Embargo dos Estados Unidos a Cuba: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 177.42.122.13 para a última revisão de Darwinius, de 11h18min de 22 de setembro de 2016 (UTC)
abreviação
Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual
Linha 1:
O '''embargo dos Estados Unidos a Cuba''' esta pensando que vai capiar algo aqui, haha, não vai mesmo meu bem.
O '''embargo dos Estados Unidos a Cuba''' (descrito em [[Cuba]] como ''el bloqueo'', termo em [[Língua castelhana|castelhano]] que, conforme as traduções oficiais em português, significa "embargo") é um [[embargo]] econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos [[Estados Unidos]] que se iniciou em Outubro de 1960, como resposta do governo americano às expropriações das propriedades de cidadãos e companhias americanas na ilha, levadas a cabo pelo ainda incipiente governo revolucionário cubano. Já no ano de 1992, o embargo adquiriu caráter de lei e, em 1996, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a chamada Lei Helms-Burton, a qual proibiu os cidadãos americanos de realizar negócios dentro da ilha ou com o governo cubano — embora desde muito antes a justificativa para o embargo tenha sido a '''ausência de liberdades civis e as violações dos direitos humanos realizadas pelo regime cubano.'''
 
Apesar da vigência do embargo, é importante notar que nem todo comércio entre Estados Unidos e Cuba está proibido. Desde 2000 foi autorizada a exportação de alimentos dos Estados Unidos para Cuba, condicionada ao pagamento exclusivamente à vista (antecipado: as mercadorias devem ser pagas antes do navio zarpar do porto americano)<ref name=ALIMENTOS>[http://archives.cnn.com/2000/ALLPOLITICS/stories/10/12/congressrdp.ap/index.html'' LEO House OKs Cuba food trade, auto safety bill sent to Clinton.''. October 12, 2000]</ref> De [[1992]] a [[1999]], os Estados Unidos enviaram mais ajuda humanitária a Cuba que todos os então quinze membros da [[União Europeia]] e a [[América Latina]]<ref>[http://www.fiu.edu/~fcf/usleads.html U.S. leads in authorizing humanitarian aid to Cuba, State Department says] [[Miami Herald]], [[15 de abril]] de 1999</ref>. Em casos de tragédias, como o [[furacão Michelle]], os Estados Unidos também enviaram ajuda humanitária de emergência<ref>[http://www.granma.cu/ingles/noviem1/46minrex-i.html The Cuban Foreign Ministry thanks the U.S. government for its concern regarding the damages caused by Hurricane Michelle], [[Granma]], [[9 de novembro]] de [[2001]]</ref>. Cuba já despendeu cerca de 1,8 bilhões de dólares importando alimentos dos Estados Unidos, dos quais US$ 474 milhões em 2004 e US$ 540 milhões em 2005.
 
Este embargo é formalmente condenado pelas [[Nações Unidas]]. A [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba#Condenações mundiais ao bloqueio|Assembleia Geral das Nações Unidas votou]], pelo 25º ano consecutivo condena o embargo de Cuba pelos Estados Unidos.
 
O embargo é criticado até mesmo por tradicionais críticos do regime socialista de Cuba, como críticos [[conservadorismo|conservadores]], que argumentam que o embargo na verdade mais ajudou [[Fidel Castro]] do que o atrapalhou, ao proporcionar-lhe um [[bode expiatório]] para se isentar de todos os crônicos problemas da ilha. Empresários e negociantes argumentam, por sua vez, que a proibição de comércio com os Estados Unidos ajuda a outros países, que poderão ter vantagens do pioneirismo assim que o embargo for suspenso.<ref>{{cite web
| last =chirinos
| first =fanny s.
| year =2006
| month =March 30
| url =http://www.caller.com/ccct/local_news/article/0,1641,CCCT_811_4582172,00.html
| title =Bonilla calls for end to Cuba trade embargo
| publisher =caller.com
| accessdate =22 de outubro de 2006
}}</ref> Outro motivo citado pelos críticos ao embargo é que o isolamento de [[Cuba]] prejudica as relações dos Estados Unidos com os países latino-americanos, e a proximidade entre os governos de esquerda do continente e [[Fidel Castro]] cria um bloco antiestadunidense.<ref name=FRACASSO>[http://mwglobal.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=3323 GHARIB, Ali. ''Embargo à Cuba é obsoleto e inútil afirmam especialistas.'' Washington: Inter Press Service; 22 de outubro de 2007]</ref>
 
