Lyndon B. Johnson: diferenças entre revisões
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Johnson adotou uma política externa voltada com o [[anticomunismo]]. Ele aumentou a participação norte-americana na [[Guerra do Vietnã]], indo de dezesseis mil soldados na região em 1963 para 550 mil no início de 1968, aumentando as fatalidades e diminuindo as chances de paz. O envolvimento gerou vários movimentos antiguerra principalmente em universidades de todo o país.<ref> {{citar livro|autor=Epstein, Barbara|título=Political Protest and Cultural Revolution: Nonviolent Direct Action in the 1970s and 1980s|editora=University of California Press|ano=1993|página=41|isbn=0-520-08433-0 }} </ref> Revoltas começaram a ocorrer em várias cidades e os crimes nas grandes cidades aumentaram em 1965, e seus oponentes passaram a exigir medidas de lei e ordem. O Partido Democrata dividiu-se em várias facções e, após não ter ido bem na convenção de [[Nova Hampshire]] em 1968, Johnson não conseguiu a indicação para tentar a reeleição, tendo que desistir da corrida presidencial em 1968. O Republicano [[Richard Nixon]] acabou por sucedê-lo. Após deixar a presidência, ele voltou para sua cidade natal, [[Stonewall (Texas)|Stonewall]], morrendo em {{dtlink|22|1|1973}}.
O legado de sua presidência divide opiniões. Muitos historiadores argumentam que seu governo marcou o pico do [[liberalismo americano]] após a era do ''[[New Deal]]''. Johnson é bem avaliado por muitos estudiosos e historiadores devido as suas políticas domésticas e a assinatura de diversas leis, incluindo de direitos civis, controle de armas e seguridade social. Apesar dos avanços internos, muitos o desqualificam como um bom presidente devido ao fiasco da [[guerra do Vietnã]].<ref name="histeval">{{
== Primeiros anos ==
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O avô de Johnson, Samuel Ealy Johnson Sr., foi criado como um [[Igreja Batista|Batista]], e por um tempo foi um membro da igreja dos [[Discípulos de Cristo]]. Em seus últimos anos o avô de Johnson se tornou um [[Cristadelfianos|cristadelfiano]]; o pai de Johnson também se juntou a igreja cristadelfiana no fim da vida.<ref>{{Citar web|titulo = Religion and President Johnson|url = http://www.lbjlib.utexas.edu/johnson/archives.hom/FAQs/Religion/religion_hm.asp|website = www.lbjlib.utexas.edu|acessodata = 12 de abril de 2016}}</ref> Mais tarde, como um político, Johnson foi influenciado na sua atitude positiva em relação aos judeus pelas crenças religiosas que sua família, especialmente seu avô, tinha compartilhado com ele.<ref>{{Citar livro|título = The Christadelphians in North America|url = https://books.google.com/books?id=wXImAQAAIAAJ|editora = Edwin Mellen Press|ano = 1989-01-01|isbn = 9780889466470|nome = Charles H.|sobrenome = Lippy}}</ref> o verso favorito da Bíblia de Johnson veio da versão do rei James de Isaías 1:18. "Vinde então, e argui-me ..."<ref>{{Citar livro|título = Killing Kennedy: The End of Camelot|url = https://books.google.com/books?id=p0BJt71jT9YC|editora = Macmillan|ano = 2012-10-02|isbn = 9780805096675|nome = Bill|sobrenome = O'Reilly|nome2 = Martin|sobrenome2 = Dugard}}</ref>
Ele se formou no [[Johnson City High School]] em 1924, participou de discursos em público, debates, e basebol.<ref>{{Citar web|titulo = Lyndon B. Johnson|url = https://prezi.com/7imkoge4ajkf/lyndon-b-johnson/|website = prezi.com|acessodata = 12 de abril de 2016}}</ref><ref>{{Citar livro|título = The Path to Power: The Years of Lyndon Johnson I|url = https://books.google.com/books?id=KjFAlWpT3Z4C|editora = Knopf Doubleday Publishing Group|
Em 1926, Johnson entrou na SWTSTC (agora [[Universidade Estadual do Texas]]). Ele trabalhou por conta própria enquanto estava na escola, participando de debates e da política do campus, e editou o jornal da escola, ''The College Star''.<ref>{{Citar web|titulo = The Student Editorials of Lyndon Baines Johnson|url = https://digital.library.txstate.edu/handle/10877/2970|website = digital.library.txstate.edu|acessodata = 12 de abril de 2016}}</ref> Os anos de faculdade melhoraram as suas habilidades de persuasão e organização política. Por nove meses, de 1928 a 1929, Johnson interrompeu os seus estudos para ensinar para ensinar crianças mexicano-americanas na Escola Welhausen em [[Cotulla]], a 90 milhas (140 km) do sul de south of [[San Antonio]] no [[Condado de La Salle (Texas)|Condado de La Salle]]. O emprego o ajudou a economizar dinheiro para terminar os seus estudos e ele se formou em 1930. Ele ensinou na Pearsall High School, em [[Pearsall]] no Texas, e depois assumiu uma posição como professor para a Sam Houston High School, em Houston.<ref>{{Citar web|titulo = LBJ Biography|url = http://www.lbjlib.utexas.edu/johnson/archives.hom/biographys.hom/lbj_bio.asp|website = www.lbjlib.utexas.edu|acessodata = 2016-02-14}}</ref> Quando ele voltou para San Marcos, em 1965, após a assinatura do [[Ato de Educação Superior de 1965]], Johnson relembrou:<blockquote>Jamais esquecerei dos rostos dos meninos e das meninas na escola mexicana Welhausen, e eu me lembro mesmo ainda a dor de perceber e saber então que a faculdade foi fechada a praticamente cada uma dessas crianças, porque eles eram muito pobres. E eu acho que foi então que eu fiz a minha mente que esta nação jamais poderia descansar enquanto a porta para o conhecimento permanecesse fechada a qualquer cidadão americano.<ref>{{Citar web|titulo = LBJ Library and Museum - Education WHCA370|url = http://www.lbjlib.utexas.edu/johnson/lbjforkids/edu_whca370-text.shtm|website = www.lbjlib.utexas.edu|acessodata = 12 de abril de 2016}}</ref> </blockquote>
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==Começo da carreira política==
[[Ficheiro:FDR-LBJ.png|miniaturadaimagem|Johnson (na extrema direita) se encontrando com o presidente [[Franklin D. Roosevelt]] e o governador [[James Allred]] do Texas, em 1937. Johnson mais tarde usou uma versão alterada desta imagem, removendo Allred, durante sua campanha para o senado em 1941.]]
Após anos dando aula em Houston, Johnson entrou para a política. Em 1930, ele fez campanha para o senador texano Welly Hopkins durante sua corrida para o Congresso. Hopkins recomendou Lyndon para o congressista [[Richard M. Kleberg]], que fez dele seu secretário para legislação. Johnson foi eleito então presidente do "Pequeno Congresso" ("''Little Congress''") um grupo de ajudantes de congressistas, onde ele cultivou relacionamentos com parlamentares, jornalistas e [[Lobby|lobistas]]. Johnson se tornou amigo, por exemplo, dos ajudantes do presidente [[Franklin D. Roosevelt]] e do vice [[John Nance Garner]].<ref>{{
Johnson casou com [[Lady Bird Johnson|Claudia Alta Taylor]], conhecida como "Lady Bird", de Karnack, Texas, em 17 de novembro de 1934, após ele cursar a [[Universidade de Georgetown]]. O casal teve duas filhas, [[Lynda Bird Johnson Robb|Lynda Bird]], nascida em 1944, e [[Luci Baines Johnson|Luci Baines]], nascida em 1947. Johnson deu as suas filhas nomes que formassem as iniciais "LBJ"; até o cachorro da família, com seu nome sendo Little Beagle Johnson, e o [[Lyndon B. Johnson National Historical Park|seu rancho particular]] (o LBJ Ranch) também receberam suas iniciais.<ref name="Inc1956">{{
Em 1935, foi apontado como chefe da Administração da Juventude Nacional do Texas, que ele usou para conseguir apoio do governo para investir mais em educação e oportunidades para os jovens americanos. Ele renunciou a esta posição para concorrer ao Congresso dois anos depois. Johnson, que era conhecido como um chefe duro, exigiu que seus ajudantes trabalhassem longas horas e também nos fins de semana.<ref>Woods 2006, p. 131.</ref> Ele foi descrito por amigos, políticos e historiadores como motivado excepcionalmente por sua busca por poder e controle. Como o biografo de Johnson, [[Robert Caro]], observou: "a ambição de Johnson era incomum no grau em que era desembaraçado com o mais leve excesso do peso da sua ideologia, filosofia, princípios e crenças".<ref>Caro 1982, p. 275.</ref>
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===Câmara dos Representantes (1937-1949)===
Em 1937, Johnson ganhou o assento no [[Congresso dos Estados Unidos]] pelo 10º Distrito do Texas, que engloba a cidade de [[Austin]]. Ele fez campanha com uma plataforma que defendia as políticas do [[New Deal]]. Ele acabou servindo na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]] de 10 de abril de 1937 até 3 de janeiro de 1949.<ref name="autogenerated2">{{
====Reserva da marinha (1940-1964)====
[[Ficheiro:Portrait of Lyndon B. Johnson in Navy Uniform - 42-3-7 - 03-1942.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Johnson, em março de 1942, com seu uniforme da [[Marinha dos Estados Unidos|marinha]].]]
