ser a falta de um [[Órgão (anatomia)|órgão]] ou ausência de uma função fisiológica, uma deficiência pode ser até um sinal de marginalização. Mas a palavra "deficiente" não é negativa. Ela determina uma realidade humana. Pela realidade da sociedade tecnológica em que vivemos, que valoriza a perfeição, a deficiência é interpretada como sinal de perda de qualidade de produção. Os deficientes são marginalizados pelo sistema produtivo, pois são considerados improdutivos. A deficiência não é uma [[doença]], mas um [[preconceito]].<ref>Silva,Maria Cecília da Aprendizagem e Problemas,São Paulo: Ícone, 1997</ref>