Conferência de Berlim: diferenças entre revisões
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[[Imagem:Colonial Africa 1913 map.svg|thumb|upright=1.0|direita|Mapa de África Colonial em 1913.{{Legend|#f7fab2|Bélgica}}{{Legend|#b6e3fc|França}}{{Legend|#bbfdd9|Alemanha}}{{Legend|#fbc5c0|Grã-Bretanha}}{{Legend|#d2f89b|Itália}}{{Legend|#c0a6f2|Portugal}}{{Legend|#eaaff7|Espanha}}{{Legend|#f6f6f6|Estados independentes}}]]
A '''Conferência de Berlim''', também conhecida como '''conferência da África Ocidental''' <ref>[http://www.persee.fr/docAsPDF/polix_0295-2319_2004_num_17_66_1016.pdf ''"L'écriture du diable. Discours précolonial, posture ethnographique et tensions dans l'administration coloniale allemande des Samoa"''], por George Steinmetz. ''Politix'', vol 17 nº 66, 2004, p.49-80, p. 55.</ref> ou '''Conferência do Congo''', realizou-se em [[Berlim]], de [[15 de novembro]] de [[1884]] a [[26 de fevereiro]] de [[1885]], marcando a colaboração [[europeia]] na partição e divisão territorial da [[África]]. Tal divisão não levou em conta as relações [[étnica]]s, [[linguística]] ou mesmo familiares dos [[povo]]s desse [[continente]] mas tão somente os interesses dos [[impérios coloniais]] da época, tratando-se basicamente de estabelecer regras para a [[ocupação]] da [[África]].
Promovido por iniciativa de [[Reino de Portugal|Portugal]] e organizado pelo Chanceler do [[Império Alemão]], [[Otto von Bismarck]], o evento contou com a participação de países europeus ([[Alemanha]], [[Áustria-Hungria]], [[Bélgica]], [[Dinamarca]], [[Reino da Espanha (1874-1931)|Espanha]], [[Terceira República Francesa|França]], [[Reino Unido de Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]], [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]], [[Noruega]], [[Países Baixos]], Portugal, [[Rússia]] e [[Suécia]]) mas também do [[Império Otomano]] e dos [[Estados Unidos]]. O objetivo declarado era o de "regulamentar e [[livre comércio|liberdade do comércio]] nas [[bacia hidrográfica|bacias]] do [[rio Congo|Congo]] e do [[rio Níger|Níger]], assim como novas ocupações de territórios sobre a costa ocidental da África." <ref>{{citar web |url=http://www.casadehistoria.com.br/sites/default/files/conf_berlim.pdf|título=Ata Geral da Conferência de Berlim |acessodata=16 de agosto de 2017}}</ref>
O Império Alemão, país vencedor, não possuía colônias na África, mas tinha esse desejo e viu-o satisfeito, passando a administrar o “[[Sudoeste Africano Alemão|Sudoeste Africano]]” (atual [[Namíbia]]), [[Tanganica]], [[Kamerun|Camarões]] e [[Togolândia]]; os Estados Unidos na altura não tinham mais a colônia da [[Libéria]], independente desde 1847, mas como potência em ascensão foram convidados; o [[Império Otomano]] possuía províncias na África, notadamente o [[Quedivato do Egito|Egito]] (incluindo o futuro [[Sudão Anglo-Egípcio]]) e [[Líbia otomana|Trípoli]], mas seus domínios foram vastamente desconsiderados no curso das negociações e foram arrebatados de seu controle até 1914.▼
Uma conferência anterior ([[Conferência geográfica de Bruxelas]], em 1876) iniciou o debate sobre a partição da região do Congo, que foi dividido em três partes: [[Congo-Léopoldville]], que coube aos belgas, [[Congo-Brazzaville]], atribuída aos franceses, e [[Angola]], que historicamente já pertencia a Portugal. Todas essas regiões formavam o antigo [[Reino do Kongo]]. O principal resultado da conferência de Berlim foi o estabelecimento de regras oficiais de colonização mas, além disso, a conferência gerou uma onda de assinaturas de tratados entre os vários países europeus.
Durante esta conferência, Portugal apresentou um projeto, o famoso [[Mapa cor-de-rosa]], que consistia em ligar [[Angola]] a [[Moçambique]] para haver uma comunicação entre as duas colônias, facilitando o comércio e o transporte de mercadorias. Sucedeu que, apesar de todos concordarem com o projeto, mais tarde a Inglaterra, à margem do [[Tratado de Windsor (1386)|Tratado de Windsor]], surpreendeu com a negação face ao projeto e fez um [[ultimato]], conhecido como [[Ultimato britânico de 1890]], ameaçando guerra se Portugal não acabasse com o projeto. Portugal, com receio de colocar em causa o tratado de amizade e cooperação militar mais antigo do mundo, cedeu às pretensões inglesas e todo o projeto foi anulado.▼
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Como resultado desta conferência, a Grã-Bretanha passou a administrar toda a [[África Austral]], com exceção das colônias portuguesas de Angola e Moçambique e o Sudoeste Africano, toda a [[África Oriental]], com exceção da [[Tanganica]] e partilhou a costa ocidental e o norte com a França, a Espanha e Portugal ([[Guiné-Bissau]] e [[Cabo Verde]]); o [[República Democrática do Congo|Congo]] – que estava no centro da disputa, o próprio nome da Conferência em [[Língua alemã|alemão]] é “Conferência do Congo” – continuou como “propriedade” da [[Associação Internacional do Congo]], cujo principal acionista era o rei [[Leopoldo II da Bélgica]]; este país passou ainda a administrar os pequenos reinos das montanhas a leste, o [[Ruanda]] e o [[Burundi]].▼
▲Durante
▲Como resultado
{{referências}}
== Bibliografia ==
* [[Demetrio Magnoli|MAGNOLI, Demetrio]]. ''História da Paz''. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p. ISBN 85-7244-396-7-32
{{Diplomacia das Grandes Potências}}
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