Jefferson Cardim Osório: diferenças entre revisões

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'''Jefferson Cardim de Alencar Osório'''<ref name="bra" /> ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[17 de fevereiro]] de [[1912]] – Rio de Janeiro, [[29 de janeiro]] de [[1995]]) foi um [[militar]] e [[ativista político]] [[brasil]]eiro. Era filho do oficial da [[Marinha brasileira|Marinha]] Roberto de Alencar Osório, cujo nome verdadeiro era Robert Ernest Hoomenark, e de Corina Cardim de Alencar Osório, professora e poeta.
{{mais notas|data=maio de 2015}}
'''Jefferson Cardim de Alencar Osório'''<ref name="bra" /> ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[17 de fevereiro]] de [[1912]]) foi um [[militar]] e [[ativista político]] [[brasil]]eiro. Era filho do oficial da [[Marinha brasileira|Marinha]] Roberto de Alencar Osório, cujo nome verdadeiro era Robert Ernest Hoomenark, e de Corina Cardim de Alencar Osório, professora e poeta.
 
== Carreira militar ==
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Jefferson fez a primeira ação de força contra o governo militar num evento que ficou conhecido como [[Guerrilha de Três Passos]].<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/infograficos/2015/05/04/guerrilha-de-tres-passos.htm|título=Guerrilha de Três Passos - UOL Notícias|acessodata=31/05/2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Tres-Passos-uma-cidade-que-foi-torturada-pela-ditadura%0D%0A/5/26009|título=Três Passos, uma cidade que foi torturada pela ditadura - CartaMaior|acessodata=31/05/2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/proa/noticia/2015/03/a-primeira-reacao-armada-a-ditadura-militar-completa-50-anos-4723567.html|título=A primeira reação armada à ditadura militar completa 50 anos - ZeroHora|acessodata=31/05/2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.documentosrevelados.com.br/geral/fotos-e-documentos-ineditos-da-guerrilha-de-tres-passos-primeiro-movimento-armado-contra-a-ditadura/|título=Fotos e Documentos Inéditos da Guerrilha de Três Passos, Primeiro Movimento Armado Contra a Ditadura - Documentos Revelados|acessodata=31/05/2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://radioaltouruguai.com.br/?pg=desc-noticia&id=21085|título=Três Passos: Relatos emocionados de presos e torturados na ditadura encerram o Fórum Interdisciplinar 50 anos do Golpe - Rádio Alto Uruguai|acessodata=31/05/2015}}</ref> Em março de 1965, esteve com [[Leonel Brizola]] e demais exilados no Uruguai, no primeiro movimento em resposta ao golpe militar, reúne grupo de combatentes, a maioria ex-sargentos cassados em 1964. Em uma loja de Montevidéu, compra três armas tchecas semiautomáticas, três mil balas e dois alicates e em 19 de março de 1965, junto com o ex-sargento da Brigada Militar gaúcha Alberi Vieira dos Santos, iniciaram a coluna a partir da cidade uruguaia de Rivera. Atravessaram a fronteira para Santana do Livramento. Ganharam adesões no caminho totalizando 23 homens. À meia-noite e quinze de 26 de março de 1965, a cidade gaúcha de [[Três Passos]], onde Alberi nascera, foi tomada pelos combatentes, que invadiram o posto policial e confiscaram armas e munição. As ações realizadas pelo grupo, além da tomada do quartel da Brigada Militar e do presídio de [[Três Passos]], foram a invasão da agência do Banco do Brasil e da Rádio Difusora, com a transmissão de um manifesto de Cardim em nome das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Mais tarde, a data da ação serviria para designar o grupo como Movimento 26 de Março (M-26). Passaram a transmitir, pela rádio dessa cidade, as notícias da tomada e convocando a população à luta armada. Obrigaram também os funcionários da rádio local a colocar no ar a Proclamação ao Povo Gaúcho, em que chamavam a população à luta armada para defender a Constituição. Os 23 combatentes seguiram a jornada e atravessaram, sem resistência, o Estado de Santa Catarina. <ref name="bra"/>
 