Johnson foi apontado como tenente-comandante para a reserva da [[Marinha dos Estados Unidos]] em 21 de junho de 1940. Enquanto servia como congressista, ele foi chamado para o serviço ativo três dias após [[Ataque a Pearl Harbor|o ataque]] [[Império do Japão|japonês]] a base em [[Pearl Harbor]] em 7 de dezembro de 1941. Ele foi enviado para o Escritório do Chefe de Operações Navais em [[Washington, D.C.]] para instruções e treinamento.<ref name="military">{{
Johnson reportava ao general [[Douglas MacArthur]] na Austrália. Johnson e dois oficiais serviam na base do 22º Grupo de Bombardeiros que executavam missões aéreas contra bases japonesas na [[Nova Guiné]]. O colega de quarto de Johnson era um segundo-tenente que servia como piloto de um avião [[Boeing B-17 Flying Fortress|B-17]]. Em 9 de junho de 1942, Johnson se voluntariou para ir como observador numa missão de bombardeio em um grupo de [[B-26 Marauder|B-26]], com seu colega indo em outro avião. Durante esta missão, o avião do seu amigo foi derrubado e ele e todos a bordo morreram. Segundo o biógrafo [[Robert Caro]], o avião de Johnson foi atacado e sofreu avarias e teve que retornar para a base antes de completar sua missão. Outros relatos afirmam que o bombardeiro que Lyndon estava a bordo teve que voltar devido a falhas mecânicas.<ref name="autogenerated1">{{
Johnson, que carregava uma câmera consigo nas suas missões como observador,<ref>{{
===Senado (1949-1961)===
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Nas eleições para o [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]] em 1948, Johnson concorreu para o [[Senado dos Estados Unidos|Senado]] novamente. As primárias do [[Partido Democrata (Estados Unidos)|Partido Democrata]] foram controversas. Ele enfrentou o governador [[Coke Stevenson]] e um terceiro candidato. Johnson levava as multidões para ver seus discursos em um helicóptero alugado, o "The Johnson City Windmill". Ele usava o dinheiro angariava para espalhar papeis e jornais de propaganda pela cidade e ganhou o voto dos conservadores ao criticar os sindicatos (que na época estavam surgindo em todos os lugares). Stevenson terminou em primeiro nas primárias mas acabou acontecendo um segundo turno; Johnson iniciou uma campanha ainda mais agressiva, enquanto Stevenson cambaleava na sua popularidade.<ref>Caro 1990, pp. 360–361.</ref>
Johnson ganhou as primárias do partido com um total de 988 295 votos (87 votos a mais que o segundo colocado). O comitê dos Democratas validou a vitória de Johnson por uma vantagem de apenas um voto (29–28). Houve várias alegações de fraude. Um escritor acusou o gerente de campanha de Johnson, o futuro governador do Texas [[John B. Connally]], estava conectado com a administração das cédulas de votação no condado de Jim Wells com os nomes dos eleitores nas cédulas estranhamente sendo escritos em ordem alfabética e com a mesma caneta e caligrafia. Muitos pessoas cujos nomes estavam nas listas afirmaram que nem sequer tinham votado. [[Robert Caro]] afirmou no seu livro de 1989 que Johnson havia de fato roubado as eleições no condado de Jim Wells e 10 000 cédulas haviam sido alteradas apenas no condado de Bexar.<ref>Woods 2006, p. 217; Caro 1989.</ref> O juiz eleitoral Luis Salas disse em 1977 que ele tinha pego 202 cédulas fraudulentas para Johnson.<ref name="'70s">{{
===Senador pelo Texas===
Uma vez no senado, Johnson era conhecido por seus colegas por conseguir "cortejar" muito bem os velhos senadores, especialmente [[Richard Russell Jr.|Richard Russell]], um democrata da Geórgia, líder da "Coalizão Conservadora" e um dos homens mais poderosos do Senado. Johnson continuou a ganhar a simpatia de Russell e os dois desenvolveram uma amizade.<ref name="'70s"/>
Johnson foi apontado para o Comitê do Senado para as Forças Armadas e no final da década de 1950, ele ajudou a criar o Subcomitê de Preparação de Investigação. Johnson se tornou chefe desse subcomitê e liderou investigações sobre gastos com Defesa e sua eficiência. Lyndon ganhou atenção nacional devido a forma como ele lidava com a imprensa, a eficiência que seu comitê emitia relatórios e sua garantia de que cada um destes relatórios fossem aprovados por unanimidade.<ref name="new yorker">{{
====Líder dos Democratas no senado====
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Nas eleições gerais de 1952, os republicanos conquistaram a maioria em ambas as casas do Congresso. Entre os democratas que perderam seus assentos estavam Ernest McFarland, que havia sido substituído por [[Barry Goldwater]]. Em janeiro de 1953, Johnson foi escolhido pelos seus colegas para ser o líder da minoria democrata no senado. Nas eleições de 1954 Johnson foi reeleito e os democratas conquistaram a maioria no Senado, dando a LBJ o controle da Câmara alta. Johnson, como líder da maioria mo senado, coordenava a agenda legislativa para favorecer o seu partido. Johnson, [[Sam Rayburn]] e o presidente [[Dwight D. Eisenhower]] trabalhavam bem com juntos, passando uma série de leis domésticas e passando medidas sobre política externa.
Durante a [[Crise de Suez]], Johnson tentou evitar que o governo americano criticasse a invasão [[israel]]ense da península do Sinai. Ainda no âmbito externo, assim como o resto da [[Povo dos Estados Unidos|população]], Johnson estava preocupado com a ameaça de dominação [[União Soviética|soviética]] das pesquisas [[Espaço sideral|espaciais]] após o lançamento do primeiro satélite artificial lançado pelos humanos, o ''[[Sputnik 1]]''. Ele usou sua influência no Congresso para aprovar a passagem da lei ''National Aeronautics and Space Act'' de 1958, que estabeleceu a criação da agência civil [[NASA]], que deu uma nova impulsão para o programa espacial estadunidense.<ref>{{
[[Ficheiro:Lyndon Johnson and Richard Russell.jpg|miniaturadaimagem|O president Johnson dando o clássico "''The Treatment''" ("O Tratamento") para o senador [[Richard Russell Jr.|Richard Russell]] em 1963. Essa forma de "intimidação" era usada por LBJ para convencer congressistas a apoiar as suas legislações.]]
Os historiadores Caro e Dallek consideram Lyndon Johnson como um dos mais eficientes líderes de maioria no senado na história americana. Ele era muito bom em conseguir informações. Um biógrafo o descreveu como "o maior coletor de informações que Washington já conheceu". Ele sabia quais as posições que os senadores tinham sobre cada assunto, suas filosofias e preconceitos, suas forças e fraquezas e o que seria necessário para mudar suas mentes.<ref>Woods 2006, p. 262.</ref> Robert Baker afirma que Johnson ocasionalmente enviava os senadores para viagens pela [[OTAN]] para evitar votos dissidentes.<ref>{{
{{quote|O 'tratamento' poderia demorar minutos ou até horas. Quando acontecia, envolvia seu alvo e podia acontecer no rancho de Johnson, em um dos seus escritórios, nas salas do senado, ou no plenário — onde Johnson pudesse encontrar um senador para se aproximar.
Ele poderia usar um tom suplicante, acusatório, adulatório, exuberante, desprezo, em lágrimas, reclamante e até agressivo. Era tudo isso juntos. Era toda uma gama de emoções humanas. Sua velocidade tirava o fôlego e era tudo em uma só direção. Interjeições por parte do alvo eram raras. Johnson antecipava quando eles pretendiam falar e os interrompia. Ele se aproximava da pessoa, seu rosto ficava muito próximo do seu alvo, seus olhos se arregalavam e estreitavam, suas sobrancelhas subiam e desciam. Dos seus bolsos saiam notas, memorandos e estatísticas. Mimetismo, humor e geniosidade de analogia no ''The Treatment'' era uma experiência hipinótica e deixava seu alvo assustado e indefeso.<ref>{{
Um ávido fumante, Johnson sofreu um ataque cardíaco quase fatal em 2 de julho de 1955. Logo em seguida ele parou de fumar, com algumas exceções, e não voltou com o hábito até o dia em que saiu da Casa Branca em janeiro de 1969.
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Os sucessos de Johnson no senado lhe renderam popularidade o suficiente para que ele pleiteasse a candidatura a presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata; ele era descrito como o "filho favorito" da delegação do Texas para a convenção nacional do partido em 1956 e parecia estar numa posição forte para conseguir a nomeação em 1960. Jim Rowe pedia repetitivamente para Johnson lançar sua campanha ainda em 1959, mas Johnson achava que era melhor esperar, achando que a candidatura do jovem [[John F. Kennedy|John Kennedy]] iria criar uma divisão entre os democratas que ele poderia explorar. Rowe, frustrado, se juntou a campanha de Humphrey, em um movimento que Johnson também achava que se encaixava em sua estratégia.<ref>Dallek 1991, pp. 544–545.</ref> Lyndon entrou na campanha muito tarde, apenas em julho de 1960 (cinco meses antes do pleito nacional) e sua relutância em deixar Washington permitiu que a campanha de Kennedy fizesse avanços substanciais entre as lideranças do partido e entre o eleitorado. Johnson subestimou as qualidades de Kennedy, seu charme e inteligência, comparado com sua reputação de durão.<ref>Dallek 1991, p. 560.</ref> O escritor Caro sugeriu que a exitância de Johnson pode ser atribuída ao seu medo do fracasso.<ref>Caro 2012, Part I (passim).</ref>
Johnson tentou atacar a juventude de Kennedy, seus problemas de saúde e sua exitância em tomar uma posição definitiva sobre [[Joseph McCarthy]].<ref>Dallek 1991, p. 570.</ref> Ele formou uma coalizão chamada "Parem Kennedy", junto com [[Adlai Stevenson II|Adlai Stevenson]], [[Stuart Symington]] e [[Hubert Humphrey]], mas isso falhou. Johnson recebeu 409 votos apenas na convenção democrata, que acabou nomeando John F. Kennedy para a candidatura democrata para a [[Presidente dos Estados Unidos|presidência]]. [[Tip O'Neill]] era um congressista do estado de [[Massachusetts]] (onde Kennedy vivia) e ele lembrou que Johnson se aproximou dele uma vez e falou: "Tip, eu sei que você tem que apoiar Kennedy no começo, mas eu gostaria de ter você do meu lado no segundo pleito". O'Neill respondeu: "Senador [LBJ], não haverá um segundo pleito".<ref>{{
[[Ficheiro:LBJ and JFK.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|[[John F. Kennedy]] e Lyndon Johnson em 1960.]]
