Mokiti Okada: diferenças entre revisões

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==== Criação de bijuterias ====
[[Ficheiro:MeishuSamaYoshiJovem.jpg|miniaturadaimagem|500x500px|Yoshi (esq.) e Mokiti Okada (dir.) quando mais jovens]]
Desde que machucou o dedo, Mokiti nunca mais fabricara nada, mas, utilizando sua experiência, dedicava-se à pesquisa do desenho de pentes e outros adornos para cabelo. Enviava esses desenhos a um profissional para ele fabricar os objetos, que, depois de prontos, eram colocados à venda. Em abril de 1909, dois anos após ter começado o comércio por atacado, expôs um adorno para cabelo, representando a Loja Okada, numa exposição de artigos infantis promovida pela loja de roupas Mitsukoshi com a finalidade de ampliar sua clientela entre o povo. Na Era Meiji, objetivando incentivar a indústria, foram realizadas diversas exposições centralizadas no governo e nos órgãos regionais. Com o passar dos anos, elas se transformaram numa espécie de comemoração. A exposição a que nos referimos acima foi promovida para fins comerciais; conseqüentemente, colocar objetos nela era, para o produtor, uma oportunidade de testar a sua capacidade. Ser premiado significava mostrar à sociedade o poder de suas mercadorias; uma oportunidade única, portanto. Tratando-se de uma exposição de artigos infantis, poder-se-ia pensar apenas em brinquedos, mas nela se expunham roupas, adornos e outros artigos de utilidade para crianças. Quanto à qualidade, eles não diferiam nem um pouco dos artigos para adultos. Nessa exposição, onde foram expostos 1835 objetos, o Fundador e mais quarenta e nove pessoas receberam Prêmio de Bronze. Nove foram agraciadas com Prêmio de Ouro, e trinta e três, com Prêmio de Prata. Cinco anos depois, em 1914, Mokiti expôs outro adorno para cabelo na “Exposição Taisho”, realizada no Parque Ueno, tendo recebido novamente o troféu de bronze. Foram apresentados 106.293 objetos, tendo sido concedidos 6 troféus de honra, 57 troféus de ouro, 189 troféus de prata e 515 troféus de bronze. A exposição estendeu-se de março ao final de julho, num longo período de 132 dias, e registrou a visita de 74.603.405 pessoas. Embora ela estivesse dividida em departamentos, o recebimento de Prêmio de Bronze, entre mais de cem mil objetos, prova a excelência da criatividade de Okada no campo da Arte. Não se sabe como eram os objetos que valeram a ele a classificação nessas duas exposições, mas ainda restam alguns adornos de cabelo que se presume serem da mesma época. Os desenhos são muito variados, mas num deles foi utilizada a técnica denominada “fukurin”, que consiste em enfeitar com metal a borda do objeto. No adorno em questão, existe uma placa de metal esculpida com desenho de flores. É a técnica usada na tigela “Tenmoku”, cujas bordas são cobertas com ouro ou prata. Os pentes margeados de dourado, brilhando intensamente, deviam formar um contraste muito harmônico com os cabelos negros das mulheres. Durante os quinze anos que vão de 1909 a 1923, o Fundador criou inúmeros objetos de adorno; na maioria, objetos inéditos, com novos detalhes, em que ele utilizava a tradicional técnica do “maki-e” e a técnica denominada “raden. O sucesso das criações dessa época pode ser comprovado por três fatos: 1º - restam dezenas de objetos