Preocupado com um possível atentado contra o presidente Castello Branco que estava em Foz do Iguaçu para inaugurar a Ponte da Amizade, o Exército enviou cinco mil homens para a região. No município de Capitão Leônidas Marques, os guerrilheiros se impressionaram porque viam jipes, caminhões e soldados surgirem de todos os lados. O encontro se deu no vilarejo de Santa Lúcia. No confronto soldados politizados, que participaram do Levante do Quartel de [[Três Passos]] (RS) são mortos e Jefferson é preso, com parte de seu contingente evadido. <ref name="fsp">{{citar web|url=http://almanaque.folha.uol.com.br/brasil_29mar1965.htm |título=Exército prende chefe e 17 dos Guerrilheiros - Almanaque Folha de S.Paulo - Publicado em segunda-feira, 29 de março de 1965|acessodata=30/05/2015}}</ref> O terceiro-sargento da Companhia de Infantaria de Francisco Beltrão, Carlos Argemiro Camargo, morreu durante a troca de tiros. A guerrilha foi frustrada e os seus participantes foram presos e torturados entre os dias 27 e 28 de março de 1965. <ref name="mres">{{citar web|url=http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/memorial/?mn=50&c=186&s=|título=50 anos do primeiro movimento armado contra a ditadura: A Guerrilha de Três Passos -Memorial da Resistência da São Paulo|acessodata=30/05/2015}}</ref> A morte do sargento desencadearia uma sessão de torturas comandadas pelo capitão Dorival Sumiani e mais dois tententestenentes, pessoalmente para si. <ref name="bra"/>
 
== Prisão, fuga, captura, exílio e anistia ==
Em 1968 realizou uma fuga espantosa. Recolhido ao 5o Regimento de Obuses, em Curitiba, conseguiu escapar com a ajuda do cabo Luís Vitor Papandreou e do ex-major Joaquim Pires Cerveira. Contou também com a participação do seu filho caçula, então com 15 anos de idade. De Curitiba, o grupo seguiu de carro até São Paulo. De táxi, chegaram ao Rio. Jefferson refugiou-se na embaixada do México, de onde saiu para exilar-se naquele país, depois em Cuba e na Argélia. Passou pelo Chile, Espanha, Uruguai e Guiana, sempre atrás de companheiros e recursos para uma nova invasão do Brasil, dessa vez por Roraima. A prisão e o sequestro em Buenos Aires destruíram seu plano. <ref name="bra"/>
 
Passou a ser investigado pelo DOI-CODI sob suspeita de participar do esquadrão da morte de Carlos Lamarca{{carece de fontes|data=abril de 2017}} e acabouAcabou sendo preso por Leuzinger Marques Lima em [[Buenos Aires]], na [[Argentina]] em [[1970]]. Na época, a Argentina estava sob administração de um governo militar que terminou em [[1973]]<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/veja-lista-dos-377-apontados-como-responsaveis-por-crimes-na-ditadura.html|titulo=Veja a lista dos 377 apontados como responsáveis por crimes na ditadura|data=10 de dezembro de 2014|acessodata=30 de maio de 2015}}</ref>, sendo esta operação possivelmente uma das pioneiras da [[Operação Condor]].<ref name="bra"/> Capturado na Argentina, é mantido preso inicialmente no Centro de Informação e Segurança da Aeronáutica (CISA). No dia 2 de fevereiro de 1971, é transferido para a Fortaleza de Santa Cruz. Em abril de 1975, para o Instituto Penal Cândido Mendes na Ilha Grande. Passa o ano seguinte no Hospital Central Penitenciário. É libertado no dia 2 de novembro de 1977.
 
Beneficia-se da Lei da Anistia em agosto de 1979. Um ano depois, sua anistia é anulada pelo Superior Tribunal Militar. Exila-se na Venezuela. Seus direitos políticos são novamente cassados em dezembro de 1980. Um ano depois, parte para o exílio na França. Somente em 1985, com o fim do regime militar, tem sua anistia ratificada, retornando ao Brasil. Viria a falecer em janeiro de 1995.<ref name="bra"/>
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