Pepino, o Breve: diferenças entre revisões

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'''Pepino III''', também conhecido como '''Pepino, o Breve''' ou '''Pepino, o Moço''' ([[Jupille-sur-Meuse]], [[Circa|ca.]] {{dtlink|lang=pt|||714}} — [[Saint-Denis (Seine-Saint-Denis)|Saint-Denis]], {{dtlink|lang=pt|24|9|768}}). Filho mais novo de [[Carlos Martel]], em [[751]], [[Século {{séc|VIII]]}} éfoi proclamado [[Rei dos Francos]] (oficialmente é o ano em que iniciainiciou-se a soberania dos reis [[Francos]] sobre a Europa, que veio a ser denominada Dinastia[[dinastia Carolíngiacarolíngia]]), em ofício da Igreja Católica pelo papa [[Papa Zacarias|Zacarias]], reinado que se estendeestendeu até sua morte em [[768]] (na história esta vem a ser a primeira investidura como soberano por determinação de um [[pontífice]]). Sua proclamação recria assim o antigo [[Império Romano do Ocidente]]. Seu filho mais velho [[Carlos Magno]], após sua morte, assume o trono e expande seu domínio e influencia, consolidando a Dinastia Carolíngia que, pelos séculos seguintes, foi a soberana na Europa<ref>Charles Cawley - Idade Média - '''Reis da Dinastia Carolíngia''' - [http://fmg.ac/Projects/MedLands/CAROLINGIANS.htm#PepinleBrefFranksB {{{id|{{{2|}}}}}} ('em inglês')]. Visitada em 12 de março de 2016</ref>.
 
Sua proclamação pretensamente recriou assim o antigo [[Império Romano do Ocidente]]. Seu filho mais velho [[Carlos Magno]], após sua morte, assumiu o trono e expande seu domínio e influência, consolidando a dinastia Carolíngia que, pelos séculos seguintes, foi a soberana na Europa.<ref>Charles Cawley - Idade Média - ''Reis da Dinastia Carolíngia'' - [http://fmg.ac/Projects/MedLands/CAROLINGIANS.htm#PepinleBrefFranksB {{{id|{{{2|}}}}}} ('em inglês')]. Visitada em 12 de março de 2016</ref>
Nasceu [[Circa|ca.]] 714 em [[Jupille]], próximo a [[Liège]], no que hoje é a [[Bélgica]], onde a [[dinastia carolíngia]] se originou. Aquele território era então parte do reino da [[Austrásia]]. O seu pai foi Carlos Martel, [[prefeito do palácio]] e duque dos francos, e a sua mãe foi Rotruda de Tréveris.<ref name=":0" />
 
Nasceu [[Circa|ca.]] 714 em [[Jupille]], próximo a [[Liège]], no que hoje é a [[Bélgica]], onde a [[dinastia carolíngia]] se originou. Aquele território era então parte do reino da [[Austrásia]]. O seu pai foi Carlos Martel, [[prefeito do palácio]] e duque dos francos, e a sua mãe foi Rotruda de Tréveris.<ref name=":0" />
Ele é [[Prefeito do Palácio|prefeito do palácio]] de 741-751 e depois rei dos francos de 751-768. Este é o primeiro monarca da dinastia carolíngia.<ref name=":0" />
 
Ele éfoi [[Prefeito do Palácio|prefeito do palácio]] de 741-751 e depois rei dos francos de 751-768. Este é o primeiro monarca da dinastia carolíngia.<ref name=":0" />
 
== Biografia ==
Ele éera o filho mais novo de [[Carlos Martel]] e [[Rotruda (esposa de Carlos Martel)|Rotruda]].<ref name=":0" />
 
O seu apelido, apareceu tarde na historiografia, e é devido ao seu pequeno tamanho, "breve" significasignificava "Curto" na época.<ref>''Pépin dit «&nbsp;le Bref&nbsp;»&nbsp;: considérations sur son surnom et sa légende''&nbsp;[archive]</ref>
 
