Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1986: diferenças entre revisões

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As '''eleições estaduais no [[Rio de Janeiro]] em [[1986]]''' ocorreramaconteceram em [[15 de novembro]] como parte das [[Eleições gerais no Brasil em 1986|eleições gerais]] no [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], em [[Unidades federativas do Brasil|23 estados]] e nos [[Território Federal|territórios federais]] do [[Amapá]] e [[Roraima]]. Foram eleitos nesse dia o governador [[Moreira Franco]], o vice-governador Francisco Amaral, os senadores [[Nelson Carneiro]] e [[Afonso Arinos de Melo Franco (sobrinho)|Afonso Arinos]], [[Número de deputados federais do Brasil por ano de eleição|46 deputados federais e 70 estaduais]] na última eleição para governador onde não vigiam os dois turnos.{{Nota de rodapé|O Distrito Federal elegeu três senadores e oito deputados federais de acordo com a Emenda Constitucional 25 de 15/05/1985.}}<ref>{{citar web || url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc25-85.htm || titulo= ''BRASIL. Presidência da República: Emenda Constitucional nº 25 de 15/05/1985''|| acessodata=9 de dezembro de 2013}}</ref>{{Nota de rodapé|Os territórios federais elegeram quatro deputados federais cada, sendo que em [[Fernando de Noronha]] não houve escolha de representantes.}}
 
Para esta eleição o quadro político fluminense apresentou uma polarização entre partidários e adversários do governador [[Leonel Brizola]], a maioria dos quais reunidos em torno de [[Moreira Franco]] na disputa pelo [[Palácio Guanabara]]. [[Economia|Economista]] formado pela [[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] e residente no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] desde [[1955]], [[Moreira Franco]] nasceu em [[Teresina]] e foi pesquisador da [[Fundação Getulio Vargas|Fundação Getúlio Vargas]] graduando-se em [[Sociologia]] em [[1969]] pela [[Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro]], mesmo ano em que casou com [[Celina Vargas do Amaral Peixoto]] num matrimônio de vinte anos. Graças a tal vínculo tornou-se [[Parentesco|genro]] de [[Ernâni do Amaral Peixoto|Amaral Peixoto]] e fez carreira política pelo [[Movimento Democrático Brasileiro|MDB]] sendo eleito deputado federal pelo [[Rio de Janeiro]] em [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1974|1974]] e prefeito de [[Niterói]] em [[1976]]. Após a fusão entre os estados da [[Guanabara]] e do [[Rio de Janeiro]] no [[Governo Ernesto Geisel]]<ref>{{citar web || url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp20.htm || titulo= ''BRASIL. Presidência da República, Lei Complementar nº 20 de 01/07/1974''|| acessodata=9 de dezembro de 2013}}</ref> houve uma cisão no [[Movimento Democrático Brasileiro|MDB]] entre [[Ernâni do Amaral Peixoto|Amaral Peixoto]] e [[Chagas Freitas]] numa situação onde o primeiro migrou para o [[Partido Democrático Social|PDS]] e o segundo levou seu grupo político ao [[Partido Popular (Brasil)|PP]] e ao [[Partido do Movimento Democrático Brasileiro|PMDB]] após a incorporação entre as legendas,<ref>''PP e PMDB decidem unir-se (online). Folha de S. Paulo, 21/12/1981''. Página visitada em 9 de dezembro de 2013.</ref> fato que não impediu a derrota de [[Moreira Franco]] e [[Miro Teixeira]], afilhado político de [[Chagas Freitas]], na eleição para governador em [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1982|1982]] ante [[Leonel Brizola]]. Vencido nas urnas, [[Moreira Franco]] assumiu a presidência da [[Nova Aguilar]] e permaneceu como presidente estadual do [[Partido Democrático Social|PDS]] até ingressar no [[Partido do Movimento Democrático Brasileiro|PMDB]] com o advento da [[Nova República]].
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Com o intuito de defender seu legado o governador [[Leonel Brizola]] apoiou [[Darcy Ribeiro]], sociólogo nascido em [[Montes Claros]] e formado em [[1946]] na [[Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo|Escola de Sociologia e Política de São Paulo]] com [[especialização]] em [[Etnologia]] e integrante do [[Fundação Nacional do Índio|Serviço de Proteção ao Índio]] nos tempos de [[Cândido Rondon]]. Primeiro reitor da [[Universidade de Brasília]] e Ministro da Educação durante o gabinete parlamentarista de [[Hermes Lima]], foi chefe da Casa Civil no governo [[João Goulart]] e por isso foi cassado pelo [[Regime militar no Brasil|Regime Militar de 1964]] alternando momentos de exílio com voltas ao país onde fixou-se novamente em [[1976]] retornando ao ensino e à política. Fundador do [[Partido Democrático Trabalhista|PDT]] foi eleito vice-governador do [[Rio de Janeiro]] em [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1982|1982]] na chapa de [[Leonel Brizola]].<ref name=TSE>{{citar web|título=''Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral''|url=http://www.tse.jus.br/ || acessodata=13 de fevereiro de 2017}}</ref>
 