== Bloqueio ==
Em maio de 1958 os [[Estados Unidos]] suspenderam sua ajuda militar oficial ao governo do ditador [[Fulgêncio Batista]], num episódio que ficou conhecido com o "embargo militar a Cuba".<ref name=EMBARGO>[http://www.latinamericanstudies.org/cable/cable-5-2-58.htm ''Memorandum of Discussion at the Department of State-Joint Chiefs of Staff Meeting'', Pentagon, Washington: May 2,1958,11:30 a.m.]</ref><ref name=AJUDA>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/3182150.stm ''Timeline: US-Cuba relations.''BBC News, Thursday, 23 August 2007, 14:13 GMT 15:13 UK]</ref>, quando a guerrilha entre as forças do ditador e os revolucionários de [[Fidel Castro]] já se havia iniciado<ref name=EMBARGOb>[http://www.latinamericanstudies.org/cable/cable-6-26-58.htm''Memorandum From the Assistant Secretary of State for Inter-American Affairs (Rubottom) to the Deputy Under Secretary of State for Political Affairs (Murphy)'' Washington: Department of State, Central Files, 737.5-MSP/6-2658, 26 de junho de 1958.]</ref>. Em julho de [[1960]], em resposta às nacionalizacões, foi reduzida a quota de importação de [[açúcar]] cubano pelos Estados Unidos. A [[URSS]] aceitou comprar o excedente cubano encalhado, permitindo assim a seu governo prosseguir com sua revolução comunista que fora escurecida pelo povo na Constituição daquele país. Esse primeiro ato de hostilidade, que acabaria por conduzir ao embargo total de Cuba, foi praticado pelo presidente norte-americano [[Dwight D. Eisenhower]], no dia 6 de julho de 1960, quando reduziu, com aprovação do Congresso, em 700.000 toneladas, a cota de importação do açúcar cubano. Até então os [[Estados Unidos]] importavam um terço de seu consumo de açúcar da ilha<ref name=ACUCAR>[http://www.presidency.ucsb.edu/ws/print.php?pid=11866''Statement by the President Upon Signing Bill and Proclamation Relating to the Cuban Sugar Quota.'' The American Presidency Project; americanpresidency.org; July 6th, 1960]</ref>. [[Eisenhower]] impôs, em [[19 de outubro]] de [[1960]], um embargo parcial a Cuba. Posteriormente rompeu as relações [[diplomacia|diplomáticas]] em [[3 de janeiro]] de [[1961]]: ''"(...) Dessa maneira, o Governo dos Estados Unidos aqui notifica o Governo de Cuba do término dessas relações (diplomáticas)"'' <small>''"(...) Accordingly, the Government of the United States hereby formally notifies the Government of Cuba of the termination of such relations"''</small><ref name=DIPLO>[http://www.state.gov/www/about_state/history/frusX/01_15.html''Telegram From the Department of State to the Embassy in Cuba.'' Washington: 3 de janeiro de 1961, 21h05]</ref>.
[[Imagem:National Security Action Memorandum No. 23 Recommendation that Remaining Exports from Cuba to the US be Embargoed - NARA - 193423.tif|thumb|200px|esquerda|Memorando Nacional de Ação de Segurança nº 23 do dia [[21 de fevereiro]] de [[1961]] - Recomendação que o restante das exportações de Cuba para os EUA seja embargado]]
 
Neste interim, a União Soviética, por razões de interesses políticos seus, passou a oferecer a Cuba altos preços preferenciais para as exportações cubanas, especialmente do açúcar, e a vender [[petróleo]] a baixos preços preferenciais, criando dessa maneira um subsídio virtual, que beneficiava economicamente o governo de Fidel.
 
Em resposta a este alinhamento de Cuba com os soviéticos em plena [[Guerra Fria|guerra fria]], o presidente [[John F. Kennedy]] ampliou as medidas tomadas por Eisenhower mediante a emissão de uma ordem executiva, ampliando as restrições comerciais em [[7 de fevereiro]] e novamente em [[23 de março]] de [[1962]]<ref name=EMBARGOa>[http://www.archives.gov/federal-register/codification/proclamations/03447.html''Proclamation 3447--Embargo on all trade with Cuba.'']</ref>
 
Depois do episódio da [[Crise dos mísseis de Cuba]] Kennedy implantou restrições para viagens a Cuba em [[8 de fevereiro]] de [[1963]]. Depois emitiu um [[Regulamento para o Controle dos Recursos Cubanos]] (Cuban Assets Control Regulations, em inglês)<ref name=CACR>[http://news.findlaw.com/hdocs/docs/cuba/cubanac31cfr515.pdf ''Cuban Assets Control Regulations.'']</ref>. E em [[8 de julho]] deste mesmo ano, baixou a [[Acta de Comércio com o Inimigo]] como resposta a hospedagem de mísseis em Cuba. Desta forma os ativos cubanos nos Estados Unidos foram congelados.
 
