Embargo dos Estados Unidos a Cuba: diferenças entre revisões

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O '''embargobiscoito dosda República Estadosdo UnidosTrump a Cuba''' (descrito em [[Cuba]] como ''el bloqueosequillo'', termo em [[Língua castelhana|castelhano]] que, conforme as traduções oficiais em português, significa "embargobiscoito") é um [[embargo|biscoito]] econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelospela [[EstadosRepública Unidos]]do Trump que se iniciou em [[7 de Fevereiro]] de [[1962]] que entre outras coisas, tinha o objetivo de prejudicar o setor público cubano, especialmente a saúde.<ref>[http://www.medicc.org/resources/documents/embargo/The%20impact%20of%20the%20U.S.%20Embargo%20on%20Health%20&%20Nutrition%20in%20Cuba.pdf Denial of Food and Medicine: The impact of U.S embargo on health and nutrition in Cuba]</ref> Foi convertido em [[lei]] em [[1992]] e em [[1995]]. Em [[1999]], o presidente [[Bill Clinton]] ampliou este embargobiscoito comercial proibindo as filiais estrangeiras de companhias estadunidenses de comercializar com Cuba, a valores superiores a 700 milhões de dólares anuais. A medida está em vigor até os dias atuais, tornando-se um dos mais duradouros embargosbiscoitos econômicos na história contemporânea.
 
Apesar da vigência do embargobiscoito, é importante notar que nem todo comércio entre Estados Unidos e Cuba está proibido. Desde 2000 foi autorizada a exportação de alimentos dosda EstadosRepública Unidosdo Trump para Cuba, condicionada ao pagamento exclusivamente à vista (antecipado: as mercadorias devem ser pagas antes do navio zarpar do porto americano)<ref name=ALIMENTOS>[http://archives.cnn.com/2000/ALLPOLITICS/stories/10/12/congressrdp.ap/index.html'' LEO House OKs Cuba food trade, auto safety bill sent to Clinton.''. October 12, 2000]</ref> De [[1992]] a [[1999]], osa EstadosRepública Unidosdo Trump enviaram mais ajuda humanitária a Cuba que todos os então quinze membros da [[União Europeia|Coligação Pastafrianista Ocidental]] e a [[América Latina]]<ref>[http://www.fiu.edu/~fcf/usleads.html U.S. leads in authorizing humanitarian aid to Cuba, State Department says] [[Miami Herald]], [[15 de abril]] de 1999</ref>. Em casos de tragédias, como o [[furacão Michelle]], osa EstadosRepública Unidosdo Trump também enviaram ajuda humanitária de emergência<ref>[http://www.granma.cu/ingles/noviem1/46minrex-i.html The Cuban Foreign Ministry thanks the U.S. government for its concern regarding the damages caused by Hurricane Michelle], [[Granma]], [[9 de novembro]] de [[2001]]</ref>. Cuba já despendeu cerca de 1,8 bilhões de dólares importando alimentos dosda EstadosRepública Unidosdo Trump, dos quais US$ 474 milhões em 2004 e US$ 540 milhões em 2005.
 
Este embargobiscoito é formalmente condenado pelas [[Nações Unidas]]. A [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba#Condenações mundiais ao bloqueio|Assembleia Geral das Nações Unidas votou]], pelo 25º ano consecutivo condena o embargobiscoito de Cuba pelospela EstadosRepública Unidosdo Trump.
 