projetados pelo próprio Okada; 2º - preservam-se os certificados da obtenção de Prêmio de Bronze nas duas exposições a que ele concorreu; 3º - a partir de 1915 ele fez ao órgão responsável do governo a solicitação de “patente de invenção”, a propósito de um objeto, e de “patente de novo modelo de produto”, a propósito de outro, tendo conseguido reconhecimento oficial em ambos os casos. Nos textos relacionados a esse assunto, especialmente os que estão arquivados pelo “Instituto de Patentes”, sediado em Torano-mon, Tóquio, constam detalhes como a data, o material e o processo de fabricação dos objetos, detalhes esses que, atualmente, constituem dados muito preciosos. O documento mais antigo de “patente de novo modelo de produto” solicitada pelo Fundador é o“Shin M Shiki Kushi” (“Pente no Novo Estilo M”), registrado em 25 de janeiro de 1915. Segundo esse documento, o pente é feito da seguinte maneira: desenha-se uma flor de cerejeira ou crisântemo numa placa de metal, na qual se bate bem forte, deixando os traços do desenho. Procedendo-se assim, a flor fica em alto relevo. Depois, coloca-se areia e pó de ouro e prata na parte que ficou rebaixada, pinta-se e prega-se num pente de madeira ou carcaça de tartaruga. É uma simplificação da técnica do “maki-e” aplicada no metal. Nas obras dessa época, também foi usada a técnica chamada “heidatsu”, além das técnicas“raden”, que utiliza conchas, e “fukurin”. Na primeira, cola-se, em cima da laca, uma placa de ouro,prata ou outro metal. A “Kikori Maki-e Suzuriba, por exemplo, da autoria de Koetsu Hon’ami e propriedade da [[Igreja Messiânica Mundial]], é muito famosa como obra-prima do gênero. No desenho da bela e aberta curva da tampa da caixa, vemos ainda um aspecto magnífico: os traços característicos da arte japonesa empregados pelo estilo Rin-pa. Através desse fato percebe-se que Mokiti aprendera e assimilara o estilo de Korin Ogata não de forma superficial, mas profunda. Na época, existiam em Tóquio tradicionais lojas de miudezas que vendiam por atacado, como as lojas Nishizawa, Ogawa, Miyamoto, Haneshigue e outras. Eram casas famosas, que mereciam muita confiança, por existirem há várias gerações. Entre elas havia uma grande concorrência. Nesse meio,através de estudos e esforços, a Loja Okada foi se sobressaindo pouco a pouco, embora experimentasse as agruras que toda loja nova experimenta. Acabou ocupando o primeiro posto no mundo empresarial. O grande segredo desse sucesso, que se pode considerar excepcional, eram os objetos inéditos que ela vendia. O Fundador costumava dizer aos seus funcionários que a boa qualidade das mercadorias vendidas por uma loja era a chave para ela aumentar sua freguesia e ganhar-lhe a confiança. Não há dúvida de que essas palavras nasceram da sua autoconfiança e do fato de ter conseguido grande prosperidade em pouco tempo, através do seguido lançamento de novos produtos, todos eles de excelente qualidade.O Fundador, que detestava imitar os outros, sempre procurava novas mercadorias, jamais negligenciando as pesquisas nesse sentido. Talvez por esse motivo, dizia-se que a moda vinha da Loja Okada. Quando as outras lojas, imitando-a, começavam a vender mercadorias parecidas, nela já estava sendo lançado um novo produto. Assim, a Loja Okada estava sempre um passo à frente.
