Frente Iugoslava: diferenças entre revisões

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{{flagicon image|Chetniks Flag.svg}} '''[[Draža Mihailović]]'''<br />{{flagicon image|Chetniks Flag.svg}} [[Ilija Trifunović-Birčanin]]<br />{{flagicon image|Chetniks Flag.svg}} [[Dobroslav Jevđević]]
|força1 = {{YUGb}} 800 000 <small>(1945)</small><ref name=perica>{{citecitar booklivro|lastúltimo =Perica|firstprimeiro =Vjekoslav| titletítulo=Balkan Idols: Religion and Nationalism in Yugoslav States|publisherpublicado=[[Oxford University Press]]|yearano=2004|pagepágina=96|isbn=0195174291}}</ref>
|força2 = {{DEUb|1935}} 300 000 (1944)<br />{{ITAb|1861-1946}} 321 000<ref>Tomasevich 2001, p. 255.</ref><br />[[Ficheiro:Flag of Independent State of Croatia.svg|borda|22px|link=Estado Independente da Croácia]] 262 000<ref>{{citecitar journalperiódico|lastúltimo =Vucinich|firstprimeiro =Wayne S.|titletítulo=Yugoslav Resistance in the Second World War: The Continued Debate|journalperiódico=Reviews in European History|yearano=1974|month=September|volume=1|issuenúmero=2|pagespáginas=274|quotecitação=In September 1943, the total strength of the armed forces of the Independent State of Croatia (regular army and Ustashe militia) was about 262,000 officers and men.}}</ref>
|vítimas1 = {{YUGb}} 276 749 mortos,<br />399 880 + feridos, 28 925 desaparecidos<ref>[Tomasevich 1969, p. 120.</ref>
|vítimas2 = {{DEUb|1935}} 19 235 mortos,<br /> 14 805 desaparecidos<ref>[http://www.feldgrau.com/stats.html Feldgrau.com]</ref><br />{{ITAb|1861-1946}} 9 065 mortos,<br /> 15 160 feridos, 6 306 desaparecidos<br />[[Ficheiro:Flag of Independent State of Croatia.svg|borda|22px|link=Estado Independente da Croácia]] 99 000 mortos
|notas=~581 000 civis mortos<ref>{{cite bookcitar livro|ref=harv |lastúltimo =Žerjavić |firstprimeiro =Vladimir |titletítulo=Yugoslavia: Manipulations with the Number of Second World War Victims |publisherpublicado=Croatian Information Centre |isbn=0-919817-32-7|url=http://www.hic.hr/books/manipulations/index.htm}}</ref>
}}
A '''Frente Iugoslava''', também conhecida como a '''Guerra de Libertação Popular Iugoslava''' ([[servo-croata]]: Narodnooslobodilački rat, Народноослободилачки рат; Macedonian: Народноослободителна борба, Narodnoosloboditelna borba; [[esloveno]]: Narodnoosvobodilni boj ou Narodnoosvobodilna borba), foi a disputa na [[Iugoslávia]] ocupada durante a [[Segunda Guerra Mundial]] ([[1941]]-[[1945]]) entre as forças da resistência iugoslavas, principalmente os [[Partisans Iugoslavos]], e as [[potências do Eixo]].
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Durante a Segunda Guerra Mundial, a Iugoslávia manteve sua neutralidade até 1941. Nesse ano, com o desejo de ajudar o exército italiano que estava em apuros na [[Grécia]] (''ver: [[Guerra Greco-Italiana]]''), a [[Alemanha]] procura os direitos de trânsito para as suas tropas. Após a aceitação, por parte do governante da Iugoslávia para assinar uma aliança com a Alemanha, o rei, sob a influência de alguns oficiais, termina a regência. Esta decisão resultou na [[invasão da Iugoslávia|invasão do país]] pelo [[Terceiro Reich]] alemão.
 