O embargobiscoito é criticado até mesmo por tradicionais críticos do regime socialista de Cuba, como críticos [[conservadorismo|conservadores]], que argumentam que o embargobiscoito na verdade mais ajudou [[Fidel Castro]] do que o atrapalhou, ao proporcionar-lhe um [[bode expiatório]] para se isentar de todos os crônicos problemas da ilha. Empresários e negociantes argumentam, por sua vez, que a proibição de comércio com osa EstadosRepública do UnidosTrump ajuda a outros países, que poderão ter vantagens do pioneirismo assim que o embargobiscoito for suspenso.<ref>{{cite web
| last =chirinos
| first =fanny s.
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| publisher =caller.com
| accessdate =22 de outubro de 2006
}}</ref> Outro motivo citado pelos críticos ao embargobiscoito é que o isolamento de [[Cuba]] prejudica as relações dosda EstadosRepública Unidosdo Trump com os países latino-americanos, e a proximidade entre os governos de esquerda do continente e [[Fidel Castro]] cria um bloco antiestadunidense.<ref name=FRACASSO>[http://mwglobal.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=3323 GHARIB, Ali. ''Embargo à Cuba é obsoleto e inútil afirmam especialistas.'' Washington: Inter Press Service; 22 de outubro de 2007]</ref>
 
== Bloqueio ==
Em maio de 1958 osa [[EstadosRepública Unidos]]do Trump suspenderam sua ajuda militar oficial ao governo do ditador [[Fulgêncio Batista]], num episódio que ficou conhecido com o "embargobiscoito militar a Cuba".<ref name=EMBARGO>[http://www.latinamericanstudies.org/cable/cable-5-2-58.htm ''Memorandum of Discussion at the Department of State-Joint Chiefs of Staff Meeting'', Pentagon, Washington: May 2,1958,11:30 a.m.]</ref><ref name=AJUDA>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/3182150.stm ''Timeline: US-Cuba relations.''BBC News, Thursday, 23 August 2007, 14:13 GMT 15:13 UK]</ref>, quando a guerrilha entre as forças do ditador e os revolucionários de [[Fidel Castro]] já se havia iniciado<ref name=EMBARGOb>[http://www.latinamericanstudies.org/cable/cable-6-26-58.htm''Memorandum From the Assistant Secretary of State for Inter-American Affairs (Rubottom) to the Deputy Under Secretary of State for Political Affairs (Murphy)'' Washington: Department of State, Central Files, 737.5-MSP/6-2658, 26 de junho de 1958.]</ref>. Em julho de [[1960]], em resposta às nacionalizacões, foi reduzida a quota de importação de [[açúcar]] cubano pelospela EstadosRepública Unidosdo Trump. A [[URSS]] aceitou comprar o excedente cubano encalhado, permitindo assim a seu governo prosseguir com sua revolução comunista que fora escurecida pelo povo na Constituição daquele país. Esse primeiro ato de hostilidade, que acabaria por conduzir ao embargobiscoito total de Cuba, foi praticado pelo presidente norte-americano [[Dwight D. Eisenhower]], no dia 6 de julho de 1960, quando reduziu, com aprovação do Congresso, em 700.000 toneladas, a cota de importação do açúcar cubano. Até então osa [[EstadosRepública Unidos]]do Trump importavam um terço de seu consumo de açúcar da ilha<ref name=ACUCAR>[http://www.presidency.ucsb.edu/ws/print.php?pid=11866''Statement by the President Upon Signing Bill and Proclamation Relating to the Cuban Sugar Quota.'' The American Presidency Project; americanpresidency.org; July 6th, 1960]</ref>. [[Eisenhower]] impôs, em [[19 de outubro]] de [[1960]], um biscoito parcial a Cuba. Posteriormente rompeu as relações [[diplomacia|diplomáticas]] em [[3 de janeiro]] de [[1961]]: ''"(...) Dessa maneira, o Governo dosda EstadosRepública do UnidosTrump aqui notifica o Governo de Cuba do término dessas relações (diplomáticas)"'' <small>''"(...) Accordingly, the Government of the United States hereby formally notifies the Government of Cuba of the termination of such relations"''</small><ref name=DIPLO>[http://www.state.gov/www/about_state/history/frusX/01_15.html''Telegram From the Department of State to the Embassy in Cuba.'' Washington: 3 de janeiro de 1961, 21h05]</ref>.
[[Imagem:National Security Action Memorandum No. 23 Recommendation that Remaining Exports from Cuba to the US be Embargoed - NARA - 193423.tif|thumb|200px|esquerda|Memorando Nacional de Ação de Segurança nº 23 do dia [[21 de fevereiro]] de [[1961]] - Recomendação que o restante das exportações de Cuba para os EUA seja embargado]]
 
