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A '''narrativa literária''' costuma se apresentar em forma de [[prosa]], mas pode ser também em [[versos]] ([[epopeia]], romanceiros). No século XX, a partir do [[estruturalismo]], surge uma espécie de teoria [[semiótica]] da narrativa (ou [[narratologia]]) que propõe-se estudar a [[narratividade]] em geral ([[romances]], [[contos]], [[filmes]], [[espetáculos]], [[mitos]], [[anedotas]], [[canção|canções]], [[músicas]], [[vídeos]]). Encabeçados por Roland Barthes, estes estudos pretendem encontrar uma "gramática" da narrativa, mais ou menos como [[Saussure]] encontrara para a [[fala]]. É a partir daí que surgem as fichas de leitura e os estudos sobre o [[narrador]], os
[[Roland Barthes]], mestre no estudo da narrativa, disse:▼
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▲A '''narrativa literária''' costuma se apresentar em forma de prosa, mas pode ser também em versos (epopeia, romanceiros). No século XX, a partir do estruturalismo, surge uma espécie de teoria semiótica da narrativa (ou narratologia) que propõe-se estudar a narratividade em geral (romances,contos, filmes,espetáculos,mitos,anedotas, canção|canções, músicas,vídeos). Encabeçados por Roland Barthes, estes estudos pretendem encontrar uma "gramática" da narrativa, mais ou menos como Saussure encontrara para a fala. É a partir daí que surgem as fichas de leitura e os estudos sobre o narrador, os actantes, as estratégias narrativas de determinada escola, entre outros.
▲Roland Barthes, mestre no estudo da narrativa, disse:
{{Quote2|A narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades, começa com a própria história da humanidade. (...) é fruto do génio do narrador ou possui em comum com outras narrativas uma estrutura acessível à análise". }}
== Ação ==
No texto narrativo a ação é o conjunto de acontecimentos que sucedem num determinado espaço e tempo.
Aristóteles, em sua Poética, já afirmava que "sem ação não poderia haver tragédia". Sem dificuldade se estende o termo tragédia à narração, e assim a presença de '''acção''' é o primeiro elemento essencial ao texto narrativo. by ==Sansao L PastoreLL==▼
▲Aristóteles, em sua Poética, já afirmava que "sem ação não poderia haver tragédia". Sem dificuldade se estende o termo tragédia à narração, e assim a presença de '''acção''' é o primeiro elemento essencial ao texto narrativo.
===Estrutura da narração=== ▼
a ação da narrativa é constituída por três ações: Intriga, Ação principal e Ação secundária.▼
*Intriga: Ação considerada como um conjunto de acontecimentos que se sucedem, segundo um princípio de causalidade, com vista a um desenlace. A intriga é uma ação fechada.▼
*Ação principal: Integra o conjunto de sequências narrativas que detêm maior importância ou relevo.▼
*Ação secundária: A sua importância define-se em relação à principal, de que depende, por vezes; relata acontecimentos de menor relevo.▼
A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. ▼
▲É a palavra que expressa compreensão a ação da narrativa é constituída por três ações: Intriga, Ação principal e Ação secundária.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo. ▼
▲* Intriga: Ação considerada como um conjunto de acontecimentos que se sucedem, segundo um princípio de causalidade, com vista a um desenlace. A intriga é uma ação fechada.
▲* Ação principal: Integra o conjunto de sequências narrativas que detêm maior importância ou relevo.
▲* Ação secundária: A sua importância define-se em relação à principal, de que depende, por vezes; relata acontecimentos de menor relevo.
▲A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.
====Sequência==== ▼
▲O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
A ação é constituída por um número variável de sequências (segmentos narrativos com princípio, meio e fim), que podem aparecer articuladas dos seguintes modos:
* encadeamento ou organização por ordem cronológica
* encaixe, em que uma ação é introduzida numa outra que estava a ser narrada e que depois se retoma
* alternância, em que várias histórias ou sequências vão sendo narradas alternadamente pela forma que foi escrito. Esse eu lirico deve ser mais abrangente de forma que o leitor se familiarize com a leitura.
A ação pode dividir-se em:
*
* desenvolvimento ― é nesse momento que se inicia o ''conflito'' (a oposição entre duas forças ou dois personagens). A paz inicial é quebrada através do conflito para que a ação, através dos fatos,
* clímax ― momento de maior intensidade dramática da narrativa. É nesse momento que o conflito fica insustentável, algo tem de ser feito para que a situação se resolva.
* desfecho ― é como os fatos (situação) se resolvem no final da narrativa. Pode ou não apresentar a resolução do conflito.
==== Tempo ====
* [[Tempo cronológico]] ou tempo da história - é o tempo em que a ação acontece.
* Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a ação se desenrola.
* Tempo psicológico - é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito.
* Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador. Este pode escolher narrar os acontecimentos:
** por ordem linear e neste caso poderá falar-se numa isocronia;
** com alteração da ordem temporal ([[anisocronia]]), recorrendo à analepse (recuo a acontecimentos passados) ou à prolepse (antecipação de acontecimentos futuros); Ex: acontecimento 3-1-5-2 etc...
** a um ritmo temporal (
** a um ritmo temporal diferente ([[anisocronia]]), neste caso o narrador pode servir- se elipses (omissão de acontecimentos), pausas (o tempo da história para para dar lugar a descrições, por exemplo)
*Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é fundamental para o desenvolvimento da ação.▼
*Antagonista: Que atua em sentido oposto; opositor; adversário. Personagem que é contra alguém ou algo.▼
*Coadjuvante: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da ação.▼
*Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.▼
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▲* Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é fundamental para o desenvolvimento da ação.
