Georgianos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 84:
A maior parte dos georgianos é formada por [[Cristianismo|cristãos]], mais especificamente [[Igreja Ortodoxa Oriental|cristãos ortodoxos orientais]], e seguem a [[Igreja Ortodoxa Georgiana]], [[Autocefalia|autocéfala]], cuja origem remonta ao século IV. Também existem, no entanto, comunidades de georgianos [[Igreja Católica|católicos]] e [[Islão|muçulmanos]], em [[Tbilisi]], capital do país, e na região de [[Adjara]].
 
Um processo complexo de formação nacional resultou num conjunto diversificado de subgrupos geográficos, cada qual com suas tradições, costumes, [[Dialetos georgianos|dialetos]] (e, no caso dos [[mingrélios]] e {{ilc|suanos||svans}}, idiomas) característicos. A [[língua georgiana]], com seu [[Alfabeto georgiano|próprio alfabeto]] e uma extensa tradição escrita que remonta ao século V, é o [[idioma oficial]] da Geórgia, e a língua usada para toda a literatura e educação dos georgianos que vivem no país. O georgiano, o [[Língua mingrélia|mingrélio]] e o [[Língua suana|suano]], juntamente com o [[Língua laz|laze]], falando pelos [[lazes]], formam a família das [[línguas kartvelianascartevélicas]].
 
Localizados no [[Cáucaso]], no extremo sudeste da [[Europa]], o povo georgiano lutou para proteger sua identidade cristã diante de uma imensa pressão dos impérios islâmicos vizinhos. No início do século XI, formaram um [[Reino da Geórgia|reino unificado]] que surgiu como uma potência regional dominante, até ser enfraquecido pelas invasões do conquistador [[turco-mongol]] [[Tamerlão]], e por divisões internas que se seguiram à morte de [[Jorge V da Geórgia|Jorge V, o Brilhante]], último dos grandes reis da Geórgia. Para assegurar sua sobrevivência como um reino cristão, o país foi obrigado a estabelecer uma aliança com o [[Império Russo]], visto como substituto do [[Império Bizantino]], tradicional aliado georgiano que havia sido derrotado pelos [[turcos otomanos]]. O reino, no entanto, acabou sendo anexado pela Rússia em 1801; os georgianos reconquistaram brevemente a independência nacional de 1918 a 1921, porém a independência definitiva foi obtida apenas em 1991, da [[União Soviética]].
 
==Etimologia==
Os georgianos chamam a si mesmo de ''Kartvelebi'' (ქართველები), seu país de ''Sakartvelo'' (საქართველო), e sua língua de ''Kartuli'' (ქართული). De acordo com as ''[[Crônicas Georgianas]]'', o ancestral do [[povo kartvéliocartevélio]] era [[Kartlos]], bisneto do personagem [[Bíblia|bíblico]] [[Jafé]]. Autores da [[Antiguidade]], como os [[Grécia Antiga|gregos]] [[Estrabão]], [[Heródoto]], [[Plutarco]], [[Homero]], e os [[Roma Antiga|romanos]] [[Tito Lívio]], [[Cornélio Tácito]], referiram-se aos georgianos orientais como [[Iberos caucasianos|iberos]] (''Iberoi'', nas fontes gregas) e aos georgianos ocidentais como [[cólquicos]].<ref>Braund, David. ''Georgia in Antiquity: A History of Colchis and Transcaucasian Iberia'', 550&nbsp;BC-AD&nbsp;562, p. 17-18</ref>
 
==Origens==
A maior parte dos historiadores e acadêmicos da Geórgia, bem como antropólogos, arqueólogos e linguistas, tendem a concordar que os ancestrais dos georgianos atuais habitavam a região do sul do [[Cáucaso]] e norte da [[Anatólia]] desde o [[período Neolítico]].<ref>Lang, David Marshal. ''The Georgians''. p. 19</ref> Estudiosos costumam se referir a estes povos arcaicos como tribos proto-kartvéliascartevélias (ou proto-georgianas).<ref>Lang, David Marshal. ''The Georgians''. p. 66</ref>
 
Os georgianos eram conhecidos, na [[Antiguidade]], pelos [[grécia Antiga|gregos]] e [[Roma Antiga|romanos antigos]], como [[cólquicos]] e [[Iberos caucasianos|iberos]].<ref>Rosen, Roger. ''Georgia A Sovereign Country of the Caucasus'', p. 18</ref><ref>Suny, Ronald Grigor. ''The Making of the Georgian Nation'', p. 4</ref> Tribos georgianas orientais, conhecidos como tibarênios-iberos, formaram seu reino no século VII a.C.; tribos georgianas ocidentais, no entanto, como os [[moscos]], suanos, [[mingrélios]], fundaram o primeiro estado georgiano, a [[Cólquida]], antes da fundação do [[Reino Ibero]] no leste.<ref name="Cyril Toumanoff p 80">Toumanoff, Cyril. ''Studies in Christian Caucasian History'', p. 80</ref> De acordo com estudiosos locais, as formações destes dois reinos antigos, Cólquida e Ibéria, teria resultado na consolidação e na uniformidade da nação georgiana.<ref>Toumanoff, Cyril. ''Studies in Christian Caucasian History'', p. 58</ref>
Linha 124:
Todos estes idiomas formam a família das línguas caucasianas meridionais, juntamente com o idioma aparentado dos lazes, que tem falantes na Turquia e Geórgia.
 
Entre os dialetos do georgiano estão os que são falados em [[ImeretiImerícia]], [[Racha (Geórgia)|Racha]]-[[Lechkhumi]], [[Guria]], [[Imerkhevi]] (na Turquia), [[KartliCártllia]], [[Cachétia]], [[Saingilo|Ingilo]] (no Azerbaijão), [[Tusheti|Tush]], [[Khevsur]], [[Khevi]], [[Pshavi]], [[Mtiuleti]], [[Meskheti]], além do [[Georgianos no Irã|dialeto fereydan do Irã]], em [[Fereydunshahr]] e [[Fereydan]], e do [[dialeto ajário]].
 
[[Imagem:Alaverdi_monastery_in_Kakheti,_Georgia_(3).jpg|thumb|left|220px|O [[Mosteiro de Alaverdi]], um dos edifícios religiosos medievais mais importantes da Geórgia.]]