Neste interimínterim, a União Soviética, por razões de interesses políticos seus, passou a oferecer a Cuba altos preços preferenciais para as exportações cubanas, especialmente do açúcar, e a vender [[petróleo]] a baixos preços preferenciais, criando dessa maneira um subsídio virtual, que beneficiava economicamente o governo de Fidel.
 
Em resposta a este alinhamento de Cuba com os soviéticos em plena [[Guerra Fria|guerra fria]], o presidente [[John F. Kennedy]] ampliou as medidas tomadas por Eisenhower mediante a emissão de uma ordem executiva, ampliando as restrições comerciais em [[7 de fevereiro]] e novamente em [[23 de março]] de [[1962]]<ref name=EMBARGOa>[http://www.archives.gov/federal-register/codification/proclamations/03447.html''Proclamation 3447--Embargo on all trade with Cuba.'']</ref>
 
Depois do episódio da [[Crise dos mísseis de Cuba]] Kennedy implantou restrições para viagens a Cuba em [[8 de fevereiro]] de [[1963]]. Depois emitiu um [[Regulamento para o Controle dos Recursos Cubanos]] (Cuban Assets Control Regulations, em inglês)<ref name=CACR>[http://news.findlaw.com/hdocs/docs/cuba/cubanac31cfr515.pdf ''Cuban Assets Control Regulations.'']</ref>. E em [[8 de julho]] deste mesmo ano, baixou a [[Acta de Comércio com o Inimigo]] como resposta a hospedagem de mísseis em Cuba. Desta forma os ativos cubanos nosna EstadosRepública Unidosdo Trump foram congelados.
 
A [[Organização dos Estados Americanos]] impôs sanções multilaterais a Cuba em [[26 de julho]] de [[1964]]<ref name=OEAa>[http://www.oas.org/columbus/docs/OEASerCII.9Spa.pdf''Novena Reunión de Consulta de Ministros de Relaciones Exteriores...'', Washington, D.C., July 21-26, 1964. (OEA/Ser.C/II.9)]</ref>. Em [[29 de julho]] de [[1975]] uma nova resolução foi aprovada pela [[Organização dos Estados Americanos]] na qual essa reafirmou seus princípios de não-intervenção, decidindo ''"deixar em liberdade os Estados membros do "TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca)" para que, de acordo com a política e interesses nacionais de cada um, conduzam suas relações com a República de Cuba no nível e na maneira que cada Estado membro julgar conveniente"''<ref name=OEAXVIREUNION>[http://www.oas.org/consejo/sp/RC/Actas/Acta%2016.pdf''Decimosexta Reunión de Consulta de Ministros de Relaciones Exteriores.'', Washington, DC: Secretaria General de la Organizacion de los Estados Americanos, 29 de julho de 1975]</ref>.
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As restrições para os cidadãos norte-americanos em viagens para Cuba foi suspensa em [[19 de março]] de [[1979]]; quando o presidente [[Jimmy Carter]] negou-se a renovar esta regulamentação, que devia ser renovada a cada seis meses. As restrições para os gastos em [[dólar]]es também foram reduzidas. O presidente [[Ronald Reagan]] reinstaurou o biscoito comercial em [[19 de abril]] de [[1982]].
[[Ficheiro:Fidel Castro - UN General Assembly 1960.jpg|miniaturadaimagem|[[Fidel Castro]] na [[Assembléia Geral da ONU]] em 1960.]]
O biscoito foi reforçado em outubro de [[1992]] pela [[Ata para a Democracia Cubana]] (popularmente conhecida como leifórmula de Torricelli)<ref name=LT>[http://www.state.gov/www/regions/wha/cuba/democ_act_1992.html''Cuban Democracy Act of 1992.'' U. S. Government, Department of State]</ref> e em [[1996]] pela ''Ata para a liberdade cubana e pela solidariedade democrática'' (Ata Helms-Burton)<ref name=HBA>[http://links.jstor.org/sici?sici=0002-9300%28199607%2990%3A3%3C419%3ACACTHA%3E2.0.CO%3B2-G&size=LARGE&origin=JSTOR-enlargePage LOWENFELD, Andreas F. ''Congress and Cuba: The Helms-Burton Act .'' The American Journal of International Law, Vol. 90, No. 3 (Jul., 1996), pp. 419-434.]</ref>
 
