Aleixo III Ângelo: diferenças entre revisões

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|nome completo=''Alexios Angelos''<br />Αλέξιος Γ' Άγγελος
|nascimento={{ca.}} {{dni|||1153|si|lang=br}}
|cidadenatal =
|morte={{morte|||1211|||1153}}
|cidademorte=[[Niceia (cidade)|Niceia]]
|lugar de enterro =
|antecessor=[[Isaac II Ângelo]]
|sucessor=[[Nicolau I Canabos]]
|consorte=[[Eufrósine DucainaDucena Camaterina]]
|filhos=Irene Angelina<br />[[Ana Angelina]]<br />[[Eudóxia Angelina]]
|dinastia=[[Dinastia dos Ângelos|Ângelos]]
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== O início ==
Aleixo III Ângelo era o segundo filho de [[Andrónico Ângelo]] e de [[Eufrósine Castamonitissa]] {{nwrap|{{ca.}}|[[1125]]|[[1195]]}}. Andrónico era ele próprio filho de [[Teodora Comnena Angelina]], a filha mais nova do imperador [[Aleixo I Comneno]] e de [[Irene DucainaDucena]]. Aleixo Ângelo era portanto membro da família imperial em sentido alargado. Juntamente com o seu pai e com os seus irmãos, Aleixo conspirara contra o imperador [[Andrónico I Comneno]] {{nwrap|''ca.''|[[1183]]}}, e passara, por isso, vários anos exilado em cortes muçulmanas, inclusive na de [[Saladino]].
 
O seu irmão mais novo, [[Isaac II Ângelo|Isaac]], foi ameaçado de morte por ordem do seu primo direito assim que Andrónico I foi afastado do trono a [[11 de Setembro]] de [[1185]]. Isaac, desesperado, atacou os agentes imperiais e matou o seu comandante, [[Estêvão Hagiocristoforita]]. Refugiou-se em seguida na basílica de [[Hagia Sofia|Santa Sofia]] e daí apelou à população de [[Constantinopla]]. Com isto causou um motim que levou ao afastamento de Andrónico I e à aclamação como imperador de Isaac II Ângelo.
 
== Reinado ==
Em [[1190]] Aleixo Ângelo regressara à corte do seu irmão mais novo, das mãos do qual recebeu o alto título de [[sebastocrator]]. Em [[1195]], enquanto Isaac II caçava na [[Trácia]], Aleixo foi aclamado imperador pelas tropas com a conivência da esposa de Isaac, [[Eufrósine DucainaDucena Camaterina]]. Aleixo capturou Isaac em [[Estágiras]] na [[Macedónia (região)|Macedónia]], vazou-lhe os olhos e manteve-o a ferros sempre perto de si, embora Isaac o tivesse resgatado da prisão em [[Antioquia]] e o tivesse cumulado com honrarias.
 
Para redimir-se deste crime e ao mesmo tempo consolidar a sua posição no trono, Aleixo teve de distribuir dinheiro tão generosamente que deixou o tesouro vazio, e tratou os oficiais do [[exército bizantino|exército]] tão benevolentemente que o império ficou praticamente sem defesa. A imperatriz Eufrósine DucainaDucena Camaterina, competente e enérgica, tentou em vão suster a sangria financeira; Vatatzes, o seu homem de mão favorito na tentativa de reformar o império, acabou por ser assassinado por ordem do imperador.
 
No Oriente o império estava a ser avassalado pelo [[Seljúcidas]]; a norte os [[búlgaros]] e os [[valáquios]] abatiam-se sobre as planícies da Macedónia e da Trácia sem que ninguém se lhes opusesse, e [[KaloyanCaloian da Bulgária]] tomou várias cidades importantes, enquanto Aleixo gastava somas astronómicas em palácios e jardins e tentava resolver a crise por via diplomática. As tentativas do imperador de fortalecer as defesas do império através de concessões a aristocratas bizantinos e búlgaros nas regiões fronteiriças deu maus resultados, uma vez que aqueles aproveitaram para se estabelecerem como senhorios independentes. A autoridade bizantina sobreviveu, mas num enquadramento muitíssimo enfraquecido.
 
== Quarta Cruzada ==
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== O exílio ==
Aleixo tentou organizar a resistência ao novo regime a partir de [[Adrianópolis]] e depois de [[Mosinópolis]], onde se lhe juntou o futuro usurpador [[Aleixo V Ducas|Aleixo Ducas ''Murzuflus''Múrzuflo]] em Abril de 1204, depois da [[cerco de Constantinopla (1204)|queda definitiva de Constantinopla]] para os cruzados e do estabelecimento do [[Império Latino]].
 
Inicialmente Aleixo III recebeu bem Aleixo Ducas, concedendo-lhe mesmo a mão da sua filha, [[Eudóxia Angelina|Eudóxia]], em casamento. Mais tarde Aleixo V foi [[mutilação política na cultura bizantina|cegado]] e abandonado à sua sorte pelo sogro, que fugiu dos cruzados para a [[Tessália]]. Ali, Aleixo III rendeu-se, com a sua mulher, ao marquês [[Bonifácio de Monferrato]], que se estabelecera como governante do efémero [[Reino de Salonica]].
 
Tentando escapar da "protecção" de Bonifácio, Aleixo III tentou encontrar asilo junto de [[Miguel I Ducas]], [[déspota de Epiro|déspota]] do [[Despotado do Epiro|Epiro]], em [[1205]]. Capturado por Bonifácio, Aleixo III e os seus acompanhantes foram mandados para [[MarquesadoMarca de MontferratMonferrato|MontferratMonferrato]], antes de serem trazidos de volta a TessalónicaSalonica por volta de [[1209]]. Por esta altura o imperador deposto foi resgatado por Miguel I do Epiro, que o enviou para a [[Ásia Menor]], onde o genro de Aleixo, [[Teodoro I Láscaris]] criara um estado para resistir aos latinos, o [[Império de Niceia]].
 
Aqui Aleixo III conspirou contra o seu genro depois deste ter-se recusado a aceitar a autoridade de Aleixo, no que foi apoiado por [[Kay Khusrau {{lknb|Gaiasadino|I]]}}, [[sultão de Rum]]. Na [[Batalha de Antioquia no Meandro|Batalha de Antioquia]], nas margens do [[rio Meandro]], em [[1211]], o sultão foi derrotado e morto, e Aleixo III foi capturado por Teodoro Láscaris. Aleixo III foi encerrado num mosteiro em [[Niceia]], onde veio a falecer em 1211.
 
== Relações familiares ==
Foi filho de [[Andrónico Ângelo]] ([[outubro]] de [[1130]] - [[c.]] [[1185]]) e de [[Eufrósine Castamonitissa]] (c. [[1150]] - [[1195]]), filha de [[Teodoro Castamonita]] ([[1099]] -?). Do seu casamento com [[Eufrósine DucainaDucena Camaterina]] (c. [[1555]] - [[1211]]), filha de [[Andrónico Ducas Camatero]], e de [[Qirwerne]], princesa da [[Império Etíope|Dinastia Zagwe]]. Aleixo teve três filhas:
 
# Irene Angelina, que se casou com (1.º) Andrónico Contostefano, e (2.º) Aleixo Paleólogo, através do qual era avó do imperador [[Miguel VIII Paleólogo]].