Palácio de Versalhes: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Versailles Palace.jpg|thumb|303px|''Cour d'Honneur'' interno]]
'''Palácio de Versalhes''' ({{lang-fr|''Château de Versailles''}}) é um [[castelo]] real localizado na cidade de [[Versalhes]], uma aldeia rural à época de sua construção, mas actualmente um subúrbio de [[Paris]]. Desde 1682, quando {{lknb|Luís|XIV|de França}} se mudou de Paris, até a [[Família real francesa|família Realreal]] ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do [[Antigo Regime]] na [[França]].
 
Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís&nbsp;XIV,<ref name="absolutismo">{{citar web|url=http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/o-absolutismo-e-o-rei.htm|titulo=O Absolutismo e o rei - História do Absolutismo e o rei|publicado=História do Mundo|acessodata=31/10/2009}}</ref> foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. Paris crescera nas desordens da guerra civil entre as facções rivais de aristocratas, chamada de [[Fronde]]. O [[Lista de monarcas da França|monarca]] queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente um Governo da França por um governante absoluto. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da [[Monarquia absoluta]], a qual Luís&nbsp;XIV sustentou.<ref name="luxuoso">{{citar web|url=http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/32versal.htm|titulo=Versalhes: O palácio mais luxuoso do mundo|publicado=A relíquia|acessodata=26/10/2009}}</ref> Considerado um dos maiores do mundo,<ref name="luxuoso" /><ref name="suapesquisa">{{citar web|url=http://www.suapesquisa.com/monumentos/palacio_versalhes.htm|titulo=Palácio de Versalhes - Informações, localização, construção, importância histórica, cultural e turística|publicado=Sua pesquisa.com|acessodata=31/10/2009}}</ref> o Palácio de Versalhes possui {{fmtn|2153}} janelas,<ref name="vejajanelas">{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/110707/p_102.shtml|titulo=Revista VEJA |edição= 2016|data=11 de julho de 2007|publicado=[[Veja]]|acessodata=13/06/2010}}</ref> 67 escadas,<ref name="staircases">{{citar web|url=http://www.chicagotribune.com/travel/ct-travel-private-tour-of-versailles-stor20100426,0,967057.story?page=2|titulo=Travel: The keys to Versailles|publicado=Mobile.chicagotribune.com|língua=en|acessodata=13/06/2010}}</ref> 352 chaminés,<ref name="galerieveja" /> 700 quartos, {{fmtn|1250}} lareiras e 700 [[hectare]]s de parque.<ref name="suapesquisa" /> É um dos [[ponto turístico|pontos turísticos]] mais visitados de França,<ref name="suapesquisa" /><ref name="versalhesturismo">{{citar web|url=http://www.bigviagem.com/palacio-de-versalhes-pontos-turisticos/|titulo=Palácio de Versalhes &#124; Pontos Turísticos|data=9 de abril de 2009|publicado=bigviagem.com|acessodata=26/10/2009}}</ref> recebe em média oito milhões de turistas por ano e fica a três quarteirões da [[Gare de Versailles-Chantiers|estação ferroviária]].<ref name="tremversailles">{{citar web|url=http://www.conexaoparis.com.br/2008/12/05/noticias-de-versailles/|titulo=Como ir a Versailles de trem|data=5/12/2008|publicado=Conexão Paris|acessodata=31/10/2009}}</ref> Construído pelo rei [[Luís XIV]], o "Rei Sol", a partir de 1664,<ref name="suapesquisa" /> foi por mais de um século modelo de residência real na Europa, e por muitas vezes foi copiado.<ref name="luxuoso" />
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[[Imagem:Andre-Le-Nostre1.jpg|thumb|right|[[André le Nôtre]], o paisagista.]]
 
O sucessor de [[Luís XIII de França|Luís XIII]], Luís&nbsp; XIV, teve um grande interesse em Versalhes.<ref name="velleoitentaecinco" /> Com início em [[1669]], o [[arquitecto|arquiteto]] [[Louis Le Vau]], e o [[Paisagismo|arquiteto paisagista]] [[André Le Nôtre]] começaram uma renovação detalhada do palácio. Era desejo de Luís XIV criar um centro para a Corte Real. Depois do [[Tratados de Nimegue|Tratado de Nijmegen]], em [[1678]], a Corte e o governo da [[França]] começaram a mudar-se para Versalhes. A Corte estabeleceu-se oficialmente no palácio no dia [[6 de Maio|6 de maio]] de [[1682]].<ref name="britannica">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/626457/Palace-of-Versailles|titulo=Palace of Versailles (palace, Versailles, France) -- Britannica Online Encyclopedia|publicado=britannica.com|lingua=inglês|acessodata=14/11/2009}}</ref> Logo após a mudança da Corte, mais de 22.000 pessoas estavam trabalhando temporariamente em Versalhes<ref>Bernd-Rüdiger Schwesig, "''Ludwig XIV.''". Rowohlt Verlag, 2005, p. 76</ref> e em 1685 já eram 36.000.<ref>Vgl. Philippe de Courcillon, Marquis de Dangeau: "''Journal d’un courtisan à la cour du Roi Soleil''"</ref>
 
