Pico Diamante: diferenças entre revisões

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O '''''Pico Diamante''''' foi uma [[Embarcação|embarcação]] pesqueira especializada na captura do [[Peixe espada preto|peixe espada preto]] propriedade da empresa madeirense Sociedade de Pescas Lda.<ref>[http://sopeixe.com/ Sopeixe Madeira – Sociedade de Pescas Lda.] Site da Sociedade de Pescas Lda.</ref> que se afundou no [[Oceano Atlântico]] a 300 quilómetros a sudoeste da [[Ilha do Pico]] causando a morte ao mestre da embarcação, João José de Abreu.
 
==Dados da embarcação==
A [[Embarcação|embarcação]] Pico Diamante, especializada na captura de [[Peixe espada preto|peixe espada preto]], foi inaugurada no dia 18 de Abril de 2007 com a presença do Presidente do [[Governo Regional da Madeira]], [[Alberto João Jardim|Dr. Alberto João Jardim]].<ref>[http://www.dnoticias.pt/multimedia/video/155773-sopeixe-baptizou-novo-navio-da-frota Site do Diário de Notícias da Madeira (18.04.2008]</ref>.
 
Esta [[Embarcação|embarcação]] pesqueira, propriedade da empresa Sopeixe Madeira – Sociedade de Pescas, Lda., terá custado cerca de 827 mil euros e significou um reforço na qualidade da frota pesqueira [[Região Autónoma da Madeira|madeirense]]. A construção do Pico Diamante beneficiou do apoio comunitário previsto no POPRAM II – MARRAM sendo que a [[União Europeia]] custeou 50% do valor do barco e o restante encargo foi suportado pelo [[Armador|armador]]. O espadeiro, de cerca de 15 metros de comprimento e com capacidade para 37 m³ de [[Peixe|pescado]],<ref>[http://www.dnoticias.pt/multimedia/video/155773-sopeixe-baptizou-novo-navio-da-frota Site do Diário de Notícias da Madeira (18.04.2008]</ref>, funcionava com uma tripulação de 10 homens, todos residentes em [[Câmara de Lobos]], liderados pelo experiente [[Mestre (náutica)|mestre]] João José de Abreu. Era um [[Embarcação|embarcação]] moderna, dotada de sofisticados meios de navegação e comunicação, de [[Convés|convés]] fechado, o que possibilitava aos pescadores trabalharem abrigados mesmos em condições meteorológicas adversas. A [[Embarcação|embarcação]] disponha de um novo sistema automatizado para a pesca do [[Peixe espada preto|peixe espada preto]]. A inovação permitia reduzir os anteriores 45 minutos necessários para fazer emergir os cabos e bóias de pesca.
 
Esta [[Embarcação|embarcação]] pesqueira, propriedade da empresa Sopeixe Madeira – Sociedade de Pescas, Lda., terá custado cerca de 827 mil euros e significou um reforço na qualidade da frota pesqueira [[Região Autónoma da Madeira|madeirense]]. A construção do Pico Diamante beneficiou do apoio comunitário previsto no POPRAM II – MARRAM sendo que a [[União Europeia]] custeou 50% do valor do barco e o restante encargo foi suportado pelo [[Armador|armador]]. O espadeiro, de cerca de 15 metros de comprimento e com capacidade para 37 m³ de [[Peixe|pescado]]<ref>[http://www.dnoticias.pt/multimedia/video/155773-sopeixe-baptizou-novo-navio-da-frota Site do Diário de Notícias da Madeira (18.04.2008]</ref>, funcionava com uma tripulação de 10 homens, todos residentes em [[Câmara de Lobos]], liderados pelo experiente [[Mestre (náutica)|mestre]] João José de Abreu. Era um [[Embarcação|embarcação]] moderna, dotada de sofisticados meios de navegação e comunicação, de [[Convés|convés]] fechado, o que possibilitava aos pescadores trabalharem abrigados mesmos em condições meteorológicas adversas. A [[Embarcação|embarcação]] disponha de um novo sistema automatizado para a pesca do [[Peixe espada preto|peixe espada preto]]. A inovação permitia reduzir os anteriores 45 minutos necessários para fazer emergir os cabos e bóias de pesca.
==Naufrágio==
O Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo da [[Ponta Delgada]] recebe a 13 de Abril de 2010 pelas 20.05 horas (hora local, 21.05 em [[Portugal Continental]]) um pedido de socorro da [[Embarcação|embarcação]] de pesca Pico Diamante. O navio encontrava-se a cerca de 170 [[Milha náutica|milhas náuticas]] a sudoeste da [[Ilha de Santa Maria]].O Pico Diamante naufragou, com dez tripulantes a bordo, cerca das 19.19 horas (hora local, 20.19 hora de [[Portugal Continental]]) vítima das más condições climatéricas verificadas no local onde se encontrava a exercer a sua actividade.
 