A [[Organização dos Estados Americanos]] impôs sanções multilaterais a Cuba em [[26 de julho]] de [[1964]]<ref name=OEAa>[http://www.oas.org/columbus/docs/OEASerCII.9Spa.pdf''Novena Reunión de Consulta de Ministros de Relaciones Exteriores...'', Washington, D.C., July 21-26, 1964. (OEA/Ser.C/II.9)]</ref>. Em [[29 de julho]] de [[1975]] uma nova resolução foi aprovada pela [[Organização dos Estados Americanos]] na qual essa reafirmou seus princípios de não-intervenção, decidindo ''"deixar em liberdade os Estados membros do "TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca)" para que, de acordo com a política e interesses nacionais de cada um, conduzam suas relações com a República de Cuba no nível e na maneira que cada Estado membro julgar conveniente"''<ref name=OEAXVIREUNION>[http://www.oas.org/consejo/sp/RC/Actas/Acta%2016.pdf''Decimosexta Reunión de Consulta de Ministros de Relaciones Exteriores.'', Washington, DC: Secretaria General de la Organizacion de los Estados Americanos, 29 de julho de 1975]</ref>.
 
As restrições para os cidadãos norte-americanos em viagens para Cuba foi suspensa em [[19 de março]] de [[1979]]; quando o presidente [[Jimmy Carter]] negou-se a renovar esta regulamentação, que devia ser renovada a cada seis meses. As restrições para os gastos em [[dólar]]es também foram reduzidas. O presidente [[Ronald Reagan]] reinstaurou o embargo comercial em [[19 de abril]] de [[1982]].
[[Ficheiro:Fidel Castro - UN General Assembly 1960.jpg|miniaturadaimagem|[[Fidel Castro]] na [[Assembléia Geral da ONU]] em 1960.]]
O embargo foi reforçado em outubro de [[1992]] pela [[Ata para a Democracia Cubana]] (popularmente conhecida como lei Torricelli)<ref name=LT>[http://www.state.gov/www/regions/wha/cuba/democ_act_1992.html''Cuban Democracy Act of 1992.'' U. S. Government, Department of State]</ref> e em [[1996]] pela ''Ata para a liberdade cubana e pela solidariedade democrática'' (Ata Helms-Burton)<ref name=HBA>[http://links.jstor.org/sici?sici=0002-9300%28199607%2990%3A3%3C419%3ACACTHA%3E2.0.CO%3B2-G&size=LARGE&origin=JSTOR-enlargePage LOWENFELD, Andreas F. ''Congress and Cuba: The Helms-Burton Act .'' The American Journal of International Law, Vol. 90, No. 3 (Jul., 1996), pp. 419-434.]</ref>
 
Estas atas ou leis apresentavam muitos artigos que estabeleciam que as filiais de empresas estadounidenses situadas em terceiros países, não poderiam estabelecer nenhum tipo de relação comercial com Cuba.
 