Mudando a Corte Real e a sede do Governo da França, Luís XIV esperava ganhar grande controle do país pela nobreza, distanciando-se ele próprio da população de [[Paris]]. Todo o poder da [[França]] emanava desse centro: aqui existiam gabinetes governamentais, tais como casas para milhares de [[cortesão]]s, seus acompanhantes, e todos os funcionários da Corte. Ao requerer que [[nobre]]s de certa posição e estatuto passassem um período do ano em Versalhes, Luís evitava que desenvolvessem o seu próprio poder regional às custas do seu Poder Real e mantinha-os a concertar esforços na centralização do governo francês numa [[Monarquia absoluta]]. A meticulosa e estrita etiqueta que [[Luís XIV]] estabeleceu, a qual deixou os seus herdeiros estupefactos com o seu pequeno tédio, era resumida nos elaborados procedimentos que acompanhavam o seu acordar pela manhã, conhecidos como o ''Levée'',<ref name="splendors-versailles">{{citar web|url=http://splendors-versailles.org/StudentGuide/Customs/index.middleFrame.html|titulo=The Splendors of Versailles--Teachers' Guide Supplement|data=|publicado=splendors-versailles.org|lingua=inglês|acessodata=13/11/2009}}</ref><ref name="chateauversailles.fr/history">{{citar web|url=http://en.chateauversailles.fr/history/versailles-during-the-centuries/living-at-the-court/a-day-in-the-life-of-louis-xiv|titulo=A day in the life of Louis XIV - Palace of Versailles|data=|publicado=chateauversailles.fr|lingua=inglês|acessodata=21 de novembro de 2009}}</ref> dividido no ''petit lever'' para os mais importantes e no ''grand lever'' para a restante Corte.<ref name="trianonpalace.com">{{citar web|url=http://www.trianonpalace.com/explore-versailles/chateau-de-versailles.cfm|titulo=Hotel Near Chateau de Versailles, France-Trianon Palace- Hotels Near Chateau de Versailles|data=|publicado=trianonpalace.com|formato=cfm|lingua=inglês|acessodata=21 de novembro de 2009}}</ref> Como outras maneiras da Corte francesa, foi rapidamente imitada em outras Cortes da [[Europa]].<ref name="luxuoso" />
 
Depois da morte do Cardeal [[Jules Mazarin]], em [[1661]], o qual havia servido como co-regente durante a menoridade de Luís&nbsp;XIV, este monarca (nascido a [[5 de Setembro|5 de setembro]] de [[1638]] em [[Saint-Germain-en-Laye]]; falecido a [[1 de Setembro|1 de setembro]] de [[1715]] em Versalhes; reinou de [[14 de Maio|14 de maio]] de [[1643]] a [[1 de Setembro|1 de setembro]] de [[1715]])<ref name="britannica" /> começou seu reinado pessoal por jurar ser o seu próprio [[primeiro-ministro]]. A partir deste ponto, a construção e expansão de Versalhes tornou-se sinónimo do [[Monarquia absoluta|absolutismo]] de Luís XIV.<ref name="suapesquisa" />
 
Depois da desgraça de [[Nicolas Fouquet]] em [[1661]] — Luís afirmou que o Ministro das Finanças não estaria apto a construir o seu grande [[Château de Vaux-le-Vicomte]] se não tivesse se apropriado indevidamente de fundos da Coroa — Luís XIV confiscou a propriedade de Fouquet, empregando os talentos do arquiteto [[Louis Le Vau]], do [[Paisagista|arquiteto paisagista]] [[André Le Nôtre]] e do [[pintor]] e [[decorador]] [[Charles Le Brun]] para as suas campanhas de construção em Versalhes e noutros lugares.<ref name="nicolasfouquetvaux">{{citar web|url=http://www.kipar.org/historical-resources/fouquet-vaux1.html|titulo=Nicolas Fouquet & Vaux-le-Vicomte|publicado=Kipar.org|formato=pt|lingua=inglês|acessodata=13/06/2010}}</ref> Para Versalhes, fizeram quatro campanhas de construção distintas (depois de alterações e ampliações menores executadas no palácio e nos jardins em [[1662]]-[[1663]]), todas elas correspondendo às guerras de Luís XIV.<ref name="clarke.k12.ga.us">{{citar web|url=http://www.clarke.k12.ga.us/webpages/rrichards/files/palace%5B1%5D.ppt|titulo=Palace of Versailles|obra=Palace of Versailles|publicado=clarke.k12.ga.us|formato=pt|lingua=inglês|acessodata=22/11/2009}}</ref> Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.<ref name="estadaoregime">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,mostra-kitsch-em-versalhes-escandaliza-franca,240472,0.htm|titulo=Mostra 'kitsch' em Versalhes escandaliza França|data=12 de setembro de 2008|publicado=Estadão|acessodata=26/10/2009}}</ref>
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A Primeira Campanha de Construção consistiu alterações no palácio e jardins para acomodar os 600 hóspedes convidados para a festa ''Plaisirs de l’Île enchantée'', de [[1664]].<ref name="pierredenolnac">Nolhac, Pierre de ([[1899]]), "''La construction de Versailles de Le Vau''", Revue de l'Histoire de Versailles: 161–171</ref>
 
