Frederico I do Sacro Império Romano-Germânico: diferenças entre revisões
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===Anos finais===
[[Ficheiro:Friedrich-barbarossa-und-soehne-welfenchronik 1-1000x1540.jpg|miniaturadaimagem|Frederico Barbarossa, no meio, flanqueado por dois dos seus filhos, o rei Henrique VI (esquerda) e o duque Frederico VI (direita).]]
A paz entre o Sacro Império Romano-Germânico e a Igreja aconteceu praticamente da mesma forma que havia acontecido entre o [[Papa Gregório VII]] e o imperador [[Henrique IV do Sacro Império Romano-Germânico|Henrique IV]] em [[Canossa]] um século antes. O que resolveu este conflito foi praticamente a mesma coisa da [[Concordata de Worms]]: Tinha o Imperador Romano-Germânico o poder de nomear o papa e os bispos? A [[Questão das Investiduras]] dos séculos anteriores tinha trazido uma paz tênue com a Concordata de Worms e firmou o [[Primeiro Concílio de Latrão]]. Agora tinha reaparecido, em uma forma levemente diferente. Frederico teve que se rebaixar diante de Alexandre III em Veneza.<ref>{{harvnb|Comyn|1851|p=260}}</ref> O imperador reconheceu o poder soberano do papa sobre os [[Estados Papais]] e em retorno Alexandre reconheceu a autoridade do imperador sobre a Igreja Imperial. Além disso, na Paz de Veneza, uma trégua foi firmada com as cidades lombardas, que começou oficialmente em 1178.<ref>[http://avalon.law.yale.edu/ Yale Avalon project]</ref> As bases para uma paz mais definitiva só aconteceu em 1183, contudo, na [[Paz de Constança]], quando Frederico cedeu seu direito de eleger livremente os magistrados. Com este movimento, o imperador Frederico recuperou seu domínio nominal sobre a Itália, o que se tornou sua principal
Numa tentativa de consolidar seu reinado sobre a expedição desastrosa na Itália, Frederico foi formalmente coroado [[Reino da Borgonha|Rei da Borgonha]] em [[Arles]] em 30 de junho de 1178. Apesar de tradicionalmente os reis alemães automaticamente
Frederico Barbarossa não perdoou [[Henrique, o Leão|Henrique o Leão]] por sua recusa em ajuda-lo na expedição italiana de 1176.<ref>{{harvnb|Comyn|1851|p=263}}</ref> Em 1180, Henrique tinha estabelecido um poderoso e continuo estado que englobava a Saxônia, Baviera e vários outros territórios no norte e no leste da Alemanha. Tirando vantagem da hostilidade nutrida pelos príncipes alemães contra Henrique, Frederico o julgou ''[[in absentia]]'' numa corte de bispos e príncipes em 1180, declarando que a lei imperial sobrepujava as leis tradicionais alemãs, e tirou as terras e títulos de Henrique, declarando-o um fora da lei.<ref>{{harvnb|Davis|1957|p=333}}</ref> Ele então invadiu a Saxônia com um exército imperial para forçar seu primo a se render. Os aliados de Henrique o desertaram e ele finalmente se submeteu em novembro de 1181. Henrique o Leão passou os próximos três anos no exílio na corte do seu sogro, o rei [[Henrique II da Inglaterra]] na Normandia antes dele ser autorizado a voltar para a Alemanha. Henrique, outrora o mais poderoso príncipe de Frederico, passou seus últimos dias com uma posição pequena em um ducado sem muita expressão em [[Brunsvique]].<ref>{{harvnb|Comyn|1851|p=264}}</ref> O desejo de vingança de Frederico foi saciado. Henrique viveu o resto da vida em relativa calma, patrocinando artes e
Frederico enfrentou a realidade da desordem dos estados alemães, onde guerras civis contínuas eram travadas entre os pretendentes e os ambiciosos querendo a coroa para si mesmos. A unidade italiana sob o governo alemão era mais mito do que realidade. Apesar de proclamações de hegemonia
Apesar das cidades italianas terem conquistado um grau de independência de Frederico como resultado da sua fracassada quinta expedição na Itália,<ref>{{harvnb|Comyn|1851|p=262}}</ref> o imperador não havia desistido dos seus domínios sobre os italianos. Em 1184, ele fez uma grande festa onde seus dois filhos mais velhos foram feitos [[cavaleiro]]s e milhares de nobres foram convidados de todos os cantos da Alemanha. Enquanto pagamentos sobre a investidura de cavaleiro
====Terceira Cruzada e morte====
O Papa Urbano III faleceu em 1187 e foi sucedido por [[Papa Gregório VIII|Gregório VIII]], que estava mais preocupado com as notícias turbulentas que vinham da [[Terra Santa]] do que com as disputas de poder com Barbarossa. Após fazer as pazes com o novo papa, Frederico jurou levar a cruz de [[Jesus|Cristo]]
[[Ficheiro:Gustave dore crusades death of frederick of germany.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|A Morte de Frederico Barbarossa, por Gustave Doré.]]
Os [[cruzados]] passaram pela [[Reino da Hungria|Hungria]], [[Grão-Principado da Sérvia|Sérvia]] e [[Segundo Império Búlgaro|Bulgária]] antes de entrar no território bizantino e chegando em Constantinopla no outono de 1189. A situação era complicada devido a um pacto secreto do Imperador de Constantinopla e [[Saladino]] (o líder dos [[sarracenos]]), que Frederico ficou sabendo devido a um aviso que chegou a
Em 10 de junho de 1190, o imperador Frederico Barbarossa se afogou no rio [[Göksu|Saleph]], perto do Castelo de [[Silifke]]. Relatos do evento são conflitantes. Alguns historiadores acreditam que ele pode ter tido um ataque cardíaco que o complicou. Alguns dos homens de Frederico colocaram seu corpo em um barril cheio de vinagre a fim de preservar seu corpo.<ref>{{harvnb|Comyn|1851|p=267}}</ref>
[[Ficheiro:051 Göksu.07.2006 resize.JPG|miniaturadaimagem|O rio Saleph, hoje conhecido como [[Göksu]].]]
A morte de Frederico deixou seu exército em situação caótica. Sem liderança, em pânico e atacados por todos os lados pelos turcos, muitos alemães desertaram, foram mortos ou cometeram suicídio. Apenas 5 000 soldados, uma pequena fração de sua força original, chegou em [[Acre (Israel)|Acre]]. O filho de Barbarossa, [[Frederico VI da Suábia|Frederico VI]] da Suábia, levou os restos do imperador junto com seu exército,
O fim inesperado da vida de Frederico deixou o comando das forças dos cruzados nas mãos dos rivais Filipe II e Ricardo I, que haviam viajado para a [[Palestina]] de forma separada pelo mar e eventualmente levou à sua dissolução. Ricardo continuou para o leste onde ele derrotou Saladino em diversas batalhas, conquistando muitos territórios na costa palestina, mas falhou no objetivo principal da guerra que era conquistar Jerusalém. Ele então retrocedeu para seus domínios na Europa ocidental, o chamado [[Império Angevino]]. Ele assinou o [[Tratado de Ramla]] concordando que Jerusalém permaneceria sob controle muçulmano enquanto permitisse que peregrinos cristãos (desarmados) e comerciantes pudessem visitar a cidade. O tratado também reduziu o [[Reino de Jerusalém|Reino Latino]] para uma costa geopolítica que se estendia de Tiro até [[Jafa]].<ref name="Canduci, pg. 263"/>
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