Sultanato Saadiano: diferenças entre revisões

Os Saadianos são de origem [[Árabes|árabe]]. Pretendem ao título de [[Xerife (Islão)|Xerifes]] por serem descendentes de [[HasanHaçane benibne Ali|Hassan ben `Alî]], filho mais velho de [[Ali ibn Abi Talib|Ali]] e de [[FatimaFátima bint(filha Muhammadde Maomé)|Fátima Zahra]]. Este parentesco prestigioso, que na época era aceito por todos, foi questionado no [[século XVII]]; pode ser que sua ascendência não venha de Maomé, mas de sua ama Halima, da tribo dos Banî Sa `d. Daí o nome da dinastia ''saadiana''<ref>[[Charles-André Julien]], ''Histoire de l'Afrique du Nord, des origines à 1830'', éd. Payot, Paris, 1994, {{ISBN|978-2228-887892}}, p. 573</ref>.

O fundador da dinastia, [[Muhammad al-Mahdi al-Qaim bi-Amr Allah|Muhammad al-Qâ'im]], chamado tambéltambém al-MahdîMadi, ou Abu AbdallahAbdalá, começa por iniciativa da irmandade [[Xadhiliyya]] uma guerra santa contra os [[Portugueses]] desde o mês de Agosto de [[1511]], com uma tentativa falhada contra a [[Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué]] ([[Agadir]])<ref name=Shillington>{{ouvrage|éditeur=CRC Press|collection=|série=|titre=Encyclopedia of African history, Band 1|titre vo=|ref=|volume=|titre volume=|auteur=Kevin Shillington|prénom=|nom=|auteurs=|directeur=|préface=|trad=|langue=anglais|lien langue={{en}}|lieu=|année=2005|mois=|jour=|publi=|pages=1824|format=|isbn=1579584535|issn=|oclc=|présentation en ligne=|lire en ligne=http://books.google.fr/books?id=Ftz_gtO-pngC&pg=PA893|partie=|numéro=|chap=|passage=893|id=|commentaire=}}</ref>, que será tomada em [[1541]]<ref name=Shillington/>. Ao mesmo tempo, os Saadianos aliam-se aos espanhóis para enfrentar a ameaça turca.

Em 4 de Agosto de [[1578]], perto de [[Alcácer-Quibir]], ao norte do país, [[Sebastião de Portugal|D. Sebastião]], de 24 anos, rei de [[Portugal]], com {{formatnum|16000}} homens, enfrenta o sultão saadiano [[Abu MarwanMaruane AbdAbdal al-MalikMalique I Saadi|Mulei Moluco]] à frente de {{formatnum|50000}} homens. Sebastião tem um aliado na pessoa de um ex-governante de Marrocos, [[Mulei MohammedMaomé]]. A batalha acaba com um desastre para os Portugueses e seu aliado, mas Mulei Moluco não tem a oportunidade de saborear a sua vitória, porque morre de doença durante a batalha.

[[AhmedAmade al-MansurAlmançor Saadi|AhmedAmade al-MansurAlmançor]], sucessor de AbdAbdal el-MalikMalique (Mulei Moluco), leva a dinastia Saadiana ao seu auge. Uma expedição victoriosa contra o Império Africano de [[Império Songhai|Songhai]], em [[1591]], permite-lhe enriquecer a sua capital com o ouro do ''Sudão'' (Sudão é diferente do país africano da actualidade: é a antiga denominação árabe dos países logo abaixo do Saara. Sudão em árabe significa "terra dos negros").

* [[1511]] - [[1517]] [[Muhammad al-Mahdi al-Qaim bi-Amr Allah|Muhammad al-Qâ'im bi-'Amr Allah]] (al-Mahdî, ou Abu AbdallahAbdalá)

* 1517 - [[1544]] [[Ahmed al-Araj|Ahmed al-'A`raj]] e [[MohammedMaomé echal-CheikhXeique]]

* 1544 - [[1557]] [[MohammedMaomé echal-CheikhXeique]] (sultão de Marrocos inteiro desde 1554)

* 1574 - [[1576]] [[Mulei MohammedMaomé|MohammedMaomé el-MottouakilMotuaquil]] (MohammedMaomé Saadi II, ou Mulei MohammedMaomé)

* 1576 - [[1578]] [[Abu MarwanMaruane AbdAbdal al-MalikMalique I Saadi]], (Mulei Moluco), chamado ''El-Moatassem Billah''

* 1578 - [[1603]] [[AhmedAmade al-MansurAlmançor Saadi|AhmedAmade al-MansurAlmançor]], chamado ''Ed-Dahabi''

* 1636 - [[1654]] : [[Mohammed ech-Cheikh es sghir]] (MohammedMaomé Saadi III)

*1613 - 1623: AbdallahAbdalá II

*1623 - 1627: AbdAbdal el MalekMalique

* [[1524]] : A família saadiana apodera-se de [[Marraquexe]]. Trata-se de uma linhagem pretendidamente [[Xerife (Islão)|Xerifiana]], originária de [[Tamegroute]], uma aldeia no vale do [[Rio Drá|Drá]], cujo um dos chefes, [[Muhammad al-Mahdi al-Qaim bi-Amr Allah|Abu Abdallah]], tinha reunido as tribos do [[Suz]] para lutar contra os Portugueses. O crescente papel dos Saadianos reflete a ascensão das ''[[Zaouïa|zaouias]]'' ou irmandades muçulmanas, e a crescente autoridade espiritual dos [[Marabuto]]s, um fenómeno frequente em tempos de crise, enquanto o Islão aparece ameaçado. É assim que, desde [[1511]], [[MohammedMaomé al-Jazuli]], líder de uma poderosa [[Zaouïa]] do [[Suz]], apoia a designação como chefe de guerra de [[Muhammad al-Mahdi al-Qaim bi-Amr Allah|Abu Abdallah]], chamado o "que está de pé pela vontade de Deus" (al-Qâ'im bi-'Amr Allah).