 
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==== Retorno a Religião ====
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Embora tivesse ingressado na Omoto em 1920, o Fundador, devido à morte de Hikoitiro e outros fatores, esteve afastado dela por uns tempos. Exatamente nessa época, ela sofreu uma forte pressão por parte das autoridades, pressão que se tornou conhecida pelo nome de “Primeiro Caso Omoto”. De 1916 ou 17 a 1920, época em que essa Igreja alcançou grande expansão houve um acentuado aumento do número de trabalhadores, em conseqüência do desenvolvimento da indústria moderna. Entretanto, com a crise econômica ocorrida posteriormente, intensificou-se a tensão entre empregados e patrões, irromperam greves e houve uma baixa nos preços dos produtos agrícolas, de modo que até para os agricultores a vida se tornou difícil. Em face de uma situação tão conturbada, as pregações da Omoto, segundo a qual o mundo estava se aproximando de um beco-sem-saída e por isso se tornava urgente uma reforma baseada nos Ensinamentos de Deus, pareceram muito perigosas para o governo. No dia 12 de fevereiro de 1921, o Solo Sagrado da Omoto, em Ayabe, foi cercado por duzentos policiais, e Onissaburo Deguti e dirigentes da Igreja, entre os quais Wassaburo Assano, foram detidos sob suspeita de crime de desrespeito e infração das leis da imprensa. A entidade foi altamente pressionada, e as autoridades divulgaram que ela escondia bombas e cem mil flechas de bambu, planejando uma revolução geral. Embora o caso ainda estivesse em julgamento, ordenaram a destruição do Santuário e do sepulcro da fundadora da Igreja, Nao Deguti. Entretanto, os acusados receberam anistia, devido ao falecimento do Imperador Taisho, ocorrido quando o caso estava sendo julgado novamente, pelo Supremo Tribunal. Okada esteve afastado da Omoto durante três anos, mas isso não significa que o seu sentimento religioso, despertado em 1920, houvesse desaparecido. Nesse ínterim, ele dirigiu especial atenção ao estudo do Ofudesaki, livro de ensinamentos de Nao Deguti, teve ligações com um grupo de pesquisa parapsicológica, etc. Ele continuava estudando os mistérios do além. Por sua própria intuição, fez prognósticos sobre o futuro, oculto no sentido das palavras de Nao Deguti, entre as quais este ensinamento: “Tóquio voltará a ser um campo aberto”. Baseado nessa afirmativa teve o pressentimento de que brevemente Tóquio viraria chamas. Em maio de 1923, conforme já foi mencionado, ele vendeu sua casa do bairro de Oga e mudou-separa Omori, subúrbio de Tóquio. Vendeu-a por 36.500 ienes, quando ela valia no mínimo 50 mil. Um parente seu, admirado, perguntou-lhe: “Por que vendeu essa casa por um preço tão barato?” Mas Mokiti respondeu misteriosamente: “Você fala assim, mas logo terá de vir para cá.” Desapontado, o parente calou-se. Nessa época, o estranho pressentimento que ele tivera sobre Tóquio não o largava. A venda repentina da casa de Oga e as palavras enigmáticas ditas àquele parente parecem mostrar isso. Quanto às mercadorias da Loja Okada, dizem que, na ocasião, o Fundador fazia o possível para não acumular estoques, vendendo-as à medida que elas eram confeccionadas, de acordo com os pedidos. Isso foi muito benéfico, pois, como havia pouco estoque quando ocorreu o grande terremoto da Região Kanto, os prejuízos foram mínimos. Após a catástrofe, a casa de Omori encheu-se de parentes, conhecidos e funcionários da loja que ficaram desabrigados. Apesar disso, os que lá chegavam não eram recusados; sem pensar em vantagens ou desvantagens, o Fundador assistiu a todos com amor. Entre eles, estava aquele parente que implicara com a venda da casa de Oga. Ele chegou de carro, com uma pequena bagagem, e, baixando a cabeça, disse: “Acabou acontecendo o que você previa”. No final de junho de 1923, Kojiro Matsuda, líder da Associação Sofuku (entidade de confraternização dos donos das lojas de renome situadas nos arredores de Kyo-bashi e Guinza) e dono da Loja