=== Prefeito do Palácio com Carlomano ===
 
==== A distribuição dos bens de Carlos Martel ====
Neste período de declínio da dinastia merovíngia, os reis legítimos não têmtinham mais autoridade: os verdadeiros líderes do Estado sãoeram os prefeitos do palácio, especialmente quando se tratatratava de homens enérgicos, como Charles[[Carlos Martel]].<ref name=":0" />{{Dinastia carolíngia}}
Com a morte de [[Carlos Martel]], em 741, o poder foi transmitido aos seus dois filhos legítimos. O mais velho Carlomano, tornou-se prefeito do palácio da [[Austrásia]] e obtém a Alemania e a [[Turíngia]],&nbsp; Pepino, tornou-se prefeito do palácio da [[Nêustria]] e mantém a [[Provença]] e a [[Borgonha]].O poder poderia também ter sido destinado ao filho ilegítimo de Martel, [[Grifo, filho de Carlos Martel|Grifo]], mas ele foi aprisionado num [[monastério]] por seus dois meio-irmãos. Em [[742]], os dois irmãos redifinem na [[Naintré|Antiga Poitiers]] as suas parte e desafiam os limites tradicionais dos reinos francos.<ref>Georges Bordonove&nbsp;''Charlemagne, empereur et roi''&nbsp;[archive], 1989),&nbsp;<abbr>p.</abbr>&nbsp;26.</ref>
 
Com a morte de [[Carlos Martel]], em 741, o poder foi transmitido aos seus dois filhos legítimos. O mais velho Carlomano, tornou-se prefeito do palácio da [[Austrásia]] e obtémobteve a Alemania e a [[Turíngia]],&nbsp; Pepino, tornou-se prefeito do palácio da [[Nêustria]] e mantém a [[Provença]] e a [[Borgonha]].O poder poderia também ter sido destinado ao filho ilegítimo de Martel, [[Grifo, filho de Carlos Martel|Grifo]], mas ele foi aprisionado num [[monastério]] por seus dois meio-irmãos. Em [[742]], os dois irmãos redifinemredifiniram na [[Naintré|Antiga Poitiers]] as suas parte e desafiam os limites tradicionais dos reinos francos.<ref>Georges Bordonove&nbsp;''Charlemagne, empereur et roi''&nbsp;[archive], 1989),&nbsp;<abbr>p.</abbr>&nbsp;26.</ref>
Pepino e Carlomano lutam antes de tudo para trazer estabilidade às margens do reino. Eles enfrentam tendências de autonomia, se não mesmo a independência dos [[Aquitanos]] aliados aos [[Vascões]], bávaros e [[alamanos]]. O duque de Baviera, Odilão, havia se casado com sua irmã [[Hiltruda]], apesar da sua oposição e era aliado do duque de Aquitânia Hunaldo I. Odilão, apesar da ajuda dos saxões, foi derrotado no Lech em [[743]]. Carlomano rouba-lhe o Nordgau, mas não o priva do seu ducado. O irlandês Virgílio, nomeado bispo de Salzburgo, é responsável por monitorizar os bávaros. Por sua parte, Hunaldo I, derrotado em 742 e 745, deve abandonar o seu ducado da [[Aquitânia]] e da Vasconia e retira-se na Ilha de Ré. Ele foi substituído pelo seu filho Waifré, que ainda dará um tempo duro a Pepino. A leste, a aristocracia dos Alamanos foi massacrada em Cannstatt no Neckar em [[746]]. O seu ducado é desmembrado e seu território confiado a dois condes francos, Warin e Rutardo.<ref name=":0" />
 
