Caso Pesseghini: diferenças entre revisões
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Os investigadores descartaram a possibilidade do crime ter sido um ataque de criminosos aos dois [[Polícia Militar|PM]]s e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o filho do casal, Marcelo, teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido [[suicídio]].<ref name="terra - Ubisoft repudia" />
O delegado Itagiba Franco, do [[Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa]] (DHPP) de São Paulo, que coordena as investigações do caso das mortes do estudante Marcelo, de seus pais, avó e tia, convocaria o coronel Wagner Dimas, comandante do 18.º Batalhão da Polícia Militar para depor. Dimas disse em entrevista à [[Rádio Bandeirantes]] que
A chefe do DHPP, delegada Elizabete Sato, afirmou que não estavam descartadas outras hipóteses, como crime passional ou vingança. De acordo com a delegada, o local do crime não estava idôneo, ou seja, preservado para perícia, quando policiais civis foram atender a ocorrência, no dia do crime, segunda-feira (05/08), pouco depois das 18h. Naquele dia, cerca de 200 policiais foram até a casa onde a família foi morta. <ref>{{citar web|URL = http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/08/13/delegada-afirma-que-investiga-motivacao-passional-ou-vinganca-em-chacina-da-brasilandia.htm|título = Delegada diz não descartar motivação passional ou vingança em chacina da Brasilândia|data = 13 de agosto de 2013|acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref>
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O laudo psiquiátrico sobre o perfil de Marcelo Pesseghini (exame de insanidade mental póstumo retrospectivo), feito somente a partir de análises baseadas em depoimentos e entrevistas, e assinado pelo psiquiatra forense [[Guido Arturo Palomba|Guido Palomba]], indica que o estudante sofria de uma “encefalopatia hipóxica” (falta de oxigenação no cérebro) que o fez desenvolver um "delírio encapsulado”. O psiquiatra compara essa perda da noção de realidade vivida por Pesseghini com a do personagem do jogo Assassin´s Creed. Isso obviamente não explica como o menino teria desenvolvido habilidade, coragem, força física e inteligência para cometer uma chacina com características de assassinos profissionais. <ref>{{citar web|URL = http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/09/laudo-aponta-doenca-mental-e-compara-filho-de-pms-dom-quixote.html|título = Laudo aponta doença mental e compara filho de PMs a Dom Quixote|data = 23 de setembro de 2013|acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref>
Um parecer médico-legal enviado em fevereiro de 2014 ao TJ-SP ([[Tribunal de Justiça de São Paulo]]) e ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) aponta "erros inaceitáveis" nos laudos do Instituto de Criminalística e
A polícia confirmou que uma
A
A Vara da Infância e Juventude do [[Tribunal de Justiça de São Paulo]] negou pedido de reabertura do inquérito do caso Marcelo Pesseghini, segundo informações do
Pela segunda vez, a Justiça negou a reabertura do caso. No dia 23 de fevereiro de 2015, o [[Tribunal de Justiça de São Paulo]] não aceitou o pedido feito por Roselle Soglio, advogada contratada pelos avós paternos do menino Marcelo. ''"Vamos recorrer ao''
===Dúvidas===