Hakubotan, decidiu transferir-se de Yokohama para Guinza, em Tóquio, e, numa comemoração antecipada, convidou os companheiros para um jantar. Na ocasião, Okada disse: “Em breve Tóquio ficará em chamas”. Espantado, Matsuda deu gargalhadas, falando: “Não diga tolices”. Entretanto, no dia 1º de setembro, pouco tempo depois desse jantar, Tóquio virou realmente um campo em chamas, em conseqüência do incêndio causado pelo terremoto. Conta-se que, admirado, Matsuda comentou: “Onde foi que Okada ouviu aquilo? Ele diz coisas terríveis!” Desde então, por ter, como Deus, “acertado na mosca”, Mokiti Okada foi apelidado de “Deus”. Presume-se que ele tenha retornado à Omoto logo depois do grande terremoto, ou seja, entre o outono e o inverno de 1923. Além dos percalços que atingiram seus negócios por causa dessa calamidade, o Fundador perdeu Mitimaro, o primeiro filho homem que teve com Yoshi, o qual faleceu no dia 3 de outubro do mesmo ano. Ele tinha apenas um ano e nove meses e, apesar de pequeno, era muito inteligente. Após a catástrofe, houve um surto de cólera infantil, e Mitimaro, que ninguém percebera ter contraído a doença, acabou não sendo socorrido a tempo. Com o terremoto, a Loja Okada sofreu uma grande mudança. Seus danos reduziram-se ao mínimo, mas inúmeras lojas abriram falência sem conseguir saldar suas dívidas. Novamente ela ficou em más condições financeiras, e o caminho para a recuperação de sua antiga prosperidade se fechava. Nos primeiros dois anos, o “Diamante Asahi” seguia vendendo bem, e a loja continuava com certo movimento; mas depois ele começou a vender menos, e a situação foi piorando a cada ano. Mais uma vez o Fundador teve a tristeza de ver cortadas as suas esperanças, como já lhe ocorrera por duas vezes, quando quis ser pintor e quando pretendeu ser artífice de “maki-e”. Desta vez, porém, diante de tanto infortúnio, ele mudou finalmente o seu pensamento, passando a dedicar-se à Fé com todo o empenho. Pode-se pensar, ainda, que outro motivo o fez ligar-se fortemente à Religião: ter visto concretizar-se a sua previsão de que Tóquio viraria chamas. Ele intuíra esse acontecimento depois de pesquisar o Ofudesaki, e a previsão se concretizara - evidência misteriosa que não pode-se negligenciar. Assim, adquirindo uma sólida crença no invisível mundo misterioso, Mokiti Okada se firmou no caminho da Fé; mais do que antes, aumentou o seu interesse pela pesquisa dos mistérios. Ele estudou diversos livros e, relacionando-se com grande número de pessoas, pôs-se a buscar soluções. Esse foi o caminho que o levou a fazer uma renovação de sua própria pessoa: polir a espiritualidade que por longo tempo se mantivera oculta em seu íntimo, refletir sobre o significado de sua existência neste mundo e buscar uma forma verdadeira de vida.
[[Ficheiro:MeishuSamaJohrei.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|479x479px|Mokiti Okada ministrando [[Johrei]]]]
 
=== Revelações Divinas ===
 
==== O Estado de Suprema Iluminação - Kenshinjitsu ====
Através do estudo do Ofudesaki e também dos acontecimentos misteriosos que ocorriam à sua volta, Mokiti foi abrindo rapidamente os olhos em relação ao Mundo Espiritual. À medida que se tornava mais profunda sua compreensão sobre o invisível Mundo do Mistério, ia se formando gradativamente, em seu íntimo, um estado de tensão apropriado às manifestações Divinas que se lhe deparariam. No dia 25 de dezembro de 1926, ele entrou em estado de transe e supostamente recebeu uma Revelação Divina. Exatamente nesse dia faleceu o Imperador Taisho, que foi sucedido pelo príncipe herdeiro, Hirohito. A partir de então, entrou-se na Era Showa. Sobre a estranha ocorrência, Mokiti escreveu: "Certo dia do mês de dezembro de 1926, por volta das vinte e quatro horas (meia-noite), tive uma sensação muito estranha, jamais sentida até então. Ao mesmo tempo em que experimentava essa agradável sensação, sentia-me induzido a falar. Queria deter esse impulso, mas não conseguia. Insopitável força me