Nicolas-Antoine Taunay: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m ajustes gerais nas citações, outros ajustes usando script
m Foram revertidas as edições de Joalpe para a última revisão de Giovanna mercadante, de 23h19min de 24 de novembro de 2017 (UTC)
Linha 1:
{{Info/Biografia/Wikidata}}
'''Nicolas-Antoine Taunay''' ([[Paris]], [[10 de fevereiro#Nascimentos|10 de fevereiro]] de [[1755]] — Paris, [[20 de março]] de [[1830]]), 1º barão de Taunay, foi um pintor [[França|francês]] que fez parte da [[Missão Artística Francesa]], chegando ao [[Brasil]] em 1816. Reconhecido por sua contribuição ao movimento que trouxe a arte europeia para terras brasileiras, ao lado de pintores como [[Jean-Baptiste Debret]] .
 
Linha 21 ⟶ 20:
Segundo o historiador Afonso D’E. Taunay (bisneto do pintor), a respeito da chegada da família Taunay ao Rio de Janeiro, que: “Desde o dia do desembarque, fascinado pela beleza da paisagem fluminense, apaixonado pelo sol glorioso das terras da Guanabara, tratou Nicolas de instalar-se em algum recanto das cercanias da cidade, onde estivesse em íntimo contacto com a natureza estupenda. Não tardou em descobrir delicioso retiro de edênica beleza, a ‘Cascatinha Taunay’, na Tijuca; adquiriu alguns alqueires de floresta em torno da cachoeira e ali edificou pequena mas confortável casa.<ref>{{citar livro|título=A Missão Artística de 1816|ultimo=TAUNAY|primeiro=Afonso D'E|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>” Ainda de acordo com [[Afonso d'Escragnolle Taunay|Afonso D’Escragnolle Taunay]], historiador e estudioso da Missão Francesa, Nicolas Antoine, ao chegar no Rio de Janeiro, possuiu a possibilidade de conhecer novos aspectos da natureza, que era o seu mestre, conforme afirmara quando jovem e posteriormente não se recorda, para dedicar-se à pintura com temática figurativa nos moldes do Neoclassicismo, podendo assim assegurar igualdade com os artistas mais famosos.  
 
Nicolas Antoine Taunay resistiu muito em acompanhar cegamente a nova tendência, mas não podia deixar de dar-lhe atenção para não desagradar os adeptos da pintura neoclássica encabeçada por David. Em 1787, porém, os amantes e simpatizantes da pintura paisagística eram considerados como uma minoria sem expressão e peso; em relação a Taunay explica-se a diminuição com que o começavam a considerar os críticos de arte. Então, mesmo habituado por paisagens ele viu-se persuadido a inserir também nas suas pinturas a figura humana de cunho histórico ou mitológico.<ref>{{citar web|url=http://www.pph.uem.br/cih/anais/trabalhos/788.pdf|titulo=A ARTE DE NICOLAS-ANTOINE TAUNAY: UM DIÁLOGO COM O ILUMINISMO|data=09/09/2009|acessodata=21/11/2017|publicado="Congresso Internacional de História"|ultimo=Bertonha|primeiro=Ivone}}</ref>
 
Assim, Taunay deixa de seguir o seu impulso natural de pintar paisagens para dedicar-se também à representação de temas históricos e mitológicos (da antiguidade clássica). 
Linha 30 ⟶ 29:
As políticas culturais empreendidas pelo monarca D. João VI para o Brasil incluem a contratação de um célebre grupo de artistas franceses que estiveram na América Portuguesa neste mesmo período. Com o fito de ensejar o gosto pelas Belas-Artes no Rio de Janeiro, D. João foi responsável pela vinda de uma Missão Artística Francesa em 1816, que marcou o início formal das artes plásticas no Brasil. Escolheu, para essa missão, um grupo de artistas franceses já conhecidos na França. A missão contaria com o arquiteto Grandjean de Montigny, um escultor chamado Auguste Taunay, e dois pintores, atualmente reconhecidos no Brasil, autor do livro Viagem Pitoresca ao Brasil, Jean Baptiste Debret (contratado para a lente de pintor de história), e o brilhante pintor de paisagens naturais Nicolas Antoine Taunay. Portanto, a expedição artística francesa deve ser considerada como uma extensão das iniciativas tomadas por D. João VI no campo cultural.
 