Enquanto os Estados Unidos mantém relações comerciais normais com outros estados [[comunismo|comunistas]], tais como a [[República Popular da China]] (com a qual seu comércio aumentou de US$ 5 bilhões em 1980 para US$ 231 bilhões em 2004, o que a tornou seu terceiro maior parceiro comercial, sua segunda maior fonte de importações, e seu quinto maior mercado exportador)<ref name=CHINATRD>[http://www.fas.org/sgp/crs/row/IB91121.pdf MORRISON, Wayne M. ''China-U.S. Trade Issues.'' Foreign Affairs, Defense, and Trade Division, atualizado em 1 de julho de 2005]</ref>, e tenha levantado seu embargo contra o [[Vietname|República Socialista do Vietnã]], em fevereiro de 1994 (o que fez seu comércio internacional com aquele país comunista crescer de US$ 220 milhões em 1994 para US$ 6,4 bilhões em 2004)<ref name=VITNAMECOM>[http://www.vietnam-ustrade.org/Eng/vietnam-us_relations.htm''Vietnam-US Relations.'']</ref>, o mesmo não ocorre em relação a Cuba por que existe um forte ''"lobby de Cuba"'', majoritariamente [[conservador]], formado por exilados cubanos, liderados pelo ''Comitê de Ação Política Democrática Cuba-Estados Unidos''<ref name="FRACASSO"/>, na sua maioria residentes no estado da [[Flórida]], cujas influências políticas nos Estados Unidos dificultam a normalização das relações diplomáticas com Cuba. Esse comitê é uma pequena organização, economicamente muito poderosa, que forma o chamado "lobby de Cuba", de linha dura em matéria de isolamento e embargo, e é apoiado pelos cubano-norte-americanos<ref name="FRACASSO"/>. Em dezembro de 2014, Presidente Castro reconheceu que o presidente Obama estava flexibilizando o bloqueio por meio de sua autoridade executiva e apelou ao governo dos Estados Unidos para ir mais longe para "remover os obstáculos que impedem ou restringem as ligações entre nossos povos, as famílias e os cidadãos de ambos os nossos países."<ref name="nytimes.com">[http://www.nytimes.com/2014/12/18/world/americas/us-cuba-relations.html?_r=0 Obama Announces U.S. and Cuba Will Resume Relations] por PETER BAKER em 17-DEZ-2014 - The New York Times</ref>. As vendas dos EUA de alimentos de $291 milhões dólar em 2014 estavam abaixo dos $349 milhões em [[2013]] e muito longe do pico de $710 milhões de dólares em [[2008]]<ref>[http://www.jamestownsun.com/news/nation-and-world/3673063-us-food-sales-cuba-slow-farmers-seek-end-embargo As U.S. food sales to Cuba slow, farmers seek end to embargo] por "Reuters Media" em [[6 de fevereiro]] de [[2015]]</ref>. As importações de alimentos de Cuba foram de $2 bilhões de dólares em [[2014]]<ref>[http://www.reuters.com/article/2015/02/06/usa-cuba-food-idUSL1N0VG0PM20150206 As U.S. food sales to Cuba slow, farmers seek end to embargo] por MARC FRANK em [[6 de fevereiro]] de [[2015]]</ref>.
 
== Recrudescimento das sanções ==
A partir de 2002, o clima de confronto entre os [[Estados Unidos]] e [[Cuba]], que nunca deixou de existir, assume novos contornos, no governo [[Bush]].<ref name=BUSHa>[http://usinfo.state.gov/regional/ar/us-cuba/bush13.htm U.S.D.S. United States – Departament of State. Bush Announces Strengthening Measures ''Dealing with Cuba''. Washington D.C., 13 de julho de 2002(a). Acesso em 10 out. 2002.]</ref>
 
Em junho de 2004, George Bush anunciou as medidas do relatório da “Comissão de Ajuda para uma Cuba Livre”, objetivando uma “mudança de regime”, como disse o presidente norte-americano. São ações que recrudescem ainda mais o bloqueio, agravando as ações contra o turismo e os investimentos em Cuba, restringindo os fluxos financeiros e limitando as remessas familiares.<ref name=FREECUBA>[http://www.globalsecurity.org/military/library/report/2004/free-cuba_report_6may2004.htm''Report to the President: Commission for Assistance to a Free Cuba.'' May 6, 2004]</ref>
 
== Mais alguns exemplos ==
* É proibido a empresas de terceiros países a exportação para os Estados Unidos de qualquer produto que contenha alguma matéria-prima cubana (A França não pode exportar para os [[Estados Unidos]] uma geleia que contenha açúcar cubano).
* É proibido a empresas de terceiros países que vendam a Cuba bens ou serviços nos quais seja utilizada tecnologia estadunidense ou que precisem, na sua fabricação, produtos dessa procedência que excedam 10% do seu valor, ainda quando os seus proprietários sejam nacionais de terceiros países.
* Proíbe-se a bancos de terceiros países que abram contas em dólares norte-americanos a pessoas individuais ou jurídicas cubanas, ou que realizem qualquer transação financeira em essa divisa com entidades ou pessoas cubanas, em cujo caso serão confiscadas. Isso bloqueia totalmente Cuba de utilizar o dólar em suas transações de comércio exterior.
* É proibido aos empresários de terceiros países levar a cabo investimentos ou negócios com Cuba, sob o suposto de que essas operações estejam relacionadas com prioridades sujeitas a reclamação por parte dos Estados Unidos da América. Os empresários que não se submetam a essa proibição serão alvo de sanções e represálias como o cancelamento, ou não renovação, de seus vistos de viagem aos [[Estados Unidos]]<ref name="LT"/><ref name="HBA"/> .
 