impelia, de dentro para fora. Não podendo resistir, deixei-a expressar-se livremente. As primeiras palavras foram: 'Prepare papel e pincel'. Pedi à minha esposa que assim procedesse. As palavras que, em seguida, brotaram ininterrupta e compassadamente, expressavam fatos surpreendentes”. As revelações duraram cerca de três meses, chegando a preencher de trezentas a quatrocentas folhas de papel-carta. Seu conteúdo era inimaginável, versando sobre a formação do Japão no período que remontava há quinhentos mil anos e estendia-se até sete mil anos atrás; sobre a história da humanidade, no passado e no futuro, e sobre a vida passada, presente e futura do próprio Okada, esclarecendo, também, a Vontade de Deus, Senhor de todo o Universo. As previsões sobre o futuro mais tarde se concretizaram: o incidente da Manchúria, a Segunda Guerra Mundial e a situação do mundo após a guerra, por exemplo, são fatos previstos nas supostas revelações recebidas por Mokiti Okada. Na época, era muito difícil acreditar-se em tudo isso, de modo que, durante algum tempo, muitas vezes Okada leu esses escritos e depois os guardou. Pelo fato de “não entender, por mais que pensasse”, ele, intitulou-os “Hatena?” (“Será?”). Então, decidido a comprovar todas as coisas passíveis de experimentação, iniciou um grande esforço no sentido de somar práticas e fazer auto-indagações. Naqueles escritos, havia vários fatos relacionados com a Família Imperial, de modo que seria muito perigoso se eles viessem a cair nas mãos das autoridades. Assim, durante longo tempo, Okada os deixou enterrados, dentro de uma lata de zinco. Entretanto, o controle das autoridades se tornava mais rigoroso a cada ano, e todas as religiões novas começaram a sofrer pressões, prisões, interrogatórios, etc.. Ele não foi exceção. Passou a ser vigiado e a receber repetidas intimações para depor. Pressentindo o perigo, acabou queimando os papéis em questão. Mais tarde, ele pensou diversas vezes em reescrever as revelações recebidas; achou, porém, que ainda era muito cedo, e acabou não o fazendo. Após a Segunda Guerra Mundial, com o fim do [[militarismo]] japonês e a liberação das novas religiões, julgando que era o momento oportuno, escreveu o artigo intitulado “O Século XXI”, onde se descrevem de forma bem clara as características do mundo futuro: odesenvolvimentoo desenvolvimento do intercâmbio cultural entre as nações e a concretização de um mundo de paz e deumade uma vida agradável, rica em caráter artístico. Muitas profecias já se concretizaram, e o fato doFundadorde Okada ter conseguido prever tais acontecimentos no início da Era Showa (1926) mostra uma partedapossível profundidadeveracidade das supostas revelações recebidas.Foram revelações misteriosas, o primeiro indício de que Deus começara a atuar sobre elediretamente. Naquele momento, Deus atuou sob o nome de Kannon. Embora, no budismo, Kannonapresente formas diversas, em verdade, ele representa o próprio DEUS. O Fundador ficou sabendoque Kannon, usando o seu corpo, iria executar a grande obra de salvação da humanidade. Entretanto,ao compreender o conteúdo dessa Revelação, que nem sequer pudera imaginar, ele ficou espantado e, por vezes, chegou a duvidar e hesitar. O seu estado de espírito, naquela ocasião, pode ser conhecidoatravésconhecido através destas palavras escritas posteriormente: “Por tratar-se de uma missão grandiosa demais, nunca vista até então, não pude deixar de achá-la muito pesada para um ser comum como eu. Entretanto, como era Deus, maravilhoso para todas aspessoasas pessoas, quem me incumbia dessa missão, é claro que eu não podia recusá-la. No início, duvideibastanteduvidei bastante, chegando mesmo a rebelar-me, mas de nada adiantou. Deus me manipulava livremente”. Nesta mesma época, nasceu Itsuki Okada terceira filha mulher do casal, posteriormente terceira líder (Kyoshu) da Igreja Messiânica Mundial. Algum tempo mais tarde, veio a nascer outro filho do casal Okada; Shigueyoshi, terceiro filho homem.