Esta festa realizou-se entre [[7 de Maiomaio|7]] e [[13 de Maio|13 de maio]] de [[1664]], ostensivamente para celebrar as duas rainhas de França — [[Ana de Áustria, rainha de França|Ana da Áustria]], a [[Rainha Mãe]], e [[Maria Teresa de Espanha]], a esposa de Luís&nbsp;XIV — embora na verdade fosse dada para celebrar a amante do Rei, [[Louise de La Vallière]].<ref name="thebaroque">{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=d5wOAAAAQAAJ&pg=PA115&dq=Plaisirs+de+l%E2%80%99%C3%8Ele+enchant%C3%A9e+Versailles+1664&client=firefox-a#v=onepage&q=&f=false|titulo=The baroque: literature and culture in seventeenth-century Europe|obra=The baroque: literature and culture in seventeenth-century Europe|lingua=inglês|acessodata=22/11/2009}}</ref> Os ''Plaisirs de l’Île enchantée'' são muito frequentemente considerados como o prelúdio da [[Guerra de Devolução]], a qual Luís XIV travou contra a [[Espanha]] — ambas as rainhas eram espanholas por nascimento — entre [[1667]] e [[1668]].<ref name="pierredenolnac" />
 
==== Segunda campanha de construção ====
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O primeiro andar do palácio novo, o ''piano nobile'', foi dado inteiramente a dois apartamentos, um para o Rei e outro para a [[Ana de Áustria, rainha de França|Rainha]]. O ''Grand appartement du roi'' ocupava a parte Norte do palácio novo e o ''Grand appartement de la reine,'' a parte Sul. A parte Oeste do envolvimento foi destinada, quase inteiramente, a um terraço, o qual foi destruído mais tarde para dar lugar à ''Galerie des glaces'' (Galeria dos Espelhos). O piso térreo da parte Norte foi ocupado pelo ''appartement des bains'' (apartamento dos banhos), o qual incluía uma banheira octogonal submersa com água quente e fria corrente. O irmão e a cunhada do Rei, os [[Duque de Orleães|Duques de Orleães]], ocupavam apartamentos no piso térreo da parte Sul do palácio novo. O piso superior do palácio novo estava reservado para as salas privadas do Rei, a Norte, e para as salas dos filhos do Rei acima do apartamento da Rainha, a Sul.<ref>Marie, Alfred and Jeanne ([[1972]]). ''Mansart à Versailles''. Paris: Editions Jacques Freal.</ref>
 
É significativo para o desenho e a construção dos grandes apartamentos que as salas de ambos tenha a mesma configuração e dimensões, uma característica sem precedentes no desenho dos palácios franceses. Na sua monografia “Il n’y plus des Pyrenées: the Iconography of the first Versailles of Louis XIV,” Kevin Olin Johnson põe a hipótese de a similaridade sem precedentes dos apartamentos do Rei e da Rainha representar o desejo de Luís XIV estabelecer a sua esposa como Rainha de Espanha. Sendo assim, seria criada uma espécie de Dupla-Monarquia. A junção dos dois reinos era largamente vista, segundo o argumento de Luís XIV, como recompensa por [[Filipe IV de Espanha]] ter falhado no pagamento do dote de Marie-Thérèse, o qual estava entre os termos da capitulação com a qual a [[Espanha]] concordou na promulgação do [[Tratado dos Pirinéus]] ([[1659]], finalizando a guerra entre França e Espanha, que se travava desde [[1635]]). Luís XIV viu o ato do seu sogro como uma brecha no tratado, e consequentemente engrenou na [[Guerra de Devolução]].<ref name="kevinoiljohnsonilpllus">Johnson, Kevin Olin (janeiro [[de 1981]]). "''Il n’y plus de Pyrenées : Iconography of the first Versailles of Louis XIV''". Gazette des Beaux-Arts 97: 29–40.</ref>
 
Tanto o ''grand appartement du roi'' como o ''grand appartement de la reine'' formavam um conjunto de sete salas enfileiradas. Cada sala era dedicada a um dos "Corpos Celestes", personificados pelas divindades Greco-Romanas apropriadas. A decoração das salas, a qual foi conduzida sob a direcção de [[Charles Le Brun]], descrevia as “heróicas ações do Rei” e eram representadas em forma alegórica pelas ações de figuras históricas do passado ([[Alexandre, o Grande]], [[Augusto]], [[Ciro II]] etc.).<ref name="bookofberger">Berger, Robert W ([[1986]]). ''Versailles: The Château of Louis XIV''. University Park: The College Arts Association.</ref>
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==== Quarta campanha de construção ====
Pouco depois da esmagadora derrota na [[Guerra da Liga de Augsburgo]] ([[1688]]-[[1697]]) e possivelmente devido à piedosa influência de [[Madame de Maintenon]], com quem se casou secretamente, talvez no dia [[10 de Outubro|10 de outubro]] de [[1683]] em Versalhes,<ref>Buckley, Veronica. ''Madame de Maintenon: The Secret Wife of Louis XIV.'' London: Bloomsbury, ([[2008]]).</ref> Luís XIV responsabilizou-se pela sua última campanha de construções em Versalhes. A Quarta Campanha de Construção ([[1701]]-[[1710]]) concentrou-se quase exclusivamente na construção da Capela Real, desenhada por Mansart e finalizada por [[Robert de Cotte]] e a sua equipe de criadores de decoração. Também fizeram algumas modificações no ''Petit Appartement du Roy'', nomeadamente a construção do ''Salon de l’Oeil de Boeuf'' e do quarto do Rei. Com a conclusão da capela em [[1710]], virtualmente, toda a construção em Versalhes cessou; a construção não seria retomada em Versalhes até cerca de 20 anos depois, já durante o reinado de {{lknb|Luís|XV|de França}}.<ref>Fontes:
André Félibien, Description sommaire du chasteau de Versailles, (Paris, 1674).
Pierre de Nolhac, La création de Versailles, (Versailles, 1901).
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=== Luís XV ===
 