*[[1524]] - [[1550]]: Reino de [[Ahmed el Outassi|Abu al-Abbas Ahmad ben Muhammad]] (Ahmed el Wattasi). Ele deve reconhecer a independência de facto dos Saadianos, nas regiões do sul. Quando tenta de tomar [[Marraquexe]], em [[1528]], é vencido e forçado a retirar-se. Dois filhos de Abu Abdallah compartilham o poder no sul do país: [[Ahmed al-Araj|Ahmed al-'A`raj]], o mais velho, que reina em Marraquexe, e [[MohammedMaomé echal-CheikhXeique]], governador do Suz.

*[[1544]] (Junho): Batalha do passo de Bibaoun<ref>Chronique de Santa-Cruz du Cap de Gué (Agadir). Texte portugais du XVIeme siècle, traduit et annoté par Pierre de Cenival. Paris, Paul Geuthner. 13, rue Jacob, 13. 1934</ref>, ou de El-Kahira <ref>[[Luís del Marmol Carvajal]], in ''Primera parte de la Descripcion general de Affrica, con todos los sucessos de guerras que a avido entre los infieles, y el pueblo christiano, y entre ellos mesmos desde que mahoma inve[n]to su secta, hasta el año del señor mil y quinientos y setenta y uno / por el veedor Luys del marmol Caravaial'' Granada : en casa de Rene Rabut, : vendense en casa de Iuan Diaz, [[1573]]</ref> : Os dois irmãos [[Ahmed al-Araj|Ahmed al-'A`raj]] e [[MohammedMaomé echal-Cheikh]]Xeique combatem um contra o outro. MohammedMaomé echal-CheikhXeique vence e Ahmed al-'A`raj refugia-se com seus dois filhos, na [[Zaouïa]] Ben Sasi (perto de Marraquexe). É depois levado a [[Tafilete]].

*[[1554]]-[[1557]]: Reinado de [[MohammedMaomé echal-CheikhXeique]] (ou Muhammad al-Shaykh) sobre Marrocos reunificado, cuja capital é transferida de Fez a [[Marraquexe]]. O Sultão saadiano, inquieto das ambições turcas, vira-se para Espanha e negocia secretamente com o conde de [[Alcaudete]], governador espanhol de [[Orão]], para agir contra Argel, mas os turcos antecipam e cercam sem sucesso Orão, enquanto os Saadianos não conseguem apoderar-se de [[TlemcenTremecém]].

*[[1557]]: Maomé [[Mohammed echal-Cheikh]]Xeique é assassinado por um desertor turco que se tinha posto a seu serviço: a sua cabeça é enviada a Argel, e depois a [[Constantinopla]]. O seu irmão também é assassinado em Tafilalt[[Tafilete]], por ordem de [[Abdallah el-Ghalib]], para este poder reinar.As tropas de Argel ameaçam Fez depois de uma batalha indecisa travada perto do rio Sebu, mas uma surtida das forças espanholas de Orão obriga-as a retirarem-se.

*[[1557]]-[[1574]]: Reinado de [[AbdallahAbdalá el-Ghalib]]Galibe. Falha em sua tentativa de apoderar-se de [[Mazagão (Marrocos)|Mazagão]], e a [[Rebelião das Alpujarras|revolta dos mouriscos de Granada]] interfere com seu projeto de aliança com a Espanha contra a ameaça otomana. Mas esta ameaça aparece menos perigosa depois que em [[Batalha de Lepanto|Lepanto]] a frota cristã vence o sultão, em outubro de 1571.

*[[1574]]-[[1576]]: Reinado de [[Mulei MohammedMaomé]], o filho mais velho de [[AbdallahAbdalá el-Ghalib|Muhammad al-Ghalib]]Galibe. Segundo a tradição, era o irmão mais velho do defunto, [[Abu MarwanMaruane AbdAbdal al-MalikMalique I Saadi]] (Mulei Moluco), que devia suceder-lhe. AbdAbdal al-MalikMalique, que tinha combatido nas armadas otomanas, é apoiado pelo sultão turco, que procura instalar, finalmente, o poder do [[Império Otomano]] em [[Marrocos]]. AbdAbdal al-MalikMalique dessa maneira pode invadir o país com um poderoso Exército turco, e toma [[Fez]], e em seguida [[Marraquexe]], depois de vencer seu sobrinho perto de [[RabatRebate]]. Este procura então o apoio do Rei [[Dom Sebastião]] de Portugal.

[[Imagem:Conquêtes des Saadiens-pt.svg|200px300px|thumb|Conquistas dos saadianos]]