 
=== Anos seguintes à Revelação Divina ===
 
==== Alvorecer da Era do Dia - 15 de junho de 1931 ====
A partir de quando afirma ter recebido Revelação de Deus, Mokiti e Yoshi Okada passaram a dedicar-se exclusivamente à Deus. No alvorecer do dia 15 de junho de 1931, Mokiti Okada subiu ao topo do monte Nokoguiri e lá, junto a mais 36 discípulos, entoou a oração Amatsu-Norito. Ele afirma que este dia foi o início do alvorecer da "Era do Dia", ou seja, o início de tempos mais claros de pessoas boas. Ele passou a finalmente compreender o que seria sua missão atribuída por Deus e partindo desse ponto, começou a cumpri-la.
 
==== Johrei ====
Okada buscou a partir de então manifestar o poder de Deus. Foi-lhe então revelado que o poder poderia ser manifestado através da imposição de mãos para a ministração de [[Johrei]]. Mokiti Okada instituiu o Johrei e passou a praticá-lo nas pessoas que estavam com problemas, principalmente de saúde. Porém, estabelecer o Johrei não foi algo fácil. No período inicial - por volta de junho de 1930 - de acordo com os registros feitos por Shinjiro Okaniwa, que servia ao lado de Okada, o Johrei começava com a entoação da oração Amatsu-Norito; em seguida, depois de uma reverência com as mãos unidas, pressionava-se a região enferma com os dedos, passava-se nela a palma da mão e, por fim, soprava-se o local. Um pouco mais adiante, por volta de 1932, estendia-se a palma da mão em direção da pessoa e entoava-se em silêncio, três vezes, a oração da contagem dos números sagrados. Outra forma consistia em escrever-se no ar, com o próprio dedo, a certa distância da pessoa: “Que esse interior seja purificado”, e outras palavras desse gênero. Às vezes, utilizava-se, paralelamente, o poder do Espírito da Palavra. Por exemplo: no caso de uma pessoa com dor de cabeça, falava-se: “Dor de cabeça, deixe esta criatura”, e dava-se um sopro. Além destes, empregava-se também o seguinte método: depois de se fazer a prece com as mãos unidas, levantava-se a mão em direção da pessoa e, ao mesmo tempo, dava-se um sopro, que era a materialização da ação do Deus da Purificação, o qual exorciza e purifica os crimes e pecados.Mais tarde, o Fundador disse: “Tempos atrás, quando eu curava doenças e me perguntavam comquem eu aprendera aquilo, eu respondia: “Aprendi com a Grande Natureza”. O meu professor é, emprimeiro lugar, a Grande Natureza, e em segundo, o doente. Aprendi muito na prática da cura dedoenças”.Através da ministração diária do Johrei em grande número de pessoas portadoras das maisdiversas enfermidades, o Fundador, concentrando o seu pensamento na figura e na ação da GrandeNatureza, esforçou-se em empregar as Leis do Céu e da Terra naquele ato sagrado, onde foiintroduzindo uma atitude muito natural do homem: colocar a mão no lugar dolorido. Baseava-se emque a mão é o lugar onde o homem consegue concentrar melhor a sua vontade e também no fato deque, quando sacudimos alguma coisa, manifesta-se um poder espiritual. É incontestável que isso se ligaao “tamafuri” (sacudir um espírito destruído, fazendo-o renascer), mencionado nos livros clássicos.