Após a morte de Luís&nbsp; XIV, em [[1715]], o rei Luís&nbsp; XV, na época com cinco anos, a corte e o governo [[Regência (sistema de governo)|regente]] de [[Filipe II, Duque d'Orleães]], regressouregressaram a Paris. Em Maiomaio de [[1717]], durante a sua visita à França, o czar russo [[Pedro, o Grande]] permaneceu no [[Grand Trianon]]. A sua permanência em Versalhes foi utilizada para observar e estudar o palácio e os jardins, que mais tarde seriam usados como uma fonte de inspiração quando construiu o [[Peterhof]], nos arredores de [[São Petersburgo]].<ref name="velleoitentaecinco" />
 
Entre as significativas contribuições de Luís XV para Versalhes estão o ''petit appartement du roi'', o ''appartements de Mesdames'', o ''appartement du dauphin'' e o ''appartement de la dauphine'', no piso térreo, e os dois apartamentos privados de Luís XV - o ''petit appartement du roi au deuxième étage'' (mais tarde transformado no ''appartement de [[Madame du Barry]]'') e o ''petit appartement du roi au troisième étage'' - respectivamenteno segundo e terceiro andares do palácio. As conquistas do reinado de Luís XV foram a construção da ''L'Opéra'' e do ''Petit Trianon''.<ref name="velleoitentaecinco" />
 
Os jardins mantiveram-se praticamente inalteradoinalterados desde o tempo de Luís XIV. A realização do ''Bassin de Neptune'', entre [[1738]] e [[1741]], foi o mais importante legado de Luís XV feito nos jardins.<ref name="mariealfredjeanne ">Marie, Alfred and Jeanne ([[1984]]). "''Versailles au temps de Louis XV''". Paris: Imprimerie Nationale.</ref> Para o fim de seu reinado, Luís XV, sob a recomendação de [[Ange-Jacques Gabriel]], começou a remodelar as fachadas do pátio do palácio. Com o objetivo de reformar a entrada do palácio, com fachadas clássicas, Luís XV começou um projeto que teve continuidade durante o reinado de Luís XVI, mas que só viu a sua conclusão no [[século XX]].<ref name="velleoitentaecinco" />
 
=== Luís XVI ===
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[[Imagem:Le Serment du Jeu de paume.jpg|thumb|[[Jacques-Louis David]]: O juramento do ''Jeu de Paume'']]
 
Em maio de 1789, o ''Salon d'Hercule'' foi o local da apresentação formal dos duzentos deputados eleitos pelo povo da França, e no dia 5 a Assembleia se reuniu na ''Salle des Menus'', fora dos portões do palácio. Durante trinta dias, os deputados foram obrigados a ouvir os discursos do Rei, enquanto bandos de revoltosos agiam por todo o país. Em 20 de junho, os deputados se reuniram no pavilhão de tênis - o ''Jeu de Paume'' - e proferiram um juramento de não se dispersarem enquanto a França não tivesse uma [[Constituição]], e os relatos da época informam sobre a atmosfera de tensão e medo que tomou conta da corte. Três dias depois, Luís XVI fez um discurso ordenando que a Assembleia fosse dissolvida, mas sem efeito. Então um grande grupo de populares entrou no anfiteatro no intuito de demoli-lo, mas encontraram a firme oposição de [[Honoré Gabriel Riqueti de Mirabeau|Mirabeau]], que temia pela vida dos deputados, e ameaçou a turba de morte. Em torno do palácio, outros grupos de revoltosos conseguiram penetrar em vários pontos do edifício. Dali em diante explodiam insurreições pela França a cada dia, e a situação estava fora de controle, apesar de tentativas de sufocamento por parte das forças realistas. No dia 5 de outubro de 1789, chegou às portas do palácio uma multidão de mulheres famintas e enraivecidas que havia saído de Paris para protestar junto ao rei, clamando por comida. À noite, pressionado, o rei assinou a Declaração de Direitos diante da Assembleia. À meia-noite [[Marquês de La Fayette|Lafayette]] chegou, acompanhado de uma força de vinte mil soldados da Guarda Nacional, e reportou-se imediatamente ao rei, retirando-se em seguida para a vila de Versalhes a fim de descansar, deixando as tropas acampadas nas redondezas do palácio. Antes de raiar o dia seguinte, uma multidão conseguiu vencer os muros e portões, e invadir o palácio por várias frentes, e sucederam cenas sangrentas em seus salões e corredores. Vários chegaram até os apartamentos reais, mas foram contidos pelos guardas, resultando em mortes de ambos os lados, enquanto outros roubavam mobília e objetos valiosos. Finalmente, Lafayette, tendo sido avisado, chegou, a multidão foi expulsa, e o Rei foi aconselhado a se mostrar dos balcões juntamente com a Rainha. Para sua surpresa, recebeu vivas e aplausos do povo reunido, mas ao mesmo tempo lhe pediam que fosse a Paris, onde os tumultos eram intensos, e não teve escolha senão aceder. Escoltado por Lafayette e a guarda, deixou Versalhes com a família no dia 6 de outubro.<ref>Payne, Francis Loring. [http://books.google.com/books?id=11sWW61ApowC&pg=PA17&dq=revolution+versailles&lr=&as_drrb_is=b&as_minm_is=0&as_miny_is=1980&as_maxm_is=0&as_maxy_is=2009&as_brr=3&hl=pt-BR&cd=3#v=onepage&q=revolution%20versailles&f=false ''The Story of Versailles'']. BiblioBazaar LLC, 2007. pp. 87-93</ref>
 