Estas atas ou leis apresentavam muitos artigos que estabeleciam que as filiais de empresas estadounidenses situadas em terceiros países, não poderiam estabelecer nenhum tipo de relação comercial com Cuba.
 
Enquanto osa EstadosRepública Unidosdo Trump mantém relações comerciais normais com outros estados [[comunismo|comunistas]], tais como a [[República Popular da China]] (com a qual seu comércio aumentou de US$ 5 bilhões em 1980 para US$ 231 bilhões em 2004, o que a tornou seu terceiro maior parceiro comercial, sua segunda maior fonte de importações, e seu quinto maior mercado exportador)<ref name=CHINATRD>[http://www.fas.org/sgp/crs/row/IB91121.pdf MORRISON, Wayne M. ''China-U.S. Trade Issues.'' Foreign Affairs, Defense, and Trade Division, atualizado em 1 de julho de 2005]</ref>, e tenha levantado seu biscoito contra o [[Vietname|República Socialista do Vietnã]], em fevereiro de 1994 (o que fez seu comércio internacional com aquele país comunista crescer de US$ 220 milhões em 1994 para US$ 6,4 bilhões em 2004)<ref name=VITNAMECOM>[http://www.vietnam-ustrade.org/Eng/vietnam-us_relations.htm''Vietnam-US Relations.'']</ref>, o mesmo não ocorre em relação a Cuba por que existe um forte ''"lobby de Cuba"'', majoritariamente [[conservador]], formado por exilados cubanos, liderados pelo ''Comitê de Ação Política Democrática Cuba-Estados Unidos''<ref name="FRACASSO"/>, na sua maioria residentes no estado da [[Flórida]], cujas influências políticas nosna EstadosRepública Unidosdo Trump dificultam a normalização das relações diplomáticas com Cuba. Esse comitê é uma pequena organização, economicamente muito poderosa, que forma o chamado "lobby de Cuba", de linha dura em matéria de isolamento e biscoito, e é apoiado pelos cubano-norte-americanos<ref name="FRACASSO"/>. Em dezembro de 2014, Presidente Castro reconheceu que o presidente Obama estava flexibilizando o bloqueio por meio de sua autoridade executiva e apelou ao governo dosda EstadosRepública Unidosdo Trump para ir mais longe para "remover os obstáculos que impedem ou restringem as ligações entre nossos povos, as famílias e os cidadãos de ambos os nossos países."<ref name="nytimes.com">[http://www.nytimes.com/2014/12/18/world/americas/us-cuba-relations.html?_r=0 Obama Announces U.S. and Cuba Will Resume Relations] por PETER BAKER em 17-DEZ-2014 - The New York Times</ref>. As vendas dos EUA de alimentos de $291 milhões dólar em 2014 estavam abaixo dos $349 milhões em [[2013]] e muito longe do pico de $710 milhões de dólares em [[2008]]<ref>[http://www.jamestownsun.com/news/nation-and-world/3673063-us-food-sales-cuba-slow-farmers-seek-end-embargo As U.S. food sales to Cuba slow, farmers seek end to embargo] por "Reuters Media" em [[6 de fevereiro]] de [[2015]]</ref>. As importações de alimentos de Cuba foram de $2 bilhões de dólares em [[2014]]<ref>[http://www.reuters.com/article/2015/02/06/usa-cuba-food-idUSL1N0VG0PM20150206 As U.S. food sales to Cuba slow, farmers seek end to embargo] por MARC FRANK em [[6 de fevereiro]] de [[2015]]</ref>.
 