*Personagem modelada, redonda ou esférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa.▼
▲* Antagonista: Que atua em sentido oposto; opositor; adversário. Personagem que é contra alguém ou algo.
*Personagem plana ou desenhada: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.▼
▲* Coadjuvante: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da ação.
*Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.▼
▲* Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.
*Personagem colectiva: Representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade.▼
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▲* Personagem modelada, redonda ou esférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa.
*Direta▼
▲* Personagem plana ou desenhada: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.
**Autocaracterização: a própria personagem refere as suas características.▼
▲* Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.
**Heterocaracterização: a caracterização da personagem é-nos facultada pelo narrador ou por outra personagem.▼
▲* Personagem
*Indireta: O narrador põe a personagem em acção, cabendo ao leitor, através do seu comportamento e/ou da sua fala, traçar o seu retrato.▼
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▲* Direta
* Espaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movem. ▼
▲** Autocaracterização: a própria personagem refere as suas características.
* Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes. ▼
▲** Heterocaracterização: a caracterização da personagem é-nos facultada pelo narrador ou por outra personagem.
▲* Indireta: O narrador põe a personagem em
=== Espaço ou ambiente ===
▲* Espaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens
▲* Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes.
* Espaço ou Ambiente psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e sentimentos.
O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.
== Narrativa segundo Walter Benjamin ==
O filósofo alemão [[Walter Benjamin]] em seu ensaio "O Narrador" procurou fazer uma análise ensaística histórico-sociológica da narrativa e seu papel social. Segundo essa análise, a própria existência da narrativa já implica um significado mais profundo. Para se familiarizar com esse fenômeno ele estudou a obra do escritor [[Nikolai Leskov]], por considerar que sua obra se aproximou dos contos da tradição oral, uma qualidade, segundo Benjamin. A partir desse ponto, ele procura entender qual a importância de se contar histórias.
O objetivo é desvendar que pistas a tradição de contar histórias traz para a descoberta das relações humanas ao longo da história. O filósofo buscou encontrar um ponto comum entre os diferentes tipos de narrativa existentes e esmiuçar a narrativa moderna. Para ele, o homem moderno perdeu a capacidade de narrar histórias, o que é grave para a sociedade.
Para Benjamin, a humanidade criou a arte de contar histórias para conseguir trocar experiências; essa faculdade foi uma das responsáveis pelo triunfo da espécie humana. As histórias “arcaicas” (ou seja, histórias do período que antecedeu a primeira guerra mundial) possuíam, essencialmente, dois tipos de narrador: O Agricultor que reafirma as tradições e o Mercador dos Mares que traz as novidades. Para ele, essa articulação pode nos levar a entender muito sobre as conexões sociais, já que explicitam que o aprendizado dos homens e sua maneira de lidar com mundo se deu a partir de uma mistura dessas duas visões; a visão tradicional, que repete ensinamentos e a visão que chega com os novos ensinamentos a serem incorporados.
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Benjamin então ressalta a importância do papel do narrador nessa dinâmica social; o narrador tem o poder de dar conselhos e analisar a vida coletiva, já que sua função é justamente trabalhar com histórias que são histórias comuns. Para ele a narrativa como uma experiência coletiva é o fenômeno a ser estudado e também o fenômeno se vem se extinguindo com a Era da Informação. Pois a nossa capacidade de compartilhar experiências (e conhecimento), deriva precisamente da tradição oral e da ótica coletiva das narrativas.
Esse é o cerne da análise do filósofo. Para ele, a passagem da narração – uma história coletiva, que se aproxima da tradição oral e da memória social - para o romance – uma história individual, com fio condutor e protagonista – indica uma mudança que ocorreu na sociedade e na maneira como o ser humano se relaciona com o mundo e os seus semelhantes. Para Benjamin, não só o narrador, mas também o receptor da história merece atenção especial. A diferença entre o leitor e o ouvinte é um dos sinais da perda que a preferência pelo romance pode acarretar. O ouvinte está ao lado do narrador, compartilhando da experiência, inserido na tradição oral, é parte do modo de se contar histórias. Já o leitor distancia-se da importância da tradição oral, vê a história como algo exterior a ser consumido.
Esse novo indivíduo rejeita as experiências coletivas e procura construir sua visão de mundo a partir da sua própria ótica. Esse indivíduo é totalmente inserido numa sociedade na qual o individualismo é a chave para o êxito. As experiências narrativas são efêmeras e solitárias, baseadas não na memória de um povo ou de um lugar, mas em histórias que possuem um protagonista destacado do seu tempo e espaço. A valorização do protagonista em detrimento de seu ambiente é para Benjamin um sintoma do descolamento do indivíduo de suas circunstâncias.
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* [[Diegese]]
* [[O menino do pijama listrado]]
== Bibliografia ==
* GAGNEBIN, J. M. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 1994
* BENJAMIN, W. Textos Escolhidos – Walter Benjamin ET al. Tradução de Modesto
* BENJAMIN, A.; OSBORNE, P. (orgs.) A Filosofia de Walter Benjamin – Destruição e Experiência. Tradução de Maria Luiza de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 1997
* BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre Literatura e História da Cultura. Obras Escolhidas. Volume I. 5. Ed. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1993.
* OLIVEIRA, Francine. [http://conferencias.ulusofona.pt/index.php/lusocom/8lusocom09/paper/viewFile/61/37 A Narrativa e a Experiência em Walter Benjamin, Francine Oliveira], Universidade do Minho
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[[Categoria:Narratologia]]
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