== Prejuízos causados pelo bloqueio ==
Segundo relatório anual da ONU, realizado em 2005, o bloqueio já causou, desde o seu início até 2005, um prejuízo superior a 89 bilhões de dólares para o país [[caribe]]nho<ref name=PREJUÍZOS>[http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/09/18/ult729u70400.jhtm ISRAEL, Esteban. ''Cuba classifica embargo norte-americano de "esquizofrênico".'' Havana: Agência Reuters, in UOL Notícias, 18/09/2007 - 18h01]</ref> Segundo o jornal Adital, o custo passa da casa de 1 quatrilhão de dólares.<ref>[http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=83091 Cresce pressão mundial para que EUA ponha fim a bloqueio contra Cuba]</ref>
 
== Ato de guerra ==
Desde 1909, na Conferência Naval de Londres, ficou definido como princípio do Direito Internacional que o “bloqueio é um ato de guerra”, e, nessa base, o seu emprego é possível unicamente entre os beligerantes.
 
Por esse motivo, o bloqueio contra Cuba é considerado como se fosse um ato de guerra. Mas um ato de guerra econômico.
 
Assim como o Direito Internacional<!-- Fonte? --> classifica o bloqueio como [[genocídio]], pois não haveria nenhuma norma internacional que o justifique em tempos de paz.
 
== Condenações mundiais ao bloqueio ==
=== Votações contra o bloqueio feitas pela ONU ===
[[Imagem:Emblem of the United Nations.svg|thumb|250px|Emblema da [[ONU]]]]
{{Artigo principal|Lista de vetos do governo dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU}}
Em [[2005]] a [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] condenou o bloqueio pela 14ª vez, por uma larga margem de votos. Apenas três países votaram contra a resolução que pedia o fim do bloqueio: as [[Ilhas Marshall]], [[Israel]] e os [[Estados Unidos]].
 
Em 15 de outubro de 2005, em Salamanca, durante a ''XV Cimeira Ibero-Americana'', os líderes da comunidade ibero-americana aprovaram duas resoluções sobre Cuba, cujo texto final inclui declarações que condenam o embargo "econômico, comercial e financeiro" norte-americano e ''"apoiam a extradição do anticastrista [[Luis Posada Carriles|Posada Carriles]]"'' e que, segundo os chefes de Estado e Governo, ''"em nada diferem de outras já aprovadas em cimeiras anteriores ou nas Nações Unidas".'' O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse ser importante ficar claro que a condenação do embargo não constitui ''"um sinal de tolerância sobre a violação de direitos humanos em Cuba".''<ref name=XVCIMEIRA>[http://dn.sapo.pt/2005/10/16/internacional/salamanca_desbloqueia_embargo_eua_a_.html SALVADOR, Susana. ''Salamanca 'desbloqueia' embargo dos Estados Unidos a Cuba.'' Lisboa: Diário de Notícias, 16 de Outubro de 2005]</ref>
 
A [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] de [[2006]] aprovou, por 183 votos a favor, quatro contra (Israel, Ilhas Marshall, Palau e Estados Unidos) e uma abstenção (Micronésia)<ref name=ONUBAN>[http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=20541&Cr=Cuba&Cr1=''General Assembly yet again issues annual call for end to US embargo against Cuba.'' Nova York: UN News Centre; 9 de novembro de 2006]</ref>, a condenação do bloqueio imposto pelos [[Estados Unidos]] a Cuba, pela 15º vez consecutiva.
 
A [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] em 2007, ''"determinada a encorajar o estrito cumprimento dos objetivos e princípios consagrados pela Carta das Nações Unidas"'' (...) e ''"reafirmando, dentre outros princípios, a igual soberania das nações, a não-intervenção e a não interferência em seus assuntos internos "''(..)<ref name=ONUaa>[http://www.eyeontheun.org/assets/attachments/documents/5704.doc''Necessity of ending the economic, commercial and financial embargo imposed by the United States of America against Cuba.'', Assembleia Geral, Nações Unidas, A/62/L.1, 15 de outubro de 2007]</ref> condenou, pela 16º vez consecutiva, o embargo imposto a [[Cuba]] pelos [[Estados Unidos]], por 184 votos a quatro. Votaram a favor da manutenção do embargo apenas os próprios Estados Unidos, apoiados por [[Israel]], [[Palau]] e [[Ilhas Marshall]]. Essa última Resolução da [[ONU]], aprovada dia 30 de outubro de 2007, pede o fim do embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba ''"o mais rápido possível"''. Segundo a [[BBC]] ''"todos os que se manifestaram na [[Assembleia Geral das Nações Unidas|Assembleia Geral]] nesta terça feira (30 de outubro) denunciaram o embargo americano, considerado desumano e um vestígio da Guerra Fria"''. A Resolução da ONU foi aprovada uma semana após o presidente [[George Bush]] ter declarado que ''"o embargo contra Cuba será mantido enquanto o governo comunista estiver no poder na ilha"''. Essa Resolução da Assembleia Geral da ONU, no entanto, não tem força legal para ser imposta contra seus infratores.<ref name=BBCONUa>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071031_cubaembargo_ac.shtml''ONU volta a pedir fim do embargo americano contra Cuba.'' BBCBrasil.com, 31 de outubro, 2007 - 06h40 GMT (04h40 Brasília).]</ref>
 