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===No cargo===
Depois da eleição, Johnson estava preocupado a respeito da tradicional ineficiência e irrelevância do seu novo cargo de [[Vice-presidente dos Estados Unidos|vice-presidente]] e buscou conseguir mais autoridade para sua posição do que era previsto. Inicialmente ele tentou transferir a autoridade do Líder da maioria do Senado para a vice-presidência, já que o cargo de vice lhe fazia presidente do senado, mas ele enfrentou muita resistência do seu próprio partido (incluindo velhos apoiadores).<ref>{{
Johnson buscou aumentar sua influência dentro do Poder Executivo. Ele escreveu uma ordem executiva para Kennedy analisar, que dava a ele próprio "supervisão geral" sobre assuntos de segurança nacional e requeria que todas as agências governamentais para "cooperar totalmente com o vice presidente em executar seus deveres". A resposta de Kennedy foi assinar uma carta não oficial que permitia a Johnson "avaliar" as políticas de segurança nacional.<ref>Caro 2012, pp. 170–171.</ref> O presidente já havia negado pedidos similares de Johnson de se tornar um conselheiro maior dentro do Salão Oval e ter uma equipe completa dentro da Casa Branca para o Vice.<ref>Caro 2012, p. 172.</ref>
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Kennedy também nomeou Johnson para chefe do Conselho Nacional de Aeronáutica Espacial. Os soviéticos haviam conseguido fazer [[Vostok I|o primeiro voo tripulado para o espaço]] em abril de 1961 e o presidente deu a Lyndon a tarefa de avaliar o estado do programa espacial dos Estados Unidos e recomendar um projeto para fazer com que os americanos superassem os soviéticos na exploração espacial.<ref>Kennedy to Johnson, [http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/Apollomon/apollo1.pdf "Memorandum for Vice President,"] 20 de abril de 1961.</ref> Johnson respondeu recomendando que os Estados Unidos investissem pesado no seu [[Programa Apollo|projeto para mandar o homem a Lua]] ainda na década de 1960.<ref name="lbjmemo">Johnson to Kennedy, [http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/Apollomon/apollo2.pdf "Evaluation of Space Program,"] 28 de abril de 1961.</ref><ref>Ben Evans, ''Foothold in the Heavens: The Seventies'' (2010) p. 193.</ref> Kennedy então deu mais importância financeira ao programa espacial, mas a nomeação de Johnson dava uma cobertura para o governo caso o projeto falhasse.<ref>Dallek 1998, p. 16.</ref>
Johnson foi implicado em um escândalo no Congresso em agosto de 1963 quando [[Bobby Baker]], secretário para o líder da maioria no Senado e protegido dele, foi investigado por um comitê do senado sob alegações de subornos e [[prevaricação]] financeira. Uma testemunha afirmou que Baker arranjou pessoas para dar propinas para o vice-presidente. Baker pediu demissão em outubro e a investigação não atingiu Johnson. A repercussão negativa nos círculos em Washington alimentou rumores de que Kennedy planejava dispensar Johnson do cargo para a disputa da sua reeleição em 1964. Contudo, em 31 de outubro de 1963, um repórter perguntou se isso era verdade e se Johnson seria mesmo o vice na próxima chapa. Kennedy respondeu dizendo que "sim".<ref>[http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FA0811F93A541A7B93C1AB178AD95F478685F9 "Kennedy Denied Talk of Dropping Johnson"]. ''The New York Times'', November 23, 1963, p. 9.</ref>
Era sabido que Robert Kennedy e Johnson se odiavam,<ref>Jeff Shesol, ''Mutual Contempt: Lyndon Johnson, Robert Kennedy and the Feud that Defined a Decade'' (1998).</ref> contudo o presidente e seu irmão sabiam que dispensa-lo da chapa poderia custar o sul nas eleições de 1964.<ref>Dallek 1998, pp. 42–44</ref><ref>Sean J. Savage, ''JFK, LBJ, and the Democratic Party'' (2012) pp. 196–97.</ref>
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===Rápida sucessão===
Em 22 de novembro de 1963, John F. Kennedy [[Assassinato de John F. Kennedy|foi assassinado a tiros]] enquanto visitava a cidade de [[Dallas]], no Texas. Johnson foi então empossado presidente a bordo do ''[[VC-137C SAM 26000|Air Force One]]'' (o avião presidencial) no mesmo dia. Na verdade, a cerimônia aconteceu apenas 2 horas e 8 minutos após a morte de JFK. Quase que imediatamente começou a surgir teorias da conspiração que implicavam Lyndon no ocorrido (mesmo que nenhuma evidência que indique isso tenha sido apresentada).<ref>{{
Johnson estava convencido de que era necessário uma sucessão rápida e imediata transição do poder após o assassinato de Kennedy para dar estabilidade para uma nação que estava sofrendo e em choque. Ele e o [[United States Secret Service|serviço secreto]] estavam preocupados de que ele poderia ser o próximo alvo e então decidiram tirar o novo presidente de Dallas rapidamente e retorna-lo para Washington. Isso deu para muitas pessoas a impressão de que Johnson estava ansioso para assumir logo o poder.<ref>Dallek 1998, pp. 49–51</ref>
Alguns dias após a morte do presidente, Lyndon B. Johnson fez um discurso no Congresso onde ele afirmou: "nenhuma cerimônia ou louvor poderia ser mais eloquentemente para honrar a memória do Presidente Kennedy do que a passagem da Lei de Direitos Civis, que ele havia lutado tanto por". A onda de tristeza nacional após o assassinato do presidente deu a Johnson impulso político para fazer avançar as legislações de Kennedy e ele também abraçou o legado do presidente morto para avançar seus próprios planos.<ref>{{
Em 29 de novembro de 1963, uma semana após o assassinato de Kennedy, Johnson assinou uma ordem executiva para mudar o nome do [[Centro Espacial John F. Kennedy|Centro de Operações de Lançamento Apollo]] da NASA e das [[Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral|instalações de lançamento locais]] para "Centro Espacial John F. Kennedy", em honra ao presidente morto.<ref>{{
Johnson sabia que a população americana queira respostas sobre quem foram os responsáveis pela morte de Kennedy. Para tentar frear as especulações crescentes de que havia uma conspiração na alta cadeia de poder do governo, ele ordenou que o chefe de justiça, [[Earl Warren]], iniciasse uma investigação formal do assassinato, conhecida como [[Comissão Warren]].<ref>Dallek 1998, p. 51</ref> A comissão fez uma grande pesquisa e ouviu várias pessoas. Ela concluiu, por unanimidade entre seus membros, que apenas [[Lee Harvey Oswald]] efetuou os disparos que mataram Kennedy e que ele agiu sozinho. A investigação, contudo, foi criticada por juristas e teóricos da conspiração acusaram Johnson de tentar encobrir os reais motivos e responsáveis por trás do assassinato.<ref>Robert D. Chapman, "The Kennedy Assassination 50 Years Later." ''International Journal of Intelligence and CounterIntelligence'' (2014) 27#3 pp. 615–619.</ref>
Johnson manteve intacta a maioria dos membros do gabinete de Kennedy, sendo que alguns serviriam com ele no decorrer de toda sua presidência; entre esses funcionários estavam o procurador-geral, irmão do ex presidente, [[Robert F. Kennedy]], com o qual Lyndon tinha um relacionamento difícil. Robert deixou o gabinete de Johnson alguns meses depois ainda em 1964 para concorrer ao Senado. Homens como [[Robert McNamara]] (secretário de defesa), [[Dean Rusk]] (secretário de Estado) e [[McGeorge Bundy]] (conselheiro de segurança nacional), todos nomeados por Kennedy, também permaneceram na administração Johnson.<ref>Dallek 1998, p. 58.</ref>
Ainda que Johnson não tivesse um chefe de gabinete, [[Walter Jenkins]] era seu principal ajudante e cuidava dos detalhes operacionais do dia-a-dia da [[Casa Branca]]. [[George Reedy]], um dos ajudantes de longa data de Johnson, assumiu a posição de secretário de imprensa uma vez que Pierre Salinger, que havia sido nomeado para a posição por John F. Kennedy, pediu demissão em março de 1964.<ref>Dallek 1998, p. 66.</ref> Horace Busby também era um ajudante importante. Ele servia como escritor de discursos e analista político para o novo presidente.<ref>Dallek 1998, p. 67.</ref> [[Bill Moyers]] era o membro mais jovem da equipe de Johnson. Ele lidava com a agenda e também escrevia discursos as vezes.<ref>Dallek 1998, p. 68.</ref>
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[[Ficheiro:Lyndon Johnson meeting with civil rights leaders.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Encontro entre o presidente e três líderes do [[Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos|movimento dos direitos civis nos Estados Unidos]], [[Martin Luther King Jr.]] (esquerda), [[Whitney Young]] e [[James Farmer]] no [[Salão Oval]] em 1964.]]
Presidente Kennedy havia submetido ao congresso, em junho de 1963, uma lei de [[direitos civis]], que enfrentou grande oposição por parte dos legisladores.<ref>Reeves 1993, pp. 521–523</ref><ref>{{
Ao contrário de Kennedy, Johnson tinha vasta experiência no Congresso. Ele conhecia as táticas obstrucionistas e sabia como fazer avançar as leis que queria, para qual comitê lançar os projetos e como convencer congressistas a apoia-lo.<ref name="Caro, Robert p459"/> Na luta para aprovar a lei de direitos civis, ele mudou a tática que Kennedy tinha e decidiu pessoalmente se intrometer em assuntos do poder legislativo.<ref name="Caro, Robert p460">Caro, Robert. "The Passage of Power". p. 460</ref>
Passar o projeto de direitos civis na Câmara dos Representantes iria requerer passar primeiro no Comitê de regras da Casa, onde lá estava parada e morrendo. Johnson suou várias técnicas para fazer com que a lei fosse para o plenário.<ref name="Caro, Robert p462">Caro, Robert. "The Passage of Power". p. 462</ref> Sem alternativa, o Congresso teve que se mover e a aprovou no Comitê e a levou para votação, onde passou na Câmara por 290 a 110.<ref>Dallek 1998, p. 116.</ref> No Senado, seus membros não tiveram muita opção se não recorrer a [[Obstrucionismo|filibuster]] (obstrução) para impedir a pauta. Johnson precisaria do apoio de pelo menos 20 senadores republicanos para passar pelas obstruções, mas o partido estava dividido e seu candidato a presidência daquele ano, Barry Goldwater, se opunha a lei.<ref>Caro, Robert. "The Passage of Power". p. 463</ref> De acordo com Caro, foi quando Johnson convenceu o líder republicano [[Everett Dirksen]] a apoiar a lei que esta acabou passando no senado; após um debate de 75 horas, a votação terminou em 71 a 29 em favor do projeto de lei.<ref>Caro, Robert. "The Passage of Power". p. 465</ref><ref name="Schlesinger-Pages644-645">{{
Johnson assinou formalmente a [[Lei dos Direitos Civis de 1964]] em 2 de julho daquele ano.<ref name="Schlesinger-Pages644-645"/> Segundo pessoas próximas do presidente, após a assinatura da lei, Johnson teria dito a um ajudante: "nós perdemos o Sul por uma geração", antecipando que os sulistas brancos, anteriormente pró-Democratas, se voltariam contra o partido. De fato, desde 1980, nenhum candidato do Partido Democrata conquistou a maioria dos votos no sul dos Estados Unidos.<ref>Dallek 1998, p. 120.</ref>
Linha 200:
[[Ficheiro:1964 Presidential Election, Results by Congressional District.png|miniaturadaimagem|esquerda|O resultado das eleições: em azul, as regiões onde Johnson conquistou mais votos; em vermelho, áreas vencidas por [[Barry Goldwater]].]]