Na eleição das duas vagas para senador o mais votado foi o [[Jornalismo|jornalista]] e [[advogado]] [[Nelson Carneiro]]. Patrono da causa [[Divórcio|divorcista]] ele nasceu em [[Salvador (Bahia)|Salvador]], formou-se na [[Universidade Federal da Bahia]] e foi eleito deputado federal pelo [[Partido Social Democrático (1945-2003)|PSD]] em [[Eleições estaduais na Bahia em 1950|1950]]. Derrotado ao tentar a reeleição veio para a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] onde esteve preso no governo [[Getúlio Vargas]] por apoiar a [[Revolução Constitucionalista de 1932]] e onde cobriu a [[Constituição brasileira de 1946|elaboração da Constituição de 1946]]. Tendo como plataforma a aprovação do divórcio foi eleito deputado federal pelo [[Rio de Janeiro (cidade)|Distrito Federal]] em [[Eleições distritais no Distrito Federal em 1958|1958]] sendo o autor da [[Emenda constitucional|emenda]] que instaurou o [[Lista de primeiros-ministros do Brasil|parlamentarismo no Brasil]] após a renúncia de [[Jânio Quadros]] de modo a contornar o veto dos militares à posse de [[João Goulart]]<ref>{{citar web || url=http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=113505/ || titulo= ''Subsecretaria de Informações do Senado Federal do Brasil: Emenda Constitucional nº 04 de 02/09/1961''|| acessodata=9 de dezembro de 2013}}</ref> em [[1961]]. Reeleito pela [[Guanabara]] em [[Eleições estaduais na Guanabara em 1962|1962]] e [[Eleições estaduais na Guanabara em 1966|1966]] foi o primeiro presidente do diretório estadual do [[Movimento Democrático Brasileiro|MDB]] pelo qual foi eleito senador em [[Eleições estaduais na Guanabara em 1970|1970]] e [[Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1978|1978]] já pelo estado do [[Rio de Janeiro]]. Após passar pelo [[Partido Trabalhista Brasileiro|PTB]] optou pelo [[Partido do Movimento Democrático Brasileiro|PMDB]] e conquistou seu terceiro mandato.<ref name="CARNEIRO" group="nota">O PMDB usou o instrumento das sublegendas e apresentou três candidatos a senador que obtiveram 3.054.343 votos ou 29,04% do total, número creditado para eleger Nelson Carneiro, seu candidato mais votado.</ref>
 
Graças à soma dasàs [[sublegenda]]s a outra vaga ficou com o [[advogado]], [[Jurisconsulto|jurista]], [[professor]], [[História|historiador]], [[Ensaio|ensaísta]] e [[Literatura|crítico literário]] [[Afonso Arinos de Melo Franco (sobrinho)|Afonso Arinos]].<ref name="ARINOS" group="nota">Embora Marcelo Alencar (PDT) tenha obtido número suficiente de votos para se eleger, a cadeira ficou com Afonso Arinos, candidato mais votado das sublegendas do PFL que juntas colheram 1.931.599 votos ou 18,38% do total.}} Nascido em [[Belo Horizonte]] e formado na [[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] ele apoiou [[Getúlio Vargas]] até que a decretação do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] causou o rompimento exposto via [[Manifesto dos Mineiros]]. Filiado à [[União Democrática Nacional|UDN]] foi efetivado deputado federal em [[Eleições estaduais em Minas Gerais em 1947|1947]] com a eleição de [[Milton Campos]] para o governo de [[Minas Gerais]] e [[Afonso Arinos de Melo Franco (sobrinho)|Afonso Arinos]] foi reeleito em [[Eleições estaduais em Minas Gerais em 1950|1950]] e [[Eleições estaduais em Minas Gerais em 1954|1954]] destacando-se como opositor do segundo governo [[Getúlio Vargas]]. Autor da [[Lei Afonso Arinos]] e membro da [[Academia Brasileira de Letras]] foi eleito senador pelo [[Rio de Janeiro (cidade)|Distrito Federal]] em [[Eleições distritais no Distrito Federal em 1958|1958]] assumindo o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério das Relações Exteriores]] no governo [[Jânio Quadros]]. Partidário e depois crítico do [[Regime militar no Brasil|Regime Militar de 1964]] chegou a integrar a [[Aliança Renovadora Nacional|ARENA]], mas preferiu não disputar a reeleição pela [[Guanabara]] em [[Eleições estaduais na Guanabara em 1966|1966]].
 
== Resultado da eleição para governador ==
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== Resultado da eleição para senador ==
Vinte e um candidatos disputaram duas cadeiras para senador. Foram apurados 10.513.756 votos nominais.<ref name="TSE"/>{{Nota de rodapé|Após a promulgação da [[Emenda Constitucional nº 1|Emenda Constitucional Número Um]], a Constituição de 1967 dizia (Art. 41 § 2º) que cada senador seria eleito com o seu suplente. Em 1986 os candidatos ao Senado Federal concorriam ao lado de dois suplentes (exceto em casos de sublegenda), entretanto citamos aqui apenas o primeiro de cada chapa sem, contudo, deixar de referenciar o outro quando necessário.}}<ref group="nota" name="CARNEIRO"/><ref group="nota" name="ARINOS"/>
 
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