Pepino e Carlomano lutam antes de tudo para trazer estabilidade às margens do reino. Eles enfrentam tendências de autonomia, se não mesmo a independência dos [[Aquitanos]] aliados aos [[Vascões]], bávaros e [[alamanos]]. O duque de Baviera, Odilão, havia se casado com sua irmã [[Hiltruda]], apesar da sua oposição e era aliado do duque de Aquitânia Hunaldo I. Odilão, apesar da ajuda dos saxões, foi derrotado no Lech em [[743]]. Carlomano rouba-lhe o Nordgau, mas não o priva do seu ducado. O irlandês Virgílio, nomeado bispo de Salzburgo, é responsável por monitorizar os bávaros. Por sua parte, Hunaldo I, derrotado em 742 e 745, deve abandonar o seu ducado da [[Aquitânia]] e da Vasconia e retira-se na Ilha de Ré. Ele foi substituído pelo seu filho Waifré, que ainda dará um tempo duro a Pepino. A leste, a aristocracia dos Alamanos foi massacrada em [[Cannstatt]] no [[rio Neckar]] em [[746]]. O seu ducado éfoi desmembrado e seu território confiado a dois condes francos, Warin e Rutardo.<ref name=":0" />
 
==== Apoio à reforma da Igreja ====
Começam então a reforma da Igreja, com a ajuda do bispo [[São Bonifácio|Bonifácio de MayenceMogúncia]]<ref>Anne-Orange Poilpré&nbsp;''Maiestas Domini''&nbsp;[archive], 2005,&nbsp;<abbr>p.</abbr>&nbsp;170</ref>; este último estimava com efeito que o clero se tinha tornado incapaz e dissoluto:
 
"Aconteceu de eu encontrar entre as pessoas que eles chamam diáconos indivíduos imersos em libertinagem, adultério e todos os tipos de lixo, desde a adolescência, e que atingiu o diaconato, e que, uma vez diáconos, têm quatro, cinco ou mais concubinas em suas camas à noite [...]"<ref>G. Bührer-Thierry,&nbsp;''L'Europe carolingienne (714-888)'', 1999,&nbsp;<abbr>p.</abbr>&nbsp;19</ref>"
 
Os concílios, assembleias do clero em que as decisões tomadas eram de ordem disciplinar ou teológica, não foram atingidas por um longo tempo. Por outro lado, a Igreja franca afirma ter sido roubada por Carlos Martel.<ref name=":0" />
 
Os concílios são organizados nos primeiros anos:
* a primeira, a pedido de Carlomano, em abril de [[743]], chamada de Concílio germânico, tem lugar na [[Austrásia]] num lugar não determinado;<ref>Stéphane Lebecq, professeur d'histoire médiévale à l'université de Lille-III, cf.&nbsp;''Les Origines franques Ve-IXe siècle''&nbsp;[archive], 1990,<abbr>p.</abbr>&nbsp;211</ref>;
* a segunda por Pepino, em março de [[744]] em [[Soissons]]<ref>''Revue de l'Université d'Ottawa''&nbsp;[archive], 1955,&nbsp;<abbr>p.</abbr>&nbsp;199</ref> na Nêustria, onde são definidas as decisões tomadas no Conselho de Austrasia.
Esta reforma criacriou uma nova hierarquia dentro do clero franco, à cabeça dos quais encontramos Bonifácio de Mogúncia (680-754), o evangelizador da Germânia, como líder dos vários bispos distribuídos em diferentes cidades do reino. OS Sacerdotes indignos foram depostos. Pepino decidiu restituir a terra tomada por seu pai de forma precária, a pedido do rei segundo a ''&nbsp;precaria verbo regis.''<ref>Article «&nbsp;précaire&nbsp;» dans C. Gauvard, A. de Libera, M. Zink (dir.),&nbsp;''Dictionnaire du Moyen Âge'', p.1136</ref>
 
