Andrónico Contostefano: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 51:
A resultante [[Batalha de Sirmio]] resultou na "mais espetacular vitória militar [...] durante o reinado de Manuel" (Paul Magdalino), em grande parte graças a habilidade das disposições de Andrónico, a disciplina das suas tropas e a intervenção crucial de suas reservas.<ref name=Ma80 /><ref name=Var258 />{{HarvRef|Cinamo|1976|p=270}}{{HarvRef|Angold|1997|p=177-211}} Essa vitória levou os húngaros a aceitarem a paz nos termos impostos pelos bizantinos e reconhecerem o controlo imperial sobre a região de [[Tema de Sirmio|Sirmio]] e de toda a [[Bósnia (região)|Bósnia]], [[Tema da Dalmácia|Dalmácia]] e da região a sul do [[rio Krka]].{{HarvRef|Treadgold|1997|p=646}}{{harvref|Magdalino|2002|p=80–81}} Manuel celebrou a vitória com uma [[Triunfo romano|entrada triunfal]] em [[Constantinopla]] com Andrónico montado ao seu lado.{{HarvRef|Finlay|1877|p=179}}{{harvref|Varzos|1984b|p=259}}
 
=== Invasão do Egito e guerra com Veneza ===
 
[[Imagem:BN MS FR 2628 Folio205 Amalric and Manuel.png|thumb|Iluminura da ''História'' do cronista das [[cruzadas]] [[Guilherme de Tiro]]. Em cima: Manuel I Comneno recebe a embaixada de {{Lknb|Amalrico|I||de Jerusalém}}, cujas negociações resultaram no envio de uma força bizantina sob o comando de Andrónico para invadir o Egito. Em baixo: chegada dos [[cruzados]] ao Egito]]
 
Em 1169, Andrónico foi nomeado comandante de uma frota de 230 navios que transportaram um exército que tinha como objetivo invadir o [[Egito medieval|Egito]] em conjunto com as forças aliadas do rei [[Cruzados|cruzado]] {{Lknb|Amalrico|I|de Jerusalém}} de [[Reino de Jerusalém|Jerusalém]]. Este ataque seria o último de uma série de [[Invasões cruzadas do Egito|tentativas dos cruzados]] para invadir o Egito.{{HarvRef|Phillips|2004|p=158}} Os exércitos aliados cercaram [[Damieta]], no [[Delta do Nilo]].{{HarvRefharvref|CinamoVarzos|19761984b|p=279.6261}} OsA bizantinos empenharam-se no cerco com vigorcampanha, masplanejada quandoentre estavamos prestesdois amonarcas assaltarcristãos apossivelmente cidade,desde Amalricoo frustrou os planos negociando uma rendição pacíficacasamento de Damieta. DescontenteAmalrico com a a atitudebisneta de duplicidade de Amalrico e debatendo-seManuel, a fomeprincesa entre[[Maria os seus soldados devido à falta de mantimentosComnena|Maria]], Andrónicoem retirou-se do Egito1167, voltandonão a casaterminaria porem terrafracasso, atravésmas dostambém territórioslevaria cruzadosao daestabelecimento de [[PalestinaSaladino]] ecomo dagovernante [[Síria]].do Entretanto,Egito metadeno dalugar frotado bizantinamoribundo foigoverno perdidafatímida, numao sérietornar-se-ia deum tempestadesponto ocorridasde durantevirada anas sua voltacruzadas.{{HarvRef|name=Har109harvref|HarrisVarzos|20061984b|p=109259–260}}
 
Manuel mobilizou uma grande força, muito além daquilo que fora exigido, segundo a crônica de [[Guilherme de Tiro]]: 150 [[galé]]s, 60 transportes de cavalos e uma dúzia de [[drómon]]s especialmente construídos para transportar [[Arma de cerco|máquinas de cerco]]. A frota partiu do porto de [[Melíboto]] no [[Dardanelos]] em 8 de julho de 1169. Após derrotar um pequeno esquadrão de escolta egípcio próximo do [[Chipre]], Contostefano chegou em [[Tiro]] e [[Acre (Israel)|Acre]] no final de setembro, onde descobriu que Amalrico não havia feito quaisquer preparativos. O atraso por parte dos cruzados enfureceu Contostefano e semeou a desconfiança entre os ostensivos aliados.{{harvref|Varzos|1984b|p=261–263}}
 