Assim, em abril de 1941, o [[Reino da Iugoslávia]] foi rapidamente invadido pelas forças do Eixo e dividido entre a [[Alemanha nazista]], a [[Itália fascista]], o [[Reino da Hungria (1920–1946)|Reino da Hungria]], o [[Reino da Bulgária]] e regimes clientes da [[Croácia]] e da [[Sérvia]]. Logo depois, dois exércitos de [[guerrilha]] de resistência surgiram: o comunista e republicano Partisans Iugoslavos, apoiado pela [[União Soviética]], e o movimento monarquista [[Chetniks]], conhecido oficialmente como o ''Exército da Pátria Iugoslava'', inicialmente favorecida pelos Aliados ocidentais, a guerra civil entre os dois logo se seguiu .<ref name="cia.gov">https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ri.html</ref>. Os [[Liga dos Comunistas da Iugoslávia|Partisans Comunistas]] finalmente, ajudados pela União Soviética, conseguindo derrotar os [[nazistas]] e as forças separatistas croatas.<ref name="cia.gov"/>
 
O Eixo montou uma série de ofensivas que visavam destruir o Partisans, aproximando-se em fazê-lo no inverno e na primavera de [[1943]]. Apesar dos contratempos, os Partisans permaneceram como uma força credível de combate, ganhando o reconhecimento dos aliados ocidentais e estabelecendo as bases para Estado iugoslavo do pós-guerra. Com o apoio da logística, equipamentos, treinamento e força aérea dos aliados ocidentais, e das tropas terrestres soviéticas na [[Ofensiva de Belgrado]], os Partisans acabaram ganhando o controle de todo o país e nas regiões fronteiriças da [[Itália]] e da [[Áustria]].
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* A [[Hungria]] anexa a [[Voivodina]], assim como várias outras regiões fronteiriças da [[Croácia]], Sérvia e Eslovênia.
 
Na Croácia, os alemães primeiramente oferecem poder a Macek, o líder do majoritário Partido dos Camponeses. Este último, um membro do Governo no exílio, recusou a proposta, embora tenha retornado para a Croácia e reconhecesse o novo "estado independente" que permanece nas mãos de [[Ante Pavelic]], líder do partido da [[extrema-direita]] o [[Ustasha]]. A hierarquia católica, com o arcebispo de [[Zagreb]], o [[monsenhor]] [[Aloysius Stepinac]], apresenta a mesma atitude. Estas manifestações são explicadas pelo fato de que a Iugoslávia representava para a maioria dos [[croatas]] um estado opressor e que a independência da Croácia respondia aos seus desejos.<ref name="Garde">Paul Garde: ''Vie et mort de la Yougoslavie''</ref>.
 
Ao contrário da Croácia, na Sérvia, o desmantelamento do país e a ocupação alemã (precedido pelo bombardeio de Belgrado) foi sentido como uma derrota pesada, mas os alemães conseguem encontrar os parceiros necessários para formar um governo, em primeiro lugar com políticos obscuros, mas em agosto de [[1941]], o general [[Milan Nedić]] forma um governo que inclui ainda outros dois generais do Exército Real Iugoslavo.<ref name="batowski">Batowski, Henryk: "Diplomatic Events in East-Central Europe in 1944" , ''East European Quarterly'', 5:3 (1971)</ref>
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{{Artigo principal|[[Sérvia de Nedić]]}}
[[Imagem:Srbsko WWII es.svg|thumb|esquerda|180px|Mapa da [[Sérvia de Nedić]]. Ao norte a região autônoma de [[Banat]].]]
Nedić não é particularmente próximo das ideias [[fascismo|fascistas]]. Mas, certamente queria proteger seu povo da aniquilação física, adotando a mesma postura que o marechal [[Philippe Pétain]] da [[França]].<ref name="Garde">< /ref> No entanto, ele se dirige para os seus compatriotas por rádio para defender "a ordem, trabalho, paz e fraternidade. A primeira tarefa do governo é lidar com as centenas de milhares de refugiados [[sérvios da Croácia]] e outras regiões que não se sentem seguros. Nedić deve também tomar uma posição contra o movimento de resistência dos [[Chetniks]] (Četnici) de orientação monarquista e nacionalista sérvia, que acontece desde o início da invasão e resistência contra os partisans de inspiração comunista, que se desenvolve após a entrada na guerra da Alemanha contra a [[União Soviética]], a [[Operação Barbarossa]], em 22 de junho de 1941. Para evitar que os alemães enveam seus aliados Ustashas e a Bulgária para reprimir a resistência sérvia, Nedić aceita a criação de uma polícia e uma "Guarda Nacional Sérvia", que lançou uma repressão contra os partisans. Em relação com os Chetniks, as relações são muito mais ambíguas: houve vários contatos entre a comitiva de Nedić e a supervisão militar [[anti-comunista]] dos Chetniks. De acordo com Paul Garde,<ref name="Garde">< /ref> este conluio, ao invés de atrair as forças do governo no sentido de algum tipo de resistência ao ocupante, serviu pelo contrário para atrair [[Draža Mihailović]], o líder dos Chetniks, para o [[colaboracionismo]].
 