Além disso, Pepino apoiaapoiou as tentativas de São Bonifácio de Mogúncia para evangelizar os alemães do outro lado do [[Rio Reno|Reno]], principalmente na esperança de que a conversão dos francos reino vizinhos turbulentos permita pacificar as fronteiras e preparar uma futura anexação . Como parte deste apoio, a Sé de [[Mainz]] éfoi erguida na metrópole da nova Igreja alemã, que está bem ligado desde o nascimento à igreja franca.<ref>H. Pirenne,&nbsp;'''Histoire de l'Europe. Des invasions au&nbsp;xvie&nbsp;siècle''', Paris-Bruxelles, 1939, p. 43</ref>
 
==== A crise de 743 ====
Em 743, Pepino e Carlomano libertamlibertaram o merovíngio [[Childerico III]] do mosteiro onde ele tinha sido preso por [[Carlos Martel]], e permitem-lhe ocupar o trono que seu pai havia deposto. O seu retorno é motivado pela coligação Grifogrifo, o duque [[Odilo da Baviera]], o duque da Aquitânia [[Hunaldo I]] e da AlemaniaAlemanha, Teodebaldo[1[Teodebaldo]]. O último reagiu mal à eliminação política de Grifo (meio-irmão de Pepino e Carlomano) e questiona a legitimidade dos PipinidiosPipinídios. Depois de várias campanhas militares e a restauração de Childerico III, Pepino e Carlomano encontram uma maneira de acalmá-los por um tempo.<ref name=":0" />
 
Em 744, Pepino esposacasou com [[Berta de Laon]], filha de [[Cariberto, conde de Laon]]. Ela deu-lhe vários herdeiros, um dos quais éfoi o futuro imperador [[Carlos Magno]].<ref name=":0" />
 
==== O despejo do último merovíngio ====
Carlomano, que por todas as evidências foi um homem profundamente religioso, retirou-se para um monastério em [[747]]. Isto deixou a Frância nas mãos de Pepino como prefeito do palácio único e ''dux et princeps Francorum'', título criado por seu avô e homônimo [[Pepino de Herstal]].
 
Com a reorganização da Frância feita por Carlos Martel, o ''dux et princeps Francorum'' era o comandante dos exércitos do reino, além das suas responsabilidades administrativas como prefeito do palácio, e especificamente comandante da guarda permanente que Martel começou a manter por todo o ano desde [[Toulouse]] em 721.
 
Assumindo o poder, Pepino e Carlomano, que não haviam sido testados em batalha na defesa de seus domínios como seu pai, instalaram o [[merovíngios|merovíngio]] [[Childerico III]] como rei, embora Martel tivesse deixado o trono vago desde a morte de [[Teodorico IV]]. Childerico tinha o título de rei, mas era na realidade um fantoche. Com o passar do tempo, e com seu irmão saindo de cena, Pepino se incomodou com a presença de qualquer poder real que não fosse o seu, ganhando renome por ser duro e extremamente rígido.
 
Na época da retirada de Carlomano, Grifo escapou da prisão e fugiu, buscando o apoio do duque [[Odilão da Bavária]], que era cunhado de Pepino, casado com sua irmã Chiltruda. Odilo foi forçado por Pepino a reconhecer a soberania franca, mas morreu em seguida ([[18 de Janeiro]]janeiro de [[748]]). Pepino então invadiu a Baviera e instalou [[Tassilão III da Baviera|Tassilão]]
 
Visto que Pepino tinha o controle sobre a nobreza e na verdade detinha o poder do rei, ele decidiu que era o momento de fazer o que seu pai nunca se incomodou em fazer: tornar a autoridade carolíngia real tanto de fato como de direito. Pepino perguntou ao papa [[papaPapa Zacarias|Zacarias]] quem deveria ser o governante real: aquele que possuísse o título de rei, ou a pessoa que tomasse as decisões como rei. Posto que o [[papa]] dependia dos exércitos [[francos]] para sua independência, e havia dependido deles para se proteger dos [[lombardos]] desde os dias de [[Carlos Martel]], e Pepino, assim como seu pai, controlava esses exércitos, a resposta do papa estava determinada antecipadamente.
 