Pouco depois da partida da família real, o Palácio de Versalhes começou a ser esvaziado. Enquanto o Rei viveu, muita mobília foi removida e transferida para as Tulherias, onde ele estava. Várias pinturas e objetos de arte passaram para a guarda do [[Museu do Louvre]], incluindo a ''[[Mona Lisa]]'' e obras valiosas de [[Ticiano]], [[Rubens]] e [[Van Dyck]]. Outros conteúdos foram distribuídos por várias instituições públicas: livros e medalhas foram para a [[Bibliothèque Nationale de France|Bibliothèque Nationale]], relógios e instrumentos científicos (Luís XVI era um entendedor de ciência) para a [[École Nationale Supérieure d'Arts et Métiers|École des Arts et Métiers]].
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=== Usos de Guerra ===
 
Depois da derrota francesa na [[Guerra franco-prussiana]], o palácio foi o principal quartel-general do exército alemão de [[5 de Outubro|5 de outubro]] de [[1870]] até [[13 de Março|13 de março]] de [[1871]]. O [[Império Alemão]] foi declarado na Galeria dos Espelhos em [[1871]], com [[Guilherme I da Alemanha]] a ser coroado como [[Lista de reis da Germânia|Imperador da Alemanha]].<ref name="g1.galeria" /> Ironicamente, a Alemanha viria a ser punida na mesma sala, no dia [[28 de Junho|28 de junho]] de [[1919]], por ter causado a [[Primeira Guerra Mundial]], depois da realização, em janeiro desse mesmo ano, da Conferência de Paz de Paris, a qual também ocorreu no Palácio de Versalhes.<ref name="britannica" /><ref name="vejahistória">{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/historia/primeira-grande-guerra-mundial/1919-junho-nova-europa/assinatura-tratado-versalhes-cerimonia-criticas.shtml|titulo=VEJA NA HISTÓRIA &#124; Junho de 1919: I Guerra Mundial &#124; Tratado de Versalhes: a paz, em termos|publicado=veja.abril.com|acessodata=20/11/2009}}</ref>
 
As destruições de guerra e a negligência ao longo dos séculos deixou marcas no palácio e nos seus gigantescos arbustos. Os governos franceses do pós-[[Segunda Guerra Mundial|guerra]] procuraram reparar esses danos. Têm tido um sucesso total, mas alguns dos mais caros elementos, tal como o vasto conjunto de fontes, ainda têm que ser repostas completamente a serviço. Apesar da grandiosidade que pode ser vista atualmente, no [[século XVIII]] este conjunto era ainda mais extenso.<ref name="schlosskassel" />
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Durante a sua permanência em Versalhes, [[Maria Leszczynska]] ([[1703]]-[[1768]]) viveu no ''grand apartment de la reine'', ao qual ela anexou o ''Salon de la Paix'' para servir como sala de música. Em [[1770]], quando a Arquiduquesa austriaca [[Maria Antonieta]], casou com o delfim, mais tarde Luís XVI, instalou residência nestas sala. Quando Luís XVI ascendeu ao trono, Maria Antonieta ordenou que se fizessem importantes redecorações ao ''Grand Appartement de la Reine''. Nesta época, o apartamento da Rainha alcançou a organização que podemos ver actualmente.<ref name="velleoitentaecinco" />
 
* '''''Salle des gardes de la reine''''' — este quarto permaneceu virtualmente inalterado por Maria Antonieta. Foi via esta sala que a gentalha de Paris, a qual atacou Versalhes na noite de 6 para 7 de Outubrooutubro de [[1789]], acedeu ao palácio.<ref name="chateauversailles.fr">{{citar web|url=http://www.chateauversailles.fr/decouvrir-domaine-/chateau/le-chateau/grand-appartement-de-la-reine|titulo=Grand appartement de la Reine - Château de Versailles|publicado=chateauversailles.fr|lingua=francês|acessodata=21/11/2009}}</ref> Durante a luta, membros da Guarda Suíça, a qual formava parte da guarda pessoal da Rainha, foram mortos na sua tentativa de proteger a Rainha.
* '''''Antichambre''''' — esta sala foi convertida na ''antichambre du grand couvert''. Era nesta sala que o Rei, a Rainha e membros da família Real jantavam em público.<ref name="chateauversailles.fr" /> Ocasionalmente esta sala servia de sala de teatro para o palácio durante o [[Antigo Regime]].<ref name="antichambredgc">{{citar web|url=http://www.chateauversailles.fr/resources/pdf/fr/presse/dp_antichambre_grand_couvert.pdf|titulo=Antichamre|publicado=Chateauversailles.fr|lingua=francês|acessodata=6/07/2010}}</ref>
* '''''Grand cabinet''''' — esta sala foi transformada no ''Salon des Nobles''. Na sequência da tradição instituída pela sua antecessora, Maria Antonieta daria audiências formais nesta sala. Quando não era usada para audiências formais, o ''Salon des Nobles'' servia de antecâmara do quarto da Rainha.<ref name="chateauversailles.fr" />
* '''''Chambre de la reine''''' — esta sala era usada como quarto de dormir da Rainha. Na noite de 6 para 7 de Outubrooutubro de [[1789]], Maria Antonieta fugiu da gentalha de Paris através de um corredor privado que ligava o seu apartamento com o do Rei.<ref name="chateauversailles.fr" />
 
=== ''Appartement du Roi'' ===
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Em [[1781]], para comemorar o nascimento do delfim, Luís XVI encomendou a Richard Mique a redecoração do ''cabinet de la Méridienne''.<ref name=quinhentoseoitentaeseis />
 