Johnson estava preocupado com o dano político que a cobertura da mídia das tensões raciais poderia fazer, especialmente na disputa interna entre os Democratas entre os que eram a favor da [[segregação racial nos Estados Unidos]] e aqueles que queriam seu fim. Ele designou Humphrey para o trabalho de manejar este problema.<ref>Dallek 1998, p. 164.</ref> Os membros da delegação do PDLM acabaram ganhando assentos de observadores e concordou em barrar futuras delegações de estados onde cidadães [[Afro-americanos|de cor]] não tivessem direito de votar.<ref>Dallek 1998, p. 165</ref> O PDLM rejeitou isso devido a posição dos assentos dados a eles. A convenção foi muito boa para Johnson e ele recebeu a nomeação do partido para tentar se reeleger presidente, mas havia um senso de traição devido a marginalização do PDLM que acabou criando um pequeno racha entre Johnson e a ala mais radical anti-segregacionista do partido.<ref name="lewis">{{
No começo da campanha presidencial de 1964, o republicano Barry Goldwater pareceu ser um forte candidato, com bastante apoio no sul, ameaçando a posição de Johnson após a passagem da Lei de Direitos Civis. Porém a campanha de Goldwater foi perdendo força com o passar do tempo. A equipe de Johnson tentava mostrar Barry como fraco, afirmando que ele deixaria a [[Estados Unidos|América]] em perigo de um ataque nuclear soviético. Goldwater também era acusado pela campanha de Lyndon como uma aposta arriscada em um período complicado para os Estados Unidos, quando o país precisava de uma liderança forte.<ref>Dallek 1998, p. 170.</ref>
Johnson venceu a [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1964|eleição presidencial de 1964]] sem nenhuma dificuldade, conquistando 61% dos votos, um dos maiores percentuais da história eleitoral dos Estados Unidos.<ref>Leip, David. ''[http://uselectionatlas.org/RESULTS/ Dave Leip's Atlas of U.S. Presidential Elections]''</ref> Com quase 16 milhões de votos a mais que Goldwater, a vitória de LBJ foi pela maior margem do século XX até então (seria superado só em [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1972|1972]]).<ref>Dallek 1998, p. 182.</ref> No [[Colégio eleitoral dos Estados Unidos|colégio eleitoral]], Johnson derrotou seu oponente por 486 a 52. O presidente se reelegeu vencendo em 44 estados (de 50). Os eleitores também deram ao partido de Johnson um maioria esmagadora no Congresso (a maior por uma legenda desde 1936), sendo que no Senado eram 68 democratas e 32 republicanos e na Câmara eram 295 democratas e 140 republicanos.<ref>Dallek 1998, p. 184.</ref>
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===Voting Rights Act===
[[Ficheiro:Flickr - USCapitol - State of the Union 1965 - Lyndon B. Johnson.jpg|miniaturadaimagem|Johnson discursando no Congresso, em 1965.]]
Johnson começou seu novo mandato de forma similar a forma como ele havia assumido o poder um ano e meio antes, pronto para "levar a diante os planos e programas de John Fitzgerald Kennedy. Não porque estamos tristes ou por simpatia, mas porque eles são corretos".<ref>{{
Johnson exortou os congressistas a legislarem a respeito da defesa da liberdade e do direito a voto das minorias, como os afro-americanos. LBJ afirmou que se os Estados Unidos não garantissem proteção e igualdade para todos, independente de raça, perante a lei, eles teriam falhado como nação.<ref name="Dallek 1998, p.218">Dallek 1998, p. 218.</ref> Em agosto de 1965, ele assinou a [[Lei dos direitos de voto de 1965]], que tornava ilegal qualquer discriminação no sistema de votação, permitindo a milhões de negros, especialmente no sul, votar pela primeira vez na vida. Vários estados (sendo sete da antiga [[Estados Confederados da América|Confederação]]: [[Alabama]], [[Carolina do Sul]], [[Carolina do Norte]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Luisiana]], [[Mississippi]] e [[Virgínia]]) tentaram juridicamente atrasar a implementação da lei. O [[Texas]], por exemplo, só implementou a lei do direito a voto com todos os seus efeitos em 1975.<ref name="Davidson, C. 1994 p. 3">Davidson, C. & Grofman, B. (1994). ''Quiet Revolution in the South: The Impact Of The Voting Right Act, 1965–1990''. p. 3, Princeton University Press.</ref> Uma das consequências desta lei também foi o aumento de representantes negros no legislativo, que mais do que dobrou entre 1968 e 1980.<ref name="Dallek 1998, p.218"/>
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Após a morte da ativista de direitos civis [[Viola Liuzzo]], Johnson falou com a população na televisão afirmando que o governo havia prendido quatro membros da [[Ku Klux Klan]] que estavam implicados em sua morte. Ele veementemente condenou a Klan como "uma sociedade de racistas encapuzados" e os alertou para "retornar a sociedade decente antes que seja tarde". Lyndon se tornou o primeiro presidente a prender e processar membros da Klan desde [[Ulysses S. Grant]], cerca de 93 anos antes.<ref>McFeely (2002), ''Grant: A Biography'', pp. 369–371.</ref> Ele usava o tema da redenção cristã para pedir apoio para direitos civis, assim conquistando suporte das igrejas no sul e no norte.<ref>Woods 2006, pp. 759–787.</ref><ref>''Public Papers of the Presidents of the United States: Lyndon B. Johnson, 1965.'' Volume II, pp. 635–640 (1966)</ref>
Em 1967, Johnson nomeou um advogado de direitos civis, [[Thurgood Marshall]], para se tornar o primeiro [[Associado de Justiça da Suprema Corte dos Estados Unidos|Associado de Justiça]] afro-americano da [[Suprema Corte dos Estados Unidos|Suprema Corte]]. Para chefe do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, ele nomeou o também afro-americano [[Robert C. Weaver]] (o primeiro secretário negro em um gabinete de um presidente). Em 1968 Johnson assinou a [[Lei dos Direitos Civis de 1968]], que dava oportunidades iguais de habitação para todos, independente de raça, credo ou origem. Muitas leis de direitos civis foram passadas após o [[assassinato de Martin Luther King Jr.]], em abril de 1968, e das subsequentes revoltas geradas por isso.<ref name=Kotz2005P417>{{
===Imigração===
Com a passagem da abrangente Lei de Imigração e Nacionalidade de 1965, o sistema de imigração do país foi reformado e todas as quotas criadas até a década de 1920 foram removidas. Assim, o fluxo da entrada de estrangeiros nos Estados Unidos mais que dobrou entre 1965 e 1970, e dobrou de novo em 1990, com a maioria dos novos imigrantes vindos da [[Ásia]] e da [[América Latina]] (especialmente do [[México]]).<ref name="'70s"/> Acadêmicos modernos dão pouco crédito a Johnson desta lei, que não era uma das suas prioridades; ele havia apoiado a Lei McCarren-Walters de 1952, que foi impopular entre os reformistas.<ref>{{
===Financiamento federal para educação===
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Pela primeira vez, enormes quantidades de dinheiro federal foi injetado no ensino público. O ESEA ajudava escolas públicas em todos os distritos, com mais dinheiro indo para locais onde a concentração de pobreza era maior (incluindo grandes cidades). Escolas privadas também receberam incentivos monetários, como financiamento para reformas, construções de bibliotecas. Na verdade, cerca de 12% do dinheiro público foi para o ensino privado. Apesar do dinheiro vir do governo federal, este era administrado por autoridades locais e em 1977 foi reportado que menos da metade desse dinheiro realmente atingia crianças de famílias de baixa renda. Especialistas afirmavam também que o projeto não foi tão eficiente pois o problema da pobreza infantil estava mais ligado as condições de vida da família e da infraestrutura das comunidades do que a qualidade da educação. Estudos iniciais realmente mostraram melhoras na qualidade de vida das crianças pobres por causa da ESEA, através de programas de leitura e matemática, mas as melhorias minguaram com o tempo. O segundo maior projeto de educação feito por Johnson foi a Lei de Educação Superior de 1965, que focou em financiar estudantes de baixa renda para facilitar sua entrada e permanência nas universidades. O programa pagou por bolsas, programas de estudo-trabalho e empréstimos.<ref>Bernstein 1996, p. 195.</ref>
Lyndon também criou agências semi-independentes do governo, como a ''National Endowment for the Humanities'' e a ''National Endowment for the Arts'', para apoiar causas humanistas e artísticas. Apesar destas medidas terem sido bem recebidas pelos sindicatos e pelos professores, seu apoio entre estes minguou durante a Guerra do Vietnã.<ref>Woods 2006, pp. 563–68; Dallek 1988, pp. 196–202.</ref> Em 1967, Johnson assinou a Lei de Transmissões Públicas para criar transmissões televisivas educacionais nas redes de televisão.<ref>{{
==="Guerra contra a Pobreza" e reforma no sistema de saúde===
[[Ficheiro:LyndonJohnsonSigningMedicareBill.gif|miniaturadaimagem|O ex-presidente [[Harry Truman|Truman]] e sua esposa [[Bess Truman|Bess]] observando a assinatura do Medicare por Johnson em 1965, junto com a Lady Bird e [[Hubert Humphrey]].]]