O papa concordou que o poder ''[[de facto]]'' era mais importante que o poder ''[[de jure]]''. Assim, Pepino, tendo obtido o apoio do papado, rechaçou qualquer oposição à sua casa. Ele foi eleito rei dos francos por uma assembleia de líderes francos (deve ser observado que ele tinha a maior parte do seu exército nas mãos, no evento em que a nobreza tendia a não aceitar a bula papal) e foi coroado em [[Soissons]], talvez por [[Bonifácio|Bonifácio de Mogúncia]], arcebispo de [[Mainz]] {{dn}}, que, junto com sua sobrinha, [[Santa Leuba]], era um dos conselheiros da corte. Enquanto isso, Grifo continuou sua rebelião, mas foi finalmente morto na [[batalhaBatalha de Saint-Jean-de-Maurienne]] em [[753]].
 
[[Childerico III]] foi deposto, seus cabelos foram cortados e ele foi confinado em um monastério. Ele foi o último rei [[merovíngio]].
 
=== Rei dos Francos ===
 
==== A Coroaçãocoroação de 751 ====
Mas se Pepino ganhaganhou o título de rei dos francos pelo seu poder, ele não temtinha a legitimidade e esta ruptura da dinastia merovíngia chamachamou outro para substituir a sucessão natural de pai para filho. Esta continuidade éfoi assegurada pela coroação real, a continuidade da unção simbolizasimbolizou o batismo de [[Clóvis I]], primeiro rei dodos franco merovíngiofrancos, e a aliança especial entre a Igreja e o rei dos francos. Lá, em

Em novembro de 751, em [[Soissons]], após a eleição de Pepino pelos Francos reunidos, os bispos da Gália consagram-no em nome da Santa [[Igreja Católica]], dando-lhe a santa unção, marcammarcaram a sussua fronte com o santo óleo, o Crisma, para lhe transmitir o [[Espírito Santo]] - como já se fazia numa cerimónia entre os reis [[visigodos]] de [[Toledo]] ou como a unção dos reis de Israel na [[Biblia.] a ele," de acordo com o dogma católico, em nome da Igreja, e sob a orientação do Papapapa. Mas a legitimidade de um custo político, o de lealdade à Igreja, eae a quem o dirige, o Papapapa Zacarias, que em Roma, deu o seu parecer favorável à mudança de dinastia.
 
==== O apoio ao papado e a luta contra os Lombardos ====
As consequências das querelas dasimagensdas imagens que continuacontinuou com o imperador oriental [[Constantino V Coprônimo|Constantino V]], empurramempurraram o papado para se aliar com o rei dos francos. O novo Papapapa [[Papa Estêvão II|Estêvão II]] - sucessor de Zacarias que morreu em [[752]] - vemveio em pessoa pedir ajuda militar a Pepino contra os [[lombardos]] e o seu rei [[Astolfo]] que ameaçamameaçavam [[Roma]]. Em [[753]], Pepino enviaenviou Crodegango de Metz para dirigir no reino dos Francos o [[Papa Estevão II|Papapapa Estevão II.]] O Papapapa Estevão resolveresolveu atravessar os [[Alpes]] para pedir socorro ao rei dos francos (esta éfoi a primeira vez que um papa realizarealizou tal viagem), porque ele não temtinha outra escolha. O protetor habitual da Igreja, o imperador bizantino, que reinou em [[Constantinopla]] no [[Império Romano do Oriente]], estáestava em má forma, e afirmaafirmava não ser capaz de resgatar o papa. O papa ficaficou tão satisfeito com os serviços de Crodegango que lhe concedeconcedeu o pálio e o título de arcebispo.<ref name=":0" />
 