O estilo artístico vigente na arte europeia estava entre o Neoclassicismo e Romantismo que são na verdade duas opções estilísticas – sendo assim, formas ideológicas e filosóficas – surgidas numa mesma época. O primeiro foi influenciado pelos ideais de [[Johann Joachim Winckelmann|Winckelmann]], enquanto já o espírito Romântico pode ser bem representado por [[Friedrich Schlegel|Friedrich Schlegel,]], cada qual propondo uma via de caminho para a arte.
 
Desde 1808, quando a Corte Portuguesa de D. João chegou ao Brasil fugida das tropas Napoleônicas, quando ainda ainda não era VI, era tão somente D. João príncipe regente, sentiu o desejo de fomentar na cidade do Rio de Janeiro a criação de instituições científicas e culturais. Essa medida atenderia às necessidades culturais e sociais da corte Portuguesa, pois em Portugal existiam instituições científicas e culturais atuantes em vários campos, as quais esta corte estava habituada a freqüentar. Assim, a vida social da corte dependia, também deste tipo de atividade. Com a invasão de Portugal por tropas francesas, o príncipe regente João, acompanhado de sua corte e sob proteção de barcos ingleses, deixou Lisboa em novembro de 1807, chegando a Bahia em 22 de janeiro 1808 e ao Rio de Janeiro, onde se instalaria.<ref>{{citar web|url=https://ihgb.org.br/revista-eletronica/artigos-438/item/108523-o-pintor-nicolas-antoine-taunay-e-a-representacao-da-natureza-fluminense-no-periodo-joanino.html|titulo=O PINTOR NICOLAS ANTOINE TAUNAY E A REPRESENTAÇÃO DA NATUREZA FLUMINENSE NO PERÍODO JOANINO|data=01/03/2008|acessodata=21/11/2017|publicado="Revista IHGB"|ultimo=Garcia Ribeiro|primeiro=Monike}}</ref>
Linha 42 ⟶ 41:
Baseando-se em uma série de decretos declarados no Brasil neste período, nos relatos de viajantes e nos documentos que tecem a história da [[Academia Imperial de Belas Artes]], alguns estudiosos analisaram a trama que compõe esta passagem, fundamental ao entendimento da história da arte brasileira do século XIX.
 
=== [https://drive.google.com/open?id=0BydR8nHYLc_KM3JkQUZYVWlUR1U Contribuição] ===
As iniciativas tomadas pela corte ao vir para o Brasil, no âmbito das artes visuais, é evidente a importância da Real Academia de Belas-Artes, que coincide atualmente o Museu Nacional de Belas-Artes – notando-se que para administrar aulas e dirigir esta Academia D. João contrataria precisamente artistas franceses como Nicolas Taunay.<ref>{{citar web|url=http://200.229.32.55/index.php/arquivobrasileiroeducacao/article/download/5685/5545|titulo=O Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João|data=2013|acessodata=21/11/2017|publicado="Revista Arquivo Brasileiro de Educação"|ultimo=Oliveira Santiago|primeiro=Bruna}}</ref>
 
