Era da informação: diferenças entre revisões

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Etiqueta: Possível mudança indevida de nacionalidade
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{{fusão múltipla|Terceira revolução tecnológica|Revolução digital|Wikipédia:Fusão/Central de fusões/Era da informação; Revolução da informação; Revolução digital; Terceira revolução tecnológica|data=abril de 2016}}
{{fusão|Revolução digital|data=abril de 2016}}
{{fusão|Revolução da informação|data=abril de 2016}}
{{Sem-fontes|data=novembro de 2013}}
'''Era da informação''' (também conhecida como '''era digital '''ou''' era tecnológica''') é o nome dado ao período que vem após a [[Industrialização|era industrial]], mais especificamente após a [[década de 1980]]; embora suas bases tenham começado no princípio do [[século XX]] e, particularmente, na [[década de 1970]], com invenções tais como o [[microprocessador]], a [[rede de computadores]], a [[fibra óptica]] e o [[computador pessoal]].
 
== A transição da era industrial para a era da informação ==
 
A Passagem de uma era importante para outra não acontece do dia para a noit {{Citation needed}}e. A [[transição]] se dá a partir da sucessão de uma série de fatos que vão modificando a sociedade. Para mostrar essa mudança vamos analisar o crescimento e a queda dos [[operários]] - a classe trabalhista que mais caracterizou a [[Industrialização|Era Industrial]]. Entender esse processo de ascensão e queda dos operários é compreender a transição dessas duas eras, a Industrial para a da Informação.{{Citation needed}}
 
Voltemos um pouco no tempo para entender o movimento social mais transformador do [[século XX]]. Antes da [[Primeira Guerra Mundial]], os [[agricultor]]es eram o maior grupo isolado em todos os países, seguidos pelos empregados de [[serviços]] [[domésticos]].{{Citation needed}} Só para se ter uma ideia da quantidade do segundo colocado: nos censos praticados no ocidente no início do [[século XX]], uma pessoa que tivesse apenas três desses serviçais em casa era classificada como [[classe média baixa]].{{Citation needed}}
 
Como esses dois grupos não possuíam capacidade de se organizar, eles fizeram pouco alarde histórico e passaram quase despercebidos ao longo dos anos{{Citation needed}}. Os agricultores dessa época organizaram apenas duas revoltas realmente expressivas, a [[rebelião de Taiping]], em meados do século [[XIX]], e a [[Guerra dos Boxers]], no seu final. As duas aconteceram na [[China]]{{Citation needed}}. Porém pouco se fez no resto do mundo. Já os empregados domésticos nunca apareceram em uma passeata pública de sua classe{{Citation needed}}.
 
Esses dois grupos foram desprezados por [[Karl Marx]] ([[1818]]-[[1883]]) em seu estudo [[''O Capital'']]{{Citation needed}}. Contrariando o que este autor previu décadas antes, em [[1900]], eles não haviam se tornado maioria na sociedade. Portanto, não conseguiriam subjugar os capitalistas somente pelo número{{Citation needed}}. A força desse grupo cresceu na medida em que aumentava a sua organização. Eles foram a primeira classe na história que podia se organizar, e mais importante que isso, permanecer unida por bastante tempo{{Citation needed}}.
 
[[Georges Sorel]] ([[1847]]-[[1922]]), o escritor mais radical do período anterior à [[I Guerra]], ex-[[marxista]] e [[revolucionário]] [[sindicalista]], lhes atribui grande importância quando afirmou que os [[Proletariado|proletários]] iriam tomar o poder através de uma greve geral e com a violência. Esse autor foi usado pelos ditadores [[Stalin]], [[Hitler]], [[Mussolini]] e mais tardiamente por [[Mao Tse-tung|Mao]] para gerar guerras.{{Citation needed}}
Os operários de [[1913]] não possuíam quase nenhum benefício, e 50 anos depois eram o maior grupo isolado de todos os países desenvolvidos com vantagens trabalhistas, que iam desde a segurança no emprego até assistência de [[saúde]] e [[educação]]. Os seus sindicatos se tornaram forças políticas no mundo todo{{Citation needed}}.
 
Esse crescimento ocorreu a partir da migração dos camponeses e funcionários domésticos para a indústria{{Citation needed}}. De forma alguma isso foi imposto. Eles viam na dedicação à essa nova ocupação mais vantagens do que em seus antigos ofícios{{Citation needed}}.
 
