Alexandre III da Rússia: diferenças entre revisões

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== Características ==
[[Ficheiro:1865._Цесаревич_Александр_Александрович.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|''Alexandre III durante a sua juventude'', por [[Sergey Lvovich Levitsky]]]]
Alexandre nasceu em [[São Petersburgo]], sendo o segundo filho do czar [[Alexandre II da Rússia]] e da sua esposa [[Maria Alexandrovna (Maria de Hesse e Reno)|Maria Alexandrovna]].
 
Em personalidade tinha muito poucas semelhanças com o seu pai de coração mole e liberal e ainda menos com o seu tio-avô [[Alexandre I da Rússia|Alexandre I]], conhecido por ser requintado, filosófico, sentimental e gracioso. Apesar de ser um apreciador entusiástico de ballet, ao czarevitch Alexandre Alexandrovitch faltavam o requinte e elegância necessários a membros da realeza. De fato, Alexandre orgulhava-se do fato de ser feito da mesma textura forte que caracterizava a maioria dos seus súditos. A sua honestidade cega, modos abruptos temperados por vezes de mau-humor, encaixavam-se perfeitamente na sua estatura gigantesca. Alexandre era também conhecido pela sua grande força física. A sua educação não foi dada no sentido de suavizar estas características.
 
[[Ficheiro:Szása és Minnie in 1868.jpg|thumb|direita|upright=1.0|Alexandre III com a sua esposa [[Maria Feodorovna (Dagmar da Dinamarca)|Maria Feodorovna]] em 1868]]Talvez o testemunho do artista [[Aleksandr Benois]] descreva bem a personalidade de Alexandre III:
[[Ficheiro:1865._Цесаревич_Александр_Александрович.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|''Alexandre III durante a sua juventude'', por [[Sergey Lvovich Levitsky]]]]
 
{{quote2|''Depois de uma actuação do ballet "Czar Kandav" no Teatro de Mariinsky, vi pela primeira vez o imperador. Fiquei impressionado com o seu tamanho e, embora fosse desajeitado e pesado, continuava a ser uma figura poderosa. De facto, havia nele algo de "muzhik" (camponês russo). A expressão dos seus olhos brilhantes também me impressionou. Enquanto ele passava por onde eu estava, levantou a cabeça por um segundo e, até hoje, recordo-me do que senti quando os nossos olhos se cruzaram. Era um olhar frio como o aço, no qual havia algo ameaçador, até assustador e atingiu-me como um golpe. Um olhar do czar! O olhar de um homem que estava acima de todos os outros, mas que carregava um fardo monstruoso e vivia cada minuto com medo pela sua vida e pela vida de todos os que lhe eram queridos. Em anos posteriores encontrei-me com o imperador várias vezes e não me senti nem um pouco tímido. Em certas ocasiões o czar Alexandre III chegava a ser gentil, simples e até… caseiro.''}}
 
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== Vida familiar ==
[[Ficheiro:CáricsaládSzása 1893és Minnie in 1868.jpg|miniaturadaimagemthumb|direita|upright=1.0|Alexandre III (sentado à direita) com a sua esposa, [[Maria Feodorovna (sentadaDagmar à esquerda) e os seus cinco filhos: (da esquerda para a direitaDinamarca)|Maria Nicolau,Feodorovna]] Jorge,em Olga, Xenia e Miguel (sentado).1868]]
Após o assassinato do seu pai, Alexandre III foi aconselhado a deixar o [[Palácio de Inverno]], em [[São Petersburgo]], uma vez que seria difícil manter a família em segurança nesse edifício. Assim, Alexandre mudou-se para o [[Palácio de Gatchina]], localizado 30km a sul de São Petersburgo, que se tornou a sua residência principal. A partir desse momento, as visitas de Alexandre a São Petersburgo começaram a ser raras e sempre acompanhadas de grandes medidas de segurança e, passou a preferir alojar-se no [[Palácio de Anichkov]] e não no Palácio de Inverno.
 
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Alexandre acabaria por se apaixonar por Dagmar, que ao casar adotou o nome de Maria Feodorovna, e os dois tiveram seis filhos juntos, cinco dos quais chegaram à idade adulta: [[Nicolau II da Rússia|Nicolau]] (n. 1868), [[Jorge Alexandrovich da Rússia|Jorge]] (n. 1871), [[Xenia Alexandrovna da Rússia|Xenia]] (n. 1875), [[Miguel Alexandrovich da Rússia|Miguel]] (n. 1878) e [[Olga Alexandrovna da Rússia|Olga]] (n. 1882). Segundo relatos da época, Alexandre tinha uma relação mais próxima com os seus dois filhos mais novos.
 
[[Ficheiro:Cáricsalád 1893.jpg|miniaturadaimagem|upright=1.0|esquerda|Alexandre III (sentado à direita) com a sua esposa, Maria Feodorovna (sentada à esquerda) e os seus cinco filhos: (da esquerda para a direita) Nicolau, Jorge, Olga, Xenia e Miguel (sentado).]]
Todos os verões, os seus sogros, o rei [[Cristiano IX da Dinamarca|Cristiano IX]] e a rainha [[Luísa de Hesse-Cassel|Luísa da Dinamarca]], organizavam uma reunião familiar nos palácios dinamarqueses de [[Palácio de Fredensborg|Fredensborg]] e [[Palácio de Bernstorff|Bernstorff]], nas quais Alexandre, Maria e os filhos se juntavam ao resto da família na Dinamarca.<ref>Van Der Kiste, John ''The Romanovs: 1818–1959'' (Sutton Publishing, 2003), p. 151</ref> A sua cunhada, a [[Alexandra da Dinamarca|princesa de Gales]], também se juntava a eles, vinda da Grã-Bretanha, assim como o rei [[Jorge I da Grécia]] e a rainha [[Olga Constantinovna da Rússia|Olga]], que era prima direita de Alexandre e uma Romanov por nascimento. Ao contrário das medidas de segurança às quais se encontravm sujeitos na Rússia, Alexandre e Maria podiam passear em relativa liberdade quando se encontravam na Dinamarca. Em certa ocasião, quando uma destas reuniões familiares estava prestes a terminar, o czar terá dito ao [[Eduardo VII do Reino Unido|príncipe]] e à princesa de Gales que os invejava, uma vez que eles podiam regressar para um lar feliz na Inglaterra, enquanto que ele tinha de voltar para a sua prisão na Rússia.<ref name=":0">Van Der Kiste, p. 152</ref> Na Dinamarca, podia divertir-se com os seus filhos em poças cheias de lama, à procura de sapos, escapar-se para o pomar do seu sogro para roubar maçãs, e pregar partidas aos seus familiares. Uma das suas partidas mais conhecidas foi ligar uma mangueira e apontá-la ao rei [[Óscar II da Suécia]].<ref name=":0" />