Língua galega: diferenças entre revisões

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== História ==
A língua galega vem do [[Língua galego-portuguesa|galego-português]], que expandiu-se para sul juntamente com a expansão da [[Reconquista Cristã]] sobrepondo-se ao dialectos [[Língua árabe|moçárabes]], ou seja, à língua falada pelos cristãos sob domínio muçulmano. Era língua autóctone a norte do [[rio Douro]] e língua de colonização a sul do mesmo. Com a proclamação de [[Portugal]] como um estado independente, a [[Galiza]] ficou confinada ao extremo noroeste da [[penínsulaPenínsula Ibérica]]. Portugal e Galiza perderam a sua comunicação/ligação, com esta independência, o que viria a ser crucial em termos de língua. A Galiza por não ter conseguido albergar a capital, Braga, não passaria de uma variedade regional do castelhano. A versão centro-meridional do galego (hoje [[língua portuguesa|português]]) estabeleceu a sua capital em Lisboa em meados do século XIII, estabelecimento esse que teve um impacto irreversível em termos linguísticos. Sendo esta a capital, acabou em escassos anos, por se tornar o local de referência linguística, isto é, viria a ser considerada a variedade de prestigio, a normativa para todo o recém-formado estado português. Aqui começam os dois ramos a divergir, a evoluir em sentidos distintos, isto devido à falta de comunicação entre as duas regiões e com o estabelecimento de [[Lisboa]] como capital, a situação viria-se a acentuar. Isto porque, sendo a variedade de Lisboa considerada a norma, as variedades setentrionais de Portugal, não passariam de variedades regionais, com uma tendência a seguir a norma, de Lisboa. Focando as atenções em Lisboa, o português setentrional começa um processo de normalização, tentando o mais possível aproximar-se da língua padrão que era a de Lisboa e, simultaneamente, diferenciando-se das variedades setentrionais da época (hoje galego).
 
Com a expansão marítima portuguesa, a língua portuguesa é também levada para territórios longínquos, esta variedade começa a ganhar prestigio, sendo que já no século XVI era uma "língua feita" com gramáticas e literatura de todos os géneros. Enquanto que a Galiza carecia de literatura ou gramáticas. A corte também não propiciou a evolução da língua galega, tendo uma influência assustadora na língua galega. Uma corte alheia à língua galega passou a ser a corte galega, levando o prestígio do castelhano juntamente com o seu prestígio individual. Isto leva a Galiza a ficar confinada a um pequeno espaço, entre duas línguas extremamente poderosas. A língua galega ia sendo penetrada de castelhanismos enquanto o português ia-se diferenciando a uma velocidade gritante. Os galegos cada vez mais "tentavam apropriar-se com todas as suas forças daquele formidável instrumento de ascensão social e económica que o castelhano representava na Galiza" reservando o galego aos meios rurais. A confusão entre os dois idiomas inicia-se com a confusão entre as sibilantes surdas e sonoras que é considerado o momento em que o galaico português, finalmente, partiu-se em dois idiomas distintos: a língua portuguesa e a língua galega. Desde cedo a língua galega vem a cair tendo o seu início quando foi "arrebatado" da escrita notarial em 1480, data a partir da qual o castelhano viria a dominar quase totalmente o galego no que tocava a situações de formalidade. Na segunda metade do século XIX, com um galego bastante fragmentado, estigmatizado e visto como um meio de comunicação reservado ao meios rurais, nasce um movimento chamado o "Ressurgimento" (''Rexurdimento'' em galego), tal como acontece na [[Catalunha]]. Este movimento visava a propagação e cultivo do idioma de modo a torná-lo uma língua de prestigio. O sucesso deste movimento foi tal que grandes escritores, estrangeiros e nativos da língua galega, seguiram as suas ideologias e proporcionaram ao galego momentos de ascensão. Houve um aumento significativo nas obras escritas em galego. Mais tarde, já no século XX, com a [[Guerra Civil Espanhola]] e com ditadura de [[Francisco Franco]], a língua galega voltou a sofrer perdas irreversíveis. Proibida por Francisco Franco, ironicamente natural da Galiza, tal como o [[Língua catalã|catalão]] e as outras línguas do país, punida caso fosse falada, ensinada ou difundida. Desenvolveu-se num clima de clandestinidade o que originou a uma aquisição deficiente da língua por parte das gerações até ao final dos anos 70, quando o regime ditatorial caí e é reconhecida novamente a categoria de língua tanto ao galego como às outras línguas que se falavam em Espanha. O galego até hoje têm vindo a cair, a "perder terreno" face ao castelhano, embora os esforços para reavivar o gosto por esta língua, são cada vez mais o número de monolingues espanhóis na Galiza, ou seja, o galego, embora não esteja em risco de extinção, está numa situação preocupante de diglossia face ao castelhano. Importa realçar a importância de algumas instituições e plataformas que lutam diariamente pela sobrevivência deste idioma, como é o caso da plataforma «Queremos Galego!» e da própria Real Academia Galega (RAG) que têm juntado todos os seus esforços, anualmente, para a difusão deste idioma que cada dia mais se perde face ao castelhano.<ref>{{Citar web|url=http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=808|titulo=O que um falante de Português deve saber acerca do Galego|data=|acessodata=2017-01-12|obra=www.edi-colibri.pt|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
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A partir do primeiro milênio antes de Cristo, espalham-se até a península povos [[indo-europeus]]. Considerando as peculiaridades linguísticas, adota-se a língua de dois grupos:
* '''Línguas preceltas ou protoceltas'''. Espalharam-se na península, aproximadamente pelo ano de 800 a.C., povos do centro e norte de Europa conhecidos com os nomes de lusitanos, vetões ou também como paraceltas ou protoceltas. Alguns dos restos que deixaram no galego são os topónimos com sufixo -asc- e -usc- (''Viascón, Tarascón, Velasco, Ledusco.''..), junto con ''cabana, canastro, cabazo, cabaceira, páramo''...
 
