Guilherme de Rubruck: diferenças entre revisões

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== Missão ==
Guilherme acompanhou o [[Anexo:Lista de monarcas da França|rei]] [[Luís IX da França]] na [[Sétima Cruzada]], em [[1248]]. Em [[7 de maio]] de [[1253]], sob ordens de Luís, partiu de [[Constantinopla]] numa viagem missionária para converter os [[tártaros]], seguindo a rota de uma viagem anterior do missionário [[Hungria|húngaro]] [[frei Juliano]]. No grupo de Guilherme estava Bartolomeo da Cremona, um criado chamado Gosset, um [[intérprete]] chamado de ''Homo Dei'' ("homem de [[Deus]]", em [[latim]], tradução literal do [[Língua árabe|árabe]] ''[[Abdullah]]'').
 
== Viagens ==
Depois de alcançar a cidade de [[Sudak]], na [[Crimeia]], Guilherme continuou sua jornada em [[carro de boi|carros de boi]]. Após cruzar o [[rio Don]], encontrou-se com [[Sartaq Cã]], soberano do [[Canato de Kiptchak]]. O Cã enviou Guilherme a seu pai, [[Batu Cã]], em [[Sarai (cidade)|Sarai]], próximo ao [[rio Volga|Volga]]. Cinco semanas mais tarde, depois de sua partida de Sudak, chegou ao acampamento de Batu Cã, soberano mongol da região do Volga, que recusou-se a ser convertido, porém enviou seus [[embaixador]]es ao grande [[Mangu Cã]] mongol. Partiu a [[cavalo]], juntamente com seus companheiros, em [[16 de setembro]] de [[1253]], numa viagem de 9.000 [[quilômetro]]s até a corte do [[Grande Cã]], em [[Caracórum]]. Ao chegar foi recebido com honras, e ficou no acampamento do Cã até [[10 de julho]] de [[1254]], quando iniciou sua longa viagem de volta. Guilherme e seus companheiros chegaram ao [[Estado Cruzado]] de [[Trípoli (Líbano)|Trípoli]] em [[15 de agosto]] de [[1255]].
 
Guilherme de Rubruck integrou a quarta missão europeia aos mongóis; antes dele [[Giovanni da Pian del Carpine]] e [[Ascelino da Lombardia]], em [[1245]], e [[André de Longjumeau]], em 1249, haviam sido enviados. O rei foi encorajado a enviar outra missão depois de relatos da presença de [[Cristianismo|cristãos]] [[nestorianismo|nestorianos]] na corte mongol.
 
== Relato ==
Ao retornar, Guilherme presentou o rei com um relato muito claro e preciso, intitulado ''Itinerarium fratris Willielmi de Rubruquis de ordine fratrum Minorum, Galli, Anno gratia 1253 ad partes Orientales''. Nele descreveu as peculiaridades da [[Mongólia]], fez várias observações geográficas, o que faz da obra a primeira descrição científica da [[Ásia Central]], além de observações [[Antropologia|antropológicas]], como ao manifestar surpresa com a presença do [[Islão|islamismo]] na [[Ásia Interior]].<ref>{{citecitar booklivro|lastúltimo =De Weese|firstprimeiro = Devin A.|titletítulo=Islamization and Native Religion in the Golden Horde|publisherpublicado=Penn State Press|yearano=1994|isbn=0-271-01073-8|pagepágina=3}}</ref>
 
Guilherme também respondeu a uma questão antiga para os europeus da época, ao passar pelo norte do [[mar Cáspio]] e provar que ele era um mar interno, e não desaguava no [[oceano Ártico]] (embora os primeiros exploradores [[Escandinávia|escandinavos]] já o possam ter descoberto, ele foi o primeiro a relatar o fato).
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A um certo ponto de sua estada entre os mongóis, Guilherme entrou numa célebre competição realizada na corte mongol, onde o cã encorajou um debate formal entre [[cristianismo|cristãos]], [[budismo|budistas]] e [[Islão|muçulmanos]], para determinar qual fé estaria correta, de acordo com três juízes, um de cada fé. O debate atraiu uma grande multidão e, como na maior parte dos eventos mongóis, envolvia grande quantidade de [[Bebida alcoólica|álcool]]. Como foi descrito por [[Jack Weatherford]] em seu livro ''[[Genghis Khan and the Making of the Modern World]]'':
 
{{bquote|Nenhum dos lados parecia convencer o outro de nada. Finalmente, à medida que os efeitos do álcool tornaram-se mais fortes, os cristãos desistiram de tentar convencer qualquer um com argumentos lógicos, e passaram a cantar. Os muçulmanos, que não cantavam, responderam recitando em voz alta o [[Corão]], tentando abafar o som dos cristãos, enquanto os budistas entraram em meditação silenciosa. Ao fim do debate, incapazes de converter ou matar-se uns aos outros, concluíram da maneira em que a maior parte era concluída, com todo mundo simplesmente bêbado demais para prosseguir.<ref>{{citecitar booklivro|firstprimeiro =Jack |lastúltimo =Weatherford|titletítulo=Genghis Khan and the Making of the Modern World|pagepágina=173}}</ref>}}
 
== Ver também ==
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* [http://depts.washington.edu/silkroad/maps/rubruck.html Mapa da rota de Rubruck], Silk Road Seattle, University of Washington
* [http://www.theotherside.co.uk/tm-heritage/visit/visit-cassel-mongolia.htm Museu Rubrouck]
* "Willem Van Ruysbroeck" - ''[[EncyclopediaEncyclopædia Britannica]]''.
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{((fr))}} [http://fr.wikisource.org/wiki/Voyage ''"Deux voyages en Asie au XIIIème siècle"'', por Guillaume de Rubruquis, Édition de E. Müller (1888)]
* {{((fr))}} [http://www.angelfire.com/az/univers/Explo.html ''"Les voyageurs occidentaux chez les Mongols au XIII{{e}} siècle : La découverte de l'Autre"'', Sylvie Le Bel, 2000]