Começamos pela análise de que as primeiras fábricas eram de fato "''Usinas Satânicas''" do grande poema de [[Willian Blake]] ([[1757]]-[[1827]]){{Citation needed}}. Mas o campo não era "''terra verde e agradável da Inglaterra''", do mesmo poema, na verdade era um cortiço ainda mais inóspito. O que comprova isso é que a [[mortalidade]] infantil caiu drasticamente com o [[êxodo rural]] e com a conseqüenteconsequente preocupação em manter as pestes longe das cidades. Outro ponto que favoreceu o crescimento dos operários foi o fato de que, realmente, eles viviam na miséria e eram explorados, mas viviam melhor do que nas fazendas e casas de famílias onde eram ainda mais mal tratados{{Citation needed}}. Os proletários também tinham um tempo definido para trabalhar, o que restava era seu para fazer o que bem entendesse. Isso não acontecia com os que trabalhavam no campo ou em casas familiares, em que a toda hora poderiam ser solicitados{{Citation needed}}.
 
Para os agricultores e empregados domésticos o trabalho na indústria era uma oportunidade - de fato a primeira que lhes havia dado - para melhorar de vida sem precisar [[emigrar]]. A qualidade de vida aumentava a cada geração. E isso estimulava ainda mais essa [[migração humana|migração]]{{Citation needed}}.
 
Durante o século [[XIX]] a [[produtividade]] dessa classe aumentou cerca de 4% ao ano, o que gerou praticamente todos os ganhos dessa época{{Citation needed}}. Boa parte desse resultado ficou nas mãos dos próprios trabalhadores, que multiplicaram seu [[salário]] cerca de vinte e cinco vezes e reduziram quase pela metade as suas horas de trabalho. Portanto, havia razões de sobra para que a ascensão do trabalhador industrial fosse pacífica e não violenta como previra Marx{{Citation needed}}.
 
A queda dessa expressiva classe vem acontecendo rapidamente desde o final da [[II Guerra Mundial]]{{Citation needed}}. O trabalhador industrial tradicional tem sido substituído por um tipo de trabalhador que [[Peter Drucker]] chamou em seu livro [[''Landmarks of Tomorrow'']], de [[1959]], de ''trabalhador do conhecimento''. Este funcionário é uma pessoa que alia o [[trabalho manual]] com o [[teórico]]{{Citation needed}}. São exemplos dessa classe: técnicos de [[raios-X]], [[fisioterapeutas]], [[anestesistas]], [[técnicos de computador]], etc. Esse é o grupo de trabalho que mais rapidamente cresce no mundo. No presente momento 75% da riqueza mundial é gerada por trabalhadores dessa natureza, em contraste com o número em [[1975]]: apenas 25%{{Citation needed}} .
 
== O início da era da informação ==
 
Vejamos a opinião de dois estudiosos que determinam uma data exata e um motivo do início dessa transição:
 
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O sociólogo estadunidense [[Daniel Bell]] (nasceu nos [[Estados Unidos]] em [[1919]]) determina que a ''Era da Informação'' tem seu marco primordial uma década depois, em [[1956]], quando o número de "''colarinhos brancos''" ultrapassou o de operários no seu país. Ao perceber isso ele advertiu: "''Que poder operário que nada! A sociedade caminha em direção à predominância do setor de serviços.''" Ou seja, o poder direcionava-se àqueles que possuíam algum tipo de conhecimento que interessava a outros.
 
== Conclusão ==
 
Vivemos realmente em um momento de muitas transformações, não há como negar que estamos em outra Era. O trabalho atual se parece muito pouco com a forma mecânica adotada na Era Industrial.
 
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Passou-se a dar valor ao homem num todo, não somente a capacidade física que ele possui.
 
== Tendências ==
Algumas tendências já podem ser determinadas:
 
'''1.''' O aprendizado contínuo se torna imprescindível.
 
Aprender como aprender é a mais importante lição que podemos desenvolver em nossos dias.
 
'''2.''' É preciso especializar-se, unindo conhecimento teórico ao pragmatismo.
 