* '''Línguas celtas'''. Houve duas emigrações de povos celtas, uma de celtas goidélicos no século VIII a.C. (um celta arcaico que originaria o [[Língua irlandesa|irlandês]], o [[Língua gaélica escocesa|escocês]] e o [[Língua manesa|manês]]) e outra de celtas britânicos no século V a.C. (um celta que originaria o [[Língua galesa|galês]], o [[Língua bretã|bretão]] e a língua de Cornualha). Foi especialmente a segunda onda que se impôs política e linguisticamente sobre a população autóctone, mantendo uma relativa unidade cultural até a chegada dos [[Roma Antiga|romanos]].
 
==O estrato latino==
[[Ficheiro:Linguistic map Southwestern Europe.gif|thumb|left|Mapa [[cronologia|cronológico]] mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da [[Europa]] entre as quais o galego.]]
O [[Império Romano]] conseguiu anexar os povos [[galaicos]] logo no início do século I, quase 200 anos depois da primeira colônia [[República Romana|romana]] na [[Hispânia]]. Esta tardia ''[[romanização]]'' do território da [[Galécia]] permitiu uma menor assimilação cultural e linguística, em comparação com o acontecido na maior parte parte da [[penínsulaPenínsula Ibérica]]. O [[latim]] foi desde então o idioma reservado para as relações da aristocracia [[galaicos|galaica]] com os funcionários do império, motivando uma passageira situação de bilinguismo que conduziria à adoção do latim por parte das elites, especialmente com a oficialização do [[cristianismo]] (ano 391) e a dispersão da liturgia romana (oficializada em latim) entre a população. Contudo, a forte ruralização da [[Galécia]] e a escassa implantação de grandes cidades permitiu - como em outras zonas do império - às classes mais humildes (que compunham a maior parcela da população) conservar grande parte dos seus costumes e língua, até uma data indeterminada da [[Idade Média]].
 
Uma das características mais interessantes do latim adotado na Galécia, foi o seu caráter altamente conservador, de jeito que se consagram muitas das formas mais antigas do latim.
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Uma frase simples,
::''o cão do meu avô é parvo''. {{pt}}
::''o cão do meu avô é tonto''. (em [[Português_brasileiroPortuguês brasileiro|português do Brasil]])
::''o can do meu avó é parvo''. (galego)
::''o cam do meu avô é parvo''. (galego na ortografia proposta pela ''Associaçom Galega da Língua'')