Uma vizinha disse ter visto duas pessoas — entre elas, um policial militar fardado — pularem o muro da casa do casal de PMs Andreia Bovo Pesseghini e Luís Marcelo Pesseghini, por volta das 12h de segunda-feira (05/08), e comentarem que a família estava morta. ''"Eles saíram e só às sete horas da noite que veio aparecer alguém"''. Segundo a polícia, a corporação só foi notificada após as 18h de segunda-feira. A mulher diz não acreditar que o menino tenha sido o assassino da família e que o alvo era a mãe, "que estava investigando alguma coisa errada na [[Freguesia do Ó (bairro de São Paulo)|Freguesia do Ó]]". Ainda segundo o relato, ela foi encontrada “de joelhos” porque teria implorado para não atirarem. Além disso, a vizinha diz que um Meriva de cor prata estava rondando a casa com frequência, há meses, e passando informações sobre a cor da casa, do carro e quem entrava e saía. Todas as vítimas levaram um único tiro na cabeça. A família dos PMs não acredita na versão apresentada pela polícia. O irmão de Bernardete e Benedita, e tio de Andreia, que não quer ser identificado, disse ter recebido dois telefonemas que seriam da escola de Marcelo, logo que entrou na casa, quando os corpos foram achados. ''"A voz de uma mulher falou, 'é a casa do Marcelinho?'. Eu falei, 'quem quer falar com ele?'. Ela disse, 'é da escola, é porque o Marcelinho não veio para a escola hoje'"''. <ref>{{citar web|URL = http://noticias.r7.com/sao-paulo/chacina-em-familia-vizinha-diz-ter-visto-pm-pular-muro-de-casa-antes-de-crime-ser-notificado-08082013|título = Chacina em família: vizinha diz ter visto PM pular muro de casa antes de crime ser notificado|data = 08 de agosto de 2013|acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref>
O [[Deputado estadual|deputado estadual]] [[Sérgio Olímpio Gomes|Major Olímpio Gomes]] (PDT) disse que a cabo da PM, morta com a família, foi convidada por outros policiais militares do [[Anexo:Lista_de_Batalhões_da_Polícia_Militar_do_Estado_de_São_Paulo#18.C2.BA_Batalh.C3.A3o_de_Pol.C3.ADcia_Militar_Metropolitano_-_18.C2.BA_BPM.2FM|18° Batalhão]] para participar de furtos a caixas eletrônicos. “Eu recebi de policiais da própria [[Zona Norte de São Paulo|Zona Norte]], que eu conheço, a informação de que a cabo Andreia foi convidada por colegas para participar do furto de caixas eletrônicos”, afirmou major Olímpio. De acordo com o deputado estadual, ele recebeu a denúncia de militares de várias unidades e diversas patentes no fim de semana, e na segunda-feira (12/08) relatou o fato ao coronel Rui Conegundes, comandante da [[Corregedoria]] da PM. Segundo relato de Major Olímpio, os policiais que fizeram denúncias dizem que
A cabo Andreia Bovo Pesseghini, morta com a família, teria denunciado o esquema de PMs corruptos, mas para surpresa dos advogados, essa investigação até agora não foi localizada - ela simplesmente desapareceu. A [[Justiça militar|Justiça Militar]] informou que a sindicância interna nunca virou [[Inquérito Policial Militar|inquérito policial militar]] - ou seja,
Roselle Soglio, [[advogada]] da família, levanta 14 exemplos de
# '''Testemunha mente em depoimento: '''A principal testemunha do caso, que afirma que Marcelo Pesseghini sabia dirigir e atirar, disse que a família realizou um churrasco no dia dos assassinatos, mas ingressos de cinema comprovaram que eles passaram a tarde em um shopping center.
# '''Testemunha se contradiz: '''Segundo a advogada, essa mesma testemunha dá depoimentos contraditórios: ora diz que viu a mochila de Marcelo, ora diz que não. Ele também afirma e depois nega que a porta da casa da família estivesse fechada.
