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{{Info/Organização religiosa da Igreja Católica
|nome = Companhia de Jesus
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== História ==
[[Imagem:Ignatius Loyola.jpg|thumb|esquerda|[[Santo Inácio de Loyola]].]]
Inácio de Loyola, de origem nobre, foi ferido em combate na defesa da fortaleza de [[Pamplona]] contra os franceses em 1521. Durante o período de convalescença dedicou-se à leitura do ''Flos Sanctorum'', após o que decidiu-se a desprezar os bens terrenos em busca dos sobrenaturais.<ref name= "Câmara1">CÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de História Eclesiástica'. Editora Vozes, Petrópolis: 1957, p.267.</ref> No santuário de [[Mosteiro de Montserrat|Monserrat]] fez a sua 'vigília d'armas' e submeteu-se a uma confissão geral. Abandonou a indumentária fidalga substituindo-a pela dos mendicantes. Retirando-se para a gruta de [[Manresa]] ali entregou-se a rigorosas penitências e escreveu a sua principal obra o ''[[Livro de Exercícios Espirituais]]'', admirável sobretudo por não ter ainda o autor conhecimentos teológicos acadêmicos.<ref name="Câmara1" />
 
Em [[15 de agosto]] de [[1534]], Inácio e seis outros estudantes<ref>[http://miguelservetinvestigacion.com/jesuitas.html Miguel Servet Pesquisa] Página da Web que contém o manuscrito da Universidade de Paris, que mostra seis dos sete jesuítas originais, e Miguel de Villanueva ("Servet")</ref> (o [[França|francês]] [[Pedro Fabro]], os espanhóis [[Francisco Xavier]], [[Alfonso Salmerón]], [[Diego Laynez]], e [[Nicolau de Bobadilla]] e o [[Portugal|português]] [[Simão Rodrigues]]) encontraram-se na Capela dos Mártires, na colina de [[Montmartre]], e fundaram a Companhia de Jesus - para "desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em [[Jerusalém]], ou para ir aonde o papa nos enviar, sem questionar". Nesta ocasião fizeram os votos de [[pobreza]] e [[castidade]].<ref name="Câmara1" />
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== Organização ==
São membros da ordem os professos, os escolásticos e os coadjutores. Os professos devem ser doutores e, além dos três votos comuns têm o de obediência ao papa.{{Nota de rodapé|Total obediência ao papa e a aceitação de ser enviado a qualquer lugar onde Sua Santidade quisesse, entre os turcos ou nas Índias, entre hereges ou cismáticos,<ref>[http://www.historia.uff.br/stricto/td/1626.pdf Crônica e História: a Companhia de Jesus e a Construção da História do Maranhão], acesso em 26 de novembro de 2016</ref> quanto às missões.}} O geral, os provinciais, assistentes e os professores de teologia devem ser professos. O geral, além dos assistentes, tem ainda o admoestador. O órgão superior de administração é a Congregação Geral na qual tomam parte todos os professos eleitos por suas províncias. Os assistentes são eleitos pelas províncias e o geral é vitalício.<ref name="Câmara2">CÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de História Eclesiástica'. Editora Vozes, Petrópolis: 1957, p.268 - 269.</ref>
 
A companhia possui casas de professos, colégios, residências e missões. O vestuário depende do lugar onde moram, não têm hábito próprio. Não há a obrigação do ofício de côro. Após quinze anos de vida religiosa proferem os últimos votos; devem passar dois anos de noviciado, três de filosofia, alguns de magistério, quatro de teologia, e um segundo noviciado que é chamado de terceiro ano de aprovação.<ref name="Câmara2">CÂMARA, Jaime de Barros. Apontamentos de História Eclesiástica'. Editora Vozes, Petrópolis: 1957, p.268 - 269.</ref> Como em todas as ordens religiosas da Igreja Católica, os jesuítas também têm a prática do retiro espiritual, mas de modo especial praticam os Exercícios Espirituais de Santo Inácio.
 
== Expansão ==
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No entanto, como devia pessoalmente grande soma, atribuíram a dívida à Companhia que se negou a pagar. O assunto foi ao parlamento que deu a alternativa: ou a Ordem se reconhecia culpada das acusações ou os jesuítas seriam exilados. Apesar dos protestos do episcopado francês e do próprio Papa, [[Luís XV]] também expulsou a Companhia da [[França]] em 1764. Foram promotores da expulsão o ministro absolutista [[Étienne François Choiseul|Choiseul]] e [[madame Pompadour]], cuja escandalosa presença na corte francesa era repudiada pelo Pe. Perisseau, confessor do rei.<ref name="Câmara4" />
 
Em Espanha, o ministro de [[Carlos III de Espanha|Carlos III]], [[Aranda]], intrigou os jesuítas com o rei acusando-os de defenderem a independência das colônias e de levantarem dúvida sobre a legitimidade do nascimento do rei. Carlos III mandou prender a todos os jesuítas em 1767 com a [[Pragmática Sanção]]. Por mais que o papa pedisse, o rei nunca lhe apresentou as razões do decreto.<ref name="CÂMARA p. 277">CÂMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 277.</ref>
 
Em Nápoles, o ministro Tanucci era mais forte que [[Fernando I das Duas Sicílias|Fernando IV]]. Depois de dois anos de perseguição os desterrou para os [[Estados Pontifícios]]. Em [[Parma]] o marquês Tillot imperava tiranicamente: aos pedidos do papa respondeu com a expulsão dos jesuítas em 1768. No mesmo ano o grão-mestre dos cavalheiros de Malta os desterrou da ilha. Essas cortes juntaram-se na pressão sobre o Papado para suprimir a Companhia, ao que resistiu [[Papa Clemente XIII|Clemente XIII]].<ref> name="CÂMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 277.<"/ref>
 
O papa [[Papa Clemente XIV|Clemente XIV]], seu sucessor, embora bem intencionado, era indeciso e fraco, cedendo às pressões dos reis e principalmente da Espanha - através da [[bula papal|bula]] [[Dominus ac Redemptor]] ''- obtida quase à força pelo embaixador espanhol Moniño, órgão central de quase todas as maquinações antijesuíticas, no período da supressão -''<ref name="Camara5" >CÂMARA, Jaime de Barros. Op. cit. p. 278.</ref> suprimiu oficialmente a Companhia em 21 de julho de 1773. O Superior Geral da Companhia, [[Lorenzo Ricci]], juntamente com os seus assistentes, foi feito prisioneiro no [[Castelo de Sant'Angelo]], em [[Roma]], sem julgamento prévio. Os demais foram obrigados a deixar a Ordem ao que obedeceram.