O afundamento terá sido provocado por três vagas seguidas, intercaladas por segundos, com cinco a seis metros de altura. De acordo com um dos sobreviventes a primeira onda terá atingido a [[Embarcação|embarcação]] na [[Anexo:Terminologia náutica|proa]] o que permitiu a entrada de água no navio, a segunda onda, poucos segundos depois, colocou a [[Embarcação|embarcação]] numa posição assaz inclinada deixando-a vulnerável a uma terceira vaga que terá provocado o afundamento.<ref>[http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/193571/madeira/206618-pico-diamante-afundada-por-vagas-de-6-metros Site oficial do Diário de Notícias da Madeira]</ref>.Dos dez tripulantes apenas o mestre, João José de Abreu, não conseguiu alcançar a balsa de salvamento. Elementos da tripulação afirmam ter visto o seu mestre, a cerca de 40 metros da balsa de salvamento, agarrado a uma bóia. Contudo a forte ondulação acabaria por afastá-lo dos restantes companheiros.
 
Cerda de meia hora mais tarde chega ao local do naufrágio a [[Embarcação|embarcação]] Pico Douro, pertencente ao mesmo [[Armador|armador]], cujo mestre era irmão do mestre entretanto desaparecido. Apesar do mau tempo que se fazia sentir os nove pescadores recusaram abandonar o local do naufrágio sem o corpo do seu mestre.
 
O corpo do mestre João José de Abreu só seria resgatado por volta das 21.35 horas (hora local, 22.35 horas em [[Portugal Continental]]) apresentado sinais de [[Hipotermia|hipotermia]] tendo sido acompanhado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes - Mar (CODU-MAR) do [[INEM]], que confirmou o óbito às 22.29 horas (hora local, 23.29 horas em [[Portugal Continental]]).
 
A [[Corveta|corveta]] da [[Marinha Portuguesa]] “[[Classe João Coutinho|João Coutinho]]” partiu do porto de [[Ponta Delgada]] ao encontro do barco Pico Douro com o objectivo de recolher os tripulantes naufragados bem como o cadáver do mestre da embarcação. Devido às condições atmosféricas adversas não foi possível realizar o transbordo tendo a corveta João Coutinho se limitado a acompanhar a embarcação Pico Douro.<ref>[http://www.destak.pt/artigo/60363 Diário Destak (15.04.2010)]</ref>.
 
Nas tarefas de busca e salvamento, para além da [[Embarcação|embarcação]] Pico Douro, foram utilizados meios da [[Força Aérea Portuguesa]] e o [[NRP|N.R.P.]] “[[Classe João Coutinho|João Coutinho]]” da [[Marinha Portuguesa]].<ref>[http://www.marinha.pt/PT/noticiaseagenda/comunicados/comunicados2010/Pages/afundamentoembarcacaopicodiamante.aspx Comunicado da Marinha Portuguesa em 14.04.2010]</ref>.
 
O transbordo dos náufragos para a [[Corveta|corveta]] “[[Classe João Coutinho|João Coutinho]]” só aconteceria por volta das 19.40 horas (hora local, 20.40 horas de [[Portugal Continental]]) do dia 15 de Abril chegando o mesmo ao porto de [[Ponta Delgada]] por volta das 01.45 horas (hora local, 02.45 horas de [[Portugal Continental]]) do dia 16 de Abril.<ref>[http://www.dnoticias.pt/actualidade/madeira/210220-tripulantes-da-pico-diamante-ja-chegaram-a-smiguel Site do Diário de Notícias da Madeira em 16.04.2010]</ref>. A bordo da [[Corveta|corveta]], para além do corpo do mestre João José de Abreu, seguiam os nove náufragos bem como os dez tripulantes da embarcação Pico Douro que permaneceria atracada em [[Vila do Porto]].
 
Os pescadores das duas embarcações chegariam à [[Ilha da Madeira]] por volta das 14.30 horas do dia 17 de Abril, de avião. O corpo do mestre permaneceria ainda em [[Ponta Delgada]] para ser [[Autópsia|autopsiado]] tendo o processo de transladação do corpo, bem como a resolução da tramitação legal, ficado a cargo de uma agência funerária.<ref>[http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=2&id=150069&sdata=2010-04-17 Site do Jornal da Madeira (17.04.2010]</ref>. Os nove náufragos, bem como os dez tripulantes do navio Pico Douro, foram recebidos no [[Aeroporto Internacional da Madeira]] por inúmeros familiares num clima marcado por um misto de consternação e tristeza. Também marcaram presença inúmeras entidades oficiais tais como o Secretário Regional dos Recursos Humanos e o [[Presidente da câmara municipal|Presidente da Câmara Municipal]] de [[Câmara de Lobos]].<ref>[http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=2&id=150154&sdata=2010-04-18 Site do Jornal da Madeira (18.04.2010)]</ref>.
 
O enterro do mestre João José de Abreu teria lugar no dia 20 de Abril, uma semana após o naufrágio, no Cemitério Municipal de [[Câmara de Lobos]]. A enorme afluência de populares vindos de toda a ilha, e dos mais diversos quadrantes sociais, constituiu uma digna homenagem de despedida ao mestre João José de Abreu.
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