 
Assim, somando diversas pesquisas, buscando conhecer a Vontade Divina e fazendo-o passar porinúmeras modificações, o Fundador estabeleceu, em maio de 1934, a forma do Johrei atribuído porDeus. Entretanto, na época, o método ainda não tinha esse nome. Até aquela data, chamava-se“tinkon”; depois, recebeu o nome de “shijutsu” (técnica de aplicação). Posteriormente ao “PrimeiroCaso Tamagawa", quando o Fundador reiniciou suas atividades, em outubro de 1937, passou a serchamado de “tiryo” (tratamento). Após a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1947, o Fundadorinstituiu a “Nipon Kannon Kyodan” (Entidade Religiosa Kannon do Japão), e o método recebeu onome de “okiyome” (purificação). Só meses mais tarde seria chamado de Johrei.Na época em que se desenvolvia o estabelecimento do método do Johrei, ocorreu o seguinteepisódio:Certo dia, quando Yoshihide Takei, diretor da filial situada na cidade de Omiya, no Estado deSaitama, visitou o Fundador, este lhe disse: “Sr. Takei, hoje eu vou permitir que o senhor aplique umavez o tratamento através do Espírito da Palavra. Experimente”.Naquele exato momento, Tomozo Hida, amigo de Takei e dono de uma loja de saquê em Assa-gaya, no Distrito de Suguinami, Tóquio, veio receber Johrei, em virtude de uma forte dor de barriga.Imediatamente, Takei lhe disse: “Sr. Hida, deite-se aí. Hoje quem vai lhe fazer o tratamento sou eu”.E, fazendo-o deitar-se, aplicou o método purificador que recebera. Primeiramente, disse: “Dor debarriga, deixe o Sr. Hida”, depois, soprou o local enfermo e, timidamente, perguntou: “Como está?”.O comerciante ficou bastante surpreso ao constatar que a dor que sentia ainda há poucosinstantes atrás passara sem deixar o menor vestígio. Com um respeito ainda mais profundo peloFundador, que havia conferido tal poder a Takei, também decidiu dedicar-se exclusivamente àsagrada tarefa de salvar as pessoas através do Poder de Deus. Abandonando sua profissão decomerciante, tornou-se discípulo do Fundador e ofereceu uma devotada dedicação à Obra Divina naépoca em que o Mestre residia no bairro de Koji.Naquela época, o Fundador dedicava-se intensamente ao tratamento por meio do Johrei,hospedando muitos doentes no Shofu-So. Além disso, usava também seus filhos, nas experiências quefazia. Na ocasião, somando Kunihiro, nascido em 24 de março de 1932, ele tinha seis filhos: trêsmeninos e três meninas. A respeito desse tempo, Mihomaro, seu segundo filho homem, nos conta:“Na época em que residíamos em Omori, havia lá muitos doentes em estado que requeriainternação”. Eram portadores de doenças mentais ou tuberculose, e nós convivíamos com eles. Meupai, tomando-os como base de suas experiências, ministrava-lhes Johrei todos os dias, fazendo váriaspesquisas.Eu também tinha um organismo frágil e sempre recebia Johrei. Paralelamente, meu pai fezexperiências dando-nos de comer apenas legumes e verduras, a mim e a meus irmãos; dessa forma, elecomprovou como uma pessoa se torna forte e saudável com esse tipo de alimentação. Parece que,através dos filhos, fez pesquisas que não poderiam ser feitas com pessoas que não fossem de suafamília. Nessa época, fui acometido várias vezes de parotidite e sofri intensamente. Lembro-me de queele fez uma experiência para saber o grau de diferença no processo da cura: não fazer nada, deixandoa doença a cargo da natureza, ou ministrar Johrei.Meu pai também dava de comer àquele grande número de doentes, estudando bastante ocardápio. Por isso, a nós, crianças sadias, não eram permitidas nenhum luxo, e só podíamos comerpeixe de vez em quando. “Todos os dias chegavam muitos doentes, que às vezes ocupavam até o quartodas crianças, mas ele ministrava Johrei nessas pessoas com todo amor”.
 
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