Escorbuto: diferenças entre revisões
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O '''escorbuto''' (do [[latim]] ''scorbutus'') é uma [[doença]] que tem como primeiros sintomas [[hemorragia]]s nas [[gengiva]]s, [[wikt:tumefação|tumefação]] [[wikt:purulento|purulenta]] das gengivas ([[inchaço]] com [[pus]]), dores nas [[Articulação|articulações]], feridas que não [[cicatrização|cicatrizam]], além de desestabilização dos [[dente]]s. É provocada pela [[hipovitaminose|carência grave de vitamina]] C na dieta.
Há mais de duzentos anos, já se sabia que alguns alimentos eram necessários para manter-nos saudáveis. Percebeu-se, por exemplo, que os marinheiros que ficavam muito tempo no mar acabavam doentes. Esses homens, que consumiam principalmente [[
Por volta de 1800, descobriu-se que esse mal poderia ser evitado se fossem acrescentados à sua dieta suco de [[limão]] e repolho azedo. Muito mais tarde, verificou-se que esses alimentos contêm grande quantidade de vitamina C e que a ingestão diária de pequenas doses dessa vitamina evita o escorbuto.
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==Etimologia==
A palavra chegou ao [[Língua portuguesa |português]] do [[Língua castelhana|espanhol]] e este a tirou do [[Língua francesa|francês]]: "scorbut", que existe desde meados do século XVI, advinda do [[
== História ==
Existem registos sobre o escorbuto desde cerca de [[1500 a.C.]], no [[Antigo Egito]]; mais tarde, [[Hipócrates]] descreveu também a doença. Na [[Idade Média]] o escorbuto desempenhou um papel importante em alguns conflitos: o exército de [[Luís IX de França]] foi severamente afetado pelo escorbuto nos finais da [[Sétima Cruzada]], evitando a conquista do [[Egito]]. Era uma doença conhecida das [[Países nórdicos|zonas nórdicas]], especialmente durante os [[
A doença é mais bem descrita, falada, e popularizada nas viagens marítimas do [[século XVI]]. Cerca de quatro quintos da tripulação de [[Fernão de Magalhães]] foi mortalmente vitimada pelo escorbuto. [[Vasco da Gama]] também perdeu grande parte da sua tripulação, cerca de dois terços, na viagem de [[Descoberta do caminho marítimo para a Índia|descoberta da via marítima para a Índia]].
O [[explorador]] [[França|francês]] [[Jacques Cartier]] quase falhou a sua missão de exploração do [[Rio São Lourenço (América do Norte)|rio São Lourenço]] quando a sua comitiva adoeceu, tendo esta sido salva pelos ensinamentos médicos dos [[povos ameríndios]]; estes usavam uma [[infusão]] de [[cedro]], rica em vitamina C, para curar o escorbuto. Foi estimado que cerca de um milhão de marinheiros sucumbiram ao escorbuto nos [[século XVII|séculos XVII]] e [[século XVIII|XVIII]].
Em [[1747]], o [[cirurgião]] [[Escócia|escocês]] [[James Lind]] conduziu uma experiência, considerada como o primeiro ensaio clínico registado na história da [[Medicina]]. A bordo do navio HMS Salisbury, Lind dividiu um grupo de doze marinheiros afectados pelo escorbuto em diferentes grupos, que receberam diferentes formas de [[terapia]]. O grupo com acesso a [[laranja]]s e [[Limão|limões]] recuperou da doença. Lind publicou os seus resultados em [[1753]], mas a introdução de [[Suco|sumo]] de limão ou [[lima (fruta)|lima]] na dieta dos marinheiros [[britânicos]] só surgiu cerca de quatro décadas mais tarde, por decisão do almirantado britânico em [[1795]].
O escorbuto existe ainda na atualidade, não só entre populações sem acesso a uma alimentação equilibrada, mas também nos países desenvolvidos entre a população com baixos níveis de consumo de fruta e legumes frescos.<ref>David L. Nelson, Michael M. Cox , "Lehninger Principles of Biochemistry", 4ª edição, W. H. Freeman, 2005, ISBN 978-0-7167-4339-2</ref> O tratamento baseia-se na ingestão de frutas, legumes e vegetais frescos e administração de vitamina C.
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