Quando os agricultores e funcionários domésticos passaram a trabalhar na indústria eles não precisaram de nenhum conhecimento específico. Afinal, apertar parafusos era mais simples que as atividades que eles já faziam. Hoje o operário que queira migrar para o trabalho do conhecimento necessita adquirir um tipo de informação específica que lhe valha seu salário. Cada vez mais as instituições de ensino devem deixar de lado o conhecimento por si só e ensinar aquilo que poderá ser aplicado no campo de trabalho que a pessoa deseja atuar.
 
'''3.''' As empresas devem esquecer a premissa de conquistar resultados com baixos salários.
 
Uma crença generalizada, em especial por parte dos líderes sindicais, é que a queda do trabalhador industrial nos países desenvolvidos deveu-se totalmente à passagem da produção para o exterior, para países de abundância de mão-de-obra barata. Isso não é verdade.
 
Para exemplificar, nos anos 90 uma parte insignificante dos bens manufaturados importados pelos Estados Unidos foi produzida no exterior devido aos baixos custos de mão-de-obra. Enquanto o total de importações em 1990 representou cerca de 12 % de renda bruta americana, as importações de países com baixos salários representavam menos de 3% e apenas 1,5% eram manufaturados. Isso não explica porque esse país tinha de 30 a 35% dos empregos nessa área e hoje tem apenas de 15 a 18%. Além do mais, a principal concorrência para a manufatura americana vem de automóveis, aço e máquinas e que vêm do Japão e Alemanha, países que têm salários até mais altos que os estadunidenses.
 
'''4.''' A vantagem hoje está na boa aplicação do conhecimento.
 
Alemanha e Japão têm ganhado a concorrência dos EUA, pois estão sabendo aplicar melhor o conhecimento nesses setores do que seus concorrentes. Vemos isso ocorrendo nos processos como o just in time e o toyotismo. Que tornam a produção mais eficaz reduzindo o custo da produção. Nestes processos há uma enorme troca de informações entre os trabalhadores e essa metodologia tem como premissa o aperfeiçoamento contínuo. Aprendizado contínuo que é característica da Era da Informação.
 
O toyotismo mostra nitidamente a diferença entre a Era Industrial, que tinha o modelo fordista, e o atual. Antigamente não havia aprimoramento da base para o topo. Os gerentes não aprendiam com os seus subordinados, apenas lhe davam ordens. As orientações vinham de cima e o funcionário as seguia. No modelo atual o conhecimento técnico, além de ser imprescindível, recebe estimulo ao desenvolvimento. Aprimorando-se sempre e tornando o processo cada vez melhor.
 
'''5.''' O poder está na mão das pessoas com conhecimento.
 
Hoje, as ferramentas são os conhecimentos que cada trabalhador especializado possui. O conhecimento não possui mais uma escala de valores, cada situação precisará de um tipo de ''know-how'' específico. Se o paciente chega ao hospital com a unha encravada, de nada adianta um neurocirurgião atendê-lo. Embora esse médico tenha estudado mais de 15 anos sua especialidade, naquele momento seu conhecimento não tem valor algum. Quem deve fazer o trabalho é a pessoa que tem aquele tipo de habilidade.
 
Essas ferramentas estão acessíveis a todos. Nunca foi tão barato obter informações e ao mesmo tempo, nenhuma época as atribuiu tanto valor.
 
''De nada adianta uma linda sala de cirurgia se o profissional é mal pago e não possui conhecimento suficiente a ponto de fazer a operação a contento''. Hoje, as empresas dependem muito mais dos funcionários do que estes delas, o maior valor agregado das companhias está na cabeça de seus colaboradores. O mau desempenho não pode mais ser atribuído a fatores como a pobreza ou conspirações comerciais. Ele só pode vir de ignorância na aplicação de conhecimento.
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'''6.''' A ''era da informação'' está sendo mais do que uma mudança social. Ela é uma mudança na condição humana.
 
Na nossa época, quantidade de esforço não significa mais resultado. Mãos calejadas não são mais sinônimo de trabalho honesto.
 
Será a capacidade criativa e pensante, que sempre nos diferenciou dos demais animais, que determinará o sucesso das pessoas na economia mundial.
 
Quais serão os novos compromissos da sociedade, o que ela vai significar e para onde rumará nosso trabalho, não temos como saber.
 
O que podemos afirmar com certeza é que serão diferentes, cada vez mais.