A 6 de janeiro de 754, no Palácio de Ponthion, no sul de [[Champanhe]], o rei Pepino vemveio ao encontro do [[Papapapa Estevão II]] e com respeito, tomatomou as rédeas de seu cavalo, reproduzindo o gesto amável de fidelidade do Imperadorimperador [[Constantino, o Grande]] ao papa [[Papa Silvestre I|Silvestre I]]. Após este ato político inteligente, Estevão II ofereceofereceu a Pepino uma aliança confirmada por uma segunda coroação, feita por ele mesmo, a graça divina sobre o rei dos francos e sobre seu filho. O acordo final fazfez-se a 14 de abril, o dia da PascoaPáscoa<ref>Michel Grenon&nbsp;''Conflits sud-italiens et royaume normand (1016-1198)''[[Jupille-sur-Meuse|&nbsp;[archive]]], Éditions L'Harmattan, 2008,&nbsp;[[Circa|p.]]&nbsp;85</ref> em Quierzy nas margens do Rio[[rio Oise]], entre [[Chauny]] e [[Noyon]]. O Papapapa ofereceofereceu apoio espiritual a Pepino, e este comprometecomprometeu-se a oferecer à [[Santa Sé,]] uma grande área para o abrigo de umsua ataquesegurança.
 
Um tratado foi assinado, criando os [[Estados Pontifícios]]. Ele incluiincluiu uma doação ao papa e uma contrapartida. A doação, conhecida como doação [[Quierzy]] atribuindo ao Papapapa o [[Exarcado de Ravena]], a [[Córsega]], a [[Sardenha]] e a [[Sicília]]. Mas o Exarcado de Ravena pertencia ao Império Romano do Oriente antes da invasão dos lombardos, e a reconquista por Pepino, o Breve. Não seráfoi reconhecido pelo imperador do Oriente, e vai criarcriou um conflito com Constantinopla. Em troca, o Papapapa reconhecereconheceu a dinastia carolíngia e aprovaaprovou o encerramento num convento, imposto ao último rei merovíngio Childerico III. Esta doação foi confirmada em 774, em Roma, por Carlos Magno, filho de Pepino.<ref name=":0" />
 
==== A Coroação de 754 e a criação dos Estados Pontifícios ====
Ele aumentou o seu poder depois que o papa [[papaPapa Estêvão III|Estevão]] viajou até [[Paris]] para ungir Pepino numa cerimônia na [[Basílica de Saint-Denis]], concedendo-lhe o título adicional de ''patricius Romanorum'' ([[patrício]] dos romanos). Como a expectativa de vida era curta naqueles dias, e Pepino desejava a continuidade da família, o papa também ungiu os seus filhos, Carlos (depois conhecido como [[Carlos Magno]]) e [[Carlomano I|Carlomano]]. A sua mãe, [[Berta de Laon]], recebeu a bênção do pontífice. O Papapapa, por este ato, faz uma ligação forte, mas contínua entre a unção dos reis do [[Antigo Testamento]], e os reis da nova dinastia. A coroação marca oficialmente o fim da dinastia merovíngia, e o advento da dinastia carolíngia no poder.
 
A confirmação da soberania de Pepino sobre os francos e conferindo-lhe ele mesmo a unção, o Papapapa também se distanciadistanciou do imperador, que reinareinava em Bizâncio[[Constantinopla]]. A [[Santa Sé]] temteve a sua segurança nas mãos dos Francos. Este éfoi o início de uma longa colaboração, muitas vezes tempestuosa, com os carolíngios e os seus herdeiros distantes do [[Sacro Império Romano -Germânico]]. Outra consequência desta coroação éfoi que a legitimidade do rei franco passapassou a ser divinaconsiderada agoradivina, já não dependedependia exclusivamente dos senhores francos, os eleitores do seu rei. Pepino consideraconsiderou-se doravante rei pela vontade de Deus e o princípio deste reinado de direito divino vai durardurou em França continuamente por 1.1001100 anos.<ref name=":0" />
 
A primeira grande ação de Pepino foi entrar em guerra contra o rei lombardo Astolfo, que tinha uma política de expansão para o interior do ''ducatus Romanum'', como uma recompensa parcial pela ajuda papal na sua obtenção da coroa. Vitorioso, ele forçou os rei lombardo a devolver as propriedades tomadas da Igreja e confirmou as possessões papais de [[Ravena]] e [[Ducado da Pentápolis|Pentápolis]], a chamada [[Doação de Pepino]], segundo a qual os [[Estados Pontifícios]] foram fundados.

