Georg Friedrich Händel: diferenças entre revisões

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Produziu ainda doze [[concerto grosso|concertos grossos]], publicados em 1740, mas ao contrário das formas padronizadas que estavam em uso, derivadas da [[abertura francesa]] (abertura [[fuga]]da e sequência de danças), da [[sonata de igreja]] (lento-rápido-lento-rápido) ou do modelo de [[Vivaldi]] (rápido-lento-rápido), deu-se grande liberdade na organização dos movimentos e na instrumentação, aproximando-os das estruturas variáveis de [[Arcangelo Corelli]], e geralmente concluía as peças com um movimento leve, em ritmo de dança. São compostos na estrutura da [[Sonata em trio|trio-sonata]], com três vozes principais, com partes extras que têm, segundo Harnoncourt, um caráter de ''[[ad libitum]]'', podendo ser omitidas na execução sem perda essencial. De qualquer forma a prática de instrumentação da época permitia considerável liberdade na escolha dos instrumentos. Podem ser executados como trio-sonatas verdadeiras, somente com três instrumentistas mais o [[baixo contínuo]] para sustentação harmônica, como quartetos, ou como um concerto grosso típico, com um trio formado pelos dois violinos mais o violoncelo solos, o ''concertino'', em oposição a um conjunto orquestral mais numeroso, o ''ripieno''.<ref>[http://books.google.com/books?id=OgUQX5TQKYgC&pg=PA213&dq=haendel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=9#v=onepage&q=haendel&f=false Harnoncourt, pp. 212-223]</ref> Deixou várias [[sonata]]s para instrumento solo - [[violino]], [[flauta]], [[oboé]] - e baixo contínuo, que se inserem no mesmo perfil estético das trio-sonatas, e todas são atraentes por sua liberdade no tratamento da forma e grande invenção melódica. Os instrumentos solistas muitas vezes são intercambiáveis e deixados a critério do intérprete, e o baixo contínuo pode ser realizado de uma variedade de formas - cravo, [[alaúde]], [[tiorba]], ou com [[violoncelo]] ou [[viola da gamba]] ''[[obbligato]]'', etc.<ref>Malina, János. ''Sonatas para Violino e Baixo Contínuo''. Hungaroton, 1996</ref> Suas várias peças para cravo solo foram compostas provavelmente para seu próprio prazer e para o entretenimento de amigos. São em geral fantasias e suítes de danças, e evidenciam seu profundo conhecimento das características peculiares do instrumento, sendo altamente idiomáticas.<ref>Best, Terence. [http://books.google.com/books?id=RDvqOSFpg18C&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=37#v=onepage&q=&f=false ''Handel and the Keyboard'']. IN Burrows, Donald. ''The Cambridge companion to Handel''. Cambridge University Press, 1997. pp. 108-110</ref> Suas ''Lessons'' e ''Suites'' para cravo se tornaram as peças mais populares em seu gênero de sua época, ultrapassando em vendas coleções similares de [[Rameau]], [[Bach]] e [[Couperin]], e foram pirateadas diversas vezes. Também escreveu um volume de fugas didáticas para cravo.<ref>[http://books.google.com/books?id=-Z7VTQC7zt0C&printsec=frontcover&dq=handel&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=2#v=onepage&q=&f=false Lang, pp. 657-660]</ref>
 
As últimas grandes composições instrumentais de Händel foram os três ''[[Concertos a doisDois corosCoros]]'', escritos possivelmenteestreados entre 1747 e 1748 como números de interlúdio para três de seus oratórios, ''Judas Maccabaeus'', ''Joshua'' e ''Alexander Balus''. Sua instrumentação é única na obra orquestral de Händel, exigindo uma clara distribuição das forças em dois grupos - daí o seu nome - um de instrumentos de sopro, o ''primo coro'', e outro composto pela orquestra de cordas e contínuo, o ''secondo coro'', o que possibilitou a exploração de interessantes efeitos [[antífona|antifonais]] pela colocação dos dois grupos afastados entre si no palco. Como era seu hábito, usou material mais antigo, e aparentemente escolheu peças que não haviam caído no gosto popular e assim tinham pouca chance de serem revividas, mas deu-lhes instrumentação toda nova e de grande brilho.<ref>Hicks, Anthony. ''Concerti a due cori''. IN ''Handel: Concerti a due cori''. L'Oiseau-Lyre, 1985</ref>
 
;Entrada para ''The Queen of Sheba''