Ainda em 1964, a pedido do presidente, o Congresso passou a Lei de Receitas e a Lei de Oportunidade Econômica, como parte da sua "[[Guerra contra a Pobreza]]". Johnson iniciou projetos legislativos que criaram programas como [[Head Start]], assistências nutricionais e o programa estudo-trabalho.<ref>{{
Johnson foi mais adiante com sua Guerra contra a Pobreza, indo além de programas de assistência. Ele apresentou para o Congresso, em janeiro de 1966, o "Programa de Demonstração das Cidades". O projeto, que visava desenvolvimento, exigiu cerca de US$ 400 milhões por ano, totalizando US$ 2,4 bilhões. O programa passou em 1966, mas de forma muito reduzida, com total de investimentos não passando de US$ 900 milhões. Anos depois, foi avaliado que o programa acabou sendo um fracasso em grande parte.<ref>Dallek 1998, pp. 320–322.</ref>
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Johnson também trabalhou para melhorar o sistema de saúde dos Estados Unidos, criando comissões para doença de coração, câncer e derrames. Estas doenças, combinadas, representavam cerca de 71% das mortes naturais na nação em 1962. Para sustentar tais programas e comitês, Johnson teve que pedir fundos do Congresso para o Programa Médico Regional (PMR), para criar uma cadeia de hospitais, financiados com dinheiro público do governo federal para beneficiar, principalmente, os mais pobres. O Congresso, com o tempo, reduziu significativamente a quantidade de dinheiro para estes programas.<ref>Dallek 1998, p. 204</ref>
Em 1965, Johnson passou a focar na ampliação do número de americanos cobertos por [[seguro de saúde]], especialmente idosos.<ref>Dallek 1998, p. 205.</ref> Além de ampliar os investimentos na [[Seguridade Social]], ele moveu a diante iniciativas como a do [[Medicare (Estados Unidos)|Medicare]], para financiar tratamento médico e cobertura de seguros de saúde para cidadães de idade. Outro projeto, o [[Medicaid]] foi criado para assistir as pessoas mais pobres.<ref>Dallek 1998, p. 208.</ref> Ambos os programas passaram no Congresso sem muitos problemas e receberam boa aceitação popular.<ref>Dallek 1998, p. 209.</ref> Em 2010, quatro décadas e meia depois da passagem do programa, o Medicare já cobria cerca de 48 milhões de americanos (incluindo 40 milhões de pessoas de idade).<ref>{{
===Controle de armas ===
Em 22 de outubro de 1968, Lyndon Johnson assinou a [[Lei de Controle de Armas de 1968]], um dos maiores e mais abrangentes leis federais de controle de armas na história dos Estados Unidos. Uma motivação forte para este projeto de regulamentação de venda de armas foi a necessidade de uma resposta por parte do governo para os assassinatos de [[John F. Kennedy]], [[Robert F. Kennedy]] e [[Martin Luther King Jr]].<ref>{{
===Programa espacial===
Durante o governo Johnson, a [[NASA]] conduziu o [[Projeto Gemini]], parte do programa espacial tripulado, desenvolvendo o foguete [[Saturno V]] lançado a partir do [[Kennedy Space Center Launch Complex 39|Complexo 39 do Centro Espacial Kennedy]], que preparou os primeiros voos do [[Programa Apollo]]. Em 27 de janeiro de 1967, a população ficou chocada quando a tripulação inteira da [[Apollo 1]] morreu em um acidente, interrompendo o programa. Ao invés de criar um comitê de investigação pelo Congresso, o presidente aceitou a sugestão de [[James Webb]] para requirir que a NASA fizesse sua própria investigação.<ref>{{
===Revoltas urbanas===
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Grandes revoltas, de caráteres raciais, aconteceram nos Estados Unidos na década de 1960, chamados de "grandes verões quentes". Um dos primeiros distúrbios começou no Harlem, em julho de 1964, quando um policial branco matou um homem negro em circunstancias estranhas. Já em Los Angeles aconteceram revoltas [[Tumultos de Watts|em 1965]] e em 1971. Para a [[Americanos brancos|população branca]], essas revoltas raciais fizeram com que muitos perdessem a fé com as políticas de LBJ. Alguns dos maiores protestos aconteceram em abril de 1968 em centenas de cidades após a morte do reverendo [[Martin Luther King]], com pilhagens, mortes e tumultos acontecendo em cidades como [[Washington, D.C.]], [[Baltimore]], [[Chicago]] e [[Kansas City (Missouri)|Kansas City]].<ref>Dallek 1998, pp. 222–223.</ref>
Na cidade de [[Newark (Nova Jérsia)|Newark]], em 1967, seis dias de revoltas deixaram 26 mortos, 1 500 feridos e parte do município queimado. No mesmo ano, desta vez em [[Detroit]], o governador [[George W. Romney|George Romney]] enviou 7 400 soldados da guarda nacional para encerrar os tumultos. O presidente Johnson enviou tropas federais para várias cidades revoltosas. Detroit acabou vendo quatro dias de tumultos que deixaram 43 mortos e 2 250 feridos, além de 4 000 prisões. Propriedades foram danificadas e milhões de dólares em prejuízos foram reportados. Johnson teve que gastar mais alguns bilhões para ajudar financeiramente cidades afetadas pelos tumultos ou para aquelas que compartilhavam os mesmos problemas que os instigaram, mas não foi o suficiente para acalmar a situação ou tão pouco convencer a população em geral a ter fé no governo. A popularidade do presidente despencou e muitos brancos achavam que Johnson havia perdido o controle das ruas e do seu partido.<ref>Woods, Randall (2006), pp. 790–795; Michael W. Flamm. ''Law And Order: Street Crime, Civil Unrest, and the Crisis of Liberalism in the 1960s'' (2005).</ref> Johnson criou a Comissão Kerner para estudar o problema das revoltas urbanas.<ref name="'70s"/> De acordo com o secretário de imprensa George Christian, Johnson não ficou surpreso com as revoltas, dizendo: "O que vocês esperavam? Eu não sei porque estamos surpresos. Quando você coloca o seu pé no pescoço de um homem e o segura por trezentos anos e ai você o solta, o que deveria acontecer? Ele vai é te derrubar".<ref name=Kotz2005P418>{{
===Conflito no Vietnã===
Linha 259:
====1964====
Johnson acreditava na chamada "[[Teoria do dominó]]" e na "política de [[contenção]]" contra a [[União Soviética]], com o propósito de deter o avanço [[comunista]] no mundo.<ref name="scholastic">{{
Johnson chegou, em 1964, a questionar o propósito da missão no Vietnã, mas não favorecia a retirada da região. Após reuniões com o Secretário de Estado, [[Dean Rusk]], e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general [[Maxwell D. Taylor]], ele declarou sua prontidão para agir "quando tivesse a base" ou se [[Cidade de Ho Chi Minh#Capital do Vietname do Sul|Saigon]] estivesse mais politicamente estável.<ref>Dallek 1998, p. 239.</ref> Nas eleições de 1964, ele reafirmou que continuaria a apoiar o Vietnã do Sul, ao mesmo tempo que não queria uma repetição do que [[Guerra da Coreia|aconteceu na Coreia]] na [[década de 1950]]; mas, de forma privada, ele falava que temia que a crise no Vietnã pudesse se arrastar e não terminar bem. Na verdade, sua prioridade política continuava sendo questões domésticas (a "Grande Sociedade") e ele achava que seus oponentes tentavam se focar na questão de intervenção no Vietnã para divergir a atenção e recursos da sua "Guerra contra a Pobreza". Mas a situação militar foi se agravando além dos ataques navais no Golfo de Tonkin, com atentados contra instalações americanas no sul vietnamita, como na base aérea de Bien Hoa.<ref>Dallek 1998, p. 240.</ref> Johnson decidiu não lançar grandes retaliações, buscando primeiro mais apoio do Congresso e do povo.<ref>Dallek 1998, p. 241.</ref> Ao fim de 1964, havia cerca de 23 000 soldados americanos no Vietnã do Sul. As perdas estadunidenses sofridas naquele país até então contabilizavam 1 278 militares (entre mortos e feridos).<ref name="Vietnam War"/>
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Pesquisas de opinião feitas em 1965 mostravam que a população americana inicialmente apoiava a escalada militar no Vietnã. Segundo uma pesquisa, cerca de 40–50% da população se considerava "linha dura" na política externa, enquanto 10% a 25% favoreciam políticas bem menos intervencionista. Politicamente, Johnson observava de perto as pesquisas de opinião. Ele não necessariamente mudava suas políticas dependendo do humor do público, mas trabalhava para ajustar a opinião do povo para apoiar suas políticas. Até a [[Ofensiva do Tet]] em 1968, ele tentava não chamar atenção demais para o conflito; ele evitava fazer discursos ou entrevistas que focassem no Vietnã.<ref>Lawrence R. Jacobs & Robert Y. Shapiro. "Lyndon Johnson, Vietnam, and Public Opinion: Rethinking Realist Theory of Leadership." ''Presidential Studies Quarterly'' (1999), p. 592.</ref>
Em abril de 1965, o então primeiro-ministro do Canadá, [[Lester B. Pearson]], deu um discurso na [[Universidade de Temple]] em [[Filadélfia]]. Lá ele criticou as ações americanas no sudeste da Ásia e afirmou que apoiava a ideia de encerrar os bombardeios contra o Vietnã do Norte, para que assim a diplomacia pudesse solucionar o conflito. O presidente Johnson achava intolerável a crítica a política externa americana por um estrangeiro em solo americano. Ele chamou Pearson para [[Camp David|Camp David, Maryland]], no dia seguinte. Johnson supostamente agarrou Pearson pela lapela e gritou: "Não venha você para a minha sala de estar mijar no meu tapete".<ref>{{
====1966====
