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'''Fariseu''' (do [[língua hebraica|hebraico]] פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à [[Torá]], surgidos no [[século {{-séc|II a.C.]]}}. Opositores dos [[saduceus]], criam numa [[Torá escrita e Torá oral|Lei Oral]], em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da [[sinagoga]]. Com a destruição de [[Jerusalém]] em [[{{DC|70]] d.C.|x}} e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do [[judaísmo]] [[rabino|rabínico]]. A palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos".
 
Sua oposição ferrenha ao [[Cristianismo]] rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.
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A origem mais próxima do nome ''fariseu'' está no [[latim]] ''pharisaeus'', que por sua vez deriva do [[língua grega antiga|grego antigo]] ϕαρισαῖος, assentado no hebraico פרושים ''prushim''. Esta palavra vem da raiz ''parash'' que basicamente quer dizer "separar", "afastar". Assim, o nome ''prushim'' ou ''perushim'' é normalmente interpretado como "aqueles que se separaram" do resto da população comum para se consagrar ao estudo da [[Torá]] e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais.
 
A origem mais provável dos ''perushim'' é que tenham surgido do grupo religioso judaico chamado [[hassidim]] (''os piedosos''), que apoiaram a revolta dos [[macabeus]] (168-{{AC|142 a.C.|x}}) contra [[Antíoco IV Epifânio]], rei do [[Império Selêucida]], que incentivou a eliminação de toda cultura não-grega através da assimilação forçada e da proibição de qualquer fé particular. Uma parte da aristocracia da época e dos círculos dos sacerdotes apoiaram as intenções de Antíoco, mas o povo em geral, em baixo a liderança de Yehudah Makkabi ([[Judas Macabeu]]) e sua família revoltou-se.
 
Os judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um reino judaico independente na região entre [[142 a.C.]]- [[{{AC|63 a.C.]]|x}}, quando então foram dominados pelos romanos. Durante este período de 142-{{AC|63 a.C.|x}}, a família dos macabeus estabeleceu-se no poder e iniciou uma nova dinastia real e sacerdotal, dominando tanto o poder secular como o religioso. Isto provocou uma série de crises e divisões dentro da sociedade israelita da época, visto que pela suas origens os Macabeus (também conhecidos pelo nome de família como ''Asmoneus'') não eram da linhagem de [[Davi]], não podendo assim ocupar o trono de [[Israel]], e também não eram da linhagem sacerdotal araônica.
 
E foi provavelmente nesta época que alguns grupos apareceram dentro da sociedade judaica, começando a estabelecer um certo tipo de divisão de posturas, normalmente com relação a política e/ou religião e com a vida em geral, e com isso se relacionando com a maneira de pensar e de se encaixar na sociedade da época. Dois dos grupos são: Os ''tzadokim'' ([[saduceus]]), clamando ser os legítimos descendentes de TzadokTzadoque e portanto os legítimos detentores do sumo-sacerdócio e da liderança religiosa em Israel; e os ''perushim'' (''fariseus''), oriundos dos ''hassidim'' que, geralmente, desiludidos com a política, voltaram-se para a vida religiosa e estudo da Torá, esperando pela vinda do Messias e do reino de Deus. Outras linhas já existiam há algum tempo e tiveram também seu papel neste cenário, mesmo que de maneira indireta ou subjetiva, um exemplo são os [[Essênios]], que viviam mais em uma vida de consagração ao Criador se estabeleciam na região do deserto, nos montes, como o carmelo, e em algumas outras regiões a fim de preparar o caminho para a vinda do Rei [[Messias]].
 
Os ''perushim'' agrupavam-se em "havurot", associações religiosas que tinham os seus líderes e suas assembleias, e que tomavam juntos as suas refeições. Segundo [[Flávio Josefo]], historiador judeu do 1º século d.C.{{+séc|I}}, o número de ''perushim'' na época era de pouco mais de seis mil pessoas (Antigüidades Judaicas 17, 2, 4; § 42). Eles estavam intimamente ligados à liderança das sinagogas, ao seu culto e escolas. Eles também participavam como um grupo importante, ainda que minoritário, do Sinédrio, a suprema corte religiosa e política do Judaísmo da época. Muitos dentre os "perushim" tinham a profissão de ''sofer'' (escriba), ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se desenvolveram no seio dos ''perushim'' e se tornaram famosas: a escola de [[Hillel]] e a escola de [[Shammai]]. A escola de Hillel era considerada mais "liberal" na sua interpretação da Lei, enquanto a de Shamai era mais "estrita".
 
No entanto os "perushim" eram uma seita de grande influência em Israel devido ao ensino religioso e político. Aceitavam a Torá escrita e as tradições da Torá oral, na unicidade do Criador, na ressurreição dos mortos, em anjos e demônios, no julgamento futuro e na vinda do rei Messias. Eram os principais mestres nas [[sinagogas]], o que os favoreceu como elemento de influência dentro do [[judaísmo]] após a destruição do Templo. São precursores por suas filosofias e ideias do judaísmo rabínico.
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== Ver também ==
* [[Saduceus]]
* [[Essênios|Essénios]]
 
{{Personagens do Novo Testamento}}