Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas: diferenças entre revisões

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O '''Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas''' (PBMC) é um grupo científico criado pelo governo do [[Brasil]] para estudar o tema do [[aquecimento global]] na perspectiva brasileira.
 
O PBMC foi estruturado à inspiração do ''[[IPCC|Intergovernmental Panel on Climate Change]]'' (IPCC — Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas),<ref name="GTA"/> grupo fundado no âmbito das [[Nações Unidas]] pela [[Organização Meteorológica Mundial]] e o [[Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente]], que atua desde 1998 e desde 1990 já publicou cinco grandes relatórios e outros documentos subsidiários sobre o aquecimento global, obraobras que representarepresentam a mais abalizada referência sobre o tema em seu aspecto mundial.<ref>American Institute of Physics. [http://www.aip.org/history/climate/internat.htm#S10 ''The Discovery of Global Warming''].</ref><ref>[http://www.publications.parliament.uk/pa/ld200506/ldselect/ldeconaf/12/12we24.htm "Letter from The Royal Society"]. The United Kingdom Parliament, 13/04/2005.</ref>
 
Uma vez que os relatórios do IPCC são globais, com poucos detalhamentos regionais, carecia ser desenvolvido um conhecimento mais profundo sobre as especificidades do problema relativas ao Brasil. Suprindo esta lacuna, em 2009 o [[Ministério do Meio Ambiente]] e o [[Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação]] criaram o PBMC, reunindo 345 pesquisadores de diversas áreas.<ref>[http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/08/30/primeiro-relatorio-do-painel-brasileiro-de-mudancas-climaticas-e-coma-consciente/ "Primeiro relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e coma consciente"]. ''Pesquisa FAPESP'', 30/08/2013</ref> Seu lançamento oficial ocorreu em 24 de novembro de 2009. Ele se insere nas atividades governamentais do [[Plano Nacional sobre Mudança do Clima]], principalmente através do seu setor de Pesquisa e Desenvolvimento, apoiando também os setores de Mitigação, Adaptação e Disseminação do Conhecimento.<ref name="História">PBMC. [http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/pt/organizacao/historia ''História PBMC''].</ref>
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[[Imagem:FloodShelterTeresopolis2011.jpg|thumb|250px|Desabrigados da enchente de 2011 em [[Teresópolis]], estado do Rio, na região Sudeste, que segundo as previsões deve passar a receber ainda mais chuvas até o fim do século, aumentando os riscos para a população.]]
 
::"A mudança climática é um dos desafios mais complexos deste século. Nenhum país está imune a ela nem pode vir a ser capaz de enfrentar individualmente os desafios interconectados que compreendem decisões políticas e econômicas controversas. [...] As alterações climáticas provocam mudanças nos sistemas geofisicosgeofísicos, biólogicosbiológicos e humanos. Dessa maneira, impõem uma série de desafios ao desenvolvimento, com implicações sobre diversos setores: sociais, econômicos e ambientais, relacionados à indústria, agricultura, comércio, segurança e bem-estar social. [...] A mudança climática torna o desafio do desenvolvimento mais complicado, pois seu impacto pode ser sentido no aumento da frequência de ocorrência de tempestades, inundações, ondas de calor, secas e elevação do nível do mar, sobrecarregando todos os setores da sociedade brasileira. [...] A situação atual do clima exige grandes mudanças no estilo de vida, uma verdadeira revolução energética e a transformação do modo como lidamos com os recursos naturais. Nesse sentido, um processo de adaptação substancial é fundamental para se tentar reverter o panorama atual. [...] Todas as esferas de governo, a indústria, o comércio e a sociedade precisam estar envolvidos no desenvolvimento de uma resposta nacional adequada. Portanto, o entendimento dessas alterações climáticas em cada região é essencial para um planejamento estratégico e o processo de tomada de decisão".<ref>Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas [Assad, Eduardo Delgado & Magalhães, Antonio Rocha (orgs.)]. [http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos_publicos/GT2/GT2_volume_completo_cap1.pdf "Ponto de Partida"]. In: ''Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas. Vol. 2: Impactos, vulnerabilidades e adaptação'', 2014</ref>
 
Este importante trabalho, além de seu ineditismo, fez uso de uma tecnologia também inovadora, o primeiro [[modelo climático]] desenvolvido no país e voltado para a análise nacional do aquecimento, chamado ''Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre'' (MBST), que permite fazer projeções futuras sobre a provável evolução do fenômeno sob diferentes cenários de emissão. Segundo [[Paulo Nobre]], um dos administradores do MBST, "o Brasil é hoje o único país do [[Hemisfério Sul]] a contar com um modelo próprio. Isso nos dará uma grande autonomia para realizar as simulações que sejam de nosso maior interesse". Para [[Paulo Artaxo]], físico da [[USP]] e membro do Conselho Diretor do PBMC, o ''RAN1'' também será útil para se identificar áreas em que são necessárias mais pesquisas, pois apesar do grande número de pesquisadores em atividade, “temos um longo caminho a percorrer. O IPCC tem 20 anos e está indo para seu [[Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas|quinto relatório]]. Ainda não temos massa crítica de cientistas e falta gente para tocar algumas áreas importantes”.<ref name="Pivetta"/>