De todas as características do ''petit appartement de la reine'', a chamada "passagem secreta" que liga o ''grand appartement de la reine'' com o ''appartement du roi'' deve ser citada. A passagem, na verdade, data da época de Maria Teresa e sempre serviu como meio privado pelo qual o Rei a Rainha comunicavam um com o outro.<ref>A única outra opção seria através das salas públicas, as quais estavam sempre cheias de pessoas.</ref> Esta passagem serviu também para Maria Antonieta, que estava a dormir no ''chambre de la reine'' do ''grande appartement de la reine'', escapar da gentalha de Paris na noite de 6 para 7 de Outubrooutubro de [[1789]]. A entrada para esta passagem secreta é feita por uma porta localizada no lado Oeste da parede Norte do ''chambre de la reine''.<ref name="chambredelareinesecret">{{citar web|url=http://web.archive.org/web/20090520124820/http://madameroyale.free.fr/6oct.htm|titulo=L'Affaire Madame Royale - Le six octobre 1789|publicado=Madameroyale.free.fr|lingua=francês|acessodata=11/07/2010}}</ref><ref name="seisdeoutubrochambre">{{citar web|url=http://pagesperso-orange.fr/air44.nantes/Graphique/bulletin/n_31.pdf|titulo=Les appartements royaux|obra=ESTU’AIR 44|publicado=Pagesperso-orange.fr|lingua=francês|acessodata=13/03/2010}}</ref>
 
=== Appartements du Dauphin et de la Dauphine ===
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Napoleon and Persia: Franco-Persian relations under the First Empire‎|lingua=inglês|acessodata=24/11/2009}}</ref><ref name="falsereza">{{citar web|url=http://en.chateauversailles.fr/history/the-great-days/most-important-dates/1715-reception-of-the-persian-embassy|titulo=1715 Reception of the Persian embassy - Palace of Versailles|publicado=1715 Reception of the Persian embassy‎|lingua=inglês|acessodata=05/12/2009}}</ref>
 
Nos reinados sucessivos de Luís&nbsp;XV e [[Luís XVI de França|Luís XVI]], a ''galerie de glaces'' continuou a servir para funções familiares e da Corte. Embaixadas, nascimentos e casamentos foram festejados nesta sala; de qualquer forma, talvez o mais célebre evento do [[século XVIII]] tenha ocorrido no dia [[25 de Fevereirofevereiro]] de [[1745]]: o celebrado ''Bal des Ifs'' (Baile dos Teixos). Foi durante este baile de fantasia que Luís XV, que estava vestido como um teixo, conheceu Jeanne-Antoinette Poisson d'Étiolles, que estava vestida como [[Diana (mitologia)|Diana]], deusa da caça. Jeanne-Antoinette, que se tornaria amante de Luís XV, ficou mais conhecida na história como [[Madame de Pompadour]].<ref name="yewyew">{{citar web|url=http://www.madamedepompadour.com/_eng_pomp/galleria/biograf/ilballo.htm|titulo=Madame de Pompadour|publicado=Madamedepompadour.com‎|lingua=inglês|acessodata=13/06/2010}}</ref>
 
No [[século XIX]], no desfecho da [[Guerra franco-prussiana]], o Rei da Prússia, [[Guilherme I da Alemanha|Guilherme I]], foi declarado Imperador da Alemanha — estabelecendo desta forma o (segundo) [[Império Alemão]] — no dia [[18 de Janeiro]] de [[1871]], na Galeria dos Espelhos.<ref name="g1.galeria">{{citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,AA1570753-7084,00.html|titulo=FRANÇA RESTAURA "SALÃO DOS ESPELHOS" EM VERSALHES|publicado=
g1.com|lingua=potuguêsportuguês|acessodata=25/11/2009}}</ref> No diaEm [[28 de Junhojunho]] de [[1919]], [[George Clemenceau|Clemenceau]] escolheu a Galeria dos Espelhos para assinar o [[Tratado de Versalhes]] que terminou a [[Primeira Guerra Mundial]].<ref name="britannica" /> A Galeria dos Espelhos ainda é posta ao serviço em ocasiões de Estado da [[Quinta República Francesa]], tais como recepções para chefes-de-estado em visita, como a recepção que foi dada para o presidente [[John Kennedy]].<ref name="quintarepublica">{{citar web|url=http://en.chateauversailles.fr/history/the-significant-dates/most-important-dates/1957--1992-state-visits-|titulo=1957 – 1992 State visits - Palace of Versailles|publicado=chateauversailles.fr|lingua=inglês|acessodata=2/12/2009}}</ref>
 
=== Capelas de Versalhes ===
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[[Imagem:Opéra-vue de l'Opéra 1770.jpg|thumb|250px|left|Vista do interior da ópera em 1770]]
 