Não foi até meados de outubro que os exércitos e marinhas combinadas seguiram adiante, chegando em [[Damieta]], no [[delta do Nilo]], duas semanas depois.{{HarvRef|Cinamo|1976|p=279.6}} Os cristãos atrasaram o ataque da cidade em três dias, permitindo a Saladino enviar tropas e suprimentos. O cerco foi conduzido com vigor por ambos os lados, com Contostefano e seus homens construindo enormes torres de cerco, mas os sitiantes foram prejudicados pela crescente desconfiança entre bizantinos e cruzados, especialmente com os suprimentos bizantinos diminuindo e Amalrico se recusando a compartilhar os seus com eles e preferindo vendê-los a preços exorbitantes.{{harvref|Varzos|1984b|p=262–266}}
 
Exasperado pelo arrastar do cerco e o sofrimento de suas tropas, Contostefano novamente desobedeceu as instruções de Manuel que ordenou-o obedecer Amalrico a todo momento, e lançou um último ataque contra a cidade com suas tropas. Quando os bizantinos estavam prestes a destruir as muralhas, Amalrico parou-os ao anunciar que a pouco havia ocorrido negociações para a rendição de Damieta.{{harvref|Varzos|1984b|p=266–269}} A disciplina e coesão do exército bizantino quase instantaneamente desintegrou após as notícias da paz serem anunciadas, com tropas incendiando as máquinas de cerco e embarcando nos navios em grupos sem ordem. Deixado com apenas seis navios, Contostefano acompanhou Amalrico de volta à [[Palestina]] e retornou para casa com parte de seu exército por terra através dos Estados cruzados do Levante, enquanto aproximadamente metade dos navios imperiais que haviam partido de Damieta foram perdidos numa série de tempestades na viagem de retorno, com os últimos chegando em seus portos apenas no final da primavera de 1170.{{harvref|Varzos|1984b|p=269–270}}{{HarvRef|name=Har109|Harris|2006|p=109}}
 
=== Guerra com Veneza ===
 
Em 1171, o recrudescimento das fricções entre [[República de Veneza|Veneza]] e os bizantinos levaram Manuel a encarcerar todos os {{fmtn|20000}} venezianos residentes no seu império e a confiscar todos os seus bens. Veneza retaliou enviando uma frota de 120 navios para capturar e ocupar [[Quios]]. Andrónico foi então enviado com 150 navios para expulsar os venezianos, uma missão que cumpriu com êxito.{{HarvRef|Heath|1995|p=4}}
 
=== Batalha de Miriocéfalo e segunda expedição contra o Egito ===
 
Em 1176, Manuel atacou o [[Sultanato de Rum|Sultanato Seljúcida de Rum]], com o objetivo de conquistar a capital, Icônio (atual [[Konya]]), e destruir o poder turco na [[Anatólia]]. O sultão seljúcida {{lknb|Quilije|Arslam II}} armou uma emboscada ao impressionantemente grande exército de Manuel enquanto este atravessava o [[passo de montanha]] de Tivritze, na fronteira entre os dois estados. Na [[Batalha de Miriocéfalo]] (''Myriokephalon'' ou ''Myriocephalum'') que se seguiu, travada a 17 de setembro junto ao [[Lago Beyşehir]], na [[Frígia]], as tropas bizantinas foram severamente maltratadas, mas Andrónico logrou mover a sua divisão para a retaguarda, através do passo, sofrendo poucas baixas. Acredita-se que foi ele quem conseguiu convencer o tio, cuja moral tinha ficado muito abalada, a ficar com as suas tropas após a derrota. Sua influência foi um fator importante para que as tropas bizantinas pudessem se retirar pacificamente.{{HarvRef|Cinamo|1976|p=105-106}}{{HarvRef|Angold|1997|p=192-193}}{{HarvRef|Finlay|1877|p=192-195}}