Em [[2008]], ao vigesimo nono dia do mês de outubro, a [[Assembleia Geral das Nações Unidas|Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas]] (ONU) aprovou por ampla maioria a resolução contra o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba.[http://daccessdds.un.org/doc/UNDOC/GEN/N08/471/21/PDF/N0847121.pdf?OpenElement] Dos 192 países, 185 votaram contra o bloqueio; três a favor do mesmo (Estados Unidos, Israel e Palau). Houve duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia) e dois países não votaram (El Salvador e Iraque).
 
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, apresentou à Assembleia Geral das Nações Unidas o projeto de resolução cubano intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro, imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba". Pela décima sétima vez, a Assembleia votou sobre a questão.
 
O ato da aprovação só tem efeito simbólico. O mesmo em 2007, quando a Assembleia condenou a política dos Estados Unidos, com 184 votos a favor do projeto que pedia a suspensão. Para que o bloqueio seja suspenso, é necessária uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, em que os Estados Unidos têm direito a veto. A discussão levanta a polêmica sobre a reforma da instituição.
 
Para o ministro cubano, o bloqueio constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social do país. Pérez Roque ressaltou que agora o debate e a votação da resolução ocorrem em um cenário diferente: a passagem de dois furacões, as eleições nos EUA e a crise financeira internacional. O ministro afirmou que o bloqueio "é uma política genocida e ilegítima".
 
Organismos internacionais se solidarizaram com a luta de Cuba pelo fim do bloqueio. A Comunidade Caribenha (Caricom) denunciou que o bloqueio é um impedimento ao desenvolvimento do Caribe e não somente um castigo a Cuba. Na Assembleia da ONU, o representante do Caricom, George Talbot, disse que a segurança de Cuba e a sua recuperação após a passagem dos furacões estão comprometidas pelo bloqueio.
 
O [[Movimento de Países Não Alinhados]], que agrupa 118 países, também se pronunciou em favor de Cuba. O representante do movimento, o embaixador egípcio Maged Abdelaziz, afirmou que essa política dos Estados Unidos impõe obstáculos para a total realização dos direitos humanos do povo cubano.
 
Em outubro de [[2013]], dia 29, pelo 22.º ano consecutivo, a Assembleia-geral da ONU votou e aprovou, o projeto de resolução cubano, por 188 dos 193 países representados, a favor do levantamento do bloqueio norte-americano contra Cuba. Ao lado dos [[EUA]], só esteve [[Israel]].<ref>{{citar web|URL=http://forumzn.blogspot.com/2013/11/somente-israel-e-eua-onu-rejeita.html|título=|autor=|data=14/nov./2013|publicado=Forum ZN|acessodata=18 de novembro de 2013}}</ref>. Novamente, em outubro de [[2014]], a Assembleia Geral das Nações Unidas votou, pelo 23º ano consecutivo a condenar embargo de Cuba pelos Estados Unidos. A votação passou a uma margem de 188-2, com apenas os EUA e Israel votaram contra ela. Enquanto voto da Assembleia Geral é não vinculativo e simbólico, que serve para destacar o isolamento dos EUA sobre Havana. É uma das poucas questões em que todos os aliados ocidentais de Washington departem dos Estados Unidos.<ref>[http://www.reuters.com/article/2014/10/28/us-cuba-un-idUSKBN0IH1RN20141028 For 23rd time, U.N. nations urge end to U.S. embargo on Cuba] por MIRJAM DONATH & LOUIS CHARBONNEAU publicado no Reuters News Agency no dia 28-out-2014</ref>.
 
Mais uma vez, em outubro de [[2015]], a Assembleia-geral da ONU condenou o bloqueio a Cuba por 191 votos a favor em 193. Somente os EUA e Israel, rejeitaram o documento e nenhuma das nações se absteve<ref>[http://forumzn.blogspot.com/2015/10/coxinhas-choram-novamente-onu-vota-em.html EUA & ISRAEL isolados em voto]</ref>. Em [[2014]], a contagem dos votos foi 188-2, com Israel mais uma vez o único país a apoiar os EUA<ref>[http://www.cnn.com/2015/10/27/politics/un-vote-cuba-embargo/ U.N. overwhelmingly rejects U.S. embargo of Cuba] por Elise Labott e Richard Roth, pela [[CNN]] publicado em 27 de outubro de 2015</ref>
 