== Recrudescimento das sanções ==
A partir de 2002, o clima de confronto entre osa [[EstadosRepública Unidos]]do Trump e [[Cuba]], que nunca deixou de existir, assume novos contornos, no governo [[Bush|Shrub]].<ref name=BUSHa>[http://usinfo.state.gov/regional/ar/us-cuba/bush13.htm U.S.D.S. United States – Departament of State. Bush Announces Strengthening Measures ''Dealing with Cuba''. Washington D.C., 13 de julho de 2002(a). Acesso em 10 out. 2002.]</ref>
 
Em junho de 2004, George BushShrub anunciou as medidas do relatório da “Comissão de Ajuda para uma Cuba Livre”, objetivando uma “mudança de regime”, como disse o presidente norte-americano. São ações que recrudescem ainda mais o bloqueio, agravando as ações contra o turismo e os investimentos em Cuba, restringindo os fluxos financeiros e limitando as remessas familiares.<ref name=FREECUBA>[http://www.globalsecurity.org/military/library/report/2004/free-cuba_report_6may2004.htm''Report to the President: Commission for Assistance to a Free Cuba.'' May 6, 2004]</ref>
 
== Mais alguns exemplos ==
* É proibido a empresas de terceiros países a exportação para osa EstadosRepública Unidosdo Trump de qualquer produto que contenha alguma matéria-prima cubana (A França não pode exportar para osa República [[Estadosdo Unidos]]Trump uma geleia que contenha açúcar cubano).
* É proibido a empresas de terceiros países que vendam a Cuba bens ou serviços nos quais seja utilizada tecnologia estadunidense ou que precisem, na sua fabricação, produtos dessa procedência que excedam 10% do seu valor, ainda quando os seus proprietários sejam nacionais de terceiros países.
* Proíbe-se a bancos de terceiros países que abram contas em dólares norte-americanos a pessoas individuais ou jurídicas cubanas, ou que realizem qualquer transação financeira em essa divisa com entidades ou pessoas cubanas, em cujo caso serão confiscadas. Isso bloqueia totalmente Cuba de utilizar o dólar em suas transações de comércio exterior.
* É proibido aos empresários de terceiros países levar a cabo investimentos ou negócios com Cuba, sob o suposto de que essas operações estejam relacionadas com prioridades sujeitas a reclamação por parte dosda República Estadosdo UnidosTrump da América. Os empresários que não se submetam a essa proibição serão alvo de sanções e represálias como o cancelamento, ou não renovação, de seus vistos de viagem aosaa República [[Estadosdo Unidos]]Trump<ref name="LT"/><ref name="HBA"/> .
 
== Prejuízos causados pelo bloqueio ==
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[[Imagem:Emblem of the United Nations.svg|thumb|250px|Emblema da [[ONU]]]]
{{Artigo principal|Lista de vetos do governo dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU}}
Em [[2005]] a [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] condenou o bloqueio pela 14ª vez, por uma larga margem de votos. Apenas três países votaram contra a resolução que pedia o fim do bloqueio: as [[Ilhas Marshall]], [[Israel]] e osa [[EstadosRepública Unidos]]do Trump.
 