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O presidente da Comissão de Segurança Pública da [[Ordem dos Advogados do Brasil]] da Seccional São Paulo (OAB-SP), Arles Gonçalves Júnior, disse que a execução da família Pesseghini demorou cerca de 10 minutos, segundo testes feitos na residência na [[Brasilândia (bairro de São Paulo)|Brasilândia]], onde os cinco corpos foram encontrados. O chefe direto da cabo Andreia, o capitão Laerte Araquém Fidelis Dias, da 1ª Companhia do 18º Batalhão, na Freguesia do Ó, disse que desconhecia que o filho da PM era portador de uma doença degenerativa. Ele a descreveu como uma pessoa alegre e sorridente, que nunca transpareceu problemas. Outro ex-chefe da cabo ouvido no [[Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa]] (DHPP) foi o capitão Fábio Paganotto, ex-comandante da 1ª Companhia do 18º batalhão. A Corregedoria da PM investiga uma denúncia de que Paganotto foi alertado pela cabo sobre um esquema de furtos a caixas eletrônicos praticados por policiais que trabalhavam com ela. Paganotto saiu do DHPP sem falar com a imprensa. <ref>{{citar web|URL = http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,morte-de-familia-de-pms-levou-10-minutos,1068129|título = Morte de família de PMs levou 10 minutos|data = 26 de agosto de 2013|acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref>
O [[Médico legista|médico legista]] e professor da UFAL ([[Universidade Federal de Alagoas]]) [[George Sanguinetti]], que ficou conhecido por refazer o laudo das mortes do casal [[Paulo César Farias|Paulo Cesar Farias]] e [[Suzana Marcolino]] e apontar que eles foram assassinados em 1996, afirmou em entrevista ao [[UOL]] que o filho do casal de policiais militares também foi assassinado junto com os pais. Ao analisar as fotos do local em que os corpos de Marcelo e dos pais foram encontrados, Sanguinetti afirma que a posição do adolescente não é compatível com a de um [[Suicídio|suicídio]], e sim, com a de um [[assassinato]]. ''"A posição em que o corpo do menino caiu, com a mão direita em cima do lado esquerdo da cabeça, e o braço esquerdo dobrado para trás, com a palma da mão esquerda aberta para cima, não é compatível com a posição de um suicida, e sim, de uma pessoa que foi assassinada"'', diz. ''"A configuração dos braços e o jeito como o corpo caiu não são encontrados em casos de suicídio. Ele não foi o autor do tiro, com certeza. Outros detalhes chamam a atenção. O menino toca só levemente na arma, enquanto nos suicídios a arma fica fixa na mão. Além disso, a mão esquerda — e o menino é canhoto — apresenta uma ferida recente no pulso, que não foi explicada. Na palma da mão, há evidência de que ele antepôs alguma defesa, de que tentou uma reação. Não tenho dúvida de que a cena foi montada. Ela não é natural. Houve manuseio do corpo. Tenho mais de 40 anos de [[Medicina legal|medicina legal]] e posso dizer, com firmeza, que não foi o menino quem atirou. Se não tivesse certeza, não afirmaria isso. Fiz simulações do fato e, em nenhuma hipótese, o corpo fica daquele jeito. A posição da mãe é a de uma pessoa que estava em submissão para execução. Se estivesse em outra posição, não teria caído como caiu, com 85% do peso fora do colchão, ajoelhada.
Além dessas evidências, o próprio padrão do crime seria muito atípico segundo escreveu o [[Psiquiatra|psiquiatra]] forense da [[USP]] Daniel Martins de Barros em sua coluna no [[Estadão]], já que no parricídio (crime de matar os pais) o autor raramente comete suicídio, enquanto no familicídio (matar a família toda) o criminoso geralmente é o pai. <ref>{{citar web|URL = http://blogs.estadao.com.br/daniel-martins-de-barros/familicidio/|título = Familicídio?|data = 06 de agosto de 2013|acessadoem = |autor = |publicado = }}</ref>
Segundo Kathleen Heide, professora da Universidade do Sul da Flórida, são "extremamente raros nas estatísticas científicas, ao redor do mundo e ao longo do tempo, agressores tão jovens". ''"Outra característica pouco usual é a morte de vários membros da família de uma só vez. A maioria desses crimes ocorre quando um único filho mata um único parente"'', explica ela. Estudos de Heide apontaram três tipos de agressores: aqueles abusados pelos pais, os que apresentam transtornos mentais graves e os antissociais. Para Paula Inez Cunha Gomide, presidente da [[Sociedade Brasileira de Psicologia]] e pesquisadora de parricídio no Brasil, Marcelo não parece sofrer de um transtorno mental claro nem de personalidade antissocial, dois dos três tipos de agressores identificados por Heide. ''"O psicopata não se arrepende e o psicótico tem histórico de surtos e alucinações, que teriam vindo à tona"''. Como Marcelo, na hipótese investigativa atual, teria cometido suicídio após matar os familiares, o caso não se encaixaria no tipo psicopata nem no antissocial. Ainda assim, a especialista questiona a conclusão de parricídio:
Os laudos do inquérito não indicam a autoria dos crimes. A opinião é de Fernanda de Almeida Carneiro, advogada criminalista e professora da Escola de Direito do Brasil. De acordo com os documentos,
==Repercussão==
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* [[Caso Mércia Nakashima]]
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{{Criminalidade no Brasil no século XXI}}
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