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== História ==
A cetamina foi sintetizada em 1962 por [[Calvin Stevens|Calvin Lee Stevens]] no laboratório de QuímicaQuímico Orgânica da Wayne State University - EUA, devido a colaboração com a companhia farmacêutica Parke Davis (Domino, 2010<ref name=":0">{{Citar periódico|ultimo=Domino|primeiro=Edward F.|data=2010-09-01|titulo=Taming the ketamine tiger. 1965|jornal=Anesthesiology|volume=113|numero=3|paginas=678–684|issn=1528-1175|pmid=20693870|doi=10.1097/ALN.0b013e3181ed09a2|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20693870}}</ref>). Os laboratórios da Parke Davis estavam desenvolvendo pesquisas para substituição da [[Fenilciclidina|fenciclidina]] ([[Fenilciclidina|PCP]]) como anestésico, devido o PCP apresentar efeitos adversos e psicomiméticos marcantes e duradouros (Domino, 2010<ref name=":0" />). Dessa forma, o laboratório de Calvin Stevens sintetizou uma série de derivados do PCP em busca de um composto com ação mais curta e que promovesse efeitos anestésicos similares ao PCP, mas com menos efeitos adversos (Domino, 2010<ref name=":0" />). Desses compostos, o CI-581, apresentou efeitos promissores em estudos com animais e foi selecionado para estudos em humanos, sendo posteriormente chamado de cetamina (Domino, 2010<ref name=":0" />). Em 1964, Edward F. Domino, da Universidade do Michigan - EUA, foi convidado pela Parke Davis para coordenar os primeiros estudos com a cetamina em humanos (Domino, 2010<ref name=":0" />). Em agosto de 1964 foi iniciado o primeiro estudo clínico da cetamina com detentos do complexo penitenciário da Prisão de Jackson do Estado de Michigan, EUA. Já em 1965 foram então publicados os resultados dos primeiros estudos clínicos da cetamina, os quais demonstravam resultados animadores devido aos bons efeitos anestésicos (Domino et al, 1965<ref>{{Citar periódico|ultimo=Domino|primeiro=E. F.|coautores=P.|data=1965-06-01|titulo=PHARMACOLOGIC EFFECTS OF CI-581, A NEW DISSOCIATIVE ANESTHETIC, IN MAN|jornal=Clinical Pharmacology and Therapeutics|volume=6|paginas=279–291|issn=0009-9236|pmid=14296024|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14296024}}</ref>). Porém, a cetamina ainda apresentava efeitos dissociativos, em menor grau do que o PCP, e esse fato deixava os executivos da Parke Davis preocupados quanto a aprovação da droga para uso clínico pelo [[Food and Drug Administration|FDA]] (Domino, 2010<ref name=":0" />). Segundo Edward Domino, após conversar com sua mulher sobre o impasse quanto a aprovação da cetamina, ela sugeriu classifcar a cetamina como um "anestésico dissociativo" (Domino, 2010<ref name=":0" />). Essa sugestão se mostrou eficaz e favoreceu a aprovação da droga, como também cunhou o termo "anestesia dissociativa" (Domino, 2010<ref name=":0" />). A cetamina foi estão extensivamente usada para fins de anestesia, mas, nos anos 70, os pacientes começaram a reportar visões involuntárias enquanto sob seus efeitos. A cetamina também foi utilizada durante a guerra do Vietnam devido a sua margem de segurança maior, e isso auxiliou na sua popularização, principalmente relacionado aos seus efeitos dissociativos (Domino, 2010<ref name=":0" />). Em 1978, John Lilly publicou seu livro "The Scientist" e a popularidade da cetamina cresceu pelos anos 80 até que em 1995 a DEA adicionou a cetamina em sua "lista de drogas emergentes". Em 1998 & 1999, a cetamina foi descrita pela mídia e pelos legisladores com GHB como uma "droga de estupro" ('date rape drug', no original) e como uma 'club drug' e foi emergencialmente classificada pela DEA em 12 de Agosto de 1999.
 
O mecanismo de ação da cetamina só foi esclarecido na década de 1980, quando o sistema glutamatérgico e os seus receptores do tipo NMDA foram devidamente descritos e seus importantes efeitos no sistema nervoso central foram reconhecidos (Watkins e Collingridge, 1994<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Leonard|primeiro=B. E.|data=1991-12-01|titulo=The NMDA receptor. Edited by Watkins and Collingridge. IRL Press, 1990. Pages: xviii + 242. ISBN 0–19–963125–5|jornal=Human Psychopharmacology: Clinical and Experimental|volume=6|numero=4|paginas=333–333|issn=1099-1077|doi=10.1002/hup.470060412|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hup.470060412/abstract|idioma=en}}</ref>). A cetamina pode agir em uma série de receptores no sistema nervoso central, mas o seu principal sítio de ação é o receptor glutamatérgico do tipo NMDA ([[Receptor NMDA|NMDAR]]) (Watkins e Collingridge, 1994<ref name=":1" />).