Tenentismo: diferenças entre revisões

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{{História do Brasil}}
O '''tenentismo''' foi o nome dado ao movimento político-militar, e à série de rebeliões de jovens [[Hierarquia militar (do Brasil)|oficiais]] de baixa e média patente do [[Exército Brasileiro]] no início da década de 1920 descontentes com a situação política do [[Brasil]]. Aconselhavam reformas na estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o fim do voto aberto (fim do [[voto de cabresto]]), instituição do [[voto secreto]] e a reforma na educação pública.<ref name="cpdoc1">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/MovimentoTenentista|titulo=Movimento Tenentista - CPDOC - FGV|acessodata=13/06/2015}}</ref>
 
Os movimentos tenentistas foram: a [[Revolta dos 18 do Forte de Copacabana]]<ref name="cpdoc3">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/18Forte|titulo=18 do Forte - CPDOC - FGV|acessodata=13/06/2015}}</ref> em 1922, a [[Revolta Paulista de 1924|Revolução de 1924]]<ref name="cpdoc2">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Levantes1924|titulo=Levantes de 1924 - CPDOC - FGV|acessodata=13/06/2015}}</ref> a [[Comuna de Manaus]]<ref name="cuca">{{citar web|url=http://rachacuca.com.br/educacao/historia-do-brasil/movimentos-tenentistas/|titulo=Movimentos Tenentistas|acessodata=13/06/2015}}</ref> de 1924 e a [[Coluna Prestes]].<ref name="cpdoc4">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/ColunaPrestes|titulo=Coluna Prestes - CPDOC - FGV|acessodata=13/06/2015}}</ref>
 
== Contexto ==
{{Reciclar|Esta seção|data=outubro de 2017}}
A sucessão ao governo estadual de [[Pernambuco]], onde houve a intromissão de [[Hermes da Fonseca]] e sua consequente prisão, precipitaramprecipitou a revolta do [[Forte de Copacabana]] em 1922. Tal movimento não possuía uma proposta definida, tendo conteúdo mais corporativista, de defesa da instituição militar. DeflagravaDeflagravou-se assim o tenentismo.
 
O movimento tenentista não conseguiu produzir resultados imediatos na estrutura política do país, já que nenhuma de suas tentativas teve sucesso, mas conseguiu manter viva a revolta contra o poder das oligarquias, representado na [[Política do café com leite]]. No entanto, o tenentismo preparou o caminho para a [[Revolução de 1930]], que alterou, definitivamente, as estruturas de poder no país.
 
O Movimentomovimento Tenentistatenentista surgiu nos quartéis espalhados em todo território nacional a partir da década de 1920. Segundo [[Paulo Sérgio Pinheiro]] em "Estratégias da Ilusão", em [[5 de julho]] de 1922 ocorreu a primeira revolta que teve uma forte influência dos tenentes, conhecida como [[Revolta dos 18 do Forte de Copacabana|Os 18 do Forte]], que se opunha à posse do presidente eleito [[ArthurArtur Bernardes]]. Os revoltosos, além de contestarem as bases da [[República Velha]], também estavam inconformados com a demissão do marechal [[Marechal Hermes da Fonseca]] da presidência do [[Clube Militar]]. Deste movimento participaram o Capitãocapitão [[Hermes da Fonseca Filho]], o Tenentetenente [[Eduardo Gomes]], o Tenentetenente [[Antônio de Siqueira Campos|Siqueira Campos]] entre outros<ref name="IE18">{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia/revolta-dos-18-do-forte-de-copacabana/|título=Revolta dos 18 do Forte de Copacabana|autor=Valquiria Velasco|obra= [[InfoEscola.com]]|acessodata=07/10/17}}</ref>. Na [[Marinha do Brasil]], destacaram-se os tenentes [[Protógenes Pereira Guimarães]], [[ErnaniErnâni do Amaral Peixoto]] e [[Augusto do Amaral Peixoto]].
 
== Coluna Prestes ==
{{Mais informações|Coluna Prestes}}
Debelada a revolta, ressurge o movimento armado em 5 de julho de 1924 emressurgiu [[Sãoo Paulo]],movimento que conseguiu dominar a capital do Estado,armado dirigido pelo Generalgeneral [[Isidoro Dias Lopes]] em [[São Paulo]]. Essas tropas rebeldes tenentistas retiram-seconseguiram dadominar a capital dedo Sãoestado, Paulomas retiraram-se mase, de armas na mão, percorrempercorreram todogrande oparte do interior do Brasil;. noNo [[Rio Grande do Sul]] receberam a adesão de novos sublevados, como a do Capitãocapitão [[Luís Carlos Prestes]]. Quando passaram pela [[Paraíba]], enfrentaram as tropas do Padrepadre [[Aristides Ferreira da Cruz]], chefe político de [[Piancó]], que foi derrotado e assassinado. A essa altura participam, entre outros, [[Djalma Soares Dutra]], [[Juarez Távora]], [[Cordeiro de Farias]], [[João Alberto]]{{dn}} e [[Miguel Costa]]. Na sua maioria eram tenentes ou outrasoutros patentesoficiais mais graduadasgraduados.
 