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A população americana também estava ficando impaciente com a guerra enquanto o ano de 1966 passava e a situação militar parecia mudar em nada. Naquela altura, os índices de aprovação do governo Johnson haviam chegado a 41%. O senador [[Richard Russell Jr.]], Chefe do Comitê das Forças Armadas, refletiu o humor nacional em junho de 1966, quando ele declarou: "é hora de acabar com isso ou cair fora".<ref>Dallek 1998, p. 364.</ref> Johnson respondeu dizendo: "estamos tentando fornecer a dissuasão máxima que podemos enfrentar a ameaça comunista com custo mínimo".<ref>Dallek 1998, p. 365.</ref> Em resposta as críticas cada vez mais crescentes a repeito do esforço de guerra, Johnson usou a suspeita de subversão comunista no país e sua relação com a imprensa começou a se deteriorar.<ref>Dallek 1998, p. 366.</ref> O presidente então considerou expandir a campanha de bombardeios, para ir além dos alvos militares e mirar também nas instalações de processamento de petróleo e gasolina no Vietnã do Norte, atingindo sua economia e infraestrutura, esperando assim finalmente submete-los.<ref>Dallek 1998, pp. 372–373.</ref> Humphrey, Rusk e McNamara concordaram; o bombardeio em maior escola começou em junho.<ref>Dallek 1998, pp. 373–374.</ref> Em julho, pesquisas de opinião indicavam que os americanos favoreciam uma expansão dos bombardeios por uma margem de 5 para 1; contudo, já em agosto, o Departamento de Defesa reportou que os bombardeios tiveram pouco impacto no esforço de guerra norte-vietnamita.<ref>Dallek 1998, p. 376.</ref>
No outono de 1966, contudo, novos relatórios indicavam que os bombardeios tinham de fato danificado os setores de logística e infraestrutura do Vietnã do Norte; Johnson então foi pressionado para usar este momento para iniciar conversações de paz e encerrar a guerra. Propostas foram feitas por vários lados (incluindo pela União Soviética, aliada de Hanói) mas muitos afirmavam que a postura agressiva americana dificultava as conversas. Os Estados Unidos também foram acusados de fazer bombardeio indiscriminado, que terminavam na morte de vários civis.<ref>Dallek 1998, p. 380.</ref> Ambos os lados não conseguiam se acertar a respeito da condições para a paz, que incluía não só pausa nos bombardeios mas retirada de tropas da zona de conflito. Em agosto, Lyndon apontou [[Averell Harriman]] como "Embaixador para a Paz" para promover negociações. Westmoreland e McNamara recomendaram um programa cauteloso para a paz; Johnson colocou então o esforço de paz nas mãos da liderança militar.<ref>Dallek 1998, p. 381.</ref> Em outubro de 1966, tentando promover o esforço de guerra, Johnson convocou aliados para uma reunião em [[Manila]] — representantes do [[Vietnã do Sul]], [[Tailândia]], [[Coreia do Sul]], [[Filipinas]], [[Austrália]] e [[Nova Zelândia]] compareceram.<ref>Dallek 1998, p. 383.</ref> A conferência terminou com discursos de comprometimento em união contra a ameaça comunista e para promover ideias de democracia e desenvolvimento no Vietnã e pela Ásia.<ref>Dallek 1998, p. 384.</ref> Para Johnson foi uma importante vitória de relações públicas.<ref>Dallek 1998, p. 385.</ref> Ainda assim a popularidade do presidente americano continuava baixa (nos Estados Unidos e pelo mundo, até no Vietnã); LBJ ficava ansioso em justificar as perdas sofridas na guerra e falava da necessidade de conseguir uma vitória definitiva, apesar da impopularidade da causa. Ele expressava sua opinião de que o conflito tinha que acabar o mais cedo possível e ele faria todo o possível para conseguir isso.<ref>Dallek 1998, p. 386.</ref><ref>{{
Ao fim de 1966 ficou claro que as iniciativas de paz para o Vietnã eram infrutíferas e que a campanha de bombardeio americano continuava ineficiente no quadro geral. Johnson então concordou com a sugestão de [[Robert McNamara]] para enviar mais 70 000 soldados para a batalha em 1967, aumentando para 400 000 o número de militares no sudeste da Ásia. McNamara, contudo, recomendou que o nível dos bombardeios não aumentasse, mas Johnson optou por expandi-los também, sob recomendação da [[CIA]].<ref>Dallek 1998, pp. 386–388.</ref> Conversações de paz ainda continuavam em Saigon, Hanói e Varsóvia. Uma das principais queixas era o bombardeio americano contínuo, que continuava a causar devastação no Vietnã, trazendo poucos resultados e agravando a [[crise humanitária]] na região.<ref>Dallek 1998, p. 390.</ref>
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[[Ficheiro:Vietnam War protestors at the March on the Pentagon.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Uma manifestação anti-guerra em Washington D.C., em outubro de 1967. Apesar de popular no começo, o apoio a participação americana no conflito no Vietnã começou a minguar conforme a população percebia que uma vitória militar estava distante, apesar do governo Johnson afirmar o contrário.]]
Em março, Robert Kennedy começou a tomar uma postura mais oposicionista ao conflito em seus discursos no Senado. A oposição de Robert e sua possível candidatura a presidência em 1968, de acordo com Dallek, inibiu o aguerrido e amargurado Johnson a adotar uma política de guerra mais realista.<ref>Dallek 1998, p. 461.</ref> O presidente ficava cada vez mais com raiva e frustrado a respeito da falta de solução para o conflito no Vietnã e isso começou a afeta-lo politicamente. Johnson, contudo, recebeu relatórios militares favoráveis no verão daquele ano e avisou Kennedy que "iria destruir ele e seus amigos isolacionistas em seis meses". Ele afirmou: "Em seis meses [na eleição] vocês estarão politicamente mortos".<ref>Dallek 1998, p. 447.</ref> Em junho, uma pesquisa de opinião indicava que 66% do eleitorado do país tinha perdido a fé na liderança do presidente. O mal andar da guerra e problemas internos nos Estados Unidos pesavam na opinião do povo.<ref>Dallek 1998, p. 462.</ref>
O secretário de defesa Robert McNamara, considerado um dos arquitetos da guerra, começou então a oferecer planos a Johnson para encerrar o conflito no Vietnã até maio; o governo declararia que o objetivo da guerra era garantir a autodeterminação do Vietnã do Sul e isso estava sendo atingido. Em setembro haveria eleições no sul, abrindo caminho para um governo de coalizão local. Assim os Estados Unidos teriam como justificar uma retirada de sua missão de combate e transferiria as responsabilidades de defesa do país para os sul-vietnamitas após estas eleições. Mas Johnson estava relutante. A liderança militar americana continuava a dizer que uma vitória era possível e apresentavam relatórios (de veracidade duvidosa) onde indicavam sucessos nos campos de batalha. A CIA afirmava que faltava alimentos em Hanói e também problemas de abastecimento de energia, além de enfraquecimento no seu poderio militar.<ref>Dallek 1998, pp. 463–464.</ref>
Linha 314:
====Declínio da popularidade: 1966–68====
Em 1966 a imprensa sentia a "lacuna de credibilidade" entre o que o governo Johnson falava e o que de fato estava acontecendo no Vietnã, o que levou a muita cobertura negativa do que estava acontecendo. Diferente de outras guerras, não havia censura da imprensa no conflito vietnamita e assim, nos noticiários, chegavam as televisões americanas imagens de duros combates nas florestas do Vietnã e cenas de soldados americanos mortos e feridos, que contradiziam a visão otimista que o governo queria passar.<ref name="american chronicle">{{
Com a popularidade de Johnson caindo entre a população, muitos democratas começaram a desertar Johnson. O governador do [[Missouri]], [[Warren E. Hearnes]], disse que a erosão da popularidade do presidente era devido a "frustração a respeito do Vietnã; enormes gastos federais e... impostos; falta de apoio público para os programas da Grande Sociedade; ... e a população ainda estava desencantada com os programas de direitos civis". Nem tudo era ruim. Em janeiro de 1967, Johnson afirmou que os salários dos trabalhadores aumentou, o desemprego caiu e os lucros das empresas havia crescido consideravelmente; mas houve um crescimento de 4,5% nos preços de produtos básicos para o consumidor, assim como as taxas de juro que continuavam altas. Johnson pediu por um aumento de 6% no [[Imposto de renda|imposto sobre o rendimentos]] para tentar tapar o déficit orçamentário causado pelos crescentes gastos do governo. Assim, os índices de aprovação do presidente permaneceu bem abaixo dos 50% até 1969.<ref>Dallek 1998, pp. 391–396.</ref>
Em janeiro de 1967, o número de pessoas que apoiavam o governo Johnson caiu de 25% para 16%. Pesquisas de opinião mostravam ele atrás até mesmo do republicano [[George W. Romney|George Romney]]. Quando perguntado porque era tão impopular, Johnson respondeu: "Eu sou uma personalidade dominante e quando eu faço as coisas eu não agraço sempre todo mundo". Johnson também culpava a imprensa, falando que eles eram "completamente irresponsáveis e mentirosos, e deturpavam os fatos e não respondiam a ninguém". Ele ainda culpava "os pregadores, liberais de esquerda e professores", que outrora o apoiavam e agora se voltaram contra ele. Nas eleições para o Congresso em 1966, os republicanos ganharam três assentos no senado e 47 na Câmara dos Representantes, revigorando a chamada "coalizão conservadora" e dificultando a passagem das legislações que ele queria. Contudo, seus principais projetos passaram e foram assinados por ele.<ref>{{
Em outubro de 1966, Johnson se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar a Austrália. Quando ele pisou no país, milhares de pessoas protestaram contra LBJ e contra a guerra.<ref>{{
====1968====