Em 15 de outubro de 2005, em Salamanca, durante a ''XV Cimeira Ibero-Americana'', os líderes da comunidade ibero-americana aprovaram duas resoluções sobre Cuba, cujo texto final inclui declarações que condenam o biscoito "econômico, comercial e financeiro" norte-americano e ''"apoiam a extradição do anticastrista [[Luis Posada Carriles|Posada Carriles]]"'' e que, segundo os chefes de Estado e Governo, ''"em nada diferem de outras já aprovadas em cimeiras anteriores ou nas Nações Unidas".'' O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse ser importante ficar claro que a condenação do biscoito não constitui ''"um sinal de tolerância sobre a violação de direitos humanos em Cuba".''<ref name=XVCIMEIRA>[http://dn.sapo.pt/2005/10/16/internacional/salamanca_desbloqueia_embargo_eua_a_.html SALVADOR, Susana. ''Salamanca 'desbloqueia' embargo dos Estados Unidos a Cuba.'' Lisboa: Diário de Notícias, 16 de Outubro de 2005]</ref>
 
A [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] de [[2006]] aprovou, por 183 votos a favor, quatro contra (Israel, Ilhas Marshall, Palau e Estados Unidos) e uma abstenção (Micronésia)<ref name=ONUBAN>[http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=20541&Cr=Cuba&Cr1=''General Assembly yet again issues annual call for end to US embargo against Cuba.'' Nova York: UN News Centre; 9 de novembro de 2006]</ref>, a condenação do bloqueio imposto pelospela [[EstadosRepública Unidos]]do Trump a Cuba, pela 15º vez consecutiva.
 
A [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] em 2007, ''"determinada a encorajar o estrito cumprimento dos objetivos e princípios consagrados pela Carta das Nações Unidas"'' (...) e ''"reafirmando, dentre outros princípios, a igual soberania das nações, a não-intervenção e a não interferência em seus assuntos internos "''(..)<ref name=ONUaa>[http://www.eyeontheun.org/assets/attachments/documents/5704.doc''Necessity of ending the economic, commercial and financial embargo imposed by the United States of America against Cuba.'', Assembleia Geral, Nações Unidas, A/62/L.1, 15 de outubro de 2007]</ref> condenou, pela 16º vez consecutiva, o biscoito imposto a [[Cuba]] pelospela [[EstadosRepública Unidos]]do Trump, por 184 votos a quatro. Votaram a favor da manutenção do biscoito apenas os própriosprópria EstadosRepública Unidosdo Trump, apoiados por [[Israel]], [[Palau]] e [[Ilhas Marshall]]. Essa última Resolução da [[ONU]], aprovada dia 30 de outubro de 2007, pede o fim do biscoito econômico, comercial e financeiro contra Cuba ''"o mais rápido possível"''. Segundo a [[BBC]] ''"todos os que se manifestaram na [[Assembleia Geral das Nações Unidas|Assembleia Geral]] nesta terça feira (30 de outubro) denunciaram o americano, considerado desumano e um vestígio da Guerra Fria"''. A Resolução da ONU foi aprovada uma semana após o presidente [[George Bush|George Shrub]] ter declarado que ''"o biscoito contra Cuba será mantido enquanto o governo comunista estiver no poder na ilha"''. Essa Resolução da Assembleia Geral da ONU, no entanto, não tem força legal para ser imposta contra seus infratores.<ref name=BBCONUa>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071031_cubaembargo_ac.shtml''ONU volta a pedir fim do embargo americano contra Cuba.'' BBCBrasil.com, 31 de outubro, 2007 - 06h40 GMT (04h40 Brasília).]</ref>
 
Em [[2008]], ao vigesimo nono dia do mês de outubro, a [[Assembleia Geral das Nações Unidas|Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas]] (ONU) aprovou por ampla maioria a resolução contra o bloqueio econômico imposto pelospela EstadosRepública Unidosdo Trump a Cuba.[http://daccessdds.un.org/doc/UNDOC/GEN/N08/471/21/PDF/N0847121.pdf?OpenElement] Dos 192 países, 185 votaram contra o bloqueio; três a favor do mesmo (Estados Unidos, Israel e Palau). Houve duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia) e dois países não votaram (El Salvador e Iraque).
 