=== Vaticano ===
O [[Papa João Paulo II]] também condenou publicamente o bloqueio durante suas visitas pastorais à ilha em [[1979]] e [[1998]].<ref>[http://www.iadllaw.org/files/Arthur%20Heitzer%20The%20Status%20of%20Restrictions%20on%20the%20Right%20to%20Travel%20from%20the%20U.S.%20to%20Cuba.doc ''The Status of Restrictions on the Right to Travel from the U.S. to Cuba''] {{en}}</ref> Em [[2014]], o [[Papa Francisco]] insistiu no fim do embargo e sua insistência foi reconhecida por [[Raul Castro]] e [[Barack Obama]]<ref>{{citar web|URL = http://www.nytimes.com/2014/12/18/world/americas/breakthrough-on-cuba-highlights-popes-role-as-diplomatic-broker.html?action=click&contentCollection=Americas&module=RelatedCoverage&region=Marginalia&pgtype=article|título = Pope Francis Is Credited With a Crucial Role in U.S.-Cuba Agreement|data = 17 de dez., 2014|acessadoem = dez.-2014|autor = JIM YARDLEY e GAIA PIANIGIANI|publicado = NY Times}}</ref>. No dia [[17 de dezembro]] de 2014, os dois líderes reconheceram a necessidade de medidas para o fim do impasse.<ref name="nytimes.com"/>
 
=== Organização dos Estados Americanos (OEA) ===
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, manifestou em 20 de janeiro de 2009 a esperança de que, sob a presidência de [[Barack Obama]], os Estados Unidos levantem o embargo que mantêm há mais de 40 anos contra Cuba.<ref name=OBAMA1>[http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3460427-EI8141,00-OEA+espera+que+Obama+levante+embargo+a+Cuba.html ''OEA espera que Obama levante embargo a Cuba.'', TerraNews,20 de janeiro de 2009]</ref>
 
== As primeiras medidas para o fim do embargo ==
No dia 17 de Dezembro de 2014 o presidente americano [[Barack Obama]] declarou as primeiras medidas para o fim do embargo americano a Ilha Cubana. Assim tornou-se possível a partir daquela data a construção de uma embaixada americana em Cuba, a transição legal de charutos mundialmente conhecidos da Ilha para os [[Estados Unidos]], o fim de processos extremamente burocráticos para ida (turística, religiosa ou de fins jornalísticos) a Cuba e a autorização de vendas e exportações de certos bens dos EUA a Cuba. Por parte de Cuba foi cedido a soltura de três americanos presos políticos presos na ilha por suspeitas de espionagem. São eles: Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino. O fim do embargo não foi total, pois mesmo com os atos sendo tomados pelos líderes de estado o fim do embargo americano precisa da aprovação do legislativo americano. Mesmo assim o ato foi mundialmente conhecido.<blockquote>Declaração de Barack Obama: ''"Nós vamos encerrar uma abordagem que por décadas falhou em defender nossos interesses, e em vez disso, vamos começar a normalizar as relações entre os dois países. Por meio dessas mudanças, nós queremos criar mais oportunidades para os americanos e para o povo cubano, e começar um novo capítulo entre as nações das Américas."''</blockquote><blockquote>Declaração de Raúl Castro: “Isso não quer dizer que a questão principal tenha sido resolvida.” (...) “O bloqueio econômico, comercial e financeiro, que provoca enormes prejuízos humanos e econômicos ao nosso país, deve cessar.”</blockquote>Após o acordo os dois líderes conversaram durante 45 minutos ao telefone presidencial. Os dois comemoraram as medidas e se declararam a mídia. O ato foi o primeiro acordo entre Cuba e EUA em 53 anos. O Secretário americano de Relações Internacionais diz se sentir feliz em poder ser o primeiro em seu posto a ir a ilha em quase 60 anos.
=== Reações ao fim do embargo ===
Em [[Miami]], um dos maiores refúgios de cubanos dos EUA, o bairro conhecido como ''Little Havana'' (Pequena Havana), pela grande concentração de refugiados políticos que migraram para território norte americano, protestou contra e a favor das medidas. Uma pesquisa realizada em junho de 2014 pela [[Universidade Internacional da Flórida]] registrou essa tendência, com 52% dos cubanos que vivem nos EUA favoráveis ao fim do embargo norte-americano.<ref name="G1">{{citar web|URL = http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/12/acordo-diplomatico-entre-estados-unidos-e-cuba-divide-opinioes.html|título = Acordo diplomático entre Estados Unidos e Cuba divide opiniões|data = 18/12/2014|acessadoem = 25/12/2014|autor = |publicado = }}</ref>
 