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Em 30 de janeiro, os guerrilheiros [[Viet Cong]] e soldados do [[Vietnã do Norte]] lançaram [[Ofensiva do Tet|uma grande ofensiva]] durante o feriado do Tet, atingindo dezenas de locais pelo [[Vietnã do Sul]]. Cidades como Saigon e [[Batalha de Hué|Hué]] foram atacadas. A embaixada americana na capital sul-vietnamita foi invadida e instalações militares americanas foram cercadas. Foram semanas de alguns dos mais violentos combates da guerra. Milhares de pessoas foram mortas e os americanos sofreram pesadas baixas. Vilas e cidades ficaram em ruínas. A ofensiva do Tet foi um fracasso militar, com os comunistas perdendo quase 200 mil homens (entre mortos, feridos ou capturados), mas acabou sendo uma enorme vitória psicológica para eles. Nos Estados Unidos, a ofensiva foi um dos pontos decisivos do conflito. Até então, após anos de guerra, o governo Johnson e os militares do Pentágono afirmavam que o conflito estava quase ganho. Porém, a recente ofensiva parecia mostrar o contrário, com o inimigo capaz de lançar múltiplas investidas em centenas de locais no sul. Assim, a opinião pública, que estava dividida, se voltou contra a guerra em definitivo. Iconicamente, o repórter [[Walter Cronkite]] da ''[[CBS News]]'', conhecido como "o homem mais confiável do país" expressou, em fevereiro de 1968, seu descontentamento e frustração com o governo e com a guerra, dizendo que aquela luta não significava mais nada. Johnson reagiu a isso dizendo: "se eu perdi Cronkite, eu perdi a classe média".<ref>Dallek 1998, pp. 505–506.</ref> De fato, o descontentamento agora era generalizado. Menos de 26% da população aprovava a forma como Johnson levava a guerra no Vietnã, com 63% reprovando o governo. Johnson, ainda assim, concordou em enviar 22 000 novos soldados para o Vietnã, sendo que os chefes militares queriam dez vezes esse número.<ref>Dallek 1998, p. 509.</ref> Em março de 1968, Johnson secretamente começou a buscar maneiras de encerrar honradamente a guerra. [[Clark Clifford]], o novo secretário de defesa, descreveu a guerra como "perdida" e sugeriu que os Estados Unidos deveria "cortar suas perdas e ir embora".<ref>Dallek 1998, p. 511.</ref> Em 31 de março, Johnson falou a nação sobre os "passos para limitar a guerra no Vietnã". Ele anunciou uma pausa unilateral dos bombardeios no Vietnã do Norte e afirmou que o governo iria buscar a paz. No final do seu discurso ele falou que estava desistindo da corrida presidencial daquele ano. "Eu não irei buscar", ele afirmou, "e nem aceitarei a nomeação do meu partido para outro mandato como seu presidente".<ref>Dallek 1998, p. 513.</ref>
Johnson decidiu então restringir futuros bombardeios contra o Vietnã do Norte. Em abril de 1968, as conversações de paz foram retomadas e em maio Paris se tornou o lugar onde lideranças americanas, sul vietnamitas e norte vietnamitas se encontraram. Quando as discussões abertas falhavam, reuniões privadas aconteciam para tentar algum entendimento.<ref>Dallek 1998, pp. 538–541.</ref> Após dois meses, nada de produtivo parecia ter surgido.<ref>Dallek 1998, p. 564.</ref> Muitos membros do gabinete, como Harriman, Vance, Clifford e Bundy pediram para que Johnson encerrasse completamente os bombardeios e não só diminuísse eles de intensidade, para tentar trazer os norte-vietnamitas de volta para a mesa de negociações. O presidente se recusou.<ref>Dallek 1998, p. 569.</ref> Em outubro, democratas e republicanos chegaram um acordo para encerrar a campanha aérea contra cidades do norte do Vietnã, com o candidato republicano Richard Nixon intervindo com os sul-vietnamitas e afirmando que ofereceria a eles melhores termos no acordo de paz com os nortenhos. Foi acertado que as conversações de paz deveriam ser feitas após as eleições presidenciais.<ref>Dallek 1998, pp. 584–585.</ref>
Após as [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1968|eleições de 1968]], Johnson tentou focar em forçar Saigon a se juntar as conversas de paz em Paris. Ironicamente, apenas após Nixon (o agora presidente eleito) insistir, que eles resolveram enviar seus representantes até a capital francesa. Ainda assim, os sul-vietnamitas queriam esperar o novo presidente americano assumir o poder para voltar a conversar sobre paz.<ref>Dallek 1998, p. 597.</ref>
Junto com outros fatores, a Guerra do Vietnã se tornou o catalizador do movimento "anti-governo" nos Estados Unidos na época. Ela erodiu não só a popularidade de Johnson como presidente, mas também diminuiu a confiança do povo no governo federal como um todo. Conforme a guerra ia se arrastando, o partido democrata e seus apoiadores se dividiam. Os republicanos não se posicionavam abertamente nem contra ou a favor da guerra, flertando com qualquer dos lados quando era conveniente. Dessa forma, [[Richard Nixon]] conseguiu apoio dos "linha duras" anti-comunistas e pró-guerra e também daqueles que eram contra o conflito e apoiavam o fim das hostilidades. Nixon prometeu tirar as tropas dos Estados Unidos da guerra e trazer a "Paz com honra". Ele também prometeu o retorno da lei e da ordem e estabilidade interna.<ref>{{
Johnson no final culpou a [[Guerra do Vietnã]] por todas as mazelas do seu governo. Em uma conversa com [[Robert McNamara]], ele culpou "um bando de comunistas" que mandavam no ''[[The New York Times]]'' por seus artigos contra o esforço de guerra. Em apenas duas semanas de maio de 1968, cerca de 1 800 americanos morreram em combate, com outros 18 000 sendo feridos. Em casa, havia dificuldade de encontrar novos recrutas para substituir as crescentes baixas. Deserções eram frequentes e muitas pessoas se recusavam a se alistar para lutar numa guerra que já significava nada para eles. Aludindo a "teoria do dominó", o presidente disse: "se permitirmos que o Vietnã caia, amanhã lutaremos no [[Havaí]] e na semana seguinte em [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]]".<ref>{{
Johnson resumiu suas perspectivas sobre o Vietnã assim:
{{quote|Eu sabia que eu ia acabar sendo crucificado independente da decisão que eu tomasse. Se eu deixasse a mulher que amava — a [[Grande Sociedade]] — para me envolver com aquela vadia que era a guerra no outro lado do mundo, eu iria perder tudo em casa. Todos os meus programas.... Mas se eu deixasse a guerra de lado e permitisse aos comunistas tomar o [[Vietnã do Sul]], então eu seria visto como um covarde e minha nação me veria como um apaziguador e nós dois iriamos achar difícil de conquistar qualquer coisa na esfera global.<ref>{{
Biógrafos como Robert Dallek afirmavam que Johnson sofria com "decisões agonizantes" na Guerra do Vietnã e achava que o conflito causou divisões nos Estados Unidos e no exterior.<ref>Dallek 1998, pp. 564–569.</ref> Johnson tinha medo de ordenar uma invasão generalizada do Vietnã do Norte com tropas terrestres, pois ele achava que isso poderia provocar uma intervenção por parte da [[China]], assim como havia acontecido na [[Guerra da Coreia]] em 1950. E se os [[União Soviética|soviéticos]] resolvessem se envolver também, talvez a guerra pudesse se [[Terceira Guerra Mundial|expandir]] para nível global. Foi só no final da década de 1980 que foi revelado que, de fato, milhares de soldados chineses e da Rússia estavam estacionados no norte do Vietnã, não só para aconselhar e armar os comunistas locais, mas também para protege-los.<ref>[http://alphahistory.com/vietnam/chinese-and-soviet-involvement/ "Chinese and Soviet involvement in Vietnam"]. Página acessada em 13 de abril de 2016.</ref>
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[[Ficheiro:Glassboro-meeting1967.jpg|miniaturadaimagem|Encontro de Johnson com o premier [[União Soviética|soviético]] [[Alexei Kosygin]] (esquerda) durante uma conferência em [[Glassboro]], em junho de 1967.]]
Em uma entrevista dada em 1993, o secretário de defesa de Johnson, [[Robert McNamara]], afirmou que um grupo de batalha de [[porta-aviões]] da [[Sexta Frota dos Estados Unidos]] que estava em [[Gibraltar]] foi reposicionado para o [[Mar Mediterrâneo]] para dar apoio a [[Israel]] durante a [[Guerra dos Seis Dias]] em junho de 1967. Dado os avanços rápidos feitos pelos israelenses e a anexação de território por estes, o governo americano achava que "a situação era tensa em Israel e talvez os sírios, temendo ser o próximo alvo, ou os soviéticos que apoiam a Síria queiram mudar o balanço de poder na região e talvez atacar eles mesmos Israel". A União Soviética sabia da movimentação da [[Marinha dos Estados Unidos|frota americana]] e consideram isso um movimento agressivo. Na [[Telefone vermelho|linha-quente]] entre as super-potências, o primeiro-ministro soviético [[Alexei Kosygin]] disse aos estadunidenses: "se vocês querem uma guerra vocês a terão",<ref name="oralhistory">{{
A União Soviética apoiava boa parte das nações árabes que cercavam Israel.<ref>{{
===Perdões===
Durante sua presidência, Johnson emitiu 1 187 [[Indulto|perdões presidenciais]] e comutações,<ref>{{
===Eleições de 1968===
{{AP|Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1968}}
[[Ficheiro:Lyndon Johnson Richard Nixon 1968.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O presidente Johnson se encontra com o seu futuro sucessor, o candidato [[Richard Nixon]], na Casa Branca, em julho de 1968.]]
Como ele serviu por menos de vinte e quatro meses do resto do mandato do presidente Kennedy, Johnson estava constitucionalmente permitido para concorrer a um segundo mandato completo na [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1968|eleição presidencial de 1968]], segundo a 22º emenda da constituição dos Estados Unidos.<ref>{{
Johnson então foi perdendo controle do Partido Democrata, que se dividia em facções, com todas se odiando. Havia os que apoiavam Johnson (e Humphrey), os sindicatos e os chefes partidários (liderados pelo prefeito de Chicago [[Richard J. Daley]]). Havia também os movimentos estudantis e de intelectuais que eram contra a guerra e apoiavam McCarthy. Outros eram os católicos, hispânicos e afro-americanos, que apoiavam em peso Robert Kennedy. E, é claro, havia os sulistas brancos pró-segregação, que apoiavam [[George C. Wallace]] e o [[Partido de Independência Americana]]. Vietnã era um dos principais motivos que dividiam o partido, e Johnson não conseguia encontrar um meio de vencer a guerra logo<ref name="scholastic"/> mas não havia tempo de fazer isso e unificar seus aliados.<ref>Gould 2010.</ref>
[[Ficheiro:US President Lyndon Johnson Presidential Trips.PNG|miniaturadaimagem|Em verde escuro países que Lyndon visitou enquanto era presidente.]]