A Coluna Prestes, como passou a ser chamada, após dois anos de luta, enfrentando tropas governistas e tropas de polícias estaduais, além de “Provisórios”“provisórios” armados às pressas no sertão do Nordeste, sempre se deslocando de um lugar para outro, terminaram internando-se na [[Bolívia]].
 
== Aliança Liberal e a Revolução de 1930 ==
{{Mais informações|Aliança Liberal|Revolução de 1930}}
O tenentismo passapassou a participar da [[Aliança Liberal]] em [[1929]], com exceção de Luís Carlos Prestes. A Aliança Liberal era formada pelos presidentes de Rio Grande do Sul, [[Minas Gerais]] e Paraíba. A Aliança pregava a justiça trabalhista, o voto secreto e o voto feminino.
 
O tenentismo, em sua grande maioria, apoiou esse movimento e, depois da vitória e posse de [[Getúlio Vargas]], vários tenentes tornaram-se interventores. Luís Carlos Prestes não apoiou o movimento de 1930, pois aderira ao [[comunismo]] em maio daquele ano. Siqueira Campos, que seria um dos líderes, falecera em acidente aéreo, também em 1930. Esse foi o caso de [[Juracy Magalhães]] na [[Bahia]], [[Landri Sales]] no [[Piauí]], [[Magalhães Almeida]] no [[Maranhão]] e [[Joaquim de Magalhães Cardoso Barata]] no [[Pará]], entre outros. O tenentismo continuacontinuou presente na vida pública nacional, mas tem uma divisão nessa época: uma minoria acompanhaacompanhou Luís Carlos Prestes e, em [[1937]], em outra divisão no tenentismo, uma parte romperompeu com o Presidentepresidente Getúlio Vargas e passapassou para a oposição; é o caso de Juracy Magalhães, Juarez Távora e Eduardo Gomes, que se distanciamdistanciaram do poder. Alguns deles, como [[Newton de Andrade Cavalcanti]] e [[Ernesto Geisel]], participaram da deposição de Getúlio Vargas em 1945.
 
Após a vitória da Revolução de 1930, quase todos os governos dos estados brasileiros foram entregues aos tenentes, e a incapacidade dos tenentes de governar depois que assumiram o poder nos estados foi assim comentada por [[João Cabanas]], um dos chefechefes da [[RevoluçãoRevolta Paulista de 1924]] e revolucionário de 1930, no seu livro "Fariseus da Revolução" de 1932, em que escreveu sobre o tenente [[João Alberto Lins de Barros]], que governou São Paulo, e os demais tenentes:
 
{{quote2|''João Alberto serve como exemplo: se, como militar, merece respeito, como homem público não faz jus ao menor elogio. Colocado, por inexplicáveis manobras e por circunstâncias ainda não esclarecidas, na chefia do mais importante estado do Brasil, revelou-se de uma extraordinária, de uma admirável incompetência, criando, em um só ano de governo, um dos mais trágicos confusionismos de que há memória na vida política do Brasil, dando também origem a um grave impasse econômico (déficit de 100.000{{fmtn|100000}} contos), e a mais profunda impopularidade contra a "Revolução de Outubro", e '''ter provocado no povo paulista, um estado de alma equívoco e perigoso'''. Nossa história não registra outro período de fracasso tão completo como o do "Tenentismotenentismo inexperiente''"!|João Cabanas}}
 
No texto acima, escrito em novembro de 1933, na frase '''"ter provocado no povo paulista, um estado de alma equívoco e perigoso'''", o tenente João Cabanas praticamente prevê a eclosão da [[Revolução Constitucionalista de 1932]], ocorrida poucos meses após o livro ter sido escrito.
 
== Consequências ==
Em 1945, o tenentismo antigetulista conseguiu depor [[Getúlio Vargas]] e lançou a candidatura do brigadeiro [[Eduardo Gomes]], um nome sempre ligado ao tenentismo, em oposição ao candidato vitorioso [[Eurico Gaspar Dutra]], ex-ministro de Getúlio Vargas e que havia demonstrado interesse pela aproximação do Brasil com as potências do [[Eixo (história)|Eixo]] <ref>http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/biografias/ev_bio_euricogaspardutra.htm</ref>
 
Em 1950, voltou a candidatar-se Eduardo Gomes e foi derrotado por Getúlio Vargas. E em 1955 o tenentismo disputou novamente, com o nome do general [[Juarez Távora]], um dos expoentes do tenentismo.
 
Em 1964, quase todos os comandantes militares do golpe militar de 1964 eram ex-tenentes de 1930, como [[Cordeiro de Farias]], [[Ernesto Geisel]], [[Eduardo Gomes]], [[Humberto de Alencar Castelo Branco|Castelo Branco]], [[Emílio Garrastazu Médici|Médici]], [[Juraci Magalhães]] e [[Juarez Távora]].
 
O tenentismo viveu até seus membros se retirarem da vida pública, ou seja, a partir do meio dos anos 1970, terminando com o governo de Ernesto Geisel como presidente, que iniciou a [[Abertura política|Abertura]].
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* [[Coluna Prestes]]
* [[Getúlio Vargas]]
 
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== Ligações externas ==