Desde a época de Luís XIV, o Palácio de Versalhes queria—e necessitava—de um teatro permanente. Antes da construção de ''l’Opéra'', foram construídos teatros temporários tanto nos jardins como no palácio — ''grands appartements'', ''escalier des ambassadeurs'', ''aile de Midi'' — onde a ''salle de spectacle'' de Luís XIV teve curta vida — ''la grande écurie'', ''la cour de marbre'', etc. De qualquer forma, em [[1740]], Luís XV ordenou que [[Ange-Jacques Gabriel]] constituísse um teatro permanente no extremo Norte da ''aile de Nord'', no local que havia sido escolhido por Luís XIV.<ref>Devido a dificuldades financeiras que Luís XIV enfrentou no final do seu reinado, o teatro nunca foi construidoconstruído.</ref> O projecto requereu trinta anos para ficar completo baseado em restrições financeiras originadas pela [[Guerra dos Sete Anos]] e à recolocação de residentes do extremo Norte da ''aile de nobles''. As obras de construção na Ópera começaram em [[1765]] e ficaram completas em [[1770]]; à época representava o mais refinado exemplo em desenho de teatro — tendo 712 lugares, era o maior tratroteatro da [[Europa]] naquele tempo — e actualmente permanece como um dos poucos teatros sobreviventes do [[século XVIII]]. A ópera ''Persée'', de [[Jean-Baptiste Lully|Lully]], inaugurou o teatro de Opéra no dia [[16 de Maiomaio]] de [[1770]] em celebração do casamento do delfim — o futuro [[Louis XVI|Luís XVI]] — com [[Maria Antonieta]].<ref>Verlet, Pierre. ''"Le château de Versailles."'' Paris: Librairie Arthème Fayard. ([[1985]]): p. 382.</ref>
 
O desenho de Gabriel para a ''Opéra'' era único para a época, com um característico plano oval.<ref name="europe-cities" /> Como uma medida económica, o chão do nível da orquestra pode ser elevado até ao nível do palco, dobrando, deste modo, o espaço do chão. Foi planeado que a ''Opéra'' serviria não somente para teatro, mas também como salão de baile ou galeria de banquetes.<ref>No dia [[1 de Outubrooutubro]] de [[1789]], os ''gardes du corps du roi'' realizaram um banquete para dar as boas-vindas ao Regimento da Flandres, o qual acabara de chegar para reforçar a protecção ao Rei e à família Real contra os murmúrios revolucionários que começavam a ouvir-se em Paris. Neste banquete, Luís XVI, Maria Antonieta, e o delfim receberam o juramento de lealdade destes guardas quando estes rasgaram os chapéus azul-branco-encarnados que usavam e os substituiram pelos brancos — a cor que simbolizava a monarquia Bourbon. Este foi o último evento a ocorrer na ''Opéra'' durante o [[Antigo Regime]].</ref> Construído inteiramente em madeira, a qual era pintada em falso mármore para representar pedra, a ''Opéra'' tinha excelente acústica e representa um dos mais refinados exemplares da decoração neoclássica. O tema da decoração está relacionado com Apolo e devindades Olímpicas. A decoração da ''Opéra'' foi realizada por [[Augustin Pajou]], que executou os painéis em baixo-relevo que decoram a frente das galerias. O tecto apresenta óleos de [[Louis Jean-Jacques Durameau]] nos quais [[Apolo]] e as [[musa (mitologia grega)|musas]] são representados.<ref>Verlet, Pierre. ''"Le château de Versailles."'' Paris: Librairie Arthème Fayard. ([[1985]]): p. 379-380.</ref>
 
Apesar da excelente acústica e do opulento cenário, a ''Opéra'' não foi usada frequentemente durante o reinado de Luís XVI, em grande medida devido aos custos. Por uma única actuação realizada na ''Opéra'', eram necessárias não menos de 3.000 poderosas velas,<ref name="for dummies">{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=qCEUb20oMSEC&pg=PA285&dq=3+000+candle+versailles+L%27Op%C3%A9ra&hl=pt-BR&ei=mssUTJyAEYH78AaInbydDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CEkQ6AEwBg#v=onepage&q=3000%20powerful%20candles&f=false|titulo=Chapter 14:Going Beyond Paris: Five Days Trip|publicado=Paris for Dummies|lingua=inglês|acessodata=13/06/10}}</ref> sendo que determinada vez foram utilizadas 10.000 velas.<ref name="velas">{{citar web|url=http://adventure.howstuffworks.com/palace-of-versailles-landmark.htm|titulo=HowStuffWorks "Palace of Versailles"|publicado=[[HowStuffWorks]]|lingua=inglês|acessodata=13/06/10}}</ref> Dado que as velas de sebo ardiam depressa e emitiam fuligem e odores desagradáveis, eram usadas velas de cera virgem. Durante o reinado de Luís XVI o preço duma vela de cera virgem representava aproximadamente aquilo que um camponês ganhava numa semana.
 
Quando a família Real deixou Versalhes, em Outubrooutubro de [[1789]], o palácio e a ''Opéra'' foram fechados. Enquanto que o palácio viu alguma actividade no tempo de [[Napoleão Bonaparte]] (redecoração de partes dos apartamentos da rainha para a Imperatriz Marie-Louise) e [[Luís XVIII de França|Luís XVIII]], a ''Opéra'' não reabriu antes de [[1837]], quando [[Luís Filipe I de França|Luís Filipe]] redecorou o teatro e apresentou a peça ''[[Le Misanthrope]]'' de [[Molière]]. Em [[1872]], durante a [[Comuna de Paris]], a ''Opéra'' foi convertida por Edmond de Joly para uso pela Assembleia Nacional, a qual se serviu da ''Opéra'' até [[1876]]; entre [[1876]] e [[1879]], o [[Senado]] reuniu aqui.<ref>Actualmente, quando a Assembleia Nacional e o Senado se encontram em sessões conjuntas, fazem-no em Versalhes, não em Paris. Nessas ocasiões, Versalhes torna-se a capital, de-facto, da [[França]]. Para acomodar os membros do Senado, na parte da ala Norte voltada para a cidade de Versalhes, mais de 300 apartamentos têm sido arranjados para uso privado pelos membros da Câmara Alta do Parlamento da França.</ref> O período entre [[1952]] e [[1957]] testemunhou importantes obras de restauro da ''Opéra'' que foi recuperada para o seu estado em [[1770]]. A ''Opéra'' reabriu oficialmente no dia [[9 de Abrilabril]] de [[1957]] na presença da Rainha [[Isabel II do Reino Unido]], com a apresentação do segundo acto da ópera ''Les Indes Galantes'' de [[Jean-Philippe Rameau|Rameau]]. Desde o seu restauro, a ''Opéra'' tem sido utilizada em funções de Estado, tal como palco de uma variedade de eventos musicais e operáticos.<ref>Langlois, Rose-Marie ([[1958]]). ''"L’Opéra de Versailles"''. Paris.</ref>
 