Além disso, apesar de não ter chegado aos ouvidos do público na época, a saúde do presidente Johnson estava se deteriorando e havia uma preocupação de que ele faleceria durante seu segundo mandato. Assim, em um discurso em 31 de março de 1968, ele anunciou que estava desistindo da ideia de concorrer nas eleições daquele ano. Ele afirmou: "eu não buscarei e nem aceitarei a nomeação do meu partido para outro mandato como seu presidente".<ref>{{
No dia seguinte, seu índice de aprovação aumentou de 36% para 49%.<ref name=Updegrove12>{{
Historiadores tem debatido os motivos que levaram Johnson a decisão de não concorrer em 1968. Shesol afirma que Johnson queria sair da Casa Branca mas também queria redenção; quando os indicadores ficaram negativo, ele decidiu ir embora.<ref>{{
Após o assassinato de Robert Kennedy, Johnson reuniu os chefes do partido e dos sindicatos para dar apoio a Humphrey em sua nomeação como o candidato democrata em 1968. Correspondências pessoais entre o presidente e membros do partido republicano afirmam que talvez ele estudasse apoiar [[Nelson Rockefeller]]. Ele já tinha dito que se Rockefeller fosse o candidato republicano, ele não faria campanha contra ele (e nem a favor de Humphrey). Em 31 de outubro de 1968, no meio do caos político, ele anunciou que deu ordens para que todas as ações aéreas e navais contra o Vietnã do Norte fossem cessadas se a liderança comunista se comprometessem a voltar as meses de negociação [[Acordos de Paz de Paris|em Paris]]. No final, os democratas não se uniram em favor de Humphrey, permitindo que [[Richard Nixon]] vencesse as eleições daquele ano.<ref>{{
===Apontamentos judiciais===
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===Espionagem de Martin Luther King===
Johnson permitiu que o FBI continuasse com a espionagem e grampos contra [[Martin Luther King Jr.]] que havia sido previamente autorizado durante o governo Kennedy sob a tutela do procurador-geral Robert Kennedy.<ref name="the atlantic">{{
===Personalidade e percepção pública===
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:"o grande paizão, o sulista-ocidental-texano, o sonhador americano, o político, o filho do pai, a estrela em ascensão, o gigante falho, o paradoxo de Péricles (sonhos domésticos desfeitos pela guerra), o muito humano, a tragédia, o ascendente e o mestre".<ref>"''Historians and the Many Lyndon Johnsons''." p. 1007</ref>
Johnson era visto como um homem ambicioso, incansável e imponente que era brutalmente eficaz para passar as legislações que queria. Ele trabalhava de 18 a 20 horas por dia sem pausa e não fazia qualquer atividade prazerosa. O biografo Robert Dallek disse que ele conhecia todos os senadores, suas ambições, esperanças e gostos e usava isso em sua vantagem. Outro biógrafo afirmava que Lyndon sabia "seus medos, seus desejos, o que eles queriam e os manipulava, dominava e persuadia". Com 1,91 m de altura,<ref>Caro 1982, p. 146.</ref><ref>Dallek 1998, p. 12.</ref><ref>{{
Johnson frequentemente usava um chapéu e botas de [[cowboy]], refletindo suas origens [[Texas|texanas]] e seu amor pela vida rural. Em 1951 ele herdou de uma tia uma terra de 250 acres. Ele então criou um rancho de 2 700 acres, com pelo menos 400 cabeças de gado. O [[Serviço Nacional de Parques]] mantém um pequeno rebanho na propriedade com animais descendentes daqueles que Johnson criava.<ref>{{
O biografo Randall Woods afirmava que o "gospel social" que Johnson aprendeu na sua infância permitiu que ele transformasse problemas sociais em problemas morais. Isso explicaria seu comprometimento com políticas sociais, exemplificadas por ele no seu projeto "[[Grande Sociedade]]" e seus comentários em favor da igualdade racial nos Estados Unidos. Ele também expandia sua visão quase humanista para fora do país, quando no Vietnã, para ganhar apoio do povo daquela nação, iniciou uma série de programa de assistência humanitária.<ref>Randall B. Woods, ''LBJ: Architect of American Ambition'' (2006) pp. 27, 430, 465–66, 486–87</ref>
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[[Ficheiro:Lyndon B. Johnson 1972.jpg|miniaturadaimagem|Johnson, com cabelo grande, em uma entrevista dada em agosto de 1972, cinco meses antes da sua morte.]]
Após deixar a presidência em janeiro de 1969, Johnson foi para o seu rancho em Stonewall, Texas, acompanhado por seu ex ajudante e escritor de discursos [[Harry J. Middleton]], que iria escrever o primeiro livro de Lyndon, ''The Choices We Face'', também trabalharia com ele na elaboração de suas memórias, ''The Vantage Point: Perspectives of the Presidency 1963–1969'', publicado em 1971.<ref>{{
Johnson deu uma "boa nota" para a política externa de [[Richard Nixon|Nixon]], mas estava preocupado se seu sucessor estava sendo pressionado para retirar rápido demais as tropas americanas do Vietnã, antes de que os sul-vietnamitas estivessem realmente prontos. Ele afirmou: "Se o Sul cair perante os comunistas, podemos ter grandes problemas em casa".<ref name="theatlantic1973">{{
Durante as [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1972|eleições presidenciais de 1972]], Johnson apoiou o candidato democrata [[George S. McGovern]], um senador [[Dakota do Sul]], apesar de McGovern ter sido um crítico de longa data das políticas (principalmente externas) de LBJ. A nomeação de McGovern e sua plataforma deixou Johnson um tanto consternado. Nixon poderia ter sido derrotado "se apenas os Democratas não fossem tanto para a esquerda", ele insistiu. Johnson achava que [[Edmund Muskie]], senador por [[Maine]], teria sido um candidato melhor; contudo, ele se recusou a participar de campanhas contra McGovern uma vez que este recebeu a nomeação. Além disso, Johnson permanecia impopular dentro do partido, o que poderia ter, na verdade, fortalecido a chapa de McGovern. Um dos protegidos de Lyndon, [[John Connally]], serviu como secretário de tesouro de Nixon e também liderou os chamados "Democratas por Nixon", um grupo dissidente do partido que era financiado pelos republicanos. Esta foi uma das maiores deserções de amigos de Johnson para o outro lado.<ref>{{
[[Ficheiro:LBJ At Ranch 1972.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|LBJ no seu rancho particular no Texas usando seu chapéu de Cowboy, em 1972.]]
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Após a morte de Lyndon, seu secretário de imprensa Tom Johnson telefonou para [[Walter Cronkite]] da CBS; Cronkite entrou ao vivo para a ''[[CBS Evening News]]'' e uma reportagem sobre o Vietnã foi interrompida para que ele falasse da morte do ex presidente.<ref>{{citar vídeo |url=https://www.youtube.com/watch?v=zxHsSnEgk-A |título=Walter Cronkite announces the death of LBJ 1973 |urlmorta=yes}}</ref>
[[Ficheiro:Lyndon Johnson Funeral.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|O funeral de Johnson no [[Capitólio dos Estados Unidos]].]]
Johnson foi honrado com um [[Funeral de Estado]], onde recebeu [[Elogio (oração)|oratórias]] pelo congressista [[J. J. Pickle]] e pelo ex Secretário de Estado [[Dean Rusk]] no [[Capitólio dos Estados Unidos|Capitólio]].<ref name="Capitol"/> A última cerimônia ocorreu a 25 de janeiro. O funeral formal aconteceu em uma igreja em Washington, D.C. e contou com a participação do presidente Richard Nixon, políticos americanos e dignatários estrangeiros, como o ex primeiro-ministro japonês [[Eisaku Satō]].<ref>{{
Johnson foi enterrado no cemitério da família, em [[Stonewall (Texas)|Stonewall]], Texas, algumas centenas de metros longe do local onde ele nasceu.<ref name="MDW">{{
==Legado==
O centro de comando dos voos tripulados da NASA em [[Houston]] foi renomeado [[Centro Espacial Lyndon Johnson]] em 1973,<ref>{{
[[Ficheiro:Lyndon B. Johnson's family Xmas Eve 1968.jpg|miniaturadaimagem|Johnson com sua família na Casa Branca, no natal de 1968.]]
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O centro estudantil da [[Universidade Estadual do Texas]] tem seu nome em honra ao ex presidente, que se formou nesta faculdade.
Johnson foi postumamente condecorado com a [[Medalha Presidencial da Liberdade]] em 1980.<ref>{{
Em 23 de março de 2007, o então presidente [[George W. Bush]] assinou uma lei que nomeava a sede do [[Departamento de Educação dos Estados Unidos]] como ''Lyndon Baines Johnson Federal Building''.<ref>{{
[[Ficheiro:A2738-19a small.jpg|miniaturadaimagem|LBJ se encontrando com seus cidadães, em 1966.]]
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===Principais legislações assinadas===
* 1963: ''Clean Air Act of 1963''<ref>{{
* 1963: ''Higher Education Facilities Act of 1963''<ref>{{
* 1963: ''Vocational Education Act of 1963''<ref>{{
* 1964: ''[[Lei dos Direitos Civis de 1964|Civil Rights Act of 1964]]''
* 1964: ''Urban Mass Transportation Act of 1964''
* 1964: ''Wilderness Act''
* 1964: ''Nurse Training Act of 1964''<ref>{{
* 1964: ''Food Stamp Act of 1964''
* 1964: ''Economic Opportunity Act''
* 1964: ''Housing Act of 1964''<ref>{{
* 1965: ''Higher Education Act of 1965''
* 1965: ''Older Americans Act''
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* 1966: ''Animal Welfare Act of 1966''
* 1966: ''Freedom of Information Act (FOIA)''
* 1967: ''Age Discrimination in Employment Act''<ref>{{
* 1967: ''Public Broadcasting Act of 1967''
* 1968: ''Architectural Barriers Act of 1968''
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==Bibliografia==
* {{
* Berman, Larry. ''Lyndon Johnson's War: The Road to Stalemate in Vietnam'' (1991)
* {{
* {{
* {{
* Colman, Jonathan. ''The Foreign Policy of Lyndon B. Johnson: The United States and the World, 1963–1969'' (Edinburgh University Press, 2010) 231 pp.
* {{
** {{
** {{
* Ellis, Sylvia (2013). ''Freedom's Pragmatist: Lyndon Johnson and Civil Rights.'' Gainesville, FL: University Press of Florida.
* {{
* Lerner, Mitchell B. ''A Companion to Lyndon B. Johnson'' (2012), Scholarly essays on all aspects of Johnson's career
* Lichtenstein, Nelson, ed. ''Political Profiles: The Johnson Years''. 1976. short biographies of 400+ key politicians
* {{
* Vandiver, Frank E. ''Shadows of Vietnam: Lyndon Johnson's Wars'' (1997)
* {{
* Zarefsky, David. ''President Johnson's War on Poverty'' (1986).
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