Em abril de 2015, durante a [[7ª Cúpula das Américas]], realizada no [[Panamá]], a [[Presidente do Brasil]], [[Dilma Rousseff]], defendeu o fim do embargo, reconhecendo o ato dos líderes [[Raúl Castro]] e [[Barack Obama]] como um grande passo.<ref>{{citar web|URL = http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/04/dilma-se-encontra-com-obama-e-cristina-kirchner-no-panama.html|título = Dilma se encontra com Obama e marca visita à Casa Branca|data = 11/4/2015|acessadoem = 12/4/2015|autor = |publicado = G1}}</ref> Já o então secretário-geral da [[Organização das Nações Unidas|ONU]], [[Ban Ki-moon]], comemorou a notícia, e disse que as Nações Unidas estão prontas para ajudar os dois países a cultivar boas relações de vizinhança.<ref name="G1"/>
 
== Ver também ==
* [[Relações entre Cuba e Estados Unidos]]
* [[A História Me Absolverá]]
* [[Degelo cubano]]
 
{{referências|col=2}}
 
== Bibliografia ==
<div class="references-small" style="-moz-column-count:2; column-count:2;">
 
; em português
* AYERBE, Luis Fernando. ''Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia.'' São Paul : Editora UNESP, 2002.
* AYERBE, Luis Fernando. ''O Ocidente e o “Resto”: A América Latina e o Caribe na Cultura do Império''. Buenos Aires: CLACSO/ASDI, 2003.
* AYERBE, Luis Fernando. ''A Revolução Cubana.'' São Paulo: Editora da UNESP, 2004.
* [http://www.cubanoticias.ain.cu/2008/0526reflexionobama.htm CASTRO, Fidel. ''A Politica Cinica do Imperio''. Havana: 25 de maio de 2008].
* BANDEIRA, Luis Alberto Moniz. ''De Martí a Fidel: a Revolução Cubana e a América Latina.'' Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
* JAKOBSKIND, Mário Augusto. ''Cuba - apesar do bloqueio''. Rio de Janeiro: Booklink Editora, 2010.
 
; em inglês
* [http://www.gwu.edu/~nsarchiv/news/20010430/northwoods.pdf ''Chairman, Joint Chiefs of Staff, Justification for US Military Intervention in Cuba (includes cover memoranda), March 13, 1962, TOP SECRET, 15'']
* BRENNER, P. & KORNBLUH, P. ''Clinton’s Cuba Calculus.'' NACLA – ''Report of the Americas'', v. 29, n. 2, p.&nbsp;33-40, sep.- oct. 1995.
* [http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9C05E7D6103BF931A25755C0A962958260 CAROTHERS, Thomas. ''Backing the Wrong Tyrant.'' The New York Times, 12 de junho de 1994].
* RIEFF, David. ''Cuba Refrozen.'' Foreign Affairs, v. 75, no. 4, p.&nbsp;62-76, jul.-aug. 1996.
* [http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9405EFDC103FF937A25751C1A9679C8B63&n=Top/News/World/Countries%20and%20Territories/Cuba MARQUIS, Christofer. ''Cuba Leads Latin America in Primary Education, Study Finds.'' The New York Times, 14 de dezembro de 2001].
* BRENNER, P., HANEY, P.J. & VANDERBUSH, W. ''The Confluence of Domestic and International Interests: U.S. Policy Toward Cuba, 1998-2001.'' International Studies Perspectives'', v. 3, no. 2, p.&nbsp;192-208, maio de 2002.
* PÉREZ Jr., Louis A. ''Fear and Loathing of Fidel Castro: Sources of US Policy Toward Cuba.'' Journal of Latin American Studies, v. 34, part 2, p.&nbsp;227-254, may 2002.
* [http://usinfo.state.gov/regional/ar/us-cuba/bush13.htm U.S.D.S. United States – Departament of State. Bush Announces Strengthening Measures ''Dealing with Cuba''. Washington D.C., 13 de julho de 2002(a). Acesso em 10 out. 2002].
* [http://www.whitehouse.gov/news/releases/2002/05/20020520-1.html. BUSH, George W. ''Initiative for a New Cuba: remarks by the President on Cuba policy review''. Acesso em 13 nov. 2002.]
* [http://www.state.gov/p/wha/rls/fs/22905.htm U.S.D.S. United States – Departament of State. Bureau of Western Hemisphere Affairs. U.S. ''Cuba Policy'', Washington D. C., 22 de julho de 2004. Acesso em 23 nov. 2004].
</div>
 
{{esboço-cuba}}
{{Portal3|Cuba}}
 
[[Categoria:Economia de Cuba]]