Guerra árabe-israelense de 1948: diferenças entre revisões

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Quando foi criada a [[ONU]], em [[1945]], a Palestina ainda era território administrado pela [[Grã-Bretanha]]. Entre as questões prioritárias a serem tratadas pela Organização estava a da criação de um "lar nacional judeu". O crescimento da imigração judaica para a Palestina, organizada pelo [[movimento sionista]], encontrava forte objeção por parte da população árabe local, que, em meados da [[década de 1940]] representava aproximadamente 2/3 dos habitantes do território - cerca de dois milhões de pessoas. Tendo em vista a escalada da violência entre judeus e palestinos, a Inglaterra decidiu, em fevereiro de [[1947]], levar a questão à ONU.<ref>[http://sol.sapo.pt/blogs/yusuf/ "A História de Jerusalém e a primeira colónia de judeus sionistas na Palestina (1878)", por Mahdi Abdul Hadi.]</ref> Naquele ano, a Palestina já tinha uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus.<ref>[http://www.unificado.com.br/calendario/11/palestina.htm Conflitos entre árabes e israelenses. A divisão da Palestina]</ref>
 
Em [[29 de Novembro]] de [[1947]], o representante [[brasil]]eiro [[Osvaldo Aranha]] presidiu a primeira Sessão Especial da [[Assembléia Geral da ONU|Assembleia Geral da ONU]], depois de atuar fortemente em favor da aprovação do Plano, que afinal foi obtida, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções.<ref>[http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-24052002-163759/ Gomes, Aura R. - ''A Questão da Palestina e a Fundação de Israel'' (tese). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo, 2001.]</ref> O novo Estado não é reconhecido pela [[Liga Árabe]] (Egito, Síria, [[Líbano]], [[Jordânia]]).
 
A partir de [[30 de novembro]] de 1947, logo após a aprovação do Plano, a [[Haganah]], organização [[paramilitar]] judia, entrou em confronto com a população civil árabe. Em dezembro a [[Liga Árabe]] organizou o [[Exército de Liberação Árabe]], uma força de voluntários [[palestinos]], sob a liderança de [[Fawzi al-Qawuqji]] para resistir ao [[Plano de Partição da Palestina]].<ref>[http://www.palestineremembered.com/Acre/Palestine-Remembered/Story564.html#1947 Palestinian History, A Chronology.]</ref> Ao mesmo tempo, os britânicos, até então responsáveis pela administração do território, retiravam-se. As forças palestinas foram derrotadas, e várias cidades mistas, à exceção de [[Jerusalém]], passaram ao controle das forças judias. 350.000 a 400.000 palestinos iniciaram o caminho do êxodo.
 
Segundo [[Tariq Ali]], ''"esse acontecimento teve pouco impacto em outros lugares. Os recém-independentes Estados muçulmanos do [[Paquistão]] e da [[Indonésia]] estavam imersos em preocupações próprias. O [[Irã]] ficou indiferente. Mas, no [[mundo árabe]], era impossível permanecer desligado. A ocupação da [[Palestina]] por colonos [[sionistas]] da [[Europa]] afetava o mundo todo. Um [[Egito|egípcio]], um [[Iraque|iraquiano]], um [[Arábia Saudita|saudita]], um [[Síria|sírio]] não eram afetados do mesmo modo que um [[árabe palestino]], mas todos tinham um sentimento de perda. O que até então fora uma cultura comum para árabes muçulmanos, cristãos e judeus, sofreu uma séria fratura, uma ruptura profunda que viria a se tornar conhecida como ''[[al Nakba]]'', o desastre. A vitória sionista tinha desafiado a [[modernidade]] árabe, e alguns escritores se perguntavam se a continuidade da presença árabe na história fora destruída para sempre."'' <ref>ALI, Tariq. ''Confronto de Fundamentalismos''. Rio de Janeiro. Record. 2002.</ref>
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== O conflito ==
Em [[14 de maio]] de 1948, à meia-noite, termina oficialmente o mandato britânico da Palestina. Já numa fase adiantada da guerra civil na Palestina, [[David Ben-Gurion]] declara a [[Declaração de Independência do Estado de Israel|Independência do Estado de Israel]], reconhecida imediatamente pela [[União Soviética]] e pelos [[Estados Unidos]].
 
Ao longo do dia, o Estado de Israel é proclamado em várias partes do território. Os Estados árabes vizinhos, que contestam a criação de Israel, decidem intervir. Os exércitos do [[Egito]], [[Iraque]], [[Líbano]], [[Síria]] e [[Transjordânia]] - aos quais se incorporam as forças árabes palestinas remanescentes-, com apoio político de outros países,entram na Palestina. Começa a primeira de uma série de guerras que iriam constituir o longo [[conflito árabe-israelense]].