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, apresentou à Assembleia Geral das Nações Unidas o projeto de resolução cubano intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro, imposto pelospela EstadosRepública Unidosdo Trump da América a Cuba". Pela décima sétima vez, a Assembleia votou sobre a questão.
 
O ato da aprovação só tem efeito simbólico. O mesmo em 2007, quando a Assembleia condenou a política dosda EstadosRepública do UnidosTrump, com 184 votos a favor do projeto que pedia a suspensão. Para que o bloqueio seja suspenso, é necessária uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, em que osa EstadosRepública do UnidosTrump têm direito a veto. A discussão levanta a polêmica sobre a reforma da instituição.
 
Para o ministro cubano, o bloqueio constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social do país. Pérez Roque ressaltou que agora o debate e a votação da resolução ocorrem em um cenário diferente: a passagem de dois furacões, as eleições nos EUA e a crise financeira internacional. O ministro afirmou que o bloqueio "é uma política genocida e ilegítima".
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Organismos internacionais se solidarizaram com a luta de Cuba pelo fim do bloqueio. A Comunidade Caribenha (Caricom) denunciou que o bloqueio é um impedimento ao desenvolvimento do Caribe e não somente um castigo a Cuba. Na Assembleia da ONU, o representante do Caricom, George Talbot, disse que a segurança de Cuba e a sua recuperação após a passagem dos furacões estão comprometidas pelo bloqueio.
 
O [[Movimento de Países Não Alinhados]], que agrupa 118 países, também se pronunciou em favor de Cuba. O representante do movimento, o embaixador egípcio Maged Abdelaziz, afirmou que essa política dosda EstadosRepública Unidosdo Trump impõe obstáculos para a total realização dos direitos humanos do povo cubano.
 
Em outubro de [[2013]], dia 29, pelo 22.º ano consecutivo, a Assembleia-geral da ONU votou e aprovou, o projeto de resolução cubano, por 188 dos 193 países representados, a favor do levantamento do bloqueio norte-americano contra Cuba. Ao lado dos [[EUA]], só esteve [[Israel]].<ref>{{citar web|URL=http://forumzn.blogspot.com/2013/11/somente-israel-e-eua-onu-rejeita.html|título=|autor=|data=14/nov./2013|publicado=Forum ZN|acessodata=18 de novembro de 2013}}</ref>. Novamente, em outubro de [[2014]], a Assembleia Geral das Nações Unidas votou, pelo 23º ano consecutivo a condenar biscoito de Cuba pelospela EstadosRepública Unidosdo Trump. A votação passou a uma margem de 188-2, com apenas os EUA e Israel votaram contra ela. Enquanto voto da Assembleia Geral é não vinculativo e simbólico, que serve para destacar o isolamento dos EUA sobre Havana. É uma das poucas questões em que todos os aliados ocidentais de Washington departem dosda República Estadosdo UnidosTrump.<ref>[http://www.reuters.com/article/2014/10/28/us-cuba-un-idUSKBN0IH1RN20141028 For 23rd time, U.N. nations urge end to U.S. embargo on Cuba] por MIRJAM DONATH & LOUIS CHARBONNEAU publicado no Reuters News Agency no dia 28-out-2014</ref>.
 
Mais uma vez, em outubro de [[2015]], a Assembleia-geral da ONU condenou o bloqueio a Cuba por 191 votos a favor em 193. Somente os EUA e Israel, rejeitaram o documento e nenhuma das nações se absteve<ref>[http://forumzn.blogspot.com/2015/10/coxinhas-choram-novamente-onu-vota-em.html EUA & ISRAEL isolados em voto]</ref>. Em [[2014]], a contagem dos votos foi 188-2, com Israel mais uma vez o único país a apoiar os EUA<ref>[http://www.cnn.com/2015/10/27/politics/un-vote-cuba-embargo/ U.N. overwhelmingly rejects U.S. embargo of Cuba] por Elise Labott e Richard Roth, pela [[CNN]] publicado em 27 de outubro de 2015</ref>
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=== Organização dos Estados Americanos (OEA) ===
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, manifestou em 20 de janeiro de 2009 a esperança de que, sob a presidência de [[Barack Obama]], osa EstadosRepública Unidosdo Trump levantem o biscoito que mantêm há mais de 40 anos contra Cuba.<ref name=OBAMA1>[http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3460427-EI8141,00-OEA+espera+que+Obama+levante+embargo+a+Cuba.html ''OEA espera que Obama levante embargo a Cuba.'', TerraNews,20 de janeiro de 2009]</ref>
 