Em [[759]], ele expulsou os últimos [[sarracenos]] da [[Gália]], com a captura de [[Narbona]] e então consolidou mais ainda seu poder com a reintegração da [[Aquitânia]] ao reino. Com a conquista de Narbona, e com a formal anexação da Aquitânia (cujo estatuto dependia sempre da força de seus suseranos), ele completou o trabalho de seu pai exceto por uma última tarefa: a submissão completa dos [[saxões]]. Ele estava se preparando para a guerra contra eles quando sua saúde começou a decair, e assim, essa tarefa final foi deixada para seu filho, o grande Carlos Magno.
 
== Legado ==
Pepino morreu em [[Saint-Denis (França)|Saint Denis]] em [[768]] e foi sepultado na [[Basílica de Saint-Denis|basílica local]] com sua esposa [[Berta de Laon]]. Opiniões históricas parecem frequentemente considerá-lo menos importante que seu pai e seu filho, dois grandes homens, apesar de ter sido um grande homem por seus próprios méritos. Ele continuou o trabalho de formação da cavalaria pesada que seu pai havia começado. Ele manteve o exército permanente que seu pai achava necessário para proteger o reino e que formou o , a principal arma de seus exércitos nos tempos de guerra. Ele não apenas manteve a política de seu pai de contenção dos [[mouros]], como os expulsou para além dos [[Pirenéus]] com a conquista de [[Narbona]]. Ele deuDeu continuidade à expansão iniciada por seu pai da igreja franca (missionários trabalharam na [[Alemanha]] e na [[Escandinávia]]) assim como à infraestrutura de fortificação (Castelos), que mais tarde seria um dos alicerces para o ([[feudalismo]]), a espinha dorsal da Europa medieval do período que compreende principalmente entre século XII e o século XV. Seu governo, mesmo não sendo tão grandioso quanto os de seu pai e seu filho, foi historicamente importante e muito benéfico para os francos como um povo. Pode-se obviamente argumentar que a ascensão de Pepino à coroa, assim como seu título de patrício de [[Roma]], foram precursores da coroação imperial de seu filho que é habitualmente vista como sendo a fundação do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Ele certamente fez dos carolíngios ''[[de jure]]'' o que seu pai havia feito ''[[de facto]]'' - a dinastia governante dos francos e o poder principal da Europa. Mesmo não sendo conhecido como um grande general, ele jamais foi derrotado em batalha.
 
== Pais ==
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== Casamentos e filhos<ref>Christian Settipani,&nbsp;, éd. Patrick van Kerrebrouck,‎ 1993&nbsp;''(ISBN&nbsp;2-9501509-3-4)'',[[Saint-Denis (Seine-Saint-Denis)|p.]]&nbsp;185-7.</ref> ==
* com '''[[Berta de Laon]]''' (◊ c. 720 † 783), cujo pai, Cariberto, era filho de Norberto da Aquitânia e Berta da Nêustria ou de [[Prüm]], filha de [[Teodorico III]]; seu bisavô era Hugoberto.
# ♂ [[Carlos Magno]] (◊ 747 † 814), &nbsp;rei dos Francos&nbsp;(768),&nbsp;rei dos Lombardos&nbsp;(774),&nbsp;imperador do Ocidente&nbsp;(800).
# ♂ [[Carlomano I]] (◊ c. 751 † 771)
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# Isbergues
# Adelaide
 
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== Ver também ==
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* [[Lista de reis francos]]
* [[Dinastia carolíngia]]
 
{{Referências|col=2}}
 
== Ligações externas ==