Cinismo: diferenças entre revisões
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O nome "cínico" ({{lang-grc|κυνικός}} ''kynikos'', igual a um cão, ''κύων'' (kyôn)|[[cão]] ([[genitivo]]: ''kynos'').<ref>[http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0057%3Aentry%3D%2360864 '''Kynikos''', "A Greek-English Lexicon", Liddell and Scott, at Perseus]</ref> Uma explicação existente em tempos antigos de porque os cínicos eram chamados de ''cães'' era porque o primeiro cínico, [[Antístenes]], ensinava no ginásio [[Cinosargo]], um ginásio e templo para ''nothoi'' atenienses.<ref>''[http://books.google.com/books?id=A-GXM9MFaB4C&pg=PA87 Violence and Abuse in Society: Understanding a Global Crisis]''. ABC-CLIO; ISBN 978-0-313-38276-5. p. 87.</ref> "''Nothoi''" é um termo que designa aquele que não possui a cidadania ateniense por ter nascido de uma escrava, estrangeira, prostituta, de pais cidadãos mas não legalmente casados,<ref name="CynicsIEP">{{Citar web | url=http://www.iep.utm.edu/cynics/#H1|título=Cynics|acessodata=4/6/2014|autor=Julie Piering|data= |formato= |publicado= The Internet Encyclopedia of Philosophy |páginas=|língua=inglês|citação=}}</ref> ou ainda, bastardos de mulheres [[hilota]]s<ref name="MorrisScheidel2009">Ian Morris; Walter Scheidel. ''[http://books.google.com/books?id=XnDtcvRwsrgC&pg=PT333 The Dynamics of Ancient Empires: State Power from Assyria to Byzantium]''. Oxford University Press; 2009. ISBN 978-0-19-988817-7. p. 333.</ref><ref name="Triches"/>{{Rp|70}} <ref>[[Diógenes Laércio]], vi. 13. Cf. ''The Oxford Companion to Classical Literature'', 2nd edition, p. 165.</ref>
A palavra ''
Diógenes de Sinope, em particular, foi referido como ''o cão'', ao ter afirmado que "os outros cães mordem seus inimigos, eu mordo meus amigos para salvá-los".<ref>Diógenes de Sínope, citado por [[Estobeu]], ''Florilegium'', iii. 13. 44.</ref> Mais tarde, os cínicos também buscaram transformar a palavra a seu favor, como um comentarista explicou:
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<blockquote>''Há quatro razões de por que os "cínicos" são assim chamados. Primeiro por causa da ''indiferença'' de seu modo de vida, pois fazem um culto à indiferença e, assim como os cães, comem e fazem amor em público, andam descalços e dormem em barris nas encruzilhadas. A segunda razão é que o cão é um animal sem pudor, e os cínicos fazem um culto á falta de pudor, não como sendo falta de modéstia, mas como sendo superior a ela. A terceira razão é que o cão é um bom guarda e eles guardam os princípios de sua filosofia. A quarta razão é que o cão é um animal exigente que pode distinguir entre os seus amigos e inimigos. Portanto, eles reconhecem como amigos aqueles que são adequados à filosofia, e os recebem gentilmente, enquanto os inaptos são afugentados por ele, como os cães fazem, ladrando contra eles.''<ref name="dudley5">Escólio na ''Retórica'' de Aristóteles, citado em {{Harvnb|Dudley|1937|p=5}}</ref><ref name="Navia2001">Luis E. Navia. ''[http://books.google.com/books?id=-dwDAQAAIAAJ Antisthenes of Athens: Setting the World Aright]''. Greenwood Press; 2001. ISBN 978-0-313-31672-2. p. 99.</ref></blockquote>
==História==
Os cínicos gregos e romanos clássicos consideravam a [[virtude]] como a única necessidade para a ''[[eudaimonia]]'' (felicidade) e viam a virtude como inteiramente suficiente para alcançar a felicidade. Os cínicos clássicos seguiram esta filosofia a ponto de negligenciarem tudo que não promovesse a perfeição da virtude e alcance da felicidade, assim, o título ''cínicos'', deriva da palavra em grego ''κύων'' (significando "cão") porque supostamente negligenciavam a sociedade, a higiene, a família, o dinheiro, etc, de uma forma que lembra os cães. Eles procuraram libertar-se de convenções; tornando-se auto-suficientes - possuindo ''autarquia'' - e vivendo apenas de acordo com a natureza. Eles rejeitavam todas as noções convencionais de felicidade que envolvessem dinheiro, [[poder (sociologia)|poder]], ou [[celebridade|fama]] a fim de viverem de forma virtuosa e portanto feliz.<ref name="CynicsIEP"/>
Os cínicos antigos rejeitavam os valores sociais convencionais e criticavam alguns tipos de comportamentos, como a ganância, que era vista como causadora de sofrimento. Uma maior ênfase sobre este aspecto de seus ensinamentos levou, ao final do século 18 e início do 19,<ref name="Mazella2007">David Mazella. ''[http://books.google.com/books?id=8zBk8k35SFEC&pg=PA1 The Making of Modern Cynicism]''. University of Virginia Press; 2007. ISBN 978-0-8139-2615-5.</ref>à compreensão moderna de cinismo como "uma atitude de desdém negativo ou cansado, especialmente uma desconfiança geral quanto à integridade ou motivos professos dos outros."<ref>[http://dictionary.reference.com/browse/Cynicism ''Cynicism''], ''The American Heritage Dictionary of the English Language''. Fourth Edition. 2006. Houghton Mifflin Company.</ref> Esta definição moderna de cinismo está em contraste marcante com a filosofia antiga, que destacou "a virtude e a liberdade moral na libertação do
==Filosofia==
O cinismo é uma das filosofias mais marcantes de toda a [[filosofia helenística ]].<ref name="long28">Robert Bracht Branham; Marie-Odile Goulet-Cazé (2000). [http://books.google.com/books?id=ybYGAPqkyh8C ''The Cynics: The Cynic Movement in Antiquity and Its Legacy'']. Universidade da California Press. pp. 28 – 46. ISBN 978-0-520-21645-7.</ref> O cinismo oferecia às pessoas a possibilidade de felicidade e liberdade do sofrimento em uma época de incertezas. Embora nunca tenha havido uma doutrina cínica oficial, os princípios fundamentais do cinismo podem ser resumidos da seguinte forma:<ref name="kidd">Jonathan Ree; J.O. Urmson (2005). [http://books.google.com/books?id=Nq7lGO4Fn4kC&pg=PA91 ''The Concise Encyclopedia of Western Philosophy and Philosophers'']. Routledge. p. 91. ISBN 978-1-134-89779-7.</ref><ref name="long28"/>{{Rp|29}}<ref name="Navia">Luis E. Navia (1996). [http://books.google.com/books?id=khpY2fQaIg0C&pg=PA140 ''Classical Cynicism: A Critical Study'']. Greenwood Publishing Group. p. 140. ISBN 978-0-313-30015-8.</ref>
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Assim como a preocupação com o próprio sofrimento, a saúde, a morte e o sofrimento dos outros também era algo do qual os cínicos desejavam libertar-se. Por isso que a palavra cinismo adquiriu a conotação que tem hoje em dia, de indiferença e insensibilidade ao sentir e ao sofrer dos outros.
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{{Referências|col=2}}
{{Cinismo}}
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