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== Absorção pelo Império ==
Quando se iniciaram as [[Guerras Púnicas]] entre [[Cartago]] e [[Império Romano|Roma]], vários dos conflitos envolveram a [[Hispânia]], então a mais notável possessão do Império de Cartago. [[Aníbal]] invadiu a [[Itália]] [[Travessia dos Alpes por Aníbal|atravessando os Pireneus e os Alpes]] a partir de um desembarque com [[elefante]]s na península e a ele se juntaram forças dosdas tribos [[celtiberos|celtibéricas]], incluindo dos [[lusitanos]]. A resposta de Roma a esse perigoso ataque foi a invasão e conquista da [[Hispânia]] aos cartagineses pelas forças de [[Cipião Africano|Cipião o Africano]]. Após as batalhas travadas no oriente peninsular, [[Décimo Júnio Bruto Galaico]] é encarregado, como [[Cônsul (Roma Antiga)|cônsul]] e representante do [[Senado romano|Senado]], de pacificar a região ocidental que se tinha mantido uma região autónoma. Cerca {{AC|205|x}} Olisipo, como era conhecida pelas tribos celtiberoceltibéricas{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}, alia-se aos romanos, lutando os seus habitantes ao lado das [[legião romana|legiões]]. Os ataques dos povos lusitanos à cidade e aos romanos levam à construção de uma muralha em volta do núcleo urbano. Com a ''Pax Romana'', é absorvida no Império e recompensada pela atribuição da cidadania romana aos seus habitantes, um privilégio raríssimo na altura para os povos não italianos. '''Felicidade Júlia''' ({{langx|la|''Felicitas Julia''}}), como a cidade viria a ser reconhecida, beneficia do estatuto de [[município romano|município]] atribuído por [[Júlio César]], juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, e não paga impostos a Roma, ao contrários de quase todos os outros [[castro]]s e povoados autóctones, conquistados. É incluída com larga autonomia na província da [[Lusitânia]], cuja capital é [[Emerita Augusta]]. O ouro e outros metais preciosos além dos tesouros das tribos nativas da Ibéria, são pilhados e levados para Roma. As minas de ouro e prata, como [[Três-Minas]] ou a [[Mina de Jales]], em que várias já eram conhecidas e exploradas pelos cartagineses, passam a ser exploradas pelos romanos e toneladas do precioso metal são levadas para Roma.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20030424131927/http://www.mnarqueologia-ipmuseus.pt/?a=2&x=2&i=31|titulo=Tesouros da Arqueologia Portuguesa (Treasures of Portuguese Archaeology)|data=2003-04-24|acessodata=2017-02-05|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== ''Pax Romana'' ==
A cidade prospera com o comércio mais intenso com as províncias romanas do [[Reno]] e [[Britânia (província romana)|Britânia]], e a civilização das margens do [[Rio Tejo|Tejo]] até ao coração da [[Meseta Central|meseta ibérica]]. Os notáveis da cidade, os Julius e Cassios, governam-na com um regime [[republicanismo|republicano]] e [[oligarquia|oligárquico]], enviando disputas e pedidos ao [[Governador romano|Governador]] em [[Emerita Augusta|Emerita]] ou a [[Roma]], como uma delegação que em que se queixam ao imperador [[Tibério]] dos monstros marinhos que destroem os barcos no Oceano. O mais famoso lisboeta romano seria [[Quinto Sertório]] que se revoltou contra Roma com o apoio das tribos lusitanas. A cidade era já então das maiores e mais importantes da Península Ibérica, possuindo inclusivamente [[insula]]s ou prédios de vários andares e certamente um grande [[Fórum (Roma)|fórum]]. Uma grande minoria grega, incluindo escravos e mercadores, coexistia com a maioria de língua latina. Olisipo estava ligada por estradas às outras duas grandes cidades do Ocidente da [[Hispânia]], [[Bracara Augusta]] ([[Braga]]) e [[Emerita Augusta]].
 
As declinações difíceis do [[Latim]] levavam a que em [[latim vulgar]] fosse comummente chamada Olisipona, que se viria a tornar o nome oficial com o declínio das letras e artes após o {{séc|II}}.
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===Cristianismo===
No fim do domínio Romano, Olisipo seria umaum dos primeiros núcleos a acolher o [[Cristianismo]]. Um dos primeiros [[Patriarcado de Lisboa#Bispos de Olisipo|Bispos da cidade]] terá sido o mártir [[São Gens de Lisboa]].
 
Durante os últimos anos do Império Romano convertido ao [[Cristianismo]], cuja capital já era a distante [[Constantinopla]], vários Bispos de Lisboa participaram no movimento original que criou a [[teologia cristã]] actual. Em 325, o bispo [[Potâmio de Olisipo]] foi convidado para o [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]], uma dos mais importantes da história da religião, em que a seita do [[Arianismo]] foi condenada e [[Jesus]] aceite como encarnação directa de Deus. Outros bispos escreveram tratados e corresponderam-se com os ''[[Padres da Igreja|Pais da igreja]]'', como [[Agostinho de Hipona|São Agostinho]].