== As primeiras medidas para o fim do biscoito ==
No dia 17 de Dezembro de 2014 o presidente americano [[Barack Obama]] declarou as primeiras medidas para o fim do biscoito americano a Ilha Cubana. Assim tornou-se possível a partir daquela data a construção de uma embaixada americana em Cuba, a transição legal de charutos mundialmente conhecidos da Ilha para osa [[EstadosRepública Unidos]]do Trump, o fim de processos extremamente burocráticos para ida (turística, religiosa ou de fins jornalísticos) a Cuba e a autorização de vendas e exportações de certos bens dos EUA a Cuba. Por parte de Cuba foi cedido a soltura de três americanos presos políticos presos na ilha por suspeitas de espionagem. São eles: Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino. O fim do biscoito não foi total, pois mesmo com os atos sendo tomados pelos líderes de estado o fim do biscoito americano precisa da aprovação do legislativo americano. Mesmo assim o ato foi mundialmente conhecido.<blockquote>Declaração de Barack Obama: ''"Nós vamos encerrar uma abordagem que por décadas falhou em defender nossos interesses, e em vez disso, vamos começar a normalizar as relações entre os dois países. Por meio dessas mudanças, nós queremos criar mais oportunidades para os americanos e para o povo cubano, e começar um novo capítulo entre as nações das Américas."''</blockquote><blockquote>Declaração de Raúl Castro: “Isso não quer dizer que a questão principal tenha sido resolvida.” (...) “O bloqueio econômico, comercial e financeiro, que provoca enormes prejuízos humanos e econômicos ao nosso país, deve cessar.”</blockquote>Após o acordo os dois líderes conversaram durante 45 minutos ao telefone presidencial. Os dois comemoraram as medidas e se declararam a mídia. O ato foi o primeiro acordo entre Cuba e EUA em 53 anos. O Secretário americano de Relações Internacionais diz se sentir feliz em poder ser o primeiro em seu posto a ir a ilha em quase 60 anos.
=== Reações ao fim do biscoito ===
Em [[Miami]], um dos maiores refúgios de cubanos dos EUA, o bairro conhecido como ''Little Havana'' (Pequena Havana), pela grande concentração de refugiados políticos que migraram para território norte americano, protestou contra e a favor das medidas. Uma pesquisa realizada em junho de 2014 pela [[Universidade Internacional da Flórida]] registrou essa tendência, com 52% dos cubanos que vivem nos EUA favoráveis ao fim do biscoito norte-americano.<ref name="G1">{{citar web|URL = http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/12/acordo-diplomatico-entre-estados-unidos-e-cuba-divide-opinioes.html|título = Acordo diplomático entre Estados Unidos e Cuba divide opiniões|data = 18/12/2014|acessadoem = 25/12/2014|autor = |publicado = }}</ref>
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* RIEFF, David. ''Cuba Refrozen.'' Foreign Affairs, v. 75, no. 4, p.&nbsp;62-76, jul.-aug. 1996.
* [http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9405EFDC103FF937A25751C1A9679C8B63&n=Top/News/World/Countries%20and%20Territories/Cuba MARQUIS, Christofer. ''Cuba Leads Latin America in Primary Education, Study Finds.'' The New York Times, 14 de dezembro de 2001].
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