Foi nesta ópera que Maria Antonieta quebrou as tradições da Corte ao aplaudir os actores. De início foi olhada com estranheza, pois não era costume aplaudir para as atuações da Corte, mas esta acção particular foi seguida por todos os espectadores em Versalhes, este acontecimento é mostrado no filme ''[[Marie Antoinette (2006)|Marie Antoinette]]'' de 2006.<ref name="aplausos1">{{citar web|url=http://www.imdb.com/title/tt0422720/faq#.2.1.2|titulo=Maria Antonieta (2006) - FAQ|publicado=Imdb.com|lingua=inglês|acessodata=07/06/12}}</ref><ref name="aplausos2">{{citar web|url=http://movies.nytimes.com/2006/10/13/movies/13mari.html?pagewanted=all|titulo=Marie Antoinette - Sofia Coppola - New York Film Festival - Movies - Review - NYTimes.com|publicado=Nytimes.com|lingua=inglês|acessodata=07/06/12}}</ref>
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Em vários períodos antes de Luís XIV estabelecer o seu governo absoluto, a França, tal como o [[Sacro Império Romano-Germânico]], careceu de uma autoridade central e não era o estado unificado em que se tornaria nos séculos seguintes. Durante a [[Idade Média]] alguns nobres locais eram, por vezes, mais poderosos que o Rei da França e, apesar de tecnicamente leais ao Rei, possuiam os seus próprios locais provinciais de poder e governo. Culturalmente tinham influentes Cortes e exércitos leais a eles, não ao Rei, e o direito de cobrar as suas próprias taxas aos seu súbditos. Algumas famílias foram tão poderosas que atingiram proeminência internacional contraindo alianças por casamento com Casas Reais estrangeiras para alcançar as suas próprias ambições políticas. Os monarcas, apesar de nominalmente serem [[Lista de reis de França|Reis da França]], [[de facto]] o poder Real, por vezes, limitou-se puramente à região em volta de Paris.
 
No Palácio também ocorre anualmente a festa da [[Ordem Soberana e Militar de Malta]], onde os cavaleiros franceses da Ordem se reúnem no dia [[24 de Junhojunho]], [[Festa de São João|dia de São João Batista]], padroeiro da mesma.<ref name="ordem">{{citar web|url=http://www.lexilogos.com/malte_ordre.htm|titulo=Ordre de Malte, Saint Jean de Jérusalem - histoire LEXILOGOS|data=|publicado=LEXILOGOS|lingua=francês|acessodata=3/01/2010}}</ref>
 
=== Etiqueta da Corte ===
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Segundo os registos, Versalhes acolheu alguns eventos musicais como:
 
Em 1988, nos dia dias 21 e 22 de Junhojunho, os seus pátios receberam os [[Pink Floyd]] durante a sua [[digressão]] europeia "[[A Momentary Lapse of Reason]]", a qual foi filmada. A filmagem do tema ''"The Great Gig in the Sky"'', no espectáculo, foi usada no DVD "[[Delicate Sound of Thunder]]".<ref name="pfloydvd">{{citar web|url=http://www.pinkfloydonline.com/timeline/|titulo=Pink Floyd Timeline @ Pink Floyd Online - Pink Floyd Online|publicado=Pink Floyd Online|lingua=inglês|acessodata=13/06/2010}}</ref><ref name="amomentarylapse">{{citar web|url=http://web.archive.org/web/20081022060405/http://www.pinkfloyd-co.com/disco/amlor/amlor_trivia.html|titulo=PFCO Discography - AMLOR Trivia and Quotes|publicado=Pinkfloyd-co.com|lingua=inglês|acessodata=13/06/2010}}</ref>
 
[[Tina Turner]] se apresentou no Palácio de Versalhes em 1990 em uma das apresentações da turnê musical "[[Foreign Affair Tour]]" para promover seu álbum de estúdio "[[Foreign Affair]]".<ref name="jetmagazine">{{citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=jq8DAAAAMBAJ&pg=PA56&dq=Foreign+Affair+Tour&hl=pt-BR&ei=M2wnTJzxEIKC8ga_0_zbDw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CFEQ6AEwCA#v=onepage&q=Foreign%20Affair%20Tour&f=false|titulo=TINA TURNER:Still Sexy And Going Strong p.56|publicado=[[Jet (magazine)|Jet]]|lingua=inglês|acessodata=27/06/2010}}</ref><ref name="record">{{citar web|url=http://www.pophistorydig.com/?tag=tina-turner-career|titulo=The Pop History Dig » Tina Turner career|publicado=Pophistorydig.com|lingua=inglês|acessodata=27/06/2010}}</ref>