Antes da guerra, desde o assassinato do [[Alexandre I da Iugoslávia|Rei Alexandre I]] existia um movimento ultra-nacionalista, de orientação anti-semita e fascista, liderado por [[Dimitrije Ljotic]] e bastante comparável aos Ustasha na Croácia. Ljotic se recusa a entrar no Governo de Nedić, mas coloca a disposição dos alemães uma milícia, o Corpo de Voluntários Sérvios, rival da Guarda Nacional Sérvia de Nedić, embora ambos serão utilizados diretamente pelos alemães como auxiliares na luta contra os partisans.
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O novo estado é dividido em áreas de ocupação alemãs e italianas. O regime ditatorial de [[Ante Pavelic]] começou a abolir o Parlamento croata e proibindo qualquer oposição às suas políticas. Desde a tomada de poder pelos Ustashas, algumas unidades especiais que estão acima da lei, espalham o terror nas cidades e vilas de maioria sérvia massacrando sua população. A doutrina dos Ustashas é que os autênticos croatas são unicamente os [[católicos]] e [[muçulmanos]]. A religião ortodoxa sérvia, não se enquadra nessa categoria. Além disso, a exemplo da [[Alemanha nazista]], o novo estado da Croácia promulgou leis raciais contra os [[judeus]] e [[ciganos]].
 
Após primeiramente massacrar sérvios, os Chetniks envolvem-se como defensores dos sérvios, mas por sua vez respondem massacrando croatas e muçulmanos.<ref name="Garde">< /ref>.
 
Um movimento de resistência de obediência comunista, os partisans anti-fascistas, emergem no início de 1941, liderado pelo croata [[Josip Broz]], conhecido como ''Tito''. Em [[1943]], um total de 26 divisões partisass, 11 estão localizados na Croácia, e os partisans se abrem para os sérvios perseguidos pelos Ustashas, porém, como os Ustasha e os alemães estão a tornar-se mais impopulares pelos croatas e muçulmanos, muitos deles também juntam-se aos partisans, que são capazes de libertar grandes áreas do território.<ref name="Garde">< /ref>.
 
== Reino de Montenegro ==
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=== Partisans ===
{{Artigo principal|[[Partisans Iugoslavos]]}}
Em junho de [[1941]], [[Josip Broz Tito]], um comunista croata, cria o movimento partisan que dá, de acordo com a política de Moscou, o caráter de uma ampla coalizão anti-fascista melhor do que uma orientação abertamente comunista. Os combatentes partisans acolhem qualquer nacionalidade, sérvios, croatas ou bósnios. Os ingleses, que inicialmente deram apoio aos Chetniks, finalmente os abandonam no início de 1944, em favor dos partisans de Tito, que na época possuíam 300.000 homens presentes em todo o território da Iugoslávia, que criaram vastas e numerosas zonas libertadas.<ref name="Garde">< /ref>.Em agosto de 1944, Pedro II lança um apelo para a união com os partisans de Tito.
 
== Libertação ==
Enquanto o [[Exército Vermelho]] avança na Hungria depois de ocupar [[Sófia]] em [[9 de setembro]] de 1944, os partisans de Tito libertam [[Belgrado]] em [[20 de outubro]],<ref name="batowski">< /ref> embora os alemães resistam em algumas partes da Bósnia, Croácia e Eslovênia até maio de [[1945]].
 
== Ver também ==
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* Thomas, N., Mikulan, K. and Pavelic, D. '''Axis Forces in Yugoslavia 1941-45'' Osprey, London, 1995. ISBN 1 85532 473 3
* Thomas, N., Abbot, P. and Chappell, M. '''Partisan Warfare 1941-45'' Osprey, London, 2000. ISBN 0 85045 513 8
* <cite id=refTomasevich1969>{{citecitar booklivro|last1último1 =Tomasevich|first1primeiro1 =Jozo|last2último2 =Vucinich|first2primeiro2 =Wayne S.|titletítulo=Contemporary Yugoslavia: Twenty Years of Socialist Experiment|yearano=1969|publisherpublicado=University of California Press}}</cite>
* <cite id=refTomasevich2001>{{cite bookcitar livro|titletítulo=War and Revolution in Yugoslavia, 1941-1945: Occupation and Collaboration |lastúltimo =Tomasevich |firstprimeiro =Jozo |yearano=2001 |publisherpublicado=Stanford University Press |isbn=0804708576}}</cite>
 
{{Ocupações da Alemanha Nazista}}