Arquitetura do Brasil: diferenças entre revisões

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Por outro lado, as carestias antes mencionadas levaram as elites a buscar o campo como residência permanente, erguendo uma série de chácaras e fazendas em zonas suburbanas que tinham seu próprio sistema de abastecimento, deixando seus casarões na cidade para uso eventual, para cumprir atividades sociais, oficiais e religiosas.<ref name="Novais"/><ref name="Algranti"/>
[[File:Fazenda Santa Clara 25.jpg|thumb|Vista parcial da Fazenda Santa Clara.]]
[[File:Fazenda Santa Clara 2024.jpg|thumb|UmaA típicagrande sala de fazendavisitas colonialda Fazenda Santa Clara, amplaum bom exemplo da austera elegância dos grandes solares do eBrasil despojadarural.]]
 
Muitas outras edificações foram construídas ao mesmo tempo como residências e como sedes de grandes empreendimentos agrários, basicamente [[monocultura]]s destinadas à exportação, cultivando principalmente a cana-de-açúcar e, mais tarde, o café. Esse casario rural, pertencente a famílias abastadas, não obstante primava pela simplicidade decorativa, privilegiando espaços amplos e confortáveis, mas despojados. Mesmo assim, sua presença muitas vezes é palaciana. Os conjuntos eram compostos de um prédio principal de residência do proprietário, a chamada "Casa Grande", com outros anexos para uma capela (às vezes embutida na Casa Grande), a [[senzala]] dos escravos, habitações para os trabalhadores brancos, depósitos de ferramentas e da produção e abrigos para animais. Entre inúmeros, são bons exemplos a [[Fazenda Colubandê]], em [[São Gonçalo]], o [[Engenho Noruega]], em [[Escada (Pernambuco)|Escada]], a [[Fazenda Fonte Limpa]], em [[Santana dos Montes]], o [[Engenho Moreno|Engenho Nossa Senhora da Apresentação]], em [[Jaboatão dos Guararapes|Jaboatão]], o [[Fazenda do Viegas|Engenho da Lapa]], na cidade do Rio de Janeiro, a [[Real Fazenda de Santa Cruz]], na mesma cidade, e a [[Fazenda Santa Clara (Santa Rita de Jacutinga)|Fazenda Santa Clara]], em [[Santa Rita de Jacutinga]], esta última sendo uma das mais vastas edificações rurais do Brasil colonial. Somente no século XIX, mudando as modas e as convenções sobre a exibição de status social, e cessando os interditos sobre o luxo privado, os senhores de fazendas passaram a dar mais atenção aos aspectos decorativos de suas residências, que passam a se encher de mobiliário decorado, pinturas, tapetes, cristais, louças finas e outros adornos.<ref name="Bury"/><ref name="Freyre"/><ref name="Curtis"/><ref name="Cordeiro">Cordeiro, Caio N. H. [http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas/teoriaIII/04%20Rural%20Colonial.pdf ''História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo, III: Arquitetura Colonial Rural Brasileira'']. E/A (professor de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).</ref><ref>Carréra, Mércia & Surya, Leandro. [http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_6/mercia_st6.pdf "A Organização Espacial numa Fazenda Colonial Beneditina: reflexo da estruturação social vigente". In: Anais do II Encontro Internacional de História Colonial. ''Mneme – Revista de Humanidades'', set-out/2008, 9(24). ]</ref><ref>Pereira, Rubem Carneiro de Almeida. "Velhos Solares de Quissamã". In: ''Mensário do Arquivo Nacional'', Rio de Janeiro, 13 (2): 39-56, fev. 1982.</ref><ref>Andrade, Maria do Carmo. [http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=831&Itemid=1 "Casa-grande (engenho)"]. Fundação Joaquim Nabuco, 15 de abril de 2011.</ref>