Antes da chegada da Corte no centro do Rio, esta cidade tropical e as suas adjacências era um simples povoado insalubre de ruas apertadas e desalinhadas. Como se sabe, foi com D. João que surgiram alguns bairros do Rio que conhecemos e que configuram até hoje, as ruas foram abertas ou ampliadas; os pântanos e os charcos foram drenados, o Rio se expandiu para Botafogo, São Cristóvão, Laranjeiras, Glória, Catete, Estácio, Quinta da Boa Vista, Tijuca e Engenho de Dentro – na sua grande maioria, estes bairros foram retratados pictoricamente pelo pincel de Nicolas Antoine Taunay. <ref>{{citar web|url=file:///C:/Users/15000267/Downloads/perspective-5542.pdf|títulotitulo=Reflexões sobre a pintura de paisagem no Brasil no
século XIX|data=2013|acessodata=21/11/2017|publicado="Perspective Actualité en histoire de l’art"|ultimo=Diener|primeiro=Pablo}}</ref>Nicolas Antoine Taunay ocuparia a função de pintor de paisagem, conforme decreto real, consignando pensão vitalícia aos artistas franceses, assinado em 1816, com a rubrica de el-rei e do [[Marquês de Marialva]]. 
 
Sobre as paisagens pintadas por Taunay, está clara a sua preferência pela natureza como temática, visto que os pintores Holandeses vindos com [[João Maurício de Nassau|Maurício de Nassau]] já retratavam paisagens brasileiras, como por exemplo, o fez [[Frans Post]], ou ainda o português [[Leandro Joaquim]], contudo, foi com Taunay que se vincula o início e a fase da eclosão do paisagismo pictorial brasileiro. Mesmo no Brasil, Taunay pintou algumas cenas históricas para a Corte Portuguesa segundo o espírito do Neoclassicismo. Mas a maioria das pinturas a óleo de autoria deste pintor, enquanto esteve no Brasil (participando da Missão Artística Francesa) era na temática paisagem natural, inspirada nos recantos do [[Rio de Janeiro]], mostrando um outro estilo do século XIX, contemporânea ao Neoclassicismo: o [[Romantismo no Brasil|Romantismo]]. Apesar de ambas as correntes serem oriundas de uma mesma época histórica, Taunay, com os seus óleos na temática paisagem natural, deu uma abordagem diferente das opções temáticas Neoclássicas habituais.
Linha 53:
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay - Retrato da Marquesa de Belas - 1816.jpg|Retrato da Marquesa de Belas (1816)
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay 01.jpg|Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória (1817), Museus Castro Maya - IPHAN/MinC - Rio de Janeiro
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay 02.jpg|Largo da Carioca (1816), Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay 03.jpg|Moisés Salvo das Águas (1827), Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay - São Mateus Evangelista.jpg|São Mateus Evangelista
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay.jpg|Morro de Santo Antônio
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay - Le bivouac des sans-coulottes.jpg|Bivaque dos sans-culottes
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay - Retrato de Félix-Émile Taunay.jpg|Retrato de Félix-Émile Taunay
Ficheiro:Héroïsme des marins du vaisseau Le Vengeur commandés par le capitaine Renaudin..jpg|Héroïsme des marins du vaisseau Le Vengeur commandés par le capitaine Renaudin.
Ficheiro:Nicolas-Antoine Taunay - Apolo visitando Admeto.jpg|Apolo visitando Admeto
</gallery>
{{referencias|col=2}}
 
==Ver também==
*[[Lista de pintores do Brasil]]
 
==Bibliografia==
*SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz. ''O sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na Corte de D. João (1816-1821)''. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. ISBN 9788535911855
*TAUNAY, Afonso de Escragnolle. ''A missão artística de 1816''. Brasília: Edit.Universidade de Brasília, 1983.
 
==Ligações externas==
{{commons|category:Nicolas-Antoine Taunay}}
*[http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=2889&cd_idioma=28555 Itaú Cultural: Nicolas Taunay]
{{Controle de autoridade}}
{{Portal3|Biografias}}
{{DEFAULTSORT:Taunay, Nicholas Antoine}}
[[Categoria:Missão Artística Francesa]]
[[Categoria:Pintores da França]]
[[Categoria:Pintores do Brasil|Nicholas Antoine Taunay]]
[[Categoria:Naturais de Paris